No dia seguinte, sábado. Lily viu da sacada, James dirigir o seu lindo carro conversível até a entrada da garagem da casa de Marlene.

– Eu ainda não acredito que você está fazendo isso comigo. – ela disse a Marlene

– Não seja falsa! – Marlene disse rindo. – Você pensa que eu não via como você suspirava pela foto do James quando dividíamos o quarto na faculdade? Vá e divirta-se! E não se esqueça que é nossa aliada na festa surpresa de hoje. James não vai desconfiar de nada. Tente manter ele longe daqui enquanto eu preparo tudo.

– Sim senhora! E só para constar, eu nunca suspirei pela foto do James.

– É claro que não!

– E se ele me reconhecer?

– Dê um beijo nele, eu garanto que ele vai esquecer rapidinho.

– Marlene!

– Qual o problema? Um beijo é sempre a melhor maneira de distrair o Sirius.

– O Sirius é seu marido. Não estamos na mesma situação.

– Mas bem que poderíamos estar né? Eu adoraria ser a sua cunhada e tia dos seus filhos.

– Vai pensando... – apesar de negar, Lily tinha que confessar que seria demais mesmo.

– Aí estão vocês. – James cumprimentou elas ao entrar na sala. – Pronta Lily? Estou morrendo de fome.

– Sim. Estou pronta.

– O dia está lindo. Preparada para conhecer a cidade?

– Sempre!

– Divirtam-se! – Marlene se aproximou para dar um beijo em Lily e sussurrar. – Não voltem antes das cinco.

– Vou tentar.

– É claro que vamos nos divertir. – disse James – Nunca desapontei uma mulher, e hoje não vai ser a primeira vez.

***

Tinha sido um grande dia. Depois de fazer compras e passear no carro conversível de James. Lily começou a achar que não foi tão ruim a idéia de sair com ele.

– Como você consegue dirigir um carro desses sem correr? – ela perguntou – Eu não teria dinheiro pra pagar as multas!

– Nunca dirigiu um carro como esse?

– Eu? Imagina!

Lily ligou o rádio e começou a tocar Metallica.

– Quem diria! James Potter curte rock pesado.

– Ah qual é? Eu estou fazendo trinta anos. Não tenho nem cabelos brancos ainda.

– Mais um dia vai ter.

Lily era agradável, divertida e linda.

James gostaria de tocar ela, segurar a mão dela, até beijá-la talvez, mas não se sentia bem para isso ainda. Quando dançou com ela no casamento de Marlene percebeu que ela era um tipo de pessoa diferente. Apenas uma dança bastou para ele voltar correndo para mulher que o acompanhava naquela época. Por que quando tocava ela não sentia nenhuma sensação diferente. Só havia uma mulher capaz de carregá-lo com eletricidade suficiente para iluminar uma cidade inteira. E graças aos planos malucos de Marlene ela havia entrado em sua vida.

Sem perceber ele acabou entrando na rua em que Marie morava e diminuiu a velocidade.

– Minha secretária mora naquele prédio. – disse.

– É mesmo? E o que nós estamos fazendo aqui?

James parou o carro na frente do prédio e soltou o cinto.

– Mudança de planos. – James nunca havia visto tanto pânico na vida. – Confia em mim.

– James o que você vai fazer?

– Realizar seu desejo. Você vai dirigir meu carro.

– Dirigir? Eu?

– Sim.

Ela trocou de lugar com ele e perguntou:

– Pra onde vamos?

– Siga em frente. Não vamos poder voltar antes das cinco né?

– Ah....

– Eu sei sobre a festa. Marlene pensa que pode me enganar, mas ela nunca conseguiu. Eu sempre descubro o que ela planeja pra mim. O que você está esperando?

Lily respirou fundo e pisou no acelerador. A opção tinha sido feita. E a alternativa era relaxar e aproveitar o restante do passeio.

***

Eles chegaram à festa às seis horas. Marlene esperava por eles na varanda da casa. Lily brecou com o carro de uma vez, jogando James para frente. Depois soltou o cinto e acenou para a amiga.

– James me deixou dirigir! Passei por um monte de lugares e até pelo centro histórico de Londres.

James se aproximou de Marlene e deu um beijo no rosto dela.

– Você disse que era para gente se divertir. Foi o que fizemos.

– Não acredito que o James deixou você dirigir o carro dele. Ele nunca me deixou nem chegar perto do volante daquele carro.

– Foi bem divertido.

Dizendo isso Lily seguiu Marlene e James até o pátio da casa.

–SURPRESA!

O grito dos convidados foi seguido por uma chuva de confetes.

Por volta das onze horas da noite, os convidados tinham decidido que o churrasco que Marlene havia organizado tinha sido sucesso.

– Aí está você! – disse Charlus Potter indo abraçar Lily – Marlene me contou que estava aqui, mas só agora consegui te encontrar.

– Estive conhecendo os pontos turísticos da cidade.

– Finalmente veio a Londres. O que está achando?

– É um lugar muito interessante.

– James te levou?

– Sim.

– Papai, por favor, para de tomar toda atenção da Lily. – James pediu.

– Isso é você quem está dizendo. Foi um prazer revê-la querida.

– O prazer foi meu senhor Potter. – e Lily deu um beijo no rosto dele.

– Quer dançar com o aniversariante? – perguntou James.

– É que já está ficando tarde.... – Lily tentou escapar.

– Ah não. Você só precisa dar uns passos até chegar ao seu quarto. Você está me devendo uma dança desde o casamento da Lene.

– É sério?

– Sim. A gente só dançou uma vez. Você sumiu depois de dançar com o Regulus.

– Foi engraçado. Ele ficou insistindo em dizer que parecia que eu tinha dezenove anos em vez de vinte e dois. Para um rapazinho ele sabia muito bem como agradar uma mulher.

– Minha vez de tentar agora.

Duas semanas pensou Lily. Mais duas semanas levando uma vida dupla. James Potter, o homem dos sonhos de qualquer mulher, finalmente estava demonstrando algum tipo de interesse por ela, e ela não poderia se aproveitar disso. Honestidade e privacidade. Os dois conceitos do topo da lista de valores de James. E jamais poderia preencher essas qualidades.

– Obrigada pela dança.

Eles se sentaram em uma das mesas que tinham no pátio.

– Imagina! Lene está adorando sua visita.

– E eu estou adorando ficar aqui. – Ficar ali sentada com James estava acabando com o seu equilíbrio, mas não queria que o momento acabasse tão cedo.

Como se tivesse lido seus pensamentos James segurou a mão de Lily.

– Quero que saiba que eu adorei o passeio. – dizendo isso James a beijou.

Nem nas mais loucas fantasias, Lily imaginava que James beijava daquele jeito.

– Lily? Onde você esta?

Ao ouvir a voz de Marlene, Lily se afastou de James como se tivesse tomado um choque. Com pressa de levantar da cadeira, acabou batendo o joelho na quina da mesa. A dor serviu para poder voltar a realidade.

– Droga!

– Você se machucou? – James também levantou.

– Sim. – disse Lily entrando na casa – Oi? A gente estava lá no pátio. Os convidados já fora embora?

– Todo mundo já foi. Menos você e James. Sirius e eu estamos indo para cama.

– Eu vou embora também. Obrigado pela festa. – dizendo isso James se despediu e foi embora.