Faça-me Um Pedido! escrita por Apiolho


Capítulo 2
Capítulo 2 - O capeta se chama Wonka


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOI!
Muito obrigada Claray, de verdade! Motivou-me muito. *-*
Espero que goste!



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 Capítulo dois

O capeta se chama Wonka

"Que satisfação há melhor do que as suas juras de amor em troca das minhas"

(William Shakespeare)

 

Estava em seu quarto, jogando alguns ovos nas pessoas que passavam pela calçada. Essa era a umas das vantagens de ter o seu cantinho perto do muro atrás de sua casa. Alguns olhavam diretamente para ela, mirando-a de forma raivosa, outras simplesmente murmuravam “malditos pombos”, mal olhando o que realmente os atingira. Tolos.

Deitou em sua cama depois disso, anotando em seu caderno o número de pessoas que havia acertado hoje, apenas hoje. O número 11 foi riscado nele, ficando triste por não ter batido o recorde. Ultimamente estava fraca demais em suas pontarias. Pensando que o menino de oito anos, que mora na sua frente, talvez já tinha passado dessa quantidade.

Pegou o discman e colocou em um rock bem pesado, mais parecido com um metal. Foi para o seu quarto e colocou um shorts minúsculo de couro preto, uma bota vermelha e uma pulseira de taxinhas. Completou a vestimenta com uma camiseta com a bandeira dos Estados Unidos da América, depois passando uma maquiagem pesada em seu rosto.

Esse era seu ritual antes de começar a sessão com músicas de rock, fazendo isso apenas quando seus pais saiam. Provavelmente ela ficaria duas semanas sozinha, ou três se tivesse sorte.

Começou a se movimentar, tocando a sua guitarra imaginária, enquanto mostrava a língua ou mandava o dedo do meio para o anão, que tinha 1,08m por causa da idade, que aparecia na janela perto da sua. Quando virou percebeu um som de tombo, olhando para o local rapidamente e tirando os fones de ouvido.

— O que estão fazendo aqui, seus idiotas? — declarou, empurrando um enquanto tentava chutar outro, logo foi agarrada e parada pelo moreno.

Quando abriu os olhos notou que apenas o ruivo estava machucado, sentindo-se mal por isso.

— Quem manda sua janela ser tão próxima ao muro, Anna? — respondeu o gênio com escárnio.

— Dá para calar a boca? Não tá vendo que o seu “amigo” está machucado? E meu nome é Anne. — esbravejou, aproximando-se do seu futuro marido.

— Está bem? — questionou, levando-o para baixo.

— Eu também estou ferido, princesa. — declarou o loiro com um sotaque francês.

— É? — respondeu ela com uma maleta de primeiros-socorros na mão.

Andou em direção ao garoto, vendo que ele dava um sorriso de satisfação. Notou que o ruivo ao seu lado resmungava algo de forma cabisbaixa, ficando melhor quando a guria piscou para James.

— Onde dói? — manhosa, olhando para o outro.

— Aqui, mas eu acho que apenas um beijinho sara. — comentou, apontando para a sua bochecha.

Ela riu, da forma mais exagerada que podia. Sua gargalhada poderia ser comparada com uma hiena, tão escandalosa que fez com que o moreno a acompanhasse.

— Então feche os olhos. — doce.

Foi em direção a geladeira quando o comando foi obedecido, pegando um peixe da geladeira e o golpeando com o animal de maneira brusca. Por que os garotos bonitos tinham que ser tão burros? Tão fácil é enganá-los.

— O que está fazendo, Anne? — declarou brabo, mas tentou beijá-la depois.

A garota o empurrou com força, fazendo com que ele caísse e esbarrando no banco atrás de si. Agora ele tinha se machucado, dando de ver um corte nos cotovelos de Max. Bem feito! Quem mandou ficar se exibindo com uma regata em pleno inverno?

A morena deu de ombros e começou a cuidar do ruivo, vendo que ele tinha um corte na sobrancelha direita. Corou e ficou ofegante ao notar o quanto estavam próximos, percebendo que ele também a analisava. Seus olhos eram de um verde vivo e ficavam mais destacados com o cabelo ruivo que caia pelo seu rosto. Seus cílios eram grandes e a boca carnuda, vendo o quanto eram convidativos.

Era só ir mais para fren-

— Agora eu estou lesionado de verdade, Anne-chan. — disse o tarado.

“Anne-chan”? Da onde ele tirou esse apelido? Ela riu com o que pensara, notando que eles poderiam ter saído de um anime. Talvez do Naruto. Pois a forma como ele estava a fazia lembrar o personagem principal.

— Tem esparadrapo aqui não está vendo? É só pegar. Eu não sou babá para cuidar de fedelhos. — declarou, passando a pomada com força no menino a sua frente.

Parou ao ver as caretas que seu pretendente fazia, continuando a tratá-lo com gentileza. Pegou-se novamente o olhando com desejo, ficando rubra ao fazê-lo. A verdade é que ela nunca teve a aportunidade de observar um homem tão perto de si, ao ponto de nunca ter se quer beijado.

— Você não é de falar muito, não é? — questionou de forma meiga.

Ele apenas movimentou o rosto em negativa como resposta, fazendo com que Ethan risse disso. A morena o fulminou, empurrando-o após estufar o peito. Ficou mais furiosa ainda ao ouvir um "Até parece que tem corpo" dele. O garoto apenas continuava a gargalhar, pegando-a pelo braço e colocando-a em seu ombro.

Os outros dois os seguiram, as faces indiferentes. Anne tentava se soltar dando socos nas costas do Ethan, mas de nada adiantava. Ele subiu as escadas e entrou no quarto da moça, derrubando-a ao chegar à cama.

— Dorme criança, vai ser melhor para você. — sussurrou, tapando-a com o edredom.

— Eu já sou quase adulta, seu energúmeno! — berrou.

— Só descansa. — afoito, fechando as pálpebras dela com as mãos.

Após um momento notou que ela não reclamava mais, afastando-se um pouco dela. Sorriu com a posição que a mesma estava: a fetal. Ele percebeu que ela não havia tocado muito no assunto deles morarem ali, talvez seja por causa do acidente com o ruivo.

Cara, até que ela é gostosa. — disse o loiro, massageando a coxa dela.

— Sim, porém é minha. — declarou o ruivo em um baixo tom.

— Eu estou acordada, seus idiotas! — sussurrou.

Logo ficou sentada, a cara em puro ódio. Seus cabelos ficaram todos para a frente, parecendo a Samara. Eles estavam saindo de fininho, tomados pelo medo. Parecia que ia os atacar a qualquer momento.

— É melhor correrem mesmo. — gritou.

Antes que pudessem sair foram impedidos por um gato que entrava de forma exibida. Tamanha era a sua elegância, parecia um rei. O animal se aproximou do moreno que estava na poltrona ao lado da cama e pulou em seu colo, andando de um lado para o outro, tentando acariciá-lo.

— Sinto vergonha de vocês. Com medo de uma garota de um metro e meio. — riu, passando a mão no siamês.

Os dois partiram logo depois, correndo por ainda estarem espantados.

— Não vou cuidar de você se ele avançar em ti, Ethan. O Wonka é o próprio capeta, não diga depois que não avisei. — acalmando-se um pouco.

Ele só riu mais com isso.

— Quem dá o nome de Wonka a um gato? Que nome mais estúpido. — revidou.

— Alguém que tem cultura e que homenageia o dono da “a fantástica fábrica de chocolates”, Willy Wonka. — disse com orgulho, os olhos brilhando.

O gato ronronou alto, acariciando mais ainda o Ethan. A morena arregalou os olhos ao ver essa cena. Ela nunca tinha o visto se dar tão bem.

— Posso perguntar uma coisa? — perguntou.

— Já perguntou. — sarcástico.

— Pare com isso! Por acaso você fez algum pacto com o diabo? — perguntou, ainda assustada.

— Claro! E acho melhor você sair daqui, porque eu logo posso me alterar e te mandar para o inferno. — brincou.

— Sabe que calado fica mais bonito? — finalizou.

Ela fez o sinal de cruz e saiu do quarto. Foi até o escritório do seu pai e pegou uma fita e depois uma corda, indo em direção ao rapaz novamente. Quando chegou ao local percebeu que os três estavam reunidos aos risos. Nada disse e pegou o gato rapidamente, notando que o animal se esperneava e conseguiu arranhar seu braço.

Amarrou o siamês com a corda e colou o objeto com a fita. O loiro vendo aquilo começou a gargalhar e se aproximou dos dois. Colocou a mão na testa do animal, ainda não tirando o sorriso do rosto.

— Sai desse corpo que não te pertence. — disse, mexendo na cabeça do afeminado gato.

— Já disse para o Ethan sobre pararem com isso, ele logo pode avançar em vocês. — alertou.

Ela revirou os olhos e sua boca ficou em formado de ‘O’ ao ver que o bicho havia se acalmado. Será que ele era realmente o diabo? Logo parou com esses pensamentos e foi em direção a cômoda, pegando um kit de esmalte na mão. Escolheu a cor rosa choque e começou a pintar as unhas do animal enquanto cantava “We Will rock you” da banda Queen.

— Não me leve a mal, mas acho que você é uma psicopata. — declarou o falso gênio, passando a mãos em seu cabelo.

— Por quê? — questionou, ainda não parando de tocar.

— Quem em total consciência pintaria as unhas de um gato macho enquanto canta “We Will rock you” de forma animada? — Ela levou um susto pela forma que falou e borrou as patas do gato, fazendo com que pintasse parte de seu pelo.

— Olha o que tu fez, Ethan! Agora eu tenho que pintá-lo novamente de rosa e não de verde como estava pensando. — disse, pegando o animal com a toalha que encontrará no caminho.

— Por acaso tu enlouqueceu? Não custa tentar ser uma pessoa normal e apenas lavá-lo? — perguntou irritado.

Essa garota é doida, só pode.

— Não vai ficar igual e eu também não sirvo para lavar animais, a instrutora pode fazer isso por mim. — disse, enrolando uma mecha de cabelo.

— É perfeita! Quer casar comigo? — respondeu o pervertido.

— Vaza. — ordenou, enquanto segurava seu rosto para que não a beijasse.

Pulou em direção a sala de estar imitando a coreografia do “Tchu Tcha” enquanto ouvia “Satisfaction” em seu fone de ouvido, já que a primeira coisa que fez quando se afastou deles foi colocá-los. Pegou o spray rosa de sua mãe, já que era uma famosa grafiteira e pintora, e coloriu o Wonka rapidamente. Claro que o indefeso bicho tentou escapar, mas era tarde demais para isso.

Depois disso ela desligou o aparelho de som e colocou seu costumeiro vestido rosa, já que sua sessão foi estragada por três idiotas. Tirou a maquiagem e fez pequenos cachos na ponta com seu baby liss, colocando apenas rímel e um batom rosa em seu rosto. A convencida jurava que não precisava de quilos de pó e base.

Foi em direção à cozinha, encontrando os “garotos”, e pegou um achocolatado de caixa e um biluzitos. Mesmo com dificuldade sentou um dos bancos, fulminando-os ao ver que eles estavam rindo dela.

— O que ainda estão fazendo aqui? Vou contar até quatro para se mandarem daqui. — o tom irado ao jogar chips neles.

— Por que quatro? — perguntou o loiro.

— Por causa de perguntas como essa. Agora são três! — finalizou, achando graça da reação dele.

O moreno se aproximou e se abaixou para que ficasse na altura dela. Tocou no rosto dela, fazendo com que ela ficasse paralisada por um instante. Nunca havia notado, mas os olhos dele eram de um belo tom cinza, com alguns riscos de azul. Corou arduamente com esses pensamentos, amaldiçoando-se por não estar com blush. Deveria prever, sim, que isso poderia acontecer.

— Nós vamos ficar aqui, Anne. Estamos ligados desde o momento em que nos conhecemos e nada poderá fazer quanto a isso. — sacana.

— Está bom. — sorriu.

Eles se entreolharam, fazendo um gesto que a morena não entendera. Mas ela sabia que não ia ficar assim, não mesmo. Levou-os até um local fora da mansão e eles ficaram espantados e nada contentes com o que constataram.

— Não. Você não é má o bastante para fazer isso, não é? — comentou o Ethan.

Anne fingiu não ouvir e continuou a andar.

— Bem vindos ao dormitório de vocês, otários.

Ela saiu de fininho e os trancou ali no estribo, sorrindo de forma maldosa. Porém, ainda pode ouvir algo que a fez gargalhar.

— Pelo menos tem fenos, não é? — questionou James.


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Notas finais do capítulo

James, Max ou Ethan? E ai?
Sério, ela é meio doida - ou muito. Anne é diferente, acho que ela é a endiabrada e não o tadinho do Wonka. ieuha
Beijinhos.
Desculpem pelos erros de português, por favor. Eu tento rever, mas não me aguento e posto apenas dando uma olhada. Aliás, eu sou muito leiga nisso. Tirava 6.0, 7.0 ou 5.0 nas redações. :(



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