Alguns dias se passaram      

TRIM TRIM ( meu celular tocou)

- Oi Zaza, tudo bem?- atendi ao telefone

Conversamos por volta de duas horas, ele havia convidado eu e minha mãe pra jantar com eles hoje de noite e nós iríamos é claro. Antes passei com mamãe no centro, ela não queria chegar lá de mãos abanando, então entrou num supermercado e eu fui andando até parar em frente à loja de discos.

- Precisa de alguma coisa mocinha? A loja já está fechando- aquele rapaz que me atendera um tempo atrás, estava diferente. Havia emagrecido, não vestia o uniforme da loja, e havia mais tatuagens por seu corpo.

- Não só estou esperando minha mãe- disse

- Ah sim, desculpe, mas por que tem medo de mim?- ele perguntou

- E-eu não tenho medo não Dylan- gaguejei um pouco.

- Tem certeza?- aproximou-se

- Tenho sim, você é de onde?- resolvi investiga-lo

- Daqui mesmo, nasci e fui criado aqui.

- Ah e tem filhos?

- Não, todos morreram- percebi seu tom de voz mudar.

- Como?

- Foram assassinados. Eu tinha um casal de filhos, a menina tinha 16 anos e o menino 32, ela morreu primeiro a machadadas, ela se envolvia com drogas, sempre pedi que saísse dessa vida, mas nunca me deu ouvidos  uma amiga dela a achou ensanguentada em cima do sofá. Já o meu mais velho nunca havia me dado problemas. Sempre foi educado, simpático, até o dia que acabou se envolvendo com uma mulher casada- não conseguiu terminar e começou a chorar.

- Senhor Dylan, eu sei que deve ser muito difícil, mas seu filho morava em Londres mesmo?

- Não- disse se acalmando- ele morava em Nova York, era professor numa escola da cidade. Era muito querido por todos, a amante era mulher de um amigo meu de adolescência. Ele havia sido convidado pra ir a uma festa de uma aluna e nessa noite ele morreu, após o marido descobrir sobre a traição.

Entrei em choque quando ele me contou, o meu professor assassinado por meu pai, era filho desse rapaz que achei ser um monstro.

- Sei que pode parecer esquisito, mas eu sou a filha do monstro que matou meu professor- disse com receio.

- C-como assim?- ele disse arregalando os olhos.