Desabando Em Coragem escrita por Deborah Waters


Capítulo 2
Capítulo 1 - Come Home


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu sei que tudo continua bem confuso. Estou tentando ordenar a história...Tenho boas ideias, acredito, mas, escrever em terceira pessoa está me deixando mais perdida ainda - sei que esse fato não é lá convincente, só garanto que é verdade. Coloquei o título baseado na música de mesmo nome da banda One Republic. É, espero que esteja bom !



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Dois campistas e um sátiro adentraram as plantações onde uma menina deleitava inconsciente. Estavam próximos e puderam vê-la rolando colina abaixo. Por sorte, entre eles, havia um filho de Apolo. Em seu bolso, pedaços de ambrosia serviram como recurso imediato, e logo após consumi-los, Juliet abriu os olhos. Concentrou-se por alguns instantes no olhar tranquilo do garoto e tentou levantar. Foi reprimida por mãos firmes.

Reagir agora não é uma boa opção – disse ele, com um sorriso torto – Tudo está bem. Acho , porém, que você precisará ficar quieta, para evitar outros problemas.

Como se obedecesse, a garota desmaiou mais uma vez.

Nem mesmo o sonho manteve a normalidade naquela situação.

 Havia apenas uma coruja na lua. Os olhos do animal eram prateados, como o satélite que o emoldurava e cintilavam tão intensamente que se tornou difícil observar com olhos completamente abertos.

Cerrar os olhos enquanto dormia. Até isso aparentava loucura.

Após um tempo, a fixação naquele único cenário era exaustiva. Como se a fadiga fosse um chamado para que a garota acordasse. E, funcionou bem.

Juliet remexeu um pouco, tentando se localizar. Estava em uma cama confortável, pensou Sentiu uma pontada na cabeça e um incômodo nas pernas, mas nada comparado a dor dilacerante que sentira... Quando? Bem, refletir ali era um chamado para maiores confusões, e, afinal, haveria tempo para pensar em tudo depois. Então, abriu os olhos.

Não, não era possível.

Tentou mais uma vez, arregalando o máximo que pode. Um beliscão. Nada

A lua estava ali. E a coruja também. Sem que ela estivesse desacordada.

- Ah, por deuses ! – uma voz ecoou ao fundo, marcada por uma nota de pânico.

Juliet fitou ao lado de sua cama, onde o garoto de olhos esverdeados observava espantado. O mesmo que a socorreu em meio aos morangos.

- Você...você também está vendo? – Ela indagou, ofegante devido ao susto.

- Espere um pouco – Dito isso, de forma contida, o jovem correu e saiu do quarto, deixando Julie ainda mais temerosa.

O silêncio não durou por muito tempo. Ouviam-se passos pelo corredor e um...Trotar? O que um animal de cascos estaria fazendo ali?

- Quíron ! Olhe isso! Ela acordou com essa aura, parece... -  O homem a quem o garoto se dirigia, na verdade, possuía metade do corpo humano , a parte superior, em um dorso de cavalo. Esse ergueu a mão, interrompendo a fala, e dirigiu o olhar para Juliet:

- Criança de Atena, na qual caem bênçãos de Ártemis, seja bem vinda ao acampamento meio sangue. – Bradou o...centauro. Provavelmente. Se ela não estava enganada, vira esse termo em um dos livros sobre mitologia da pequena biblioteca de sua casa; pertences da mãe desaparecida, de acordo com seu pai. , Em meio a nome de deuses gregos isso parecia bem... Lógico.

Livre dos devaneios, Julie se atentou as pessoas que estavam a sua volta. Todos eram adolescentes, com idade próxima a dela e estavam prostrados aos pés da cama branca onde ela estava sentada. A lua permanecia defronte sua face, entretanto, dissolvia-se lentamente.

Em geral, nada era compreensível. Mas, algumas suposições foram surgindo. Criança de Atena, filha de Atena. Uma semelhança.. Ahn, talvez aquilo fosse um sonho dentro de outro sonho. Ou, sei lá. Insanidade era a única certeza.

A imagem se foi, e em torno de dez pessoas saíram do quarto, vezes acenando, outras, lançando sorrisos encorajadores. Isso só a deixava mais desnorteada. Sentiu as pálpebras  pesando, o olhar marejado. Focalizou rapidamente a porta, e, vendo que haviam ido embora, se rendeu ao pranto. O travesseiro engolia os soluços fortes.

- Hey, menina, me desculpe se estou sendo inconveniente. Entendo que não deve estar sendo, hm , fácil. A maioria daqui já passou por isso. Mas, agora, acho melhor você ir se aprontar. Algumas filhas de Afrodite deixaram roupas. Geralmente, não fazem isso, acho que gostaram de você – sorriu-  E, qualquer coisa, meu nome é Peter. Peter Henley.

- Ah ! – Julie sentou-se rapidamente, atônita, olhando o rosto conhecido – Pensei que estivesse sozinha.

- Não tem problema algum, só não se preocupe, ok? Aqui é um bom lugar, confie em mim – Ele voltou o olhar a ela, já se dirigindo a porta.

- Pode deixar. Só preciso aceitar que nem sempre vou entender tudo de imediato. E... obrigada Peter. Por agora. E por me salvar, lá nas plantações.

- Filhas de Athena... – ele deu uma piscadela – E não precisa agradecer, logo você perceberá que é gratificante esse tipo de ajuda. Nos vemos no jantar, então.

- Só mais uma coisinha. Faz quanto tempo que cheguei aqui?

Um dia, somente. Foi até bem apressada. - Dizendo isso, ele acenou. Seus traços eram leves, parecia estar constantemente bem humorado e confiante, o que confortou Juliet. Talvez, não fosse tão complicado.

 A sujeira que imaginou estar espalhada pelo seu corpo havia sumido, e ela se sentia bem. Tremendamente bem. Enquanto tomava um rápido banho, percebeu que não restara nenhuma cicatriz do evento passado. Ótimo. Mas, ainda estranho. Procurou a roupa mais simples entre o montante- uma calça jeans clara e um All Star florido- e a colocou rapidamente. Tinha o tamanho certo, e, assim como as outras, era linda. Depois, vestiu uma blusa alaranjada, em que se gravava o escrito “Acampamento meio sangue”. Havia apenas outros tamanhos desse mesmo modelo. Pelo visto, se tratava de um uniforme padrão.

No fundo, tudo estava se encaixando. No fundinho mesmo, ela já sabia que a normalidade da vida dela era superficial. Uma capa. Lembrou-se do pingente que carregava sempre em seu pescoço: um livro aberto. Também fora deixado por sua mãe...Athena . Pensando bem, sabedoria e artes tinham mesmo ligação com as vagas histórias que seu pai contava.

Na janela, os raios solares invadiam o quarto. Chamavam-na para uma volta. E ela aceitou o convite.

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Melaine era silenciosa. Caminhava compenetrada nas roupas que carregava desde que Juliet se deparou com ela ao sair do quarto. A  garota apenas lançou alguns olhares tortos e se apresentou, indiferente, como filha de Afrodite.

-Quer ajuda? – insistiu

- Não- a loira suspirou. Algo naquela frieza era contestável. O olhar mentia a armadura, denunciava tristeza.

- Também não tive um dia bom . Não que faça alguma diferença, mas, se precisar  de algo, pode pedir . Meu nome é Juliet. E, acho que sou filha de Athena.

- Acha? – Melanie esboçou um sorriso pequeno, mas perceptível – Está vendo aquele chalé ali? – Já estavam na saída da suposta enfermaria e ela apontou para uma grande construção prata – Espero que se dê bem com seus irmãos.

Ela partiu em direção oposta. E Juliet seguiu atordoada para sua “casa”.


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Notas finais do capítulo

Pronto. Ah, estava até ansiosa para postar. Se puderem deixar comentários, agradeço, viu? kkk' *-*