Capítulo 070: O seqüestro.   

            Senshin estava defronte a Sato, que estava sentando em sua cama, com uma expressão de medo misturada com expressão de medo.

            - Quem é você, desgraçado, responda?! – disse Sato. – O que está fazendo na minha casa e como é que você entrou aqui?! 

            Então, o garoto rapidamente se levantou, ficando de pé de frente para Senshin.

            - Eu não tenho absolutamente nenhuma obrigação de te responder nada! – disse Senshin. – O meu tempo é muito curto aqui garoto, então, eu vou logo concluir a minha missão!

            “Missão!” pensou Sato.

            Senshin abriu um pequeno sorriso malicioso no rosto.

            - Não me diga que você é um subordinado de Rinus?! – disse Sato.

            Então, Senshin se moveu a uma velocidade incrivelmente rápida e foi para trás de Sato, ficando a quase um centímetro das costas do garoto. Sato arregalou os olhos e uma gota de suor começou a escorrer pelo seu rosto. O seu coração estava batendo muito rapidamente. 

            “Que velocidade...!!!” pensou Sato.

            Então, Senshin começou a aumentar a sua energia sobrenatural, e era uma energia extremamente grande e poderosíssima. Sato rapidamente se distanciou de Senshin, ficando perto da janela aberta, a quase cinco metros de Senshin.

            “A janela está aberta, isso significa que ele entrou direto pelo meu quarto!” pensou Sato.

            Senshin olhava no fundo dos olhos de Sato.

            - Eu não vou permitir que você faça o que veio fazer, não importa o que seja! – disse Sato, elevando a sua energia sobrenatural.

            - Fique quieto, garoto! – disse Senshin. – Você não gostaria de acordar a sua querida mãe, não é?

            Sato arregalou os olhos.                     

            “É, ele tem razão, ela só atrapalharia num momento como esses, até porque... se ela interferisse, esse desgraçado poderia matá-la!!!” pensou Sato. “Mas a energia desse cara é muito grande, eu nunca vi nada igual...! Mas eu não tenho outra alternativa, a não ser tentar atacar e assim, abrir uma brecha pra eu pegar a minha mãe e depois irmos pro Clube Marcial de Tóquio... mas espera um pouco!”

            Senshin começou a andar lentamente na direção de Sato.

            - Os lutadores que estavam ali... você os derrotou?! – disse Sato.

            - Todos eles! – disse Senshin. – É assim que o Clube Marcial de Tóquio tenta defender o seu aluno mais precioso! Isso é lamentável!!!

            “Eu não posso acreditar! Aqueles lutadores eram os dos melhores do Clube! E esse cara... os derrotou, aparentemente sem nenhum esforço! Eu preciso atingi-lo com o meu Punho Dourado agora, isso certamente não o derrotará, mas... abrirá uma brecha!” pensou Sato, já com o seu Punho Dourado se formando.

            Percebendo o aumento de energia de Sato, Senshin parou de andar em sua direção.

            - Ridículo! – disse Senshin.

            - Veremos!!! – disse Sato.

            Então, o garoto correu em grande velocidade na direção de Senshin e desferiu um poderoso Punho Dourado, mas Senshin se defendeu com o seu dedo indicador da mão direita, fazendo com que o golpe de Sato parasse de avançar imediatamente.

            “O QUE?!?!?!” pensou Sato. “ISSO... É IMPOSSÍVEL!!!!”

            Sato estava aumentando ainda mais a sua energia sobrenatural, fortalecendo o seu Punho Dourado, tentando atingir Senshin, mas nada estava dando efeito. Então, Senshin lançou uma pequeníssima parcela de energia para o seu dedo e essa energia penetrou no Punho Dourado, que foi desfeito, fazendo o punho do garoto voltar ao normal. 

            - Ah... não... – disse Sato, andando lentamente para trás, com uma expressão de medo no rosto.

            Senshin rapidamente se moveu e novamente foi para trás de Sato, ficando bem próximo das costas do garoto. Neste momento, Senshin começou a aumentar bastante a sua energia sobrenatural, muito mais do que antes.

            “Eu... não acredito que alguém... consiga ter um poder desse tamanho!!!” pensou Sato.

            O coração do garoto estava batendo muito rápido. Então, uma parcela da energia sobrenatural que envolvia Senshin, começou a rodear Sato também. O garoto tentou se afastar, mas todo o seu corpo estava completamente imobilizado.

            - Mas... o que é isso?! – disse Sato.

            - Você virá comigo, Sato Akira! – disse Senshin. – Eu não tenho mais tempo para perder com você!!!!

            Então, Senshin rapidamente formou uma bola de energia sobrenatural em sua mão direita. Logo depois, ele atingiu as costas de Sato com a mão envolvida pela energia. Sato imediatamente cuspiu uma considerável quantidade de sangue e então, caiu no chão, desmaiado.

            - Hum... então essa é a força desse pivete? – disse Senshin. – Ridículo... apesar de ser muito para a idade dele... esse garoto nunca poderia me causar ao menos um arranhão...

            Rapidamente, Senshin reduziu a sua energia sobrenatural e colocou Sato sobre as suas costas. Logo depois disso, ele saiu rapidamente pela janela do quarto do garoto, no silêncio da noite.  

            “É isso aí, Mestre Rinus! Eu estou com o que você quer!” pensou Senshin. “Eu prometi que nunca te decepcionaria e não te decepcionei!”

            Então, Senshin desapareceu da cidade de Tóquio com o garoto. O restante da noite se passou e quando o relógio do quarto da mãe de Sato marcava oito e meia da manhã, ela começou a acordar lentamente.

            - Ai, ai, que sono bom! – disse a Sra. Akira.

            Então, ela se sentou na cama, soltou um forte espreguiço, e depois, foi ao banheiro escovar os seus dentes. Logo depois, ela subiu, indo na direção do quarto de Sato.

            “Estranho... eu estou me sentindo tão... melancólica hoje, mas...” pensou a Sra. Akira. “Bom, deixa pra lá, eu tenho que ver logo se o Sato está com fome, isso é, se ele já acordou... ele estava tão cansado por causa dessas lutas!”

            Então, ela abriu a porta do quarto e viu que ele não estava em sua cama.

            - Ué! Ele já levantou? – disse a Sra. Akira.

            Então, ela deu uma pequena volta pelo quarto e viu manchas de sangue no chão, perto da cama do garoto.

            - O QUE É ISSO?!?! – gritou a Sra. Akira.

            Ela saiu correndo rapidamente do quarto e então, foi para a cozinha e a todos os cômodos da casa, mas não encontrou Sato em lugar nenhum.

            - Ai! O que será que aconteceu?!?! – disse a Sra. Akira, com as lágrimas já escorrendo pelos seus olhos. – Espera, espera... eu preciso manter a calma... ele pode ter se machucado e ter ido pro hospital e pra não me acordar, foi sozinho... eu vou ligar pro Kim... o Sato deve ter falado alguma coisa pra ele...

            Então, ela correu ao telefone e discou o telefone de Kim. Depois de três toques, Kim atendeu.

            - Alô... – disse Kim, com a voz sonolenta.

            - Oi, Kim! – disse a mãe de Sato.

            - Sra. Akira... bom dia, tudo bom? – disse Kim.

            - Mais ou menos! – disse a Sra. Akira. – O Sato te ligou durante a noite, ou agora de manhã cedo?

            - Não... a última vez que eu falei com ele foi quando eu saí daí da casa de vocês... – disse Kim. – Mas a senhora está muito nervosa, aconteceu alguma coisa?  

            - É... eu acordei e o Sato não está no quarto! – disse a Sra. Akira. – Mas isso não é tudo... eu encontrei uma mancha de sangue perto da cama dele!!!

            Kim arregalou os olhos.

            - Mancha... de sangue?! – disse Kim. 

            - É! – disse a Sra. Akira. – Bom, na verdade eu te liguei porque eu achei que ele pudesse ter se machucado de alguma forma e pudesse ter te ligado pra falar alguma coisa!

            - Fique calma, eu estou indo aí, Sra. Akira... – disse Kim.

            Então, os dois desligaram.

            - Não é possível! O Sato não seria ferido por coisas normais... – disse Kim. – Talvez algum ferimento das lutas do torneio regional tenham aberto, mas... se não foi isso... o que poderia ser?!

            Então, Kim se arrumou em quase vinte minutos e depois, foi correndo rapidamente para a casa de Sato, onde chegou depois de dez minutos. Então, ele entrou rapidamente e encontrou a Sra. Akira chorando bastante na sala.

            - Sra. Akira! – disse Kim. – Eu vou lá no quarto dele, fique aí, está bem?      

            Então, Kim subiu rapidamente as escadas e chegou no quarto de Sato. O garoto andou por alguns segundos no quarto até que viu a mancha de sangue. Ele se abixou lentamente e ficou olhando para a mancha.

            - Sato... – disse Kim. – O que aconteceu com você?

            Então, Kim se levantou e foi até a janela e então, ficou olhando para o céu.

            - Eu preciso pensar agora... – disse Kim. – Isso é realmente estranho, e como é que eu vou descobrir o que aconteceu com ele?

            Kim ficou olhando para o céu por alguns segundos até que arregalou os olhos.

            - Será que... poderia ser alguém do Rinus? – disse Kim. – Se não foi algum ferimento que se abriu, só poder ser coisa do Rinus, mas... como é que eu vou ter certeza do que foi realmente?

            Então, Kim desceu e foi para o lado da Sra. Akira.

            - Escuta, eu vou tentar procurar por ele em alguns lugares que ele normalmente freqüenta... e vou perguntar se alguém o viu... se a senhora quiser, você poderia ir para minha casa... ficar com a minha mãe, o que a senhora acha? – disse Kim.

            - Pode... ser... – disse a Sra. Akira, que chorava bastante. 

            - Certo! – disse Kim. – Eu estou indo e você pode ir a hora que quiser, está bem?

            - Sim... – disse a Sra. Akira. – Muito obrigada, Kim...

            Então, Kim saiu rapidamente da casa de Sato e fechou a porta. O garoto ficou parado na frente da porta.

            - Droga! Droga! Droga! – disse Kim. – O que será que aconteceu com o Sato?! Eu não sei se foi alguém do Rinus ou se ele se feriu por algum outro motivo... bom, mas eu acho que seria melhor fazer as buscas junto com o pessoal do Clube Marcial de Tóquio...

            Então, Kim ia começar a correr na direção do Clube, quando se lembrou de algo.

            - Espera!!! – disse Kim. – Tem um jeito de saber! Haviam lutadores patrulhando a casa do Sato... eu não sei a localização exata, mas se foi alguém do Rinus... eles não estarão aqui... bom, mas se o Sato foi pro hospital ou qualquer outro lugar, provavelmente eles também não estarão aqui, já que devem ter ido atrás do Sato... mas, talvez, eles poderiam deixar uma parte aqui e outra pra seguir o Sato... ah, chega! Eu preciso procurar esses caras por aqui! Se eu não achar eu falo logo com o pessoal do Clube!

            Então, Kim começou a procurar pelos arredores e ficou por quase um minuto procurando, mas não estava achando nada.

            - Ah, que droga! Eu me lembro do Sato e o Tukynare dizendo que eles deveriam ficar perto, mais um pouquinho distante para que a Sra. Akira não percebesse... – disse o Kim, andando pelos arredores. – Mas eu não estou achando... ah, se esse Sato só está no hospital e eu aqui preocupado e com sono, eu vou acabar com ele, eu não vou perdo... AH!!!

            Então, Kim viu quatro corpos completamente cobertos de sangue, sendo que um estava sem cabeça.

            - AH! NÃO PODE SER!!! – disse Kim. – Não dá pra reconhecer, será que eles são os quatro lutadores que estavam de patrulha?!

            Kim ficou examinando os quatro corpos até que notou as calças com as quais os corpos estavam vestidos. As calças estavam cheias de sangue também, mas de longe, dava para reconhecer a cor.  

            - Todos parecem estar com as calças iguais... – disse Kim. – E elas parecem ser parte do uniforme do Clube... e mesmo que não desse pra ver nada, é raro encontrar corpos mutilados desse jeito, ainda mais aqui perto da casa do Sato... isso comprova o meu pensamento! O Sato foi raptado pelos capangas do Rinus!!!

            Kim se virou para o lado.

            - Eu preciso ir logo para o Clube Marcial de Tóquio! – disse Kim. – É melhor eu deixar esses corpos aqui por enquanto... para que o pessoal do Clube veja!

            Então, Kim começou a correr em grande velocidade na direção do Clube Marcial de Tóquio.

            Enquanto isso, bem longe dali, Senshin estava sentando na frente da porta da sala de Rinus, com Sato deitado e desmaiado ao seu lado. Ali, também estavam mais duas pessoas de capuz preto, que pareciam guardas da sala de Rinus.

            - Ah, quanto tempo ele ainda vai demorar?! – disse Senshin. – Eu já cheguei aqui faz muito tempo! Muito tempo mesmo!!! Onde que ele está, hein?

            - Nós já te falamos!!! – disse um dos caras de capuz preto, com uma voz bastante grave. – Ele está armando as nossas defesas, certamente a essa hora, o pessoal de Tóquio já percebeu o desaparecimento do garoto! Eles não fazem idéia da nossa localização, mas é sempre bom ficar prevenido para qualquer tipo de eventualidade... e além disso...

            - Além disso o que?! – disse Senshin, parecendo bastante zangado.

            - Eu não sei se o Mestre Rinus está com isso na cabeça, mas talvez ele ache que você possa ter deixado alguma pista para trás! – disse o mesmo cara de capuz preto. – Afinal, pelo menos ao meu ponto de vista... você não é de total confiança!

            - Cala essa boca, seu idiota! – disse Senshin. – O Mestre Rinus confia em mim! Caso ele não confiasse, ele jamais teria me enviado até lá para realizar uma missão que é de fundamental importância para ele!!! Heh, e se me permite dizer... se você acha que ele não confia muito em mim, mas mesmo assim me mandou fazer essa missão... pra ele te colocar como um reles guarda de portão, ele também não deve confiar muito em você, não acha?

            - COMO É QUE É?!! – disse o cara, ficando bastante irritado.

            - Foi exatamente o que você ouviu, seu idiota! – disse Senhsin.

            - Parem com isso, vocês dois! – disse o outro cara de capuz preto. – Não há sentido ficarem brigando por esses motivos bobos! Eu acho que o Mestre Rinus não vai demorar a chegar! Seja um pouco mais paciente, Senshin.

            - Senhor Senshin pra vocês!!! – disse Senshin.

            Ambos os dois guardas ficaram calados. Então, os três que estavam ali começaram a ouvir barulhos de passos até que avistaram Rinus em sua frente. Senshin rapidamente se levantou erguendo Sato.

            - Aqui está, Mestre Rinus! – disse Senshin. – Sato Akira! Do jeitinho que o senhor me pediu! Ele foi raptado com completo sucesso!

            - Hehehehehe! – riu Rinus, se sentindo bastante feliz e satisfeito. – Eu sabia que você não falharia, Senshin! Vamos entrar aí na minha sala!

            Então, Rinus abriu a porta de sua sala, deu passagem para que Senshin entrasse, carregando Sato e depois, a fechou com bastante violência.

            - Você está mais do que de parabéns, meu caro Senshin! – disse Rinus. – Achei que teria dificuldades, mas não teve! 

            - Hum, pra não dizer que não fiz nada, na verdade eu fui obrigado a matar quatro pessoas... eles estavam patrulhando a casa do garoto, mas eles nem tiveram chances de informar nada ao Clube... – disse Seshin.

            - Certo, certo... – disse Rinus. – Mas a essa hora eles com certeza já sabem! Duvido que eles consigam nos achar, mas caso achem, devemos estar preparados para nos defender! Não quero que absolutamente nada de ruim aconteça a este garoto! Mantenha-o preso e em total segurança!

            - Certo, entendido, Mestre Rinus! – disse Senshin.

            - E quando ele despertar, eu gostaria de trocar uma palavras com ele... – disse Rinus com um sorriso malicioso no rosto.

            - Certo, eu vou te avisar, senhor... – disse Senshin. – Mas, eu gostaria de perguntar uma coisa!

            - O que foi? – disse Rinus.

            - E quanto à minha recompensa? – disse Senshin.

            - Ah, é isso... – disse Rinus. – Escuta, eu acho que você não lembra do que eu te falei sobre a sua recompensa, não é? Eu já lhe falei! Você será mais, muito mais do que bem recompensado... quando eu obtiver a Espada Sagrada! Você não perde por esperar, Senshin! A realização da sua missão foi simplesmente fundamental para que os meus objetivos sejam concretizados, portanto, eu não vou deixar você de lado! De jeito nenhum! Entendeu?

            - Certo! – disse Senshin. – Eu entendi! Mas... eu gostaria de fazer mais uma pergunta... uma curiosidade na verdade... o que o senhor realmente pretende com esse garoto? É só dominá-lo ou tem mais alguma coisa?

            - Na hora certa... você saberá, Senshin! – disse Rinus. – Agora vá e leve o garoto... eu tenho algumas coisas a fazer!

            - Certo, senhor! – disse Senshin.

            Então, Senshin saiu da sala de Rinus, levando o garoto. Rinus foi até a sua cadeira e se sentou.

            - Eu não me recordo da última vez que fiquei tão feliz! É maravilhoso!!! – disse Rinus. – HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!