Distrito 11 escrita por esa


Capítulo 9
Confusão


Notas iniciais do capítulo

gente, desculpa demora, tava viajando weee
ah, e tá curtinho, eu sei, mas é que eu tava escrevendo o da arena antes desse e cansei um pouco (sou burra, é)
o da arena ficou grandinho, então esse tá curto, mesmo assim espero que goste e esse vai dar uma reviravolta em tudo weee -soumá



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            -- Foi muito bem April! Muito bem! Meus parabéns! – parabenizou-me Cally, dando-me um abraço bem apertado, quase deixando-me sem ar.

            -- Obrigada. – falei baixinho. Estava em meu quarto, tirando o vestido, pronta para vestir uma roupa qualquer para o jantar, tirando a maquiagem e todos os brilhos e pós que encontravam-se em meu corpo.

            Tomei um banho relaxante e vesti um short jeans com uma camiseta regata, calcei sapatilhas e prendi o cabelo em um rabo de cavalo. À mesa do jantar estavam todos, equipes de preparação, estilistas, Dawn, Zen e é claro, Jose. Jantamos em completo silêncio, o único som audível durante a refeição era o dos garfos batendo nos pratos. Quando a refeição deu-se por encerrada todos saíram, desejando boa noite, deixando-me ali, sozinha com Jose.

            -- Não me olhe assim, por favor! – pedi encaminhando-me para o sofá, jogando-me em meio as almofadas, rezando para que eu pudesse acordar em minha cama improvisada em minha casa no Distrito 11, aquele sendo apenas mais um dia comum, no qual eu veria Jose minha família, e tudo estaria bem.

            Mas a realidade não era aquela, e uma hora ou outra eu teria de aceitar tal fato. Jose sentou-se ao meu lado, silencioso, acariciando minhas costas. Então ele começou a cantar uma canção que minha mãe cantava para nós dois quando éramos pequenos e a chuva parecia prestes a derrubar minha pequena casa. Lágrimas teimosas rolaram por meus olhos. Sentei-me de frente para ele, que me observou enquanto cantava. Quando a canção se desfez no ar lancei-me em seus braços, sendo acolhida por seu calor e proteção.

            -- Não importa o que aconteça amanhã, depois ou em qualquer minuto na arena, você sempre será meu melhor amigo. – falei em meio a soluços. – Eu te amo.

            O abraço tornou-se mais forte, então quando nos separamos dei-lhe um beijo rápido, como se fosse uma despedida. Ele sorriu, deu-me boa noite, um beijo na testa, encaminhou-se para seu quarto e a porta foi fechada. As horas foram passando e eu não conseguia dormir, estava inquieta, então percebi que havia uma porta entreaberta, que dava em uma escada. Segui até lá, subi as escadas e vi que estava no telhado do prédio. Estava quase recuando quando ouvi uma voz conhecida me chamar.

            -- April? – perguntou uma voz, sua silhueta enorme bem à minha frente. Era Don, com total certeza.

            Caminhei em sua direção, sentando no chão, ao seu lado. Ele olhava para mim curioso, me examinando com os grandes olhos verdes. Os cabelos loiros desgrenhados, os braços aparentando mais músculos que antes.

            -- Por que eu? – perguntei por fim, quebrando o silêncio. – Sei que não ficou me olhando por causa de minhas habilidades.

            Ele fitou o horizonte, os carros lá embaixo, as ruas movimentadas, os prédios e casas que iluminavam a cidade de forma perturbadora. Nenhuma estrela no céu, nenhuma. Afinal, a presença destas não era nem um pouco necessária. O vento frio da noite batendo em minhas pernas, bagunçando meus cabelos.

            -- Você é ótima com as armas, e isso é verdade. – ele falou. – Mas você está certa, não foram somente suas habilidades que capturaram minha atenção.

            Fiquei ali, em silêncio, esperando que ele falasse, mas ele não falou, por muito tempo. Estava começando à desistir, prestes à me levantar, quase saindo dali quando a voz dele começou a sair, abafada.

            -- Eu tinha uma irmã menor. Loira com olhos verdes enormes, olhos pidões que sempre manipulavam as pessoas. Certo dia algo deu errado, um Pacificador a apanhou mexendo em uma lata de lixo, pois ela deixara cair lá dentro sua pulseira, então a executaram, em plena praça. Ela era tão pequena, tão frágil. – senti uma pontada atravessar meu peito quando percebi que ele estava chorando. Fiz força para não chorar, por mais que a história tivesse certo peso sobre mim, afinal eu tinha irmãos. – Você me lembra ela.

            Ele encostou a cabeça em meu ombro, e eu o abracei, ele retribuindo o movimento. Ficamos certo tempo abraçados, então uma luz forte nos desprendeu. Um alvoroço na rua começou a se formar, então o barulho nos fez voltar a realidade.

            -- Bom, até amanhã 11. Boa noite. – ele falou e deu-me um rápido beijo nos lábios.

            Um beijo nos lábios?! Minha cabeça rodava, meu coração batia tão forte que eu conseguia ouvi-lo em meus ouvidos, senti-lo por todo meu corpo. Ficou difícil de respirar, e quando finalmente consegui voltar ao ritmo normal já estava tarde, então desci e deitei em minha cama, um único sentimento tomando conta de meu peito. Confusão.


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Notas finais do capítulo

não me matem ok?
beijo



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