Alvo Potter E O Medalhão De Prata escrita por Amanda Rocha


Capítulo 14
A bordo do Expresso


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Neste capítulo teremos um trágico acidente (é nem tanto...), e também a partir daí começam os meus capítulos favoritos! Claro, tenho muitos capítulos favoritos, mas a partir deste a história fica mais legal em minha opinião...
Também vamos conhecer o Matt! Lembram dele? O amigo do Tiago aparecerá hoje... E mais uma vez iremos ver o Tiago bancando o irmão protetor ♥



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-Alvo! –gritou uma voz, Alvo abriu os olhos, mas não viu ninguém. –Acorda, Alvo! –era Gina por trás da porta. –Acorda, anda! Estamos atrasados!

Alvo levantou-se. Trocou a roupa e depois foi verificar o malão. Saiu do quarto e desceu as escadas para a cozinha. Gina estava fazendo o café da manhã muito apressada, e Lilí comia seu mingau calmamente.

-Tiago! –berrou Gina. –Será que esse menino não acorda? Tiago! Desce logo!

-Deixa mamãe... –disse Lilí. –Se ele não for eu posso ir ao lugar dele. Eu prometo que vou me comportar melhor que ele e...

-Lilí, minha filha... Seus irmãos esperaram onze anos para ir para a Hogwarts. E só faltam dois anos para você ir... É pouco tempo...

-Pouco tempo? –repetiu Lilí incrédula. –Cada ano tem mais de trezentos dias! Com dois anos serão mais de seiscentos dias! Mas é claro que isso é pouco tempo... Desse jeito quando eu for para Hogwarts já vou estar casada e com filhos!

 Nesse instante Tiago entrou na cozinha. Estava com o cabelo todo bagunçado, ainda vestia o pijama e estava com os olhos fechados, como se estivesse andando enquanto dormia. Gina o olhou dos pés a cabeça e disse:

-Ah, Tiago! Vá tomar um banho e vê se tira essa cara de sono! E ligeiro, ouviu?

Tiago, ainda com os olhos fechados, simplesmente deu meia-volta e subiu as escadas, como se fosse sonambulo. Logo que ele saiu, Harry desceu correndo as escadas.

-Ah, Gina, querida... Eu acabei de falar com o Kingsley e resolvi que vou ao ministério hoje mesmo, sabe, não vale a pena adiar uma coisa que iria acontecer mais cedo ou mais tarde e ainda mais com o Bo...

Harry terminou de descer as escadas e deu de cara com Gina, Alvo e Lilí. Os três, todos com uma cara de espanto. Gina principalmente, mas Alvo, após a parada que o pai dera, já estava começando a entender. Harry olhava de Alvo para Lilí, e em seguida para Gina.

-Hum... –disse Gina voltando a servir o último prato de mingau. –Está bem... E... Alvo sobre o que estava falando?

-Eu não estava falando. –respondeu Alvo.

-Mas eu ouvi você dizer alguma coisa. –disse Gina.

-Não, eu não... Disse nada.

Por um instante Gina e Harry ficaram em silêncio, encarando os filhos como se procurassem algo para mudar de assunto.

-Papai vai ao Ministério? –perguntou Lilí. Gina e Harry trocaram olhares apreensivos.

-Hum... –pensou Harry. –Acho que sim... É talvez... Mas, Alvo você já está com todos os seus... Os... Hum...?

-Livros? –perguntou Alvo.

-É, os livros.

-Estão lá em cima... –respondeu ele. -Mas por que o senhor vai ao Ministério? Faz tempo que o senhor não vai lá...

-É, faz bastante tempo mesmo... E falando em tempo, será que vai continuar frio assim? –disse Harry, tentando desesperadamente mudar de assunto, porém, Lilí insistiu.

-Vai fazer o que lá, papai?

-Onde? –perguntou Harry.

-No Ministério. –disse Lilí sorrindo, sacando que o pai queria mudar de assunto.

-Ah, só vou... Fazer uma visita...

-Mamãe vai também? –perguntou Alvo.

Gina sacudiu a cabeça.

-Então aposto que tio Rony vai. –disse Lilí. –E parece bem importante o que vão fazer...

-NÃO! –gritou Harry, Lilí riu. –Eu só vou ver se está tudo bem...

-E por que não estaria? –perguntou Lilí com um sorriso sapeca no rosto.

-Por que, bem... Ah, você sabe... Só...

BLUM!

 Veio um barulho como se alguma coisa tivesse caído, no segundo andar.

-Tiago? –gritou Harry. –Está tudo bem?

-Acho que sim... –respondeu Tiago. –Eu só acho que quebrei o meu pé...

 Gina e Harry saíram correndo. Lilí e Alvo foram atrás. Subiram as escadas, e entraram na última porta do corredor, com o nome “Tiago Sirius” gravado. O quarto era extremamente bagunçado. Roupas espalhadas pelo quarto, a cama com os cobertores desarrumados, os livros escolares jogados de qualquer jeito na mesinha ao lado da cama. Tiago estava atirado no chão com a camiseta não completamente vestida.

-Que foi, filho? –perguntou Gina carinhosamente.

-Eu estava vestindo a camisa, mais pisei em alguma coisa e caí...

-Foi uma caixinha de Fogos Filibusteiros, mamãe. –disse Lilí juntando a caixinha do chão.

-Mas também com essa bagunça... Tiago, filho, eu mandei você limpar o quarto nas férias... Eu já volto... Já volto!

Gina saiu e voltou em um minuto com uma faixa e muletas. Pegou o tornozelo do filho e o enfaixou. Depois ajudou-o a se levantar.

-Hum... É, serve por hoje... –disse Gina olhando o filho. –Nada de treino de Quadribol, ouviu?

-Não teremos treino tão cedo, está muito difícil reservar o campo e como o Al foi o único primeiranista que entrou para o time, Pedro acha que não precisamos treinar tanto, mas... Eu não vou ter que ficar de muletas, vou?

-Vai sim, senhor! –disse Gina terminando de vestir a camisa no filho. –Só por hoje, amanhã de manhã vá até Madame Pomfrey.

-Mãe! –exclamou Tiago. –Não posso aparecer na escola com isso!  Todos vão rir de mim!

-Achei que ninguém se atrevia a mexer com você... –disse Gina.

-Ninguém em consciência, mas tem cada doido lá...

-Eu deixo você dar uns socos em quem mexer com você. –disse Harry.

-E ganhar mais uma detenção? Guelch está começando a me deixar a noite inteira nessas detenções, e da última vez fui suspenso por jogar uma simples bomba de bosta na entrada do dormitório da Sonserina...

-Você sabe onde fica? –perguntou Gina.

-Devo essa a Aluado, Rabicho Almofadinhas e Pontas... –disse Tiago piscando para o pai.

-Ah, esse seu zelador é igualzinho o da minha época de escola... Ele não tem uma gata, tem?

-Não. –respondeu Tiago tentando andar. –Mas de uns tempos pra cá ele fez uma parceria com Pirraça... Aquele fantasma traidor, era meu amigo! Agora não se pode nem afanar comida da cozinha sem que ele te entregue para o Guelch.

 Os Potter foram para o carro e só chegaram à estação quando faltavam cinco minutos. Lilí deu um grande suspiro quando desceu do carro. Tiago avistou Daniella e Suzanna com sua família, que acenaram antes de atravessar a plataforma. Alvo lutava para fazer Clatinie ficar quieta, quando um garotinho que passeava pela estação, chamou a coruja de pássaro esquisito, e Clatinie pareceu bem ofendida.

-Vem, vamos! –chamou Gina pegando Lilí pela mão e arrastando-a para a plataforma nove e meia. Tiago e Alvo pegaram os malões e, com Harry, foram se dirigindo a plataforma dez. Tiago olhou para os lados e atravessou-a, Harry segurou o braço de Alvo e já ia atravessar junto com o filho quando Alvo falou:

-Não, tudo bem, papai... Acho que é melhor eu ir sozinho, não preciso de mais ninguém para ficar me lembrando que sou um medroso... –acrescentou em voz baixa.

-Ainda com a história do Chapéu? –perguntou Harry.

-Como o senhor sabe?

-Neville comentou... Mas filho, não é por que o Chapéu diz que você tem medo, que... Que isso seja verdade, sabe...

-Mas é verdade... E de qualquer forma, o pessoal não precisa de fatos reais para rir de mim... –disse Alvo, e dando um longo suspiro, fechou os olhos e atravessou a plataforma.

 Gina estava parada bem à frente com uma Lilí de olhos marejados de lágrimas. Ela apontou para o relógio grande no teto e nesse mesmo instante o apito do trem tocou. Harry pegou a bagagem de Alvo e foi até o expresso. Alvo deu um abraço na mãe e na irmã e depois entrou no trem. Da janela de vidro, acenou para o pai. E o trem começara a andar. Alvo começou a procurar pelo corredor por Rosa ou Tiago, mas não achou nenhum. Em uma cabine, Alvo viu um menino pequeno (mais que ele) e loiro, sair chorando. Alvo deu uma olhada dentro da cabine e viu Scorpius dando altas gargalhadas, juntamente com Dominique; uma menina gorda, a qual Alvo se lembrara de se chamar Caroline Assôbre; e os irmãos Jofrey.

Alvo andou mais um pouco e achou a cabine do irmão. Ele estava com a perna enfaixada estendida por todo o banco do lado direito. Do outro lado do banco, estavam Suzanna e Daniella e mais um menino alto de cabelos castanhos e, como os de Tiago, bem crespos e um pouco longos. O menino era bem parecido com Tiago.

-Não foi nada, só está quebrado. –Alvo ouviu Tiago dizer.

-Só quebrado? –exclamou Daniella. –Eu já quebrei a perna, e dói bastante!

-É verdade, Tiago. –disse a voz de Suzanna. –Você reage como se nem tivesse doendo!

-Isso, Daniella e Suzanna, - disse o outro menino. – é por que diferente de vocês, o Tiago não fica por aí chorando à toa, até por que Tiago e eu não temos lágrimas!

Alvo entrou, mas ninguém o notou. Pigarreou.

-Ah, Al! –disse Tiago se levantando, mas Daniella o empurrou de volta ao banco lhe dando um olhar ameaçador. –Entra! Esse é o Matt, você ainda não conhecia...

Alvo o cumprimentou. Já ouvira falar muitas vezes de Matt, era o amigo de Tiago que sempre cumpria as detenções junto com o irmão.

-Muito prazer, Mattew Stuck, mas me chama de Matt. Ah, e parabéns! Eu soube que você foi o único aluno novo que entrou no time, sabe, nem eu consegui entrar ainda, os testes são bem difíceis.

-Falando assim, até parece que você joga bem. –disse Suzanna sorrindo para Matt.

-Ah é, Al! - disse Daniella. –Não acredite em tudo o que o Matt falar, além do mais, Tiago passou no primeiro no teste para o time, já o Matt...

-Ah, mas isso é por que eu sou como o empresível do Tiago! –disse Matt. –O que ele fizer também vale por mim...

- É empresário, Matt. –corrigiu-o Tiago. –E não fale do Matt por que você também não conseguiu entrar para o time, não é?

-Mas... –disse Daniella tentando arrumar resposta. – Bem, isso é muito diferente!

-Não, não é! E pelo menos eu sou o melhor amigo do maior valentão de Hogwarts! –disse Matt sentando do lado de Tiago, e quase em cima de sua perna.

-Mas eu sou amiga do Tiago, não sou? –perguntou Daniella.

-Olha, não posso negar que você é a menina mais... Hum... A menos chata, digamos, se a compararmos a Alice, mas se você quiser pode dizer que sou seu amigo, sim. E é o Matt quem sempre me ajudou a bater nos sonserinos, isso faz dele o meu melhor amigo.

-Isso é por que o Matt sabe que se alguém encostar o dedo nele, você quebra a cara.

-Não é verdade! –defendeu-se Matt.

-Ah, nisso eu tenho que concordar. –disse Tiago. –Matt é tão bom quanto eu.

-Hum... –disse Alvo mostrando que ainda estava ali. –Viu a Rosa?

-Ah, é! –disse Tiago. –Ela pediu para mandar você procura-la nas últimas cabines.

-Então... Acho que vou indo lá... Até mais...

 Alvo saiu da cabine. Foi andando pelo corredor e passando por muitas cabines, até...

-AIII!

Alvo caíra para trás, ou melhor, alguém caiu por cima dele. Alvo olhou e viu Annie. Levantou-se e olhou para dentro da cabine, Dennis estava parado de frente para eles com a varinha apontada.

-Desculpe, Al... –pediu ela se levantando. –É que o Dennis quis imitar Rosa e fazer um feitiço, mas sabe... Saiu errado!

-Isso por que você falou errado, Dennis... Mas entra, Al.

Alvo e Annie entraram na cabine, que estava bem cheia com Rosa, Annie, Clarissa, Jordan, Clívon, Dennis e ele.

Dennis se sentou no banco e fechou os olhos.

-Acorda, Dennis.

-Não... Estou morrendo de sono...

-Ah, me conta o que você ganhou! –disse Clívon animado. –Eu ganhei um computador!

-Um o quê? –perguntou Dennis.

-Ah, coisa de trouxas... –explicou Clívon. –Não entendo como vocês, bruxos, não tem tecnologias...

-É por que isso não serve para nada! - respondeu Dennis. -E não nos chame de “vocês, bruxos”, por que caso não saiba ainda, você também é um. Nascer trouxa não te faz diferente... E, hum... Que sono! Eu bem queria ficar acordado!

-Ah, deixe que eu resolva. –disse Rosa puxando a varinha. –Tenho uma coisa que vai te deixar bem acordado... Hum... Aqua Eructo! –da ponta da varinha de Rosa saiu um jato forte de água que foi direto ao rosto de Dennis.

-Obrigado...

Não era ruim ter que passar um dia inteiro em um trem. Ainda mais quando se está jogando Feitiços, ou passando pelas cabines dos outros para ver o que estavam fazendo. E não demorou muito, Victoire veio pedir para se vestirem. Rosa, Clarissa e Annie foram se vestir no banheiro do trem, enquanto os garotos se vestiam na cabine. Alvo sentia o trem ir diminuindo a velocidade, já estava perto. Olhou pela janela, e bem lá no fundo, viu a luz da estação. Rosa bateu na cabine, e entrou com a varinha nas mãos.

-Aconteceu alguma coisa? –perguntou Jordan quando as três entraram.

-Scorpius, foi o que aconteceu! –disse Rosa brava.

-Rosa ia enfeitiçar ele. –explicou Clarissa. –Por que quando a gente passou pela cabine dele, o Scorpius a chamou de... Sangue Sujo...

-Aquele idiota! –exclamou Alvo.

-Mas... Rosa, você... Hum... Seus pais são bruxos, não são? –disse Dennis.

-É, mas minha mãe nasceu trouxa. Eu sou mestiça.

-Mas isso não quer dizer nada... Sangue sujo é quem... Nasceu trouxa.

-Isso não tem nada a ver com o meu grupo sanguíneo, - disse Rosa olhando fixamente para a janela. –Nem se eu fosse de Sangue-Puro... O pai dele tinha implicância com a minha mãe, e o Scorpius é igualzinho.

 O trem parou de vez. Eles abriram a cabine, Alvo saiu primeiro e mais uma vez, caiu para trás, dessa vez em cima de Dennis. Alguém o empurrara. Ele se levantou. Parado a frente da cabine, estava Scorpius, Dominique, Caroline Assôbre e os irmãos Jofrey, todos com sorrisos estampados nos rostos.

-Cuidado aí, Potter! –disse Scorpius sorrindo. –Não se meta na frente de seus superiores.

-Não deve estar falando de você! –disse Rosa irritada.

-Ah, Granger... Você nunca vai aprender, não é... Tem que reconhecer que... Sangues-Ruins não devem se misturar com os...

PAFT!

Alvo dera um grande soco na cara de Scorpius. Sua mão estava doendo muito, mas ele estava usando todas as suas forças para não chorar. Nem acreditara no que acabara de fazer. Scorpius que se recuperara do soco levado, puxou Alvo para fora da cabine. Caroline segurara-o pelos braços e Scorpius agora começara a socar sua barriga.

Alvo começou a gritar. Dennis, Jordan e Clívon foram ajudar, mas os irmãos Jofrey bloquearam a porta da cabine. De repente Alvo caiu no chão. Caroline não o segurara mais,  Scorpius parara de batê-lo e agora olhava para frente, paralisado. Alvo virou o rosto e viu o irmão em um pé só, com a varinha apontada para Caroline, que estava jogado ao chão, com os olhos fechados. Matt estava logo atrás dele, junto com Daniella e Suzanna. Tiago estava furioso, seus olhos estavam em chamas.

-Sai... De perto... Do meu irmão... Agora! –disse com os dentes cerrados.

Scorpius fez um sinal aos irmãos Jofrey e a Dominique, e foram embora.

 Todos foram para a volta de Alvo.

-Está tudo bem, Al? –perguntou Rosa.

Alvo sacudiu a cabeça positivamente.

-Hum... Foi um belo soco. –disse Dennis.

Alvo se levantou com as mãos ainda na barriga.

-Que foi que aconteceu? –perguntou Tiago mais calmo.

-Scorpius! –exclamaram todos.

-Primeiro, - começou Rosa. - quando a gente estava saindo da cabine, ele empurrou Alvo de volta. Disse pro Al não se meter na frente de seus... Superiores. E me chamou de Sangue Sujo. O Al não gostou e deu um soco na cara do Scorpius, que por sua vez, pediu a Caroline para segurar o Alvo enquanto ele o socava.

-Covarde... –disse Tiago. –Acertou mesmo a cara dele?

-E como acertou! –respondeu Clívon.

-Obrigado, Tiago... –disse Alvo. –Se não fosse por você...

-Hum... Então já vamos indo? –disse Tiago depressa. Essa era uma das grandes qualidades de Tiago. Nunca exigira que seus amigos se humilhassem para ele.

-E a Caroline? –perguntou Annie.

-Victoire vai vê-la e vai tirá-la. –respondeu Tiago passando por cima da menina.


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Notas finais do capítulo

Gostaram??? Bom, não tá tão grande, eu sei... Mas no próximo iremos conhecer o Amigo Leal do Alvo. Lembram da parte do trailler? Pois é... Do novo trio de ouro ele será o Rony :3