– Tomem cuidado. – disse Hikaru. – Ela pode parecer boazinha, mas sinto uma estranha presença.

Olhei de novo para a garota. Nesse momento, senti a presença de demônios.

011 - Against everyone and everything!

Eu ainda queria entender a aura que circulava em volta de Natsuki.

Natsuki era linda. É claro que para mim, meu amor por Hokona nunca vai mudar, mas tenho de admitir que Natsuki é ainda mais linda do que Hokona.

– Droga! Eu queria entender o que se passa com a Hikaru.–reclamei. – Ela tem evitado a Natsuki, e parece não gostar dela.

– Talvez seja ciúmes. – disse Ayame. – Eu acho que ela gosta de certa pessoa e tem medo de que a Natsuki roube essa pessoa dela.

– E quem seria? – perguntei.

– Estou vendo essa pessoa neste exato momento. – disse Ayame, olhando para mim sorridente.

Olhei para trás e vi um grupo de garotos. Talvez essa pessoa seja um desses, já que não pode ser eu (pelo menos, acho que eu não poderia ser).

– Mas seja o que for aposto que logo tudo isso vai passar. – disse Kenta. – Tem a grande possibilidade de elas ficarem amigas.

– Certo, e quais são as chances? – perguntei.

– Bom, temos de calcular o tempo. Natsuki está aqui há dois dias, no total já são 48 horas que a conhecemos. Considerando que estamos em maio, temos mais de 354 dias com a companhia dela. Diria que as chances são de 96%. Isso se ela faltar em alguns dias. – disse Kenta. – Então, talvez tenhamos de dividir os 96% pelos sete dias da semana. Não sei direito como seria esse cálculo, mas 96: 7+ 354. 2x- y: ½ de x+ m+ 24H: 4x =... Isso é um cálculo bem longo e detalhado! Vou passar meus dias calculando isso!

– Faça isso que você vai acabar morrendo. – disse Ayame.

– De qualquer forma, seria tão bom se eu pudesse...

Nesse momento, Natsuki apareceu atrás de mim.

– Ora se não é o Noriaki-kun? – perguntou Midori com um sorriso
malicioso.

– Ah, oi Natsuki.

Natsuki então começou a esfregar os peitos dela nas minhas costas.

Sangue saiu do meu nariz.

– Ah... É melhor deixarmos os dois a sós. – falou Ayame corada.

–... Seguindo um padrão de leis, a medida do busto de Natsuki é N, e como a posição dos peitos dela nas costas do Noriaki é de 2 horas e 180 graus, então...

– Não comece Kenta. – disse Ayame, arrastando Kenta.

Eles nos deixaram sozinhos.

– E lá foram eles. – falei.

– É... É a primeira vez que fico sozinha com um garoto. – disse Natsuki, corada.

Sentamos-nos em um banco.

– Então... De onde você veio? – perguntei.

– Vim de Hokaido. – respondeu Natsuki. – Vim de um pequeno vilarejo... E aquela garota lá... Ela é sua namorada?

–A Ayame é só uma amiga.

– Então você está solteiro?

– Sim. Na realidade, não passo de um boca-virgem.

– Boca-Virgem? Você nunca beijou?

– Bom no rosto sim... Mas na boca nunca.

– Entendo. – Natsuki estava com um sorriso malicioso. – Que tal ter seu primeiro beijo na boca agora?

Natsuki começou a se aproximar. Eu fiquei espantado! Caramba, a Hokona já é a pessoa que eu gosto! É com ela que eu quero perder o BV! Com essa ideia, comecei a me afastar dela. Mas, se eu afastasse mais alguns centímetros, eu ia cair do banco. Quando faltavam alguns centímetros para nossos lábios se encostarem, alguma coisa atingiu minha cabeça e eu caí do banco. Quando olhei, vi que foi a Hikaru, que me lançou um estojo.

– Engraçadinho! Quer dizer que agora você quer ficar beijando as
meninas? – falou Hikaru bem brava. Tentei me explicar:

– Hikaru! Quer dizer... Não sou eu que ia beijá-la! Ela que vinha me
beijar!

– E você ia deixar! – falou Hikaru.

– NÃO! Não! Não... Quer dizer...

– Bom, na realidade, ele ia ter o seu primeiro beijo agora. – falou Natsuki.

– Primeiro beijo? Não acredito que você ia deixar que o seu primeiro
beijo fosse com ela!

– NÃO! O MEU PRIMEIRO BEIJO TEM DE SER COM A HO... – Idiota! O que eu ia ganhar se confessasse para a durona da Hikaru que eu gosto da irmã dela?

–Awmmm... – Natsuki fungou e secou os olhos. – Aposto que ela fez isso por ser apaixonada por você, Noriaki.

Hikaru ficou vermelha.

– Não sou nada! Só não podia deixar que ele caísse na lábia de uma vaca como você!

– Vaca? Eu? Ora, maldita! Desde que cheguei nessa escola, você tem tido esse ódio por mim! Qual é seu problema, sua vadia!

– Vadia? Ora sua...

– Parem de brigar! – falei. – Não vamos brigar aqui.

As duas ficaram se encarando. Depois, Natsuki se virou e foi embora, deixando-me apenas com a Hikaru.

– Hikaru, isso não foi legal! Qual é o problema com a Natsuki?

– Ora, se você reparou, ela tem uma aura estranha em volta dela! Eu não gosto dela por causa disso!

– Mas ela parece uma pessoa boa.

– Ninguém garante que os malvados sempre vão ter cara de malvados! – disse Hikaru. – Além disso, o seu primeiro beijo tem de ser com alguém com quem você ame de verdade, e que esse alguém também o ame! Não pode ser com umazinha qualquer!

Hikaru então se foi.

Qual é o problema dela? Aliás, eu já gosto de uma pessoa, e eu sei que um dia irei ter meu primeiro beijo com a Hokona, me declarar a ela, e talvez me casar com ela.

...

Já estava anoitecendo. Eu tinha de ir logo realizar meu trabalho. Porém, no caminho, encontrei com Natsuki.

– Ah, olá, Kido-kun. – disse Natsuki, sorridente.

– Olá. – respondi de volta. – Desculpe-me, mas eu terei de ir. Tenho
trabalho.

Virei-me para ir, porém, logo ouvi Natsuki falar em um to sério.

– Você? Trabalhar? Me poupe. – disse Natsuki. – Kido-kun, você consegue ver fantasmas?

Me surpreendi com essa pergunta.

– O que está falando?! – perguntei. – Essas coisas não...

– Ah, apareceu outro yōkai. – disse Natsuki. De fato, senti a presença dele. – E ele está a oeste!

Natsuki saca uma pistola Smith & Wesson Modelo 37 e atira. A bala atinge um demônio que passava por lá. Ele morre. E eu sinto que sua presença some.

– O que... Quem você é, na realidade... Natsuki...

– Eu sou uma guardiã.

CONTINUA NO CAPÍTULO 012