Distrito 11 escrita por esa


Capítulo 8
Carreiristas - Parte II


Notas iniciais do capítulo

é, esse é o último capítulo que eu posto antes da viagem! espero do fundo do coração que estejam gostando da fic e que gostem desse capítulo :3
até lá embaixo



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            Após um tempo grande parte da batalha fora decidida, de modo que era certo que tomaríamos a Cornucópia, exterminando os mais fracos e o máximo de tributos possível no banho de sangue. Eu odiava o banho de sangue, sempre que me imaginava nos Jogos me imaginava com uma vítima dele, mas agora, que eu seria, como Zen disse, uma dos “caçadores” o banho de sangue não me assustava mais. Eu só temia por uma coisa. Jose, obviamente. Esperava que ele passasse bem longe do banho de sangue, pois eu provavelmente teria de mata-lo se isto chegasse à ser necessário, se ele cruzasse meu caminho.

            -- Já que temos uma estratégia, porque não treinar desde já? – sugeriu Zoe sorrindo para mim.

            Foi o que fizemos, todos os dias de treinamento, exceto um, o último dia, quando resolvi aprender algumas coisas na seção de sobrevivência. Jose sempre me observando, o mesmo olhar desaprovador e cheio de ódio em seus olhos. Talvez eu tenha notado ciúmes certa vez, quando Don agarrou minha cintura por trás, ajudando-me à lançar uma das facas no alvo.

            -- O que está fazendo? – Don perguntou alto, senti a mudança em sua voz.

            -- Bem, se quisermos sobreviver... – comecei e então ele deu um tapa no graveto que eu estava usando para fazer o fogo. – Ei!

            -- Somos Carreiristas! Não precisamos dessas coisas, só precisamos matar, teremos todos os suprimentos que precisarmos, uma vida boa na arena, não perca seu tempo com isso! – ele falou agarrando minha cintura e jogando-me sobre seu ombro como se eu fosse um saco de batatas.

            Não protestei nem falei nada, apenas deixei eu ele me levasse, então vi Jose caminhando em nossa direção.

            -- Algo errado April? – ele perguntou e seus punhos estavam cerrados, prontos para socar Don, que agora virava-se para ele com uma expressão assustadora.

            -- Don, me ponha no chão por favor. – pedi e ele assim fez, saindo de perto.

            -- Não, espera. – falou Jose puxando o braço de Don, que virou um soco em seu rosto, fazendo-o cambalear para trás.

            Jose ergueu o punho, pronto para acertar Don, mas coloquei-me na frente, recebendo a pancada forte que me nocauteou, fazendo minha vista embaçar. Ouvi os gritos de Pacificadores apartando a briga, então acordei no sofá de nosso andar, uma bolsa de gelo em minha testa, a cabeça no colo de Dawn enquanto Zen e Jose berravam um com o outro.

            -- Você não devia ter começado! – berrou Zen.

            -- Foi ele quem começou assim que colocou April nas costas! – devolveu Jose.

            -- Ela fez a escolha dela, e tenho certeza que se não tivesse sido por seu ataque anterior ela ainda estaria com você! – falou Zen, agora baixando o tom de voz, pois viu meus olhos abertos.

            Jose fechou os punhos, sentia a vontade de socar Zen, quanto à isto não havia dúvida. Zen saiu em silêncio, assim como Dawn, que ajudou-me à sentar.

            -- Sinto muito. – murmurou Jose sentando-se ao meu lado, porém mantendo certa distância de mim. – Eu não queria... te machucar.

            Percebi que ele não falava apenas da pancada, e sim de um modo geral. Balancei a cabeça, sentindo uma dor aguda na testa. Levantei os dedos trêmulos e toquei-a, havia um galo enorme, onde eu sabia que Jose havia acertado. Ele inclinou-se e deu um beijo de leve no local.

            -- Eu... me desculpe. – ele falou tentando sair dali, mas puxei-o de volta.

            -- Não é sua culpa, sei que não queria me acertar. – falei por fim.

            -- Por que se meteu na frente dele? Vocês dois estão... – ele não terminou a frase, mas levando em conta o rubor em suas bochechas eu entendi.

            -- Não, mas se você o agredisse seria muito, muito pior.

            -- Eu não aguentei ver ele te carregando daquela forma, como se você fosse um brinquedo ou qualquer coisa. Você nem estava fazendo objeções!

            -- Ele não é uma pessoa ruim, Jose. Pare de implicar com ele!

            -- Não é ele o meu problema, é você! Eu... você não entendeu naquela outra noite, eu não quero te machucar, não quero distância de você, mas vamos para a arena e vai chegar uma hora em que um de nós vai morrer, ou até talvez nós dois. – ele fez uma pausa, baixando os olhos. – Eu te amo April, e vou te proteger na arena, porque como já prometi você vai voltar para casa.

            -- Não vou voltar para casa sem você! – exclamei abraçando-o, ele retribuiu exatamente no mesmo segundo em que meus braços o tocaram, puxando-me para perto, colando nossas testas.

            Ele me beijou suavemente, nossos lábios se encaixando, então ele se afastou, sua testa com uma ruga.

            -- Você é uma Carreirista agora, não há mais nada que possamos fazer.

            -- Na verdade, ninguém precisa saber que estamos juntos – olhei ao redor, certa de que havia câmeras e mais câmeras espalhadas pelo andar. – Exceto é claro, os Idealizadores.

            Sorri bobamente, acenando para todos os lados. Jose deu uma gargalhada, imitando meus movimentos, então deu um doce beijo em meus lábios, levantando-se e estendendo a mão para mim.

            -- Temos que dormir, afinal amanhã teremos nossas seções particulares com o Idealizadores. Boa noite.

            Ele saiu e então segui para meu quarto, logo pegando no sono. Nenhum sonho me alcançou, o que agradeci muito pela manhã.

            Vários dos tributos haviam entrado e saído da sala, sobrando apenas à mim, Jose e os dois do 12. Chegou a minha vez, entrei na sala de queixo erguido, e mostrei todas as minhas habilidades, deixando para o final da apresentação os movimentos com adagas e punhais.

            Eles mal prestavam atenção, mas decapitei o primeiro boneco, então o segundo e quando finquei a adaga no coração do terceiro dei um berro, prendendo a atenção de todos à mim. Fiz um aceno de cabeça e eles me dispensaram.

            Quando cheguei ao andar todos estavam querendo saber o que eu havia feito, então contei tudo à eles, que me olharam fascinados. Jose disse que havia feito um bom trabalho também, e então eles nos aplaudiram. Mais tarde, à noite, chegou a hora das notas serem divulgadas.

            Dana tirou um 10, muito bom. Michael tirou um 10 também. Zoe tirara um 9, Blue tirara um 9 também. Amy e Don tiraram ambos 10. Os pequenos do 6 tiraram 8, o que me deixou curiosa demais. Jose tirara um 9, o que era muito bom, afinal nunca fomos treinados, e eu tirara um 10! Um 10! Dawn e Zen nos aplaudiram muito, fazendo-me corar. Abracei Jose e elogiei seu desempenho, então fui para a cama, onde um sonho lindo me atingiu. Eu estava na campina com minha mãe e meus irmãos, brincando com eles, todos nós rindo, então um falatório puxou-me para a realidade.

            -- Bom dia! – falou Jake arrancando-me da cama. – Está um pouquinho tarde senhorita Jonery!

            Ele fez cosquinhas em minha barriga, fazendo-me soltar um riso esganiçado. Eram 17h00! Como ninguém havia me acordado antes?! Eles tinham que começar as preparações para a entrevista com um esverdeado Caesar Flickerman. Levou algumas horas até que terminassem minha preparação após eu tomar meu banho, mas fiquei linda, de acordo com Penny. Minhas unhas adquiriram uma cor preta com listras laranjadas. Minha maquiagem eu sabia ser a mistura do preto com o laranja, então logo previ a cor do meu vestido, e assim foi quando Cally abriu o zíper do cabide, mostrando-me um vestido muito bonito, todo de um laranja suave, com algumas plumas e penas pretas espalhadas.

            Os sapatos de salto alto eram pretos, mas com detalhes laranja. Calcei-os e coloquei-me de frente para um espelho. Meu cabelo estava solto, com exceção se uma parte que fazia uma espécie de coroa trançada na parte de trás do cabelo, enfeitado com penas pretas. A maquiagem não era muito forte, mas estava mais pesada que a anterior.

            -- Obrigada. – sussurrei para Cally que sorriu para mim, então segui para sala, onde todos aplaudiram minha produção, então ouvi a voz de Caesar chamando meu nome.

            -- Olá April, está radiante! – ele falou fazendo uma mesura e apanhando minhas mãos nas suas.

            -- Obrigada Caesar, mas não ganho de você. – comentei sorrindo e tanto ele como a multidão deram um riso doce.

            A entrevista não era longa, e boa parte correu muito bem, até que ele fez uma pergunta que levou à outras, e isto fez com que o tempo congelasse ao meu redor.

            -- Então, me diga como é ser uma Carreirista! – ele sorriu e sabia que não era sua culpa, e sim seu trabalho, então não tinha motivos para ter ódio dele.

            -- É estranho, porque eu nunca treinei para isto, mas meus companheiros são ótimos. – sorri e o tempo acabou, fazendo-me grata pelo gongo que soou.

            -- Foi um prazer minha querida, e desejo-lhes a maior sorte para estes Jogos! – sua voz era sincera, muito acolhedora.

            Fiz um aceno com a cabeça, e me retirei, por meio de milagres não caindo no caminho, devido os enormes saltos. Eu havia ido muito bem, ele elogiara minha nota na seção com os Idealizadores, desejara-me sorte e fora gentil. Realmente nunca poderia imaginar aquilo acontecendo, principalmente comigo. 


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Notas finais do capítulo

ta-dã!
ainda tem muita coisa por vir, muiiiiita coisa mesmo!
bem, o mesmo bla bla bla de sempre, mandem reviews, sugestões, digam o que querem na fic, se tá faltando emoção, ou qualquer coisa
se quiserem recomendar a fic também não seria nada mal né? ~le pisca~
bem, como cês já sabem eu vou viajar ~le reeeeebola~
então eu não vou postar até no mínimo domingo, ok? então não fiquem com medo, eu não morri e nem desisti da fic!
bem, é isso ai, espero que tenham um ótimo feriado
beijos minhas 22ks :3



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