Faça-me Um Pedido! escrita por Apiolho


Capítulo 19
Capítulo 19 - O monstro galho-lama


Notas iniciais do capítulo

Boa noite!

Mesmo sem os quatro eu vou postar, domingo passado fez TRÊS ANOS desde meu cadastro no nyah, estou muito feliz. Pensei que não ficaria tanto tempo.

Gostaria de agradecer a Priscila Nascimento Claray e Anne Mayle por comentar no capítulo passado, muito mesmo.

Espero que gostem. Ah! Não terá ela e os três meninos hoje gente, estou até com saudade porque serão apenas breves aparições do nome deles.

REVELAÇÃO!

Beijos.



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Capítulo Dezenove

O monstro do galho-lama

"As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor."

(Carlos Drummond de Andrade)

 

Aquele ser, aberração ou uma pessoa cheia de lama e galhos estava se aproximando dela. Se for realmente algo sobrenatural eu passarei a acreditar em gênios. Pensou Anne.

— Viu o que não dar carona fez a mim? — comentou em voz alta.

É só a fuinha, ainda bem, seria ruim demais para ela admitir que estava crendo em Ethan.

— Sabia que lama faz bem a pele? Pelo menos assim as suas espinhas talvez desaparecem. — respondeu a morena de forma indiferente.

— É? Pelo menos tem algo de bom, pior foi você que teve de ver o seu ficante, namorado, noivo, marido ou o que seja seu aquele ruivo levar a Charlotte embora. — declarou.

A morena ficou com vontade de dar um soco nela e descontar toda a raiva que sentiu ao ver aquela cena, entretanto preferiu guardar para outra ocasião.

— Pelo menos não fui eu que espantei todo mundo da festa. — revidou.

Quando percebeu um cara bêbado estava se aproximando delas, mas parou ao encostar a mão no ombro de Robertha - que já estava com o rosto descoberto.

— Você é maravilhosa, quer ficar comigo? — questionou para o mostro galho-lama.

E a profecia de que feias viram miss mundo com apenas algumas bebidas alcoólicas fora comprovado neste instante.

— Claro. — respondeu, piscando para ele e se virando para Anne. — Espere-me um momento? — questionou.

— Na primeira oportunidade que tiver para ir embora o farei. — declarou aos berros, já que os dois estavam se afastando para darem uns "amassos".

A garota então ficou sozinha e passou a língua pelos lábios e ao notar que estava com gosto de bacon fez uma cara de nojo. E, realmente, há pessoas que deixam marcas em você que, infelizmente, podem ser ruins.

Sentiu algo vibrar em sua bolsa e pegou o celular rapidamente, notando que era uma mensagem:

"Pode se encontrar comigo agora? — Bad boy"

Era Cold Justine cumprindo o que falara com ela naquele dia. Já que a morena não tinha carona resolveu aceitar, dizendo onde se encontrava. Anne, surpreendentemente preocupada com a fuinha mandou:

"Estou indo embora, pegue carona com alguém por aí — Anne"

Logo alguém chegou montado em uma moto. Se não tem como ir em um cavalo com um príncipe encantado, porque não com um bad boy? Ele estava com sua costumeira jaqueta de couro, porém agora deixou seus óculos escuros para trás.

Quando a viu seguiu com o meio locomotivo em sua direção e quando virou para parar o fez em alta velocidade, fazendo com que parte da grama fosse estilhaçada.

— Sobe. — começou simplesmente.

— Eu não... — disse com dificuldade.

— Vamos. — ordenou.

Ela simplesmente subiu em cima dela e agarrou com toda a força o garoto a sua frente, enlaçando-o em um abraço apertado. Cold apenas riu por ver o quanto sentia medo, e após colocar o capacete nela partiu rapidamente.

Anne tinha medo de bis, skate, patinete, patins, roller e moto. Os primeiros ela não tinha terror, apenas do último. Já com a bicicleta ela se virava. E teve que encarar o pavor por obrigação, até porque não poderia contrariar Justine.

— Vire para o meu lado. — mandou o garoto, e a morena percebeu que estavam indo para uma curva.

Ela o obedeceu tremendo, quase rasgando a camiseta dele por segurá-la duramente. Logo chegou em uma casa escura e abandonada que se encontrava do outro lado da cidade, conhecia esse local, era o que ia com sua prima as vezes visitar.

— O que estamos fazendo aqui? — questionei.

— É onde moro. — respondeu de forma calma.

— Mas... — foi cortada.

— É fria e abandonada? Era isso que ia dizer? — completou.

— Era. — sussurrou.

— Eu fui expulso de casa e só tive esse lugar para ficar. — declarou simplesmente.

Anne o entendia um pouco, até porque passava dias sozinha naquela mansão e sentiu-se incomodada pela situação dele. Queria entender o porquê de ter sido convidado a se retirar de sua antiga residência, porém entendia que ele não daria a resposta.

— Vocês se encontravam aqui? — perguntou.

— Sim. — o tom severo.

Então talvez tenha sido ali que ela o viu pela primeira vez, até porque depois que se desentenderam a morena sempre via sua prima indo para aquela casa quando passava pelo local.

— Pode entrar. — verbalizou, tirando-a de seus devaneios.

Ela nada disse, até porque não tinha o que ser falado. Apenas entrou e observou o ambiente, percebendo que estava diferente da imagem de antes. Tinha objetos espalhados pela casa, um sofá, rádio, televisão. Ver a residência depois de anos deu a sensação de nostalgia, de momentos que pensara nunca mais reviver.

— Trabalha? — questionou a morena subitamente.

Isso surpreendeu o jovem, até porque estava indo em direção aos documentos dos quais queria que Anne visse.

— Como atendente de uma lanchonete e de garçom em algumas festas. Você não, imagino. — respondeu sem vacilar.

— Não preciso por enquanto, mas pretendo. — confessou no mesmo tom que ele.

Quando o silêncio reinou no ambiente Cold foi buscar alguns papéis que estavam em um baú, voltando a sala em seguida. Mostrou para ela primeira uma foto em que estavam os dois bebendo na frente dessa casa. E atrás estava escrito:

"Nosso primeiro porre juntos, amor.

08/09/2006

— Sua Charlie"

E dava de perceber claramente que era sua prima naquela fotografia.

— Ela me deu para que eu guardasse como lembrança, quando terminamos eu fiquei olhando isso por dias e até a amaldiçoei por ter me dado isso. Porém, agora, sei que me será útil. — comentou com um sorriso de lado enquanto mirava a imagem.

Será que ele ainda a amava? Pensou.

Aquele sorriso, ela queria receber um desses apaixonados, mas não sabia de quem e nem o porquê.

— E por que está me mostrando isso? — perguntei.

— Eu quero que prove a sua mãe que ela é a errada e não você, e também para que depois possa cumprir tudo que eu falei a sua prima quando acabamos o namoro. — explicou enquanto pensava.

— Posso saber por que terminaram e o que quer tanto demonstrar?

— Já te disseram que faz perguntas demais? Mas não sei se devo te responder Ann. Apenas quero acabar com ela. — comentou.

— Tem mais coisas para eu ver?

— Sim. — respondeu com uma expressão emburrada.

Mesmo ele sendo um bad boy, Anne achou fofa a careta de Cold. Após isso ele me mostrou um papel em que constava um bilhete

"Querido C.J,

12/10/2005

Que tal fazermos uma brincadeira com minha prima Anne hoje? Eu simulo um empurrão e me machuco e você poderia avisar a tia que foi ela que fez isso comigo?

Obrigada.

De Charlotte Evans"

Era a letra dela, mesmo que um pouco desengonçada, e naquela época estávamos desentendidas, mas conversávamos as vezes. Principalmente nas festas de natal. Esse dia citado no recado ela nunca esqueceu, até porque apanhou de chinelo de sua mãe, nunca a viu tão braba como aquele dia. Seu corpo havia ficado quase todo coberto por marcas roxas e com dez anos ela aprendeu que a vida não é um mar de rosas.

— Eu não... — parou ao perceber que lágrimas caiam de seu rosto.

A morena não sabia naquela data o porquê de ter sido agredida por sua progenitora, porém ao saber que foi a autora ficou pasma. Justine apenas a pegou pela cintura e a acalentou, dizendo que ela estava sendo fraca agindo desta maneira.

— Por que você guardou essas coisas? — questionou um pouco mais calma.

— Pois tudo dela me era importante. — declarou simplesmente.

Anne ouviu o som do seu celular e percebeu que era uma mensagem de Max perguntando onde estava. Seu choro então cessou e ela respondeu que já estava indo e pediu para que o bad boy a levasse embora. E pegou os documentos para ficar consigo.

Enquanto andava em direção a saída ficou pensando em tudo o que ocorreu e no quanto foi imbecil. Mas ela sabia que a Anne criança é que fora assim, ainda acreditando em sua prima mesmo após o desentendimento. E o pior foi saber que ela tinha um cúmplice e era o mesmo que estava a sua frente.

Antes de subir na garupa, e após colocar o capacete, ela deu um tapa no rosto de Cold, transferido toda a sua raiva nesse ato.

—Você é pior ainda por ter estado do lado dela.

Ele apertou as mãos em forma de punho, seu rosto ficou vermelho e demorou minutos para revidar.

— Eu terminei com ela por causa de você Mary Anne Evans, estava cansado dela te maltratar, tanto que muitas vezes não concordei com seus planos. Mas ela revidou dizendo que eu era um fraco e mesmo a amando tive que me afastar, até porque tu nunca mereceste tudo o que ela te fez. — confessou em uma enxurrada só.

— Não sabia... — novamente ela foi interrompida.

— Sim, até porque a sua família, Evans, só sabe olhar para o próprio umbigo. — sussurrou enquanto subia na moto.

— E você foi um cão mandado. — retrucou.

Percebeu que ele estava nervoso, mas apenas pediu para que ela subisse. A morena ficou com medo de que ele a levasse para algum matagal e a matasse, mas isso passou quando viu o portão de sua mansão. Quando desceu da locomotiva deu um sorriso e agradeceu ao bad boy pelas provas, entrando na casa em seguida.

Ela sabia que muita coisa iria mudar depois dessas revelações.

 


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me se tiver erros de português.

Gostaram? Sabe o que eu também amo? Reviews e recomendações, quem quiser mandar agradeceria muito. Sem números. UIAHEI

Beijos,
Apiolho



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