Oracle - The Beginning escrita por


Capítulo 5
Capítulo 2 - Novas amizades : Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Segunda parte postada, espero que gostem. =)
Edição de GP (Grazinha Pereira *-*)
Finda o primeiro dia de aula deles. Tem uma pequena cena Anaje (Anna e Jean) rs. Tem ciumes, e etc. Enfim, boa leitura.



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Estava tão distraído que nem tinha reparado que já tinha acabado de comer. Lorran também já tinha terminado. Às vezes nem parecia que ele estava ali, o achei muito caladão.

Ficamos o resto do recreio conversando. Lorran abriu um pouco mais a boca. Reparei que ele olhava mais para Anna do que para as outras meninas. Claire me deu umas dicas das garotas realmente legais. Na visão dela “as populares” eram algo que eu deveria evitar. E eu também não tinha a mínima vontade de ser popular.

Assim que bateu o sinal do fim do recreio as meninas foram para o banheiro. Eu e Lorran fomos devolver as bandejas da comida e depois fomos caminhando para as escadarias. Antes de subir pegamos nossas mochilas com os livros das próximas aulas.

— Então, reparei que olhava muito para Anna, você gosta dela não é? – perguntei.

— Não sei, ela me atrai de alguma maneira. Desde que ela entrou na escola no começo do último semestre eu me senti assim – respondeu-me.

Começamos a subir rumo a segundo andar, onde iríamos assistir à aula de literatura.

— Por que não chega e conversa com ela? – sugeri, mas na verdade não me senti muito bem ao falar isso.

— Eu tenho vergonha, mas aos poucos eu tomo coragem.

Porque eu fui dar idéia? Jogar Lorran para cima de Anna, que droga. De alguma maneira ela também me atraía e eu sentia que deveria ficar perto dela. Será que Lorran sentia o mesmo?

Finalmente chegamos à sala de aula. A maioria dos alunos estavam de pé em pequenos grupos conversando. Claire dividia mesa com Bryan de novo. E Anna estava no final da fila do meio, como eu estava nas outras aulas e a cadeira do seu lado estava fazia. Andei até lá e parei do lado da mesa.

— Posso me sentar aqui? – perguntei esperançoso.

— Me deixa pensar... Brincadeira. Claro que pode – ela disse sorrindo.

Eu sorri e sentei.

— Então, a mensagem que Claire mandou surtiu efeito sabia? – ela disse olhando para Jessica, que agora estava sentada ao lado de outra garota. Hector sentou-se ao lado de Lorran.

— O que aconteceu? – perguntei.

— Jessica chegou para a gente querendo satisfação. Disse que estávamos fazendo sua cabeça, que você poderia ser popular se parasse de andar conosco e que nós não tínhamos que nos meter em sua vida.

— Ela não pode falar assim com vocês. Eu ando com quem eu quiser. E não quero essa droga de popularidade.

— Opa, faltou uma parte – ela abriu um leve sorriso.

— Fala.

— Ela me chamou de piranha, não aguentei e dei uma tapa na cara dela.

Olhei para Jessie novamente, dessa vez com mais atenção.

Realmente a bochecha dela estava vermelha.

— Belo tapa – eu disse.

— Deu pro gasto. Ela disse que ia me pegar depois. Só não avançou em mim porque Hector a segurou.

— Ela e o Hector namoram? – perguntou-me

— Não que eu saiba, nunca vi eles se beijando nem aqui nem no estacionamento.

— Entendo – eu disse olhando-a nos olhos.

— Parece que ela o quer, e ele a quer, mas ele não a quer do mesmo jeito que ela. Entendeu?

Fiz uma careta.

— Mais ou menos – eu disse rindo.

— É complicado – ela sorriu junto.

O professor entrou na sala, era um cara baixo, de cabelos brancos e aparentava ter uns cinquenta anos.

— Olá, alunos. Para quem não me conhece sou Mark Flanberg, professor de literatura.

Ele caminhou até sua mesa, se sentou, colocou uma maletinha preta sobre a mesa e tirou alguns papéis e pautas.

— Esse professor é legal? – Perguntei a Anna.

— Existe algum professor que seja legal? – ela perguntou rindo. – Brincadeira, ele não é tão chato. O de biologia é pior.

— Percebi – eu disse, ela riu.

— Silêncio para chamada pessoal – pediu o Sr. Flanberg.

Depois da chamada o professor pediu para criar um poema em dupla.

— Nós dois ou você quer fazer com Claire? – perguntei.

Por dentro torcia para me escolher, queria conversar mais com ela.

— Vou fazer com você.

Oba!

O poema era de tema livre. Cada um fazia um pouco. Enquanto fazíamos também conversávamos. Anna me falou dos professores, da escola, dos alunos e por fim um pouco da cidade.

— Você é nova por aqui, certo? – perguntei, afinal Lorran disse que ela tinha entrado no começo do ultimo trimestre, do ano letivo anterior.

— Sim, só estou há alguns meses aqui – o tom de voz dela parecia diferente, mais abatido, por conta da pergunta. Ainda assim eu queria ir fundo no assunto.

— Veio de onde?

— Eu vim de Washington, mas também fiquei pouco tempo por lá – ela olhava para baixo.

— Não fica muito tempo em um lugar, não é?

— É isso ai – ela estava evitando olhar para mim.

— Seu pai muda muito de emprego? – supus.

— Não, meu pai morreu quando eu era pequena.

— Desculpa Anna – eu e minha maldita curiosidade.

— Tudo bem, você não sabia – a voz dela estava mais abatida ainda.

— Ei – botei a mão no queixo e direcionei seu rosto para mim. – Está tudo bem, sinto muito com relação a seu pai. Você é forte, eu sei que é. Vamos mudar de assunto, está bem?

— Certo – ela disse tentando sorrir.

O rosto dela estava quente e um pouco vermelho.

— Sr. Konery, não é hora de namorar – disse o professor me pegando totalmente de surpresa. – Já terminaram o dever?

A sala explodiu em risinhos, Lorran me lançou um olhar de censura lá da frente, Claire piscou para mim e Jessie me lançou um olhar de raiva. Na verdade acho que a raiva era da Anna e não de mim.

Recolhi a mão do rosto dela. Ela sorriu. Senti meu rosto esquentar rapidamente.

— Quase terminando professor – eu disse em voz alta.

— Certo Sr. Konery, então termine.

No resto da aula tive que conversar mais baixo com ela, só falamos sobre o poema. Tentei evitar voltar ao assunto que a magoou. Ela já tinha esquecido a conversa anterior, estava até rindo já. Falar do pai era uma coisa difícil para ela e eu entendia.

No final da aula entregamos o poema, ficou ótimo a meu ver. Fazer dever com ela era divertido e a aula passava muito mais depressa.

Assim que tocou o sinal eu e Anna saímos juntos da sala, fomos uns dos primeiros. Próxima aula era artes, uma matéria que eu gostava.

— Terceiro andar, só me seguir – disse Anna.

Como tinha dito, subimos até o terceiro andar e fomos até a sala de artes. Quando chegamos não tinha nenhum aluno ainda e a professora esperava os alunos na porta. Nos aproximamos.

— Boa tarde, Srta. Morgan – cumprimentou-a Anna.

— Boa tarde Srta. MacUillis, tudo bem? – perguntou a professora.

— Muito bem – disse Anna.

A professora de artes era uma mulher nova e aparentava uns vinte e quatro anos, no máximo. Era branca como neve e tinha olhos verdes, o cabelo cor de castanho claro, não era muito alta e era magrinha.

— Este é o Jean, novo aluno – Anna me apresentou.

— Boa tarde – eu disse a professora.

— Boa tarde Jean. Está gostando da escola? – em termo de simpatia essa professora era nota dez, e ainda ensinava uma matéria que eu gostava.

— Sim, adorei. É uma excelente escola – disse a ela.

Ela assentiu e sorriu.

— Podem entrar e escolham um quadro para a dupla.

Eu e Anna entramos juntos na sala, a sala de artes tinha o dobro do tamanho das outras.

A parede do fundo era totalmente tampada por um armário colado a ela. Não havia mesa, apenas cadeiras, e essas estavam todas juntas no canto da sala formando um monte. Havia vários tripés segurando telas para a pintura.

— Pode ser esse o nosso? – disse Anna me pegando distraído.

— A sim, pode ser – respondi, ela havia escolhido uma tela para nós.

Deixamos as mochilas num canto do armário e recolhemos tintas e pincéis. Conforme o resto da turma ia chegando, faziam o mesmo.

— Então, alunos – disse a professora no centro da sala em voz alta. – Eu sei que todos estão cansados afinal já é a sexta aula de hoje, mas dá para aguentar mais duas aulinhas não é mesmo? – ela sorriu. – Para hoje eu quero que um da dupla fique de estátua viva para o colega desenhar, e na próxima aula vai ser o contrário.

A turma explodiu em murmuro, certamente as duplas estavam discutindo quem seria a estátua primeiro.

— As damas escolhem – eu disse a Anna.

— Hum... Ok cavalheiro – disse ela, sorrindo. – Eu vou pousar primeiro.

— Tudo bem, eu desenho – deu um sorriso torto. – Adianto que não sou muito bom com desenho.

— Eu sou péssima, vou logo adiantando. Não espere uma obra de arte de mim – continuou com o sorriso lindo no rosto. – Mas você tem cara de que desenha bem.

— Mais ou menos, eu gosto de desenhar com lápis sabe?

— Sei, sei.

— Não sou muito fã de pincéis e tintas – completei.

— Podem começar – disse a professora, em alto e bom tom.

Anna rapidamente pousou de modelo com o olhar direcionado para mim. Só aquele olhar já fazia meu coração acelerar, era encantador e mágico ao mesmo tempo. Ela colocou uma das mãos na cintura e ficou imóvel, com os lábios justos curvado num sorriso.

Peguei o pincel e olhei para a tela, olhei para a tinta e esperei, pensando. Olhei em volta e vi que todos já haviam começado. Hector desenhando Jess, Lorran desenhando a professora, já que não havia dupla para ele e Bryan sendo desenhado por Claire. A pose dele era engraçada, ele estava com as pernas abertas com as mãos fechadas junto ao peito parecendo um gorila enfurecido. Olhei para algumas telas e só se via borrões surgindo. A maioria sorria baixinho, principalmente quem estava desenhando. A aula era divertida e agradável.

— Não vai começar, Picasso? – disse Anna dando uma pequena gargalhada.

— Espera – disse a ela, que fez uma careta. 

Andei na direção do armário, abri e peguei minha mochila. Dentro peguei meu lápis de desenho e minha borracha.

— Quarenta e cinco minutos, galera! – Disse a professora, congelada lá na frente.

Voltei depressa pro meu quadro e comecei a esboçar a estrutura do corpo perfeito dela. 

Ela era uma boa modelo, ela praticamente não se mexia e isso facilitava meu trabalho. Depois de desenhar seu corpo parti para o rosto. Primeiro fiz a estrutura, depois os detalhes. Os olhos eu demorei um pouco mais. Era difícil captar a expressão no olhar dela, era simplesmente indecifrável. Mais uma porção de tempo se passou.

— Terminei – disse Claire.

— Pode pôr o avental no sexto e se limpar, Claire – respondeu a professora.

Esqueci de mencionar que todos pegaram um avental antes de começar. Os meninos azul, e as meninas rosa. O de Claire estava bem sujinho, várias cores misturadas. Como não usei tintas, não me sujei. Claire saiu para uma salinha do lado enquanto Bryan ficou olhando seu próprio desenho, se vangloriando.

— Nunca achei que ia achar um homem bonito, mas esse cara que Claire desenhou é um gato – ele disse e a maioria das meninas deram risinhos. Os meninos balançaram a cabeça negativamente, mas riram.

— Quem disse que você é um homem? – disse Hector em voz alta.

Provavelmente Bryan já fizera amizade com Hector também. Eles devem ter conversado na hora do recreio, porque depois que Bryan foi pra fila da lanchonete ele não voltou mais, e eu também não o procurei mais. Fiquei o tempo todo com Lorran e as meninas que até tinha esquecido que ele existia. Amor de irmão, sabe como é.

— As meninas que eu já peguei ficaram loucas. Nunca me esqueceram – Bryan rebateu dando uma gargalhada. 

— Silêncio meninos – pediu a professora. – Tem gente terminando ainda, respeitem seus colegas. 

— Foi mal professora – Hector foi logo se desculpando.

Conforme terminavam, os alunos iam pra salinha se limpar e depois ficavam num canto da sala conversando.

— Cinco minutos pessoal – disse a professora.

Finalmente dei os últimos rabiscos para finalizar o desenho. Ficou muito parecido, até me impressionei. Eu nunca tinha desenhado tão perfeito.

— Terminou? – disse Anna, parecia curiosa e não impaciente, como eu esperava.

— Sim, senhorita – informei-a.

— Posso ver? – perguntou-me estampando seu sorriso angelical.

Era impossível eu dizer não com esse sorriso encantador em seu rosto.

— Pode – respondi. – Enquanto isso eu vou guardar o avental, ok?

— Ok...

Saí junto com alguns alunos para a salinha ao lado. Era uma sala pequena, haviam cinco pias em uma das paredes, um cesto grande em outra e um armário bem grande no fundo. Tirei o avental e joguei no cesto apesar de estar limpo. Mas era procedimento padrão. Lavei as mãos com água e sabão e voltei para a sala.

— Ficou lindo, muito perfeito – disse Anna sorridente quando cheguei à sala.

Quase todos os alunos estavam com as mochilas nas costas, esperando o sinal para próxima e última aula. Os últimos estavam voltando da salinha do lado.

— Acha mesmo?

— Mas é claro, ficou muito perfeito. Amei!

— Que bom que gostou.

— A professora vai entregar semana que vem, aí vai poder ficar comigo. E quando eu te desenhar vai poder ficar com você o seu. – disse Anna.

O sinal bateu e fomos para a última aula do dia, educação física. Eu e ela ficamos conversando a aula toda, sentados na pequena arquibancada. Ela me falou um pouco de sua rotina, sua mãe, de seu modo de vida. Eu lhe contei um pouco sobre a minha vida, minha rotina, e como eu vivia na Califórnia. Assunto foi o que não faltou durante a aula.

Na saída nos juntamos com Claire e Evelyn e fomos conversando até o estacionamento. Paramos diante de um ônibus escolar. Despedi-me de Claire e Evelyn, que subiram para o ônibus.

— Vai de ônibus? – perguntei.

— Sim, vou com as meninas – ela explicou. Que pena, ia lhe oferecer uma carona.

— Perdeu ele de manhã? – perguntei por que vi que ela chegou bem atrasada.

— Ele não passa muito perto de casa pela manhã e também passa bem cedo. E eu prefiro vir a pé, ajuda a matar o sono e ainda é um bom exercício.

— Entendi.

— Então é isso, amanhã a gente conversa mais – disse Anna.

— É, amanha conversamos mais. Se cuida. – Eu disse a ela.

— Você também. Ah e obrigada por hoje, foi muito legal comigo – o ônibus ligou.

— Você também foi legal – disse sorrindo.

— Amei o desenho - ela me deu um beijo no rosto e subiu as escadas do ônibus depressa. Foi para o fundo do ônibus.

Uau! Minha bochecha ficou quente.

Andei de volta pro meu carro, entrei, dei a partida e arranquei. O ônibus estava saindo, e outro havia estacionado em seu lugar esperando mais alunos. Assim que saí do estacionamento acelerei e passei ao lado do ônibus. Olhei para o lado e vi Bryan no fundo, com a cabeça pra fora da janela. Tinha me esquecido dele, mas ele já estava no ônibus. Acho que estou livre dele finalmente.

— Jean, seu viadinho! – gritaram do ônibus. Bryan, quem mais poderia ser? – Motorista fecha ele! – gritou de novo, dessa vez com cabeça dentro do ônibus.

Balancei a cabeça negativamente e acelerei mais. Vi Anna na janela, mas ela não me viu porque estava conversando com alguém, Claire provavelmente. Mais a frente estava Evelyn. Ela me viu e sorriu, sorri de volta e acelerei mais ainda passando do ônibus. Não demorou muito a chegar à casa de minha mãe. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Deixem review e me ajudem a melhorar.
Um abraço especial para GP =) e um Bjo para AC ( minha Aninha *-*)
Até o próximo, vejamos... sábado. Capitulo 3 protinho, já vai para betagem =).
Hum, até sabado. Bjos



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