Faça-me Um Pedido! escrita por Apiolho


Capítulo 14
Capítulo 14 - Plano A


Notas iniciais do capítulo

Olá! *-*

Até que não demorei, né? Ia postar ontem mesmo, mas não deu tempo.

Queria agradecer a Claray, a nova leitora Alexis e a hans. Muito obrigada mesmo por deixarem três lindos reviews para eu ler.

Beijos e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/260871/chapter/14

Capítulo Quatorze

Plano A

“Os grandes amores são assim mesmo, eles nos dão o caminho da emoção, mas os sentimentos de verdade são apenas nossos, ninguém copia, ninguém leva, ninguém divide”

(Tati Bernardi)

 

Pow. Pow. Pow.

Era o barulho dos pés de elefante do Ethan, fazendo com que Anne não pudesse dormir pelo cansaço que o choro lhe causou. Esse som se multiplicava por estar sendo feito no segundo andar e ela agora sabia o porquê dos professores pedirem para não arrastar as carteiras nos lugares mais altos da escola.

— Pare de caminhar de um lado para o outro! — berrou.

E ao notar que não fora ouvida, pegou uma vassoura e começou a bater no teto com força. Talvez assim essa pessoa pudesse parar. Porém nada ocorreu.

— Se não ficar paralisado neste momento, terei que colar seus sapatos e dos seus amigos no chão. — ameaçou.

E então o moreno ficou estático com a afirmação, até porque a garota não era daquelas que contavam suas traquinagens.

— Bom garoto. — disse a pequena ao chegar a sua direção.

— Apenas fiquei surpreso, criança. — comentou com desdém.

Tem algo de errado. Ah se tem.

— O que eu fiz dessa vez? — questionou.

— Por sua causa, aquela tal de Robertha fica me mandando mensagem a toda hora. — declarou ao colocar as mãos para o alto de maneira afoita.

E quando o som de que um novo recado soou no celular dele, que fora dado por Anne, a guria pegou o aparelho rapidamente para lê-lo.

“Por que não responde meu amor? Eu quero muito sair contigo. Amo-te chuchuzinho.” — Fã irritante dois.

Então a morena só pode rir do que ocorreu, principalmente pela parte dos apelidos. Depois procurou na lista quem seria a número um e encontrando seu número abaixo do nome.

“Eu?” Pensou de forma indignada.

— Por que estou descrita como “fã irritante um”? — perguntou já impaciente.

— Já que és tão amiga dessa menina, resolvi colocar a mesma descrição para você, porém, devo confessar, é muito mais irritante que ela. Então juntei A mais B e deu nisso que está vendo. — declarou.

Ele estava a desafiando a mostrar o contrário. Mas o que nunca saberia é o que mais adora.

— Irei te provar que não sou como ela. — declarou com os olhos em cólera.

Pegou o celular dele e discou a seguinte mensagem:

“Larga do pé dele, nojenta. Não estais vendo que ele não quer sair com você? Porém, eu como boa namorada que sou, respondo em seu lugar.” — Ethan

— Caraca... — o moreno ia dizer algo, porém foi interrompido com outra mensagem.

“E quem é você? Pois nunca a vi com ele.” — Fã irritante dois.

— E agora? — duvidou Anne.

—Tenha calma, infelizmente eu sei o que fazer.

“Vou me encontrar com ele, às 19h, no Restaurante “Lote 39”, pode ir se quiser. Meu amor deve estar mais lindo ainda depois que pintou seu cabelo de loiro.” — Ethan.

— Não me diga que eu tenho que ir contigo? E por que do cabelo loiro? — assustada.

— Nem precisa, Max me pediu para que eu fosse a um de seus encontros. E pior, disfarçado como ele. — questionou.

— Quem manda marcar no mesmo horário e dia. — indiferente.

“Sabes o número da Anne Evans?” — Fã irritante dois.

— Para que ela quer isso? — questionou aos berros.

— Ei, o Wonka ta dormindo! — revidou no mesmo tom.

E então o gato acordou já brabo e começou a arranhar a dona. O outro então pegou o felino e começou a acariciá-lo, fazendo com que se acalmasse.

— Por acaso tu foste pastor em outra vida? — assustada.

Todos o animal atacava, desde seus pais até sua prima. Menos eles.

— Não, apenas não temos a áurea maligna igual a sua. — zombou.

E então ela foi em direção ao escritório, agora isolado. E quando foi procurar o spray laranja, derrubou alguns objetos e um álbum caiu ao chão. Pegou-o já sabendo o que seria, mas não sabia se estava preparada para reviver tamanhas lembranças. De uma infância feliz em que popularidade vinha depois de amizade.

Em meio há tantas fotos, achou uma em que estava ela e sua prima, Charlotte, abraçadas. Atrás continha a imagem do carrossel, em que muitas crianças conhecidas estavam nela. E do outro estava escrito:

“Aqui está a cópia da fotografia de nossa primeira vez em um parque de diversões. Eu amo você, minha melhor amiga. Espero que sempre sejamos amigas, porque nunca esquecerei de ti.

Char

12 de Outubro de 2003”

A morena quis rasgá-la, mas tinha o conhecimento de que não conseguiria. Até porque tentou muitas outras vezes, todas em vão. Mesmo que nunca aceitasse, aquilo fez parte do seu passado. E transtornada pegou o primeiro spray para colocar em seu bicho de estimação.

Talvez Wonka soubesse o que estava passando, pois estava atrás de si, calmo. Então colocou o produto ali, na sala em que sua mãe tanta preza. Aquela que não aceita a filha por um mal entendido.

Flashback

A baixa morena presenciou uma cena ao passar pelo tão movimento pátio do centro urbano enquanto sua mãe comprava crepes. Charlotte Evans estava bebendo com seus novos colegas. Normal, se ela não tivesse apenas doze anos. Correu até sua prima, ainda esperançosa de que fosse a mesma de sempre.

— O que está fazendo aqui lixo? — questionou um pouco alterada.

— Tentando te ajudar. — respondeu, tentando pegar a garrafa de suas mãos.

A luta era incessante, até porque Anne fazia xadrez, enquanto a outra já participava da equipe das líderes de torcida há um tempo. Mas depois de um a de olhos azuis simplesmente soltou a bebida e fez uma cara de falsa preocupação enquanto tirava um livro de sua bolsa.

Quando percebeu alguém já tirava a bebida de sua mão, para depois a bater de forma incansável. E percebeu que era sua querida mãe. Ela estava pensando que estava bebendo? Não viu o que aconteceu anteriormente?

Seu corpo todo doía quando as surras pararam. Já que sua pele era branca, uns vermelhões já se formavam em seu braço.

— Estou sentindo ódio de mim por parir alguém tão desprezível como você, Anne Evans. Não acredito que te criei com tanto amor para que virasse uma alcoólatra. Só espero que siga o exemplo da Charlotte e leia de vez em quando. — ralhou.

Ela então foi largada na grama e ao mirar sua prima percebeu que ela sorria. Da forma mais maldosa que vira enquanto era levada pela mais velha. Mas voltou e deu dinheiro para a morena, dizendo para ela continuar lá, pois não queria olhar em sua cara hoje.

Mesmo que não conseguisse se levantar foi engatinhando em direção à barraca de maçã do amor, comprando apenas uma. Sabia que ainda tinha que pegar um táxi, já que elas foram com o motorista. Aquela era seu aniversário, 2 de janeiro, e tinha que passá-lo sozinha.

Fim do flashback

E essa cena nunca foi desmentida, até porque sua mãe mal olhava em sua cara. E na data de seu nascimento apenas seu pai dava presente, dando desculpa que eram dos dois. Com toda a certeza sua mãe não contara o ocorrido. Com o partir dos anos a genitora passou a ignorar, tratando-a com indiferença. Como se fosse um empregado da casa, porém nunca deixava de falar bem da prima.

Então Anne se tornou mais amarga, mimada, porém seu enorme ego ficou. E então a barreira fora criada e ela passou a não ajudar mais a quem pedisse, só quando poderia tirar vantagem disso.

Um empurrão foi dado na porta e Ethan viu o estado de sua inquilina. E ao perceber que estava de olhos fechados, mesmo com o rosto vermelho e as lágrimas ainda impregnadas em sua face, pegou-a delicadamente para apoiá-la em seu colo e levá-la ao quarto.

E viu a figura que estava no piso e ao visualizá-la percebeu que era dela com Charlotte. “Mas era sua melhor amiga? Por que se odeiam tanto agora?” Era o que pensava enquanto subia as escadas, percebendo que ela não era tão insensível assim.

Ao colocá-la na cama ouviu um sussurro, algo como “obrigada pai”, sorrindo por isso. E Anne despertou de forma lenta enquanto ele dava passos em direção à porta. Sua expressão indiferente mirou o moreno, surpreendida por saber que não era a pessoa que imaginara.

— Ethan, o que mandou para a Robertha? — questionou em um sussurro enquanto esfregava seus olhos.

— Bem... dei seu número a ela. — disse rapidamente.

— O quê? — berrou.

— Acho melhor que olhe seu celular antes de me julgar. Lembre-se: foste tu que começaste está história primeiro. — declarou.

— Mas foi você que me desafiou a isso! — revidou.

Estava indignada, revoltada.

— Não tenho culpa se interpretou minha frase de forma errônea, eu não disse com todas as palavras que estava te desafiando. — retrucou.

Então ela se revirou, sabendo que estava certo.

— Está bom, agora faça o favor de sair. — finalizou, pegando o seu celular de lanteloujas.

E antes dela saiu a garota escutou algo como “aleluia, ela admitiu uma vez que errou”. Mas Anne apenas riu com isso e começou a ler as mensagens.

“Anne está ai?” — Robertha.

“Eu quero falar contigo!” — Robertha.

“Está dormindo, garota?” — Robertha.

Quando ia responder aos recados, outro havia chegado.

“Quer ir ao restaurante “Lote 39” comigo?”— Robertha.

Ui, a fuinha já estava irritada. E foi esse nome que colocou embaixo do seu número.

“Por quê?” — Anne.

Foi direta também, não estava para brincadeiras. E já eram 16h.

“É que o Ethan vai estar lá às 19h e queria ir, mas minha mãe não deixa se eu for sozinha” — Fuinha.

Sentiu um pouco de inveja ao ouvir a palavra mãe significando preocupação. Mas isso nunca seria informado. Nunca.

“Sabes que ele vai estar acompanhado da namorada, não?” — Anne.

Havia dito alguma vez que adora provocar? Então esse é o segundo nome dela de tanto que faz isso. E em segundos seu aparelho vibrou.

“Até você sabes disso? Estou começando a acreditar que o meu amor está compromissado.” — Fuinha.

Ao estar impaciente e cansada de tanta doçura e de conversar com ela, finalizou.

“Irei contigo só para que tenha certeza.” — Anne.

E nem se deu o trabalho de responder a mensagem de obrigada que ela mandou, sendo que também foi pedido para que o vigiasse.

Foi em direção à escada e esbarrou em alguém, para depois ser segurada com firmeza para que não caísse. Seus rostos estavam tão perto, que dava de ver uns pingos de castanho em seus olhos verde-oliva. E com a confirmação desse ato os dois respiraram com dificuldade, até se tornar ofegante.

James mal esperou que ela se recuperasse para que selasse seus lábios. A morena, ainda transtornada, correspondeu. Faz uma semana e alguns dias que não havia beijado alguém, notando que sentia falta disso. Quando percebeu sua mente já estava vagando e perguntando-se que roupa ia vestir para a ocasião enquanto suas línguas se enroscavam uma na outra.

Seu coração não batia descompassado, nem suas pernas ficaram bambas. Pensava em coisas banais do que na sensação que o toque de seus lábios causava em si. Será que isso era amor? Então os filmes, livros e documentários sobre esse sentimento estavam errados? Se for assim então não terá problema em vivenciá-lo.

Quando pararam, o ruivo ficou a mirando de forma boba. E ela notou o quão belo era. Seu futuro marido. Um homem de olhos verdes, cabelos de uma cor alaranjada e corpo atlético. A pessoa que se mostrara tão prestativa no começo para depois se revelar alguém traidor, mulherengo e que mal se importara consigo.

— Aonde vai? — questionou.

— Não te interessa. — declarou em um rosnado.

— Mesmo que não queira eu sou seu noivo Anne. — esbravejou, porém ainda calmo.

Como sempre fora: calmo.

— Vou ao restaurante “lote 39”. Estais satisfeito agora? — já ela sentia raiva.

— Irei também então. — afirmou.

— Não mesmo.

— Isso não é uma pergunta, mas uma afirmação. — disse enquanto pegava sua mão.

E então a morena percebeu que seu rosto estava inchado e com os olhos um pouco marejados. Estaria chorando, mas por quê? Então não sabia o que responder a ele e mostrou um pouco da antiga Anne ao concordar com a cabeça, deixando de lado as suas ironias e reclamações. Subindo logo em seguida para depois arquitetar seu plano A para fazer Robertha esquecer o Ethan e o outro parar de incomodá-la com isso.

Só esperava não se arrepender depois.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?

Esse James não desiste! E gente, acabei escrevendo mais do esperava.

Mas, estão curiosas com o que vão ocorrer no próximo? Essa Robertha é uma figura.

E a Anne está começando a se revelar e mostrar o porquê de ser assim.

O Ethan até que foi fofo! E o Max mal apareceu, estou sentindo falta dele, e vocês? =(

Beijos e Obrigada.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Faça-me Um Pedido!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.