Faça-me Um Pedido! escrita por Apiolho


Capítulo 24
Capítulo 24 - Bom contar com você, pai


Notas iniciais do capítulo

BOA NOITE! *-*

Fui rápida não? Daqui a pouco começa a trabalheira e resolvi adiantar.

Obrigada a hans e Sparkly Dark Angel por comentar no anterior, muito mesmo.

Espero que gostem do que vem a seguir.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/260871/chapter/24

Capítulo vinte e quatro

Bom contar com você, pai

"A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre."

(Vinicius de Moraes)

 

Final de semana é bom não é? Mas Anne acha o contrário. Iria encarar seus pais no sábado e já avisaram para o Zacky busca-los no aeroporto e ele tinha saído há um tempo. Os garotos estavam arrumando as malas com roupas que havia comprado para ir em um hotel perto daqui enquanto ela pedia para irem rápido. Ethan e James haviam feito isso, entretanto Max ainda estava escolhendo que blusa colocar.

A morena ouviu a porta abrir e pensou ser os dois meninos saindo, mas logo ouviu passos na escada e um homem de cabelo preto e olhos da mesma cor parando no meu quarto. Correu para recebe-lo e deu um beijo em seu pai, admirava-o muito.

Em instantes chegou uma mulher cheia de joias e um vestido caríssimo, loira de olhos azuis. Seu rosto ainda parecia jovem e fitava a menina com uma expressão enojada.

— Quem são os meninos que estão aqui? Por que não nos avisou sobre eles? — começou já chegando perto dela de maneira raivosa.

O homem então colocou a mão no ombro dela para que se acalmasse.

— O ruivo é filho de um empresário falecido e veio para essa cidade cuidar dos negócios dele e o conheci depois de um tempo e estamos noivos. — explicou-se rapidamente.

— O quê? Vão se casar? — questionou o pai, estava com ciúmes.

— Desculpem-me contar só agora, é que como nos amamos resolvemos nos unir o mais rápido possível.

— M-mas e o resto? — gaguejou a loira.

— São seus amigos. — respondi.

Ela odiava mentir, principalmente para eles, mas tinha de fazê-lo. Percebeu que estavam na porta ouvindo tudo e piscou para os três de maneira discreta.

— Boa tarde, é uma honra conhecer os pais da Annezinha. — cumprimentou-os, um com um beijo e o outro com um aperto na mão.

Annezinha? Dá-me vontade de vomitar com isso. Mentalizou ela.

— Também. Podemos ir na sala de estar para conversarmos sobre esse assunto em particular? — perguntou o homem enquanto apontava para a filha e seu genro.

Assentiram e saíram do local. A morena que estava indo mais devagar pegou seu celular e mandou uma mensagem:

"Ethan, pegue as malas de vocês com a ajuda de Max e coloque no carro do motorista de forma discreta que eu o avisarei para leva-los ao hotel" — Anne

Entraram no cômodo e como estava perto consegui entrar sem desconfiarem. Ouvia uns barulhos discretos de rodinha, mas nada que assustasse seus pais.

— Podem me contar como se conheceram Anne?

"Como eu me esqueci de combinar isso com ele?" Pensou.

— Ele estuda comigo e nos conhecemos ano passado, mas apenas éramos colegas e no final dele nos aproximamos um pouco, nesse Jamesdisse que me ama e me conquistou ao ponto de querer me casar. — explicou-se.

— Concorda com isso? — perguntou o homem enquanto olhava para o ruivo.

— Sim, ela é o amor da minha vida Sr. Evans. — respondeu, tentava parecer sincero.

— Você também meu cenourinha. — respondi enquanto dava um beijo no rosto dele. Ela colocou o apelido para dar o troco.

— Gostei de você rapaz, mandarei por correio o dinheiro do casório. — concordou o homem.

— Mima-a demais marido, é por isso que ela é tão sem modos e estranha. O que disponibilizaremos será de no máximo R$50.000,00. — limitou a mãe.

Se fosse a minha prima não falaria isso, mas essa situação irá mudar. Estava em sua mente.

— Está bem. — sussurrou de forma triste.

O barulho de malas e rodinha parou, fazendo com que a morena avisasse de forma discreta o Zacky, logo uma batida na porta fora ouvida.

— Com licença, mas teremos que ir James. O sócio ligou. — deu uma desculpa o Ethan.

— Se me permitem Senhores, foi um prazer conhece-los, mas realmente tenho de ir. — declarou.

Todos concordaram e ele se despediu dando um selinho na Anne de forma casta. Ela não sentia nada, mesmo. Era muito esquisito, se não fosse por Charlotte poderia já estar apaixonada pelo ruivo.

— Filha, ele tem mais de 18 para ser o dono de lá? — questionou o de cabelos pretos.

— Tem, quando seu pai morreu teve que ficar uns meses aprendendo sobre a empresa e rodou na escola por faltas. — mentiu.

— E irá fazer alguma faculdade? — foi a vez da mulher.

— Administração. — tão boa era em ser falsa que nem nervosa mais ficava.

— Então realmente vai seguir o ramo do pai, isso é bom.

Depois da pouca conversa a cozinheira que trouxeram serviu o café, rocambole, quindim, bolos, suco, pão integral e várias geleias. Fazia tempo que a morena não comia algo desse tipo. Nada foi comentado enquanto comia, o que era normal. Anne foi para a TV e eles ficaram em outros locais, depois de ver alguns programas o celular apitou vários vezes:

"Entreguei-os Senhorita" Motorista Z.

"Estamos no hotel e nos deixaram entrar, até segunda, sorte com seus pais" James.

"Não se esquece de lavar o pônei" Veterinária

"Acho que só agora a empregada conseguiu se comunicar comigo, quando meus pais viajarem eu faço isso." Mentalizou.

"Vem aqui no hotel alabama*, quarto 308, e chama as amigas para ir contigo" Max

Rapidamente corrigiu escrevendo que não era para a Anne, o que a fez ficar aliviada. E até agora ela não acreditava o porquê de eles já terem celular, mas deixou de lado após um tempo. O gênio não mandou nada.

— Filha! — gritou o homem.

Parecia ser lá de cima. Subiu as escadas e passou as portas e viu que estava em seu quarto com algo em seu colo. Anne arregalou os olhos em surpresa, querendo acreditar que não era o que estava pensando.

— Vem aqui. — comentou com a voz embargada.

Quando chegou mais perto notou que estava chorando, não sabia o motivo. Ao se aproximar completamente a abraçou apertado.

— Sua mãe tem de saber. Há quanto tempo tem esses bilhetes e fotos? — questionou quando se afastaram.

— Eu não quero contar de repente, mas descobri semanas atrás. — respondeu.

— Filha, ela pode ser a mulher que eu amo, mas cometeu uma injustiça. Deixou-te sozinha sem amor, carinho e perdeu muitos anos ao seu lado por causa da incerteza. Tem de ver isso agora minha linda. Tenho tanto orgulho de você agora que a certeza de que nunca foi culpada está em minhas mãos. — confessou.

A morena derramou lágrimas com isso e o abraçou forte, o que não fazia a tempo. Nunca havia demonstrado fraqueza na frente deles e ficou aliviada quando aconteceu.

— Sempre a perdoei apesar de tudo que minha mãe fez, porém tem razão. Pode mostrar se quiser. — declarou.

— Vamos exibir esses documentos juntos. — sussurrou com um sorriso.

Deram as mãos e foram até o jardim onde a mulher estava bebendo um suco que parecia ser de melancia. Ao seu lado estava...

Charlotte.

A roupa comportada, o cabelo preso em um coque, maiô por baixo e um livro em mãos. Parecia uma santa, do pau oco, claro. Estavam rindo e pareciam comentar sobre a viagem.

— Boa tarde prima. — declarou a garota enquanto a abraçava.

A morena teve vontade de socar seu rosto bonito e apenas deu um sorriso, já o homem estava tenso ao seu lado. A loira repreendeu Anne por ser mal educada.

— O que foi querido? Coloque um shorts para se banhar na piscina. — declarou.

Essa mansão tinha dois lugares para se banhar, esse e o lago (que não é muito recomendável pela pequena).

— Está bem. — declarou. — Vamos filha? — questionou ao puxá-la.

Foram para a cozinha rapidamente e a menina ficou olhando pela porta as duas se divertindo. E ficou insegura se falaria ou não sobre o que descobriu.

— Melhor contarmos depois, pois se for agora a Charlie poderá negar. Se Márcia não crer faremos com que minha sobrinha escreva algo. O plano B será coloca-la contra a parede e chamar o ex dela. — sussurrou.

Que esperto!

— Apoiadíssimo.

Deram as mãos e o homem foi para o quarto. Queria contar para o Cold, mas não confiava o bastante, talvez pudesse avisar a prima e ela fazer algo.

"De amanhã não passa. Decidi-me: mostrarei tudo e deixarei na mão do destino." Pensou. Pegou os documentos que ficaram no seu diário, que era quase um cofre de tão protegido. Deixou em um armário e trancou, entretando não foi seu quarto.

Colocou um biquíni e se dirigiu ao jardim e se jogou na água quando não sentia mais o protetor na pele. Charlotte ficou até às oito na casa e parecia nervosa, tanto que foi no cômodo de Anne várias vezes. Ah! Ela também comentou sobre estar apaixonada por um ruivo, algo que deixou a prima desconfiada.

— Mary Anne Evans, seu pai quer fazer uma reunião e pediu para trazer uns documentos. — berrou a loira.

"É agora ou nunca!" Deu força a ela mesma ao pegar as provas e ir até a sala de estar e ao vê-los respirou fundo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

* - Nome de hotel ficticio.

Gostaram? O que acham que irá ocorrer no próximo? Dona Márcia vai acreditar neles? Comentem se souberem a resposta, por favor, ficaria muito feliz, demais. E, claro, com recomendação também. *-*

Beijos e obrigada.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Faça-me Um Pedido!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.