Meu Cupido Atrapalhado escrita por Tarver


Capítulo 2
Cap.01


Notas iniciais do capítulo

Hey :)
Obrigado pelos reviews, eu amei todos, de verdade >.< Desculpa demorar, eu estava esperando pra ver quantos recebia, é k'
Boa leitura.



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– Mãe, já estou indo! – gritei do andar de baixo.

– Pegou seu lanche? – apareceu ao meu lado – Deixei em cima da mesa.

Suspirei e fui até a cozinha, pegando a maçã e o suco que estavam ali e os enfiando na mochila.

– Vão achar que sou retardada – disse – Ninguém leva lanche.

– Como sabe? Nunca estudou lá – sorriu. Era meu primeiro dia de aula na nova escola, a escola do Miller. E, mesmo depois que completasse a missão, continuaria lá, porque meus pais cismaram “que gostam de Los Angeles” e as pessoas vão poder rir de mim por um bom tempo – Boa sorte com a missão.

– Vou precisar – lhe dei um rápido beijo na bochecha, pus a língua para Michael, sorrindo, e saí de casa, vendo que meu pai que me esperava dentro do carro – Vai me levar sempre? – me joguei no banco do passageiro.

– Se você se sair bem com Seth, acho que posso fazer isso – ligou o carro e fomos para meu novo colégio.

Quando chegamos, desci do carro sem dizer nada, mas tive que escutar o “Procure por ele!”. Caminhei pelo gramado atraindo alguns olhares, o que me fez olhar para minha roupa, eu não podia estar tão mal vestida assim, podia? Sempre vi pessoas andando de jeans e camiseta por Los Angeles.

Fui até a secretaria pegar as informações de que precisaria etc. Me apoiei no balcão e chamei a secretária, que devia ser uma estagiária, já não aparentava ser muito mais velha que eu.

– Novata? – perguntou sorrindo, enquanto ligava o monitor à sua frente.

– É. Só preciso do meu horário e que alguém possa me dizer onde é o banheiro.

– Certo – soltou uma risadinha – Preciso de nome e ano.

– Jessica Sky, primeiro ano.

[n/a: na contagem americana seria o décimo, mas ficaria estranho, então deixei assim mesmo.]

Digitou algo e imprimiu uma folha que deveria ser meu horário, me entregando em seguida.

– Sua primeira aula é inglês. Sua sala é a 201, é só seguir reto e... Seth! – a secretária chamou o garoto que passou por trás de nós – Você está atrasado! – ele começou a dizer algo, mas ela não o deixou terminar – Já que está aqui, ajude ela a chegar na sala, o.k.? É a 201.

Me virei para ele. Sim, era o Miller. De qualquer jeito, é melhor para mim, não vou precisar procurá-lo por aí.

– Não sei onde é – mentiu. Eu consigo perceber quando as pessoas estão mentindo, e ele está. Meu pai diz que se eu me esforçasse mais, poderia ler mentes, como minha mãe. É legal, mas eu precisaria de muito treinamento e não quero me preocupar com mais nada agora além de Seth, porque, assim que isso acabar, meu pai vai voltar a me dar missões normais. Assim espero.

– Se me ajudar te dou autorização pra entrar depois do sinal. E, olha, ele já tocou – sorriu, sabendo que conseguiria.

– Tudo bem – balançou a cabeça. Mas não estava irritado ou algo assim, também não estava se lamentando por ter que me levar pra sala, só queria chegar rápido à aula.

Merda! Porque eu esqueço os pontos mais importantes? Esqueci de dizer que percebo quando as pessoas mentem e agora percebo que não disse que capto a energia das pessoas ao meu redor! Não é grande coisa, mas consigo ver se a pessoas está irritada, feliz, magoada, ou apaixonada, principalmente, é.

A secretária deu um papel de autorização para cada um e voltou a fazer o que estava fazendo antes de eu chegar.

– Vamos? – assenti – Qual é o seu nome?

– Jessica. Valeu por me mostrar onde fica a sala.

– Ah, eu não quis dizer que não queria te levar quando disse que não sabia onde era – eu não disse?

– Tudo bem. Acontece sempre. Quer dizer, eu me mudo sempre e quase nunca tem alguém disposto a me mostrar a escola.

–Se quiser posso te mostrar.

– Sério? – sorri. Não porque estava feliz por ele me mostrar o colégio e blá, blá, blá, mas porque ele estava me ajudando com outra coisa além dos conhecimentos da escola – Não vou te atrapalhar?

– Não – sorriu.

– Então eu quero! – riu da minha empolgação, mas parou quando o encarei séria, mesmo sem estar séria de verdade.

Chegamos à sala 201, ele bateu na porta e me deu um leve empurrão para dentro da sala, fazendo todos olharem para mim. O professor dispensou Seth e me encarou, esperando que dissesse algo. Mas a única coisa que consegui falar foi “E aí”, fazendo todos rirem.

– Qual o seu nome? – perguntou o professor se sentando em sua mesa e conferindo sua lista de alunos.

– Jessica. Jessica Sky – me aproximei e me distanciei novamente quando me encarou de repente. Assentiu e indicou uma carteira no fim da sala.

Depois da aula chata com o Sr. Crompton e de todas as outras chatas também, fui para o laboratório de ciências, atraindo mais alguns olhares. Me sentei ao lado de uma garota de cabelos ondulados que estava de cabeça baixa, mas a levantou e sorriu para mim.

– Oi – sorriu – Sou June e você?

– Jessica – abri minha mochila e joguei meu material em cima da mesa, com o caderno decorado com fotos do Nirvana por cima.

– Você gosta de Nirvana? – sorriu de orelha a orelha – As pessoas daqui não têm gosto musical, ainda bem que encontrei você! – ri, mas parei quando a professora nos chamou atenção.

– A maioria da população de Los Angeles não gosta de música das quais os produtores já estão mortos, ou algo do tipo – me virei para frente, encarando a professora.

A aula passou rápido com June falando besteiras sobre a escola ou de como adorou ter me conhecido e que precisava me mostrar o pôster que tinha ganhado. Quando saímos, fui com ela até seu armário, onde um garoto não muito alto a esperava.

– Você tá bem? – ele perguntou, como se ela tivesse passado por algo.

Senti que a energia de June mudou de felicidade para tristeza e ela abaixou a cabeça, assentindo de leve.

– Você não... Merda, June! – bateu com o punho no armário ao lado do dela – Você prometeu parar!

– Desculpa, eu... Não quis fazer de novo.

A energia do garoto é evidente: ele estava triste, triste por ela. Mas o que ela havia feito de tão ruim eu não sabia, talvez devesse ter aprendido a ler mentes. Agora eu realmente queria saber o que era, por querer ajudar e por ser curiosa demais em certas horas. Cupidos também passam por situações de adolescentes comuns.

– Nós passamos o dia inteiro juntos e quando eu viro as costas você faz isso!

– Desculpa, desculpa, desculpa – apertou os olhos – Por favor, eu só não agüento mais.

O garoto se afastou do armário e a abraçou, afagando seus cabelos. E eu continuei ali, olhando sem entender nada do que diziam, mas me sentindo na responsabilidade de ajudar, de qualquer forma que fosse.

June o afastou e olhou para mim, tentando dar um sorriso que saiu mais como uma careta.

– Ah, Eric, essa é Jessica. Jessica, esse é Eric.

– Oi – disse, ainda sem jeito por ter presenciado aquilo – Acho vou procurar meu guia.

– Não, espera. Tá tudo bem, posso ir com você?

– Claro, se me disser o que está acontecendo – levantei as sobrancelhas, uma coisa que matava minha mãe de raiva, já que ela acha que isso insinua que estou desafiando a pessoa.

Hesitou um pouco, trocou olhares com Eric – que parecia negar com olhos - e esticou os braços, levantando a blusa de manga longa e deixando a mostra as marcas de cortes recentes que ela mesma devia ter feito.

Engoli em seco. Não pensei que fosse tão sério. Na minha cabeça, eles eram namorados e ela tinha ficado com outro garoto, ou algo assim. Mas eu nunca teria imaginado que fosse isso.

Abaixou as mangas e juntou as mãos ao corpo, sem jeito e envergonhada.

– Eu não... – comecei.

– Tudo bem. Depois explico o que quiser saber, mas, agora, será que a gente podia ir? – assenti, ainda sem saber o que mais dizer – Te vejo depois – disse à Eric, que suspirou e lhe deu um beijo na bochecha antes de sair.

Guardou suas coisas no armário e voltamos a andar pelo colégio em silencio. Sua energia ainda continuava pesada demais e isso me afetava. Não só ela, mas todas as energias me afetam. Se alguém está muito triste e eu estou envolvida ou sou próxima à pessoa, fico triste também.

– Antes que pergunte, eu me corto por que... Parece idiota, mas meus pais estão brigando muito, meu irmão mais velho morreu há dois meses e agora cismaram comigo na escola também – disse rápido – E agora, pra onde vamos?

– Procurar um garoto chamado Seth, que está no segundo ano.

– Seth Miller? Eu nunca entendi o que ele tem, sério! Ele tem tudo pra andar com os populares, é rico, bonito e legal, mas vive se escondendo! – passou a mão no cabelo – O que quer com ele?

– Ele vai me mostrar a escola. E eu também preciso ajudá-lo com uma coisa.

– Posso saber o que é?

– Acredita em fadas? – negou. Bem, se ela não acreditava em fadas, não iria acreditar em cupidos, muito menos que havia um bem na frente – Deixa.

Deu de ombros, mas sua percebi que estava curiosa e, mesmo sem ser pensamentos, era possível ver que ela se sentia idiota por contar um segredo à alguém que nem mesmo diz porque quer falar com um garoto.

– Tá bem, desculpa. Eu quero saber se ele vai à festa de uma prima minha, porque ela gosta dele e me pediu esse favor – Jessica, voce é ridícula! Não tinha desculpa pior?

– Entendi – sorriu – Já tem idéia de onde procurar? – neguei. Se ele não era dos grupo dos populares, não ficava em áreas muito cheias. Se não era um completo nerd, não ficava se escondendo nos fundos da escola. Ele era uma pessoa esquisita que estava no meio da cadeia escolar, e isso é o que eu mais vejo aqui.

Continuamos andando. Não tínhamos assunto a não ser Rock clássico – o que já havíamos falado durante uma aula inteira - Seth e seus problemas. Depois de muito tempo – mentira, não foram nem cinco minutos -, encontrei Seth sentado em um dos bancos no gramado principal, mexendo no celular.

Fomos até ele e me sentei ao seu lado, o fazendo largar o celular e me encarar.

– Lembra de mim? – perguntei – Me levou na sala hoje de manhã.

– Lembro, prometi te mostrar o colégio.

– É. Eu só vim avisar que não vou mais precisar, tudo bem? Ela já me mostrou bastante coisa por um dia – apontei para June – Mas obrigada, de qualquer jeito.

Me olhou estranho mas deu de ombros, e voltou a mexer no celular. Me inclinei para ver o que tanto fazia e vi que jogava um daqueles jogos em que se tem que guiar a bolinha até o fim do percurso sem deixá-la cair nos buracos.

Bati em seu braço de leve, mas foi o suficiente para que a bolinha entrasse no último buraco.

– Você é irritante.

– Já ouvi isso antes – respondi.

June se levantou e ajeitou a bolsa no ombro quando um carro parou a nossa frente e buzinou. Acenou e foi embora, me deixando sozinha com Seth, coisa que eu precisava que acontecesse. Não que eu não goste dela, mas não posso chegar pra ele e dizer “Eu sou seu cupido e você precisa se apaixonar por alguém” na frente da garota.

– Não pensa em fazer nada além de jogar? – perguntei – Tipo conversar com alguma garota ou, sei lá, sair com amigos?

– Não tenho muitos amigos e as garotas não gostam de mim. E porque você não vai sair com seus amigos ou falar com um garoto?

– Até que se prove o contrário, você é um garoto e pode acabar virando meu amigo, então, não estou fazendo nada de anormal – sorri.

– Se não quer minha ajuda pra te mostrar a escola, porque está falando comigo? Se ainda não percebeu, ninguém gosta de mim, e com você não vai ser diferente.

– Porque a gente não vê se eu gosto ou não de você mais tarde, na Starbucks?


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro :s Não tive tempo de corrigir tudo, ainda tenho que escrever pras minhas outras fics.
Então... quem leu deixa uma review, o.k.? O capítulo ficou até grandinho e escrever pro vento é chato pra porra, colaborem u.ú
Devo postar o próximo lá por quarta-feira, já está escrito, então, de novo, só depende de vocês ;)
xoxo jaay