Distrito 11 escrita por esa


Capítulo 10
Todo olá termina com um adeus


Notas iniciais do capítulo

gente, eu ia colocar em inglês o nome do capítulo, porque essa é uma frase de uma das músicas da Demi que eu super amo, mas acho que assim é melhor, mas me digam nos reviews o que acham
é isso ai, espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/260667/chapter/10

            -- April, April, acorde! – Cally me cutucava com um... sapato? Não, não era um sapato, era um pedaço de madeira. Considerando sua agressividade, e que ela dispunha de um pedaço de madeira, sentei-me rapidamente na cama, a cabeça ainda rodando.

            Com minha vista ainda um pouco embaçada notei que já eram 8h00. Teria de tomar um banho, me despedir de todos e então seguir para o local onde a arena se encontrava. Tomei meu banho, demorando todo o tempo que me fora permitido. Vesti roupas qualquer, afinal eu colocaria outras quando chegasse ao local da arena e segui para sala. Jose já estava pronto, sentado à mesa do café, tomando sua refeição. Sentei ao seu lado, em silêncio tomando o café, engolindo tudo que conseguia.

            -- Espero que tenham sorte. Eu não posso falar muito para vocês, mas a dica é a seguinte: Jose, corra para longe da Cornucópia assim que lhe for permitido, acredite em mim, você não quer participar do banho de sangue! Já April, como é uma Carreirista, mate. Sem piedade. Afinal, o que acha que terá mais impacto, uma esfomeada do Distrito 11 matando todos ao seu alcance ou um esfomeado do Distrito 11 correndo para longe? – disse Zen. Ele enfatizou as palavras esfomeado e esfomeada fazendo aspas no ar.

            -- Boa sorte! – exclamou Dawn dando um abraço em cada um de nós. – Fiquem vivos.

            Lá se fora Dawn, desaparecendo em seu aposento, sem nem um olhar para trás. Zen nos desejou as mesmas coisas, repetindo as palavras de Dawn, dando um abraço em cada um de nós e desaparecendo atrás da porta já fechada de seu quarto. Não me permiti olhar para cima, para os olhos de Jose, mas sabia que ele estava me examinando. Senti seus braços ao redor de meu corpo, dando-me um abraço. Uma despedida.

            -- Boa sorte. – ele sussurrou depositando um beijo em minha testa e seguindo para o elevador.

            Alguns minutos depois estávamos nós, os vinte e quatro tributos, dentro do gigantesco aerodeslizador que nos levaria até a arena. Uma mulher injetou um chip em meu braço, fazendo-me morder os lábios devido à dor intensa causada pelo furo.

            -- Isso é mesmo necessário? – perguntei à ela, olhando a luzinha esverdeada que brilhava por debaixo de minha pele.

            -- Isso permitirá à nós saber em que ponta da arena está, permitira que os Idealizadores te localizem. – ela falou rápido, seguindo para o tributo ao meu lado, Kate, a garota do Distrito 3, que berrou e esperneou ao ter o braço furado.

            Fora ela que subira ao palco com lágrimas nos olhos, ela que tivera de ser carregada. Não havia compreendido até aquele momento o porquê de tamanha agitação, afinal ela era de um dos Distritos ricos. Foi então que vi em suas mãos um pedaço de papel, uma foto. A foto mostrava uma garota de cabelos castanhos claros e olhos enormes e azuis muito sorridente, segurando um bebê em um dos braços, enquanto o outro segurava a mão de um rapaz, também sorridente. Então entendi. Kate tinha um filho. À meus olhos ela era muito nova, mas a imagem da televisão distorcera sua idade. Kate tinha entre dezessete e dezoito anos.

            -- Ele é lindo. – falei apontando para o bebê, fazendo lágrimas brotarem em seus olhos.

            -- Obrigada. – ela murmurou e senti a dor em sua voz.

            Aquilo era terrível. Ela estava deixando para trás não somente seus pais e amigos, estava deixando para trás um filho. Um filho que provavelmente cresceria sem a mãe. Um filho que teria perdido sua mãe em uma causa tão idiota. Contive meu ódio, que tentava escapar por meio à lágrimas. Se nem eu nem Jose ganhássemos os Jogos, gostaria que a vencedora fosse Kate.

            O aerodeslizador parou, os tributos descendo um por um. Quando chegou minha vez fui encaminhada por Pacificadores até uma sala completamente fechada, onde não continha muito mais que uma cadeira, um pequeno móvel, um espelho e o tubo de vidro com o prato no qual eu subiria para ser levada até a arena. Cally, que estava sentada na cadeira, levantou em um pulo e correu ao meu encontro, os braços abertos, lágrimas nos olhos.

            -- Escute, eu não tenho muito tempo com você, então deixe-me fazer o que eu quiser, já que está pode ser minha última chance de produzi-la, April. – ela falou rápido, a voz embargada.

            Assenti com a cabeça, deixando-a fazer seu trabalho. Ela colocou o traje um mim, que era por sinal muito confortável. Uma fina blusa de mangas curtas preta, calças de um jeans mais leve, botas de caminhada e uma jaqueta que era muito mais quente, aconchegante e pesada do que parecia. Cally resolveu que faria uma maquiagem, por mais que a minha vontade fosse de bater o pé eu fiquei quieta, pois ao ver minhas sobrancelhas se unindo ela prometeu que não seria nada excessivo. Fechei os olhos e só os abri quando ela falou que podia. Ela passou todo o resto do tempo fazendo meu cabelo, por mais que não tenha feito nada de tão especial.

            -- Pode abrir os olhos. – ela falou após uma voz anunciar que teríamos mais cinco minutos.

            Obedeci Cally, abrindo os olhos, sabendo que ela havia me posicionado de frente par o espelho. Quando os abri descobri que Cally havia mantido as promessas. Minha maquiagem era quase imperceptível, e meus cabelos estavam presos em um elaborado rabo de cabalo.

            -- Ficou lindo. – falei sentindo que as lágrimas em pouco tempo apareceriam, enterrando o rosto nos cabelos de Cally, que me abraçava forte. – Obrigada, por tudo.

            -- Escute. – Cally falou, e na pausa percebi que ela estava secando as lágrimas. – De o melhor de si lá em cima, ok? Só me prometa isto. Quero que saiba, antes de tudo e qualquer coisa, que foi um prazer estar ao seu lado, e uma honra poder prepara-la.

            Meus olhos pesaram, embaçados, fechando-se, deixando as lágrimas rolarem. Estendi os braços e dei um abraço apertado em Cally, provavelmente nosso último abraço. A voz anunciou que eu tinha dez segundos para subir ao prato, então caminhei até o tudo que se fechou, abafando a voz de Cally, mas pelo movimento em seus lábios notei que ela me desejava boa sorte. E eu realmente iria precisar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

como eu já tenho o próximo capítulo pronto, se eu receber três reviews ainda hoje eu posto! e no próximo eles já estarão na arena
weee hahaha beijo :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Distrito 11" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.