Oracle - The Beginning escrita por


Capítulo 4
Capítulo 2 - Novas amizades : Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Ola, demorei? Bom, aqui está o capítulo 2, parte um :) Ficou grande. Queria agradecer a Grazi pela ajuda neste cap - vlw amore! ^^. E a AnaSalvatore, que me ajuda bastante, bastanteee! - eu te amo, anjo. :).
Gostei deste capítulo porque já começa algo mais divertido que é a turminha junta e tals.
Espero que gostem.
Bjos e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/261339/chapter/4

Acordei logo cedo com o despertador tocando, que eu nem me lembrava de ter programado - provavelmente minha mãe -, pulei da cama, peguei uma calça jeans, uma camisa azul escura, um cinto e uma toalha. Fui para o banheiro me despir e tomei um banho bem gelado para matar o sono completamente. Vesti-me no banheiro mesmo. Penteei o cabelo de lado – ficou ridículo - esfreguei a mãos nele, ficando um pouco bagunçado, mas estiloso. Corri pro meu quarto, calcei o tênis e catei a mochila da escola. Quando desci as escadas Bryan já estava pronto, mas estava esparramado no sofá vendo TV. Passei por ele e gritei.

— Anda seu viadinho ou vai ter de ir a pé!

— Vai à merda! – Ele rebateu levantando-se.

Fomos para escola no meu carro. Bryan mexeu em tudo por dentro, principalmente no som. Ele não conseguia acreditar que eu tinha ganhado um carro e ele não. Em quinze minutos chegamos à escola seguindo o GPS do carro. Não sei o porquê disso, já que a cidade não é grande. Mas meu pai tem seus motivos, então nem discuti.

Estacionei junto a uma caminhonete branca. Eram sete e quarenta da manhã. Minha mãe pediu para chegar cedo porque queria que eu pegasse os horários com o diretor – amigo do meu pai - e a senha do armário. Quando desci percebi que dois alunos estavam olhando. Quando passei por eles um deles elogiou meu carro. Eu assenti e agradeci.

A escola era bonita, tinha a estrutura meio antiga, mas muito bem conservada. Dentro era mais bonito ainda. Muito bem organizada, as paredes muito bem limpas, pelo menos por enquanto. Estávamos parados entre dois corredores, ambos com as paredes compostas de armários e uma escada que levava para o próximo andar. Eram dois, sem contar com o andar térreo.

— O que querem? – indagou uma linda mulher, me pegou de surpresa. – Desculpem. Vocês parecem perdidos, são novatos?

— Sim, meu nome é Jean Konery, esse é meu irmão Bryan – eu disse olhando para ela. Ela tinha os olhos claros, pele bronzeada e cabelo loiro bem longo.

— Estava esperando por vocês. Sigam-me – falou com autoridade.

— Com muito, mas muito prazer – Bryan assobiou na cara de pau. Ela sorriu sem graça e seguiu para a escada, ignorando os dois corredores.

Assim que subimos as escadas ela parou de frente com uma porta onde estava escrito na placa “Sala do Diretor Jonathan Tristan”. A sala ficava no meio de mais duas escadarias, e os corredores provavelmente eram de onde ficavam as salas de aula.

— Podem entrar – disse a mulher gentilmente.

— Obrigado – eu disse ao entrar. Ela fechou a porta.

A sala do diretor era muito bem arrumada, os móveis de maioria rústicos, as paredes combinavam com a decoração. Em cima de um armário haviam várias bugigangas dos Vikings, um time local. Uma mesa bonita e organizada ficava mais para o final da sala, onde na parede havia uma janela grande. De repente a cadeira de costa alta, que estava atrás da mesa, girou revelando o diretor. Ele tinha a pele negra, olhos escuros e cabelos da mesma cor. Usava óculos de grau e ficava no meio termo quanto a magro ou gordo.

— Bom dia meninos – ele cumprimentou a mim e Bryan sorrindo.

— Bom dia senhor – respondemos juntos.

— Nada de senhor, vocês podem me chamar de Jonathan. Eu e seu pai somos grandes amigos, crescemos juntos praticamente – ele ainda sorria, parecia um cara legal.

— Ele me disse – eu falei e dei um sorriso torto.

— Sempre que precisarem de mim podem vir direto a minha sala. Enfim os filhos de John estão de volta.

— E dessa vez para ficar – completou Bryan.

— Ótimo. Bom, não quero atrapalhar vocês – ele direcionou sua mão numa gaveta em baixo da mesa e remexia alguma coisa. – Aqui está. – Então ele tirou duas folhas de papel e esticou uma em cada mão. Cada um pegou uma.

Pregado à folha por um clipe tinha outra menor, pude ver que era um pequeno mapa da escola.

— Nesta folha tem os horários das aulas e as salas. Neste pequeno anexo um pequeno mapa da escola, vai ajudar vocês nos primeiros dias até acostumar. Nos armários estão todos os livros de vocês – disse o diretor.

Trocamos um aperto de mão e eu saí seguido por Bryan. Descemos para o primeiro andar. Muitos alunos fuçavam seus armários tirando livros, algumas meninas se maquiavam nos espelhos na porta de seus armários, muitos já estavam subindo para as salas. Fui desviando dos alunos a minha frente até chegar ao armário de número 143. Coloquei a senha 009, que estava na folha, e puxei a porta. O armário abriu, tinha uns cinquenta centímetros de largura por um metro de altura. Era divido em três partições, a do meio de quarenta cm de altura e outras duas de trinta cm. Peguei três livros das minhas próximas aulas e subi. Não consegui mais localizar Bryan no meio de tantos alunos.

Subi rapidamente junto com o fluxo de alunos e tirei o mapa do bolso, passei o olho e localizei a sala de biologia. Assim que subi as escadas virei para esquerda, passei por duas salas e entrei na sala três. Alguns alunos entraram junto comigo, enquanto já haviam muitos sentados e o professor já estava em sua mesa. A sala era agradável, tinha duas janelas imensas que davam vista para frente da escola, as carteiras bem organizadas. Era uma mesa para cada dois alunos, havia três fileiras, cinco mesas em cada. Sentei na última mesa da fileira do meio, na cadeira da direita, deixando a da esquerda vazia. Tirei meu livro de biologia, meu caderno e guardei a mochila em baixo da mesa.

Mais a frente, na fileira da esquerda, estava Bryan sentado na mesma mesa de uma menina, uma bela menina de pele morena clara, olhos escuros, cabelos cacheados batendo um pouco abaixo do ombro. Bryan sempre teve facilidade de fazer amizades ao contrário de mim, que era mais quieto, tímido. Virei o olhar e vi Hector na primeira mesa da fileira da direita, estava com Jessica – minha prima -, a gente sempre conversava pela internet. Jessie era legal, mas chatinha às vezes, admito. Ela era branca, longa cabeleira preta, liso na raiz e ondulado do meio até as pontas, parecia uma modelo. Ela estava entre os mais populares da escola, pelo menos era o que me contavam.

O professor se levantou e ficou de frente para classe. Ele era gordinho, usava óculos de grau, tinha pele clara e desbotada, cabelo preto e alguns invasores de fios brancos.

— Bom dia – ele desejou.

— Bom dia – alguns responderam, entre eles ouvi a voz de Bryan que disse “não tão bom”. Eu ri baixo. Esse meu irmão nunca muda, mas eu já estava acostumado com isso.

O professor passou um exercício do livro sobre habitat, eram 20 questões. A turma resmungou no começo, mas depois silenciou. Lancei minha concentração para audição. Pude ouvir o barulho de todos os lápis ou caneta ao arranhar o papel, a respiração dos alunos mais próximos, algum aluno batia o pé no chão com freqüência, como se estivesse ouvindo uma musica e tentasse pegar a batida. Imaginei como seria legal eu desenvolver o dom da audição, igual Hector, ouvir uma coisa a distâncias de mim.

Em vinte minutos eu terminei o dever. Seria o primeiro se não fosse um garoto magro, de cabelo preto feito o meu só que mais curto, pele clara, aparentando mesma estatura que a minha. Ele terminou primeiro, uns três minutos antes. Tirei o celular do bolso para ver as horas, eram oito e vinte e cinco. A aula acabaria oito e cinquenta e cinco e a próxima teria início ás nove e cinco. Este intervalo entre aulas era para os alunos pegarem o material da próxima aula nos armários, ou beber uma água, usar o banheiro e também para o aluno chegar até a sala do próximo professor.

A hora não passava, o professor estava sentado arrumando a pauta. Apesar do dever ter sido muito fácil, muitos alunos ainda faziam. Na verdade só eu, o garoto de cabelo preto, e a menina que se sentava com Bryan haviam terminado. Ainda eram oito e meia. Estiquei-me na cadeira esperando o tempo passar. Alguém bateu na porta, uma, duas, três, quatro vezes e esperava pela quinta batida, mas antes o professor pediu calma.

Se fosse um aluno estava bem atrasado. O professor abriu a porta, eu me concertei na cadeira para ver melhor e a garota entrou. Sim, uma aluna, ou um anjo, não sabia distinguir a diferença naquele momento. A menina era linda, pele clara, bem clara mesmo, magra, medindo uns 1,65 m de altura aparentemente, cabelo loiro caramelo longo batendo na metade das costas, olhos castanhos. Simplesmente linda, uma obra divina.

A menina fez uma careta quando o professor chegou bem perto dela. Os dois conversaram por sussurro, essa eu queria ouvir. Me concentrei nos dois.

— Anna, é a segunda vez que você chega muito atrasada em minha aula, não só na minha. Os professores me contaram que você sempre atrasa na primeira aula. Como consegue entrar sem ser pega por ninguém? Você sabe que deveria tomar advertência sempre que chega atrasada, certo? – sussurrou o professor.

— Primeiro, desculpa professor é que minha mãe esqueceu de me acordar – Anna suspirou – Segundo, eu dou meu jeitinho de passar despercebida. – ela sorriu. – Mas se quiser eu vou para a sala do diretor agora mesmo.

— Agora são oito e trinta e cinco – ainda por sussurro disse o professor após olhar no relógio. – Você tem vinte minutos para me mostrar o dever do capítulo um, página quatorze, exercício do um ao vinte. Eu expliquei a matéria semana passada, caso tenha duvida só reler o capítulo. 

— Tudo isso? Não vai dar tempo... – Anna reagiu, mas foi interrompida.

— Só responder, não precisa copiar. Anda logo, já está perdendo tempo – daí o professor voltou a sua cadeira.

A menina lançou um olhar de raiva para a outra menina que estava com Bryan. Essa por vez sorriu. Havia apenas duas cadeiras vazias, uma do lado do garoto que terminou o dever primeiro e a do meu lado esquerdo. Não havia muita chance dela sentar do lado de um novato. Enquanto eu viajava em possibilidades de um novato, Anna já estava de pé do lado da cadeira da esquerda.

— Posso me sentar aqui? – ela perguntou.

A voz dela era calma e melódica, soava como música.

— Claro, fica a vontade – foi o que consegui responder, enquanto voltava pra realidade.

Ela se sentou tirando o fichário e livro da bolsa e jogou-a embaixo da mesa, abrindo o livro rapidamente e deixando o fichário aberto em cima da mesa. Pude ver que lia a primeira pergunta, depois voltou algumas páginas no livro caçando a resposta.

Se ela fosse fazer isso com todas as questões não ia conseguir fazer nem cinco, restavam vinte minutos apenas. Assim que achou a questão um, passou para folha de fichário destacada em cima de uma página do livro, enquanto não desgrudava o olho da outra, a que continha à resposta. Apesar da pressa a letra dela era bonita e certinha.

— Me empresta uma folha de fichário, por favor? – eu pedi. Queria ajudar ela, sentia essa vontade incontrolável de ajudá-la.

Ela olhou pra mim, por um segundo meu mundo parou, o olhos castanhos chocolate dela eram incrivelmente lindos.  Tudo bem que a maioria da população mundial tem olhos castanho- escuros, mas o dela era especial. O chocolate nos olhos dela era encantador.

Ela tirou os olhos do livro, caçava a terceira questão já, e destacou outra folha do fichário e me entregou. Nem sequer perguntou pra que eu queria.

— Responde até a questão dez, da onze a vinte eu faço pra você. – expliquei.

— Como? – ela se chocou, eu esperava por isso. Um desconhecido querer ajudar alguém não era muito normal.

— Pode confiar em mim. Você tem pouco tempo e ainda está na três. Tome meu caderno, copie a respostas até a questão dez e o resto deixa comigo, não tenho mais nada para fazer mesmo.

— Já que faz questão – ela sorriu. Um sorriso angelical e estonteante, eu retribui.

Juntamos mais nossas cadeiras, deixamos o caderno entre as duas, reduzindo a zero a chance de o professor pegar a gente. Copiei rápida a minha parte, ela também terminou logo. Em menos de quinze minutos detonamos com as 20 questões. Copiei o máximo de parecido com a letra dela para o professor não desconfiar, e até que ficou meio parecida.

O sinal bateu. O professor ainda estava de olho na pauta, os alunos iam saindo para a próxima aula. Anna pegou as duas folhas e levou para ele olhar. Dessa vez eu não dei atenção ao que conversaram, espero que ele tenha aceitado. Guardei meu material na mochila sem pressa. Anna voltou para recolher seu material.

— E aí, ele aceitou? – perguntei, torcendo para ouvir um sim.

— Sim. Claro que sim – ela disse sorrindo, aquele sorriso perfeito.

Eu sorri e pisquei.

— Nem sei como te agradecer, é... Hum... Ainda não sei seu nome – eu ainda não tinha me apresentado, que mal educado. A princípio eu também não saberia seu nome, se não fosse por xeretar na conversar dela com o professor por sussurro. Melhor eu fingir que não sabia.

— Jean Konery, prazer – lancei a mão a frente para cumprimentá-la.

— Anna MacUillis, o prazer é meu – ela apertou minha mãe sutilmente, a mão dela era extremamente macia e lisa. – te devo uma, novato – ela sorriu. Eu nunca iria me acostumar com a paz que aquele sorriso causava em minha mente. Definitivamente, não.

Não pensei que o primeiro dia poderia ser tão bom, mesmo estando apenas no começo. Perto da Anna eu me sentia feliz, era estranho. Estranho pelo fato de eu acabar de conhecê-la.

— Não precisa me agradecer, não tinha mais nada para fazer na aula, foi um prazer te ajudar – eu disse enquanto pendurava uma das alças da mochila no ombro.

— Mesmo assim. Se precisar de qualquer coisa, é só me falar – disse ela com o lindo sorriso no rosto.

— Acho melhor irmos para a próxima aula, se não vamos chegar atrasados – já passara cinco minutos desde que bateu o sinal, só tínhamos mais cinco.

—É claro. Não quero me atrasar em mais uma aula.

Andamos em direção à porta. Uma menina a estava esperando, a que estava na mesma mesa de Bryan.

— Finalmente! Achei que ia morar nessa sala – disse a menina impaciente.

— Cala a boca, Claire. – Ela disse a garota, logo depois se virou para mim. – Jean, essa é a Claire Miller. Claire, esse é o Jean, acabou de entrar na escola.

Troquei um sutil aperto de mão com a garota. Então era essa garota que Bryan já estava xavecando.

— Eu sei – ela disse a Anna. – O irmão dele que estava sentando comigo, Bryan...

— Konery – completei. – Ele mesmo.

— Não se parecem muito – Anna perguntou-me.

— Não, eu sou um ano mais velho – respondi. – Bom meninas, vou procurar Bryan.

— Tudo bem – Anna disse. – Vê se não atrasa igual a mim. – Ela riu.

— Pode deixar, vou tentar chegar no horário. Até mais, foi um prazer Claire.

— O prazer foi meu – Claire sorriu, retribui.

Passei as outras três aulas sozinho, Anna estava com Claire. Bryan agora sentava com o nerd, o que acabou o dever de biologia primeiro. Tivemos aula de inglês, depois química e por último, geometria.

Meio dia, finalmente recreio. Todos estavam saindo da sala, então, esperei que todos saíssem. Bryan estava de pé esperando um garoto arrumar as coisas, parece que já viraram amigos. Anna e Claire saíram, e antes de passar pela porta Anna deu uma olhada para trás. Nossos olhos se cruzaram, ela então virou pra frente rapidamente e saiu da sala.

Quando eu estava prestes e sair Bryan me chamou.

— Espera aí Jean! – ele berrou.

Parei na porta. Ele e o garoto se aproximaram de mim.

— Ai Jean, esse aqui é Lorran – ele disse.

— Olá – disse o garoto timidamente. – Lorran Scalzer.

Então o nerd era o Lorran, um dos caçadores de Phenite. O garoto que pode sentir as coisas através do solo.

— Prazer Lorran – estiquei a mão. – Jean Konery.

Ele apertou e assentiu.

— Vamos indo, estou com fome – eu disse.

— Eu também – Bryan disse, mas ele não conta porque ele sempre tem fome.

— Vamos então, a fila da cantina deve estar gigante já – disse Lorran.

Saímos da sala, um do lado do outro. Descemos uma escadaria, depois outra. A quarta aula tinha sido no terceiro andar. Assim que terminamos de descer a escada do primeiro andar fomos pros armários, trancamos as mochilas lá dentro e fomos para a cantina.

Assim que chegamos, me surpreendi. A cantina era enorme, parecia uma praça de alimentação de um shopping, porém tinha uma parte que era descoberto, uma parte que tinha uns bancos ao ar livre. Pude notar que tinha uma parte onde os alunos poderiam se servir. Tinha comida de verdade, e não besteiras. Tinha saladas, macarrão, diversos tipos de carne e peixes. Tudo digno de um almoço.

— Aquela parte ali é pago mensalmente – disse Lorran.

— Como assim? – perguntei.

— Os alunos pagam por mês e podem comer o que quiserem – explicou ele. – Aquela outra é lanchonete mesmo sabe, hambúrguer, pizza, fritas, essas coisas. – Disse apontando para uma lanchonete do outro lado do refeitório, onde já tinha uma imensa fila.

— Certo.

— E se você não quiser gastar nada, tem a merenda que a escola oferece, grátis. – Ele sorriu. – A comida até que é boa, eu como às vezes. Ou você pode também sair e ir almoçar em casa, depois voltar, este é o meu caso na maioria das vezes.

— Várias opções não são? – eu sorri.

— Pois é – ele riu.

— Cadê Bryan? – perguntei.

— Na fila da cantina, vai passar um bom tempo lá.

— Acho que vou pegar a merenda da escola – pelo menos a fila estava bem pequena, ao contrario da cantina de salgados, que Bryan foi.

— Vamos, também vou pegar.

Andamos para a fila, tinha umas vinte pessoas. O serviço foi rápido, em pouco menos de cinco minutos já nos serviram. Era salada e carne de frango e arroz, na sobremesa gelatina.

Depois de pegar o almoço me estiquei na ponta dos pés para achar um lugar bom para sentar. Achei. Anna, Claire e outra menina ocupavam uma mesa redonda, e ainda havia outros cinco lugares livres.

— Lorran, achei um lugar, se quiser sentar lá... – Eu disse, ele olhou pra mim e assentiu. – Vamos, é logo ali – e saí, desviando de alguns alunos com suas bandejas.

Não demorou e chegamos à mesa. Anna estava do lado de Claire, e do outro lado de Claire estava uma garota que eu não conhecia. Ela tinha pele clara, olhos castanhos, cabelo meio preto e castanho preso num rabo de cavalo, era magra e muito bonitinha.

— Licença, meninas. Podemos nos sentar com vocês? – eu pedi meio sem jeito.

Lorran se posicionou do meu lado, segurando sua bandeja.

— Não tem outra mesa para vocês não? – Claire falou com arrogância.

Ui, essa doeu.

— Desculpa – meu rosto esquentou enquanto falava. – Vou ver se acho outra mesa, desculpa mesmo.

Virei-me de costas para elas, procurei o melhor lugar para enterrar minha cara, mas não havia nenhum.

— Sua idiota, isso é jeito de tratar o novato? – era a voz da Anna.

— Sua nojenta, nunca aprende boas maneiras, não é? – Essa voz era nova para mim, provavelmente é outra menina que estava com elas.

— Calem a boca as duas – protestou Claire. – Era só brincadeira. Ei, meninos.

Nos viramos para elas, nem lembrava mais que Lorran estava do lado, não depois da vergonha que passei.

— Era brincadeira, bobos – ela riu. – Sentem-se. São muito bem vindos aqui.

— Agora ela já está dando cantada neles – disse a desconhecida – Aliás, prazer, sou Evelyn. Sou do primeiro ano.

— Jean. – sorri.

— Lorran Scalzer, segundo ano, junto com o Jean – Apresentou-se falando baixo, mas audível.

— Olha, não liguem para o que Claire disse não, ok? Ela é louquinha – Evelyn disse.

— É mesmo, não liguem para ela. Ela caiu do berço quando era pequena e bateu a cabeça com muita força. – Disse Anna.

Todos riram menos Claire.

— Epa! Agora as branquelas azedas resolveram armar um motim contra mim, é? Idiotas! – Claire se manifestou, depois riu. Todos acompanharam.

Lorran ria mais reservado, ele parecia meio desconfortável, não estava muito a vontade ali, a princípio.

— Cadê seu irmão, Jean? – disse Claire.

— Na fila para comprar porcaria – falando em comida, eu estava até esquecendo-me de comer.

— Hum... Certo. Vem cá, você é parente da Jessica Scarlet? – Claire era a que tinha mais desenvoltura das três para conversar. Com ela não precisa esforço, os assuntos surgiam com tanta facilidade. Mastiguei a porção de salada com frango que estava na boca, engoli e respondi.

— Ela é minha prima, parte de mãe. Não somos muitos chegados, não por minha parte. Ela é que sempre me liga ou puxa assunto por e-mail.

— Entendi – disse Claire, pondo os cotovelos na mesa e apoiando o rosto nas mãos. – Ela é uma vadia, sabia?

— Não.  Você não se dá bem com ela? – que pergunta a minha, claro que não.

— Só não gosto do jeito dela, se acha a top da escola, a mais popular.

— Sei como é.

Assim que terminei de falar meu celular tremeu no bolso.

— Um momento – disse as meninas. 

Tirei o celular do bolso, coloquei na altura dos olhos. Um torpedo, da Jessie.

— Quem é? – indagou Claire.

— Meu Deus, Claire. Pare com isso, é coisa particular – disse Anna.

— Eu disse que ela nunca aprende – insistiu Evelyn, agora ela estava com uma rosquinha na mão, deu uma bocada e ficou olhando para Claire.

— Continue comendo assim e vai virar uma baleia, sua branquela – disse Claire a Evelyn.

— Eu engordar? Jamais queridinha, eu sou diva – rebateu Evelyn com cara de esnobe.

— Esperem, esperem – interrompi – Querem que eu leia em voz alta?

— Não precisa Jean, a Claire que é intrometida demais – disse Anna com sua linda voz dos anjos.

— É que tem a ver com vocês, e Jessie – eu ri.

— O que ela disse? – perguntou Claire.

— Agora eu quero saber – Anna fechou a cara e chegou mais perto.

— Eu também – Evelyn pediu.

— Vamos lá. “Querido primo, gostaria que você se sentasse na minha mesa, com meus amigos. Aqui você encontrará pessoas mais interessantes, deixe esses trapinhos de lado, elas não valem um terço de sua atenção. Elas são patéticas, to esperando aqui, tenho umas amigas que quero lhe apresentar. Beijo” – depois de ler guardei o celular no bolso e olhei para as três meninas.

— Essa doeu – disse Anna ironicamente. – Pode ir lá se quiser Jean.

— Quer que eu vá, Anna? – disse olhando para ela.

— Não, não disse isso – e olhou para baixo, parecia um pouco envergonhada.

— Estou bem aqui, eu gosto de vocês, são bem divertidas e acolhedoras – todos riram.

— Posso responder a mensagem? – perguntou Claire esticando a mão.

— Pode, claro – tirei o celular do bolso e entreguei a ela. 

Claire pegou e começou a digitar. Todos ficaram em silêncio.

— Relaxa, ela vai falar que foi da gente. Não vai se queimar com sua prima – disse Anna. Como se eu ligasse.

— Não ligo pra isso – disse a ela.

— Pronto, mandei – Claire me devolveu o celular com um sorriso maldoso no rosto. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixa uma Review, não mata e ajuda o leitor =)
Parte 2 sai quando chegar a 20 review... brincadeira rsrs.
Parte do do cap sai quando der... talvez domingo.. ou segunda o maximo quarta...=)
Se tiverem ideias e perguntas podem mandar review...Respondo tudo. =)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oracle - The Beginning" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.