Ao chegar à faculdade, eu fui recebida com um tapa no braço.

–Eu não acredito que escondeu tal segredo da sua melhor amiga! –Letícia disse.

–Do que você está falando? –eu perguntei ainda sonolenta e com um pouco de fome.

–Sobre você conhecer Louis Tomlinson e ter passado a noite com ele. –ela disse e eu comecei a corar.

–E-eu... Eu não... Eu não dormi com o Louis! –eu gaguejei, me sentindo uma idiota.

–Não é o que os blogs estão dizendo! Está em todos eles, dizendo que você foi vista saindo e voltando com o Louis, mas nenhum dos dois chegou a sair do prédio novamente.

–Eu sou visinha dele, Letícia! V-I-S-I-N-H-A!

–Você é visinha dele e não me falou? –ele disse, ainda mais irritada.

–Eu não sabia se eu podia contar.

–Oh, my Josh! Você vai me levar pra conhecer eles não é?

–Eu não posso!

–Por quê?

–Eu só não posso!

–Por quê?

–Por que eu beijei o Louis e foi estranho! Eu saí correndo como uma criança fútil e idiota! –eu disse, irritada, e talvez alto demais, porque todos viraram seus olhares para mim. Eu saí de perto dela e fui para a biblioteca terminar os croquis.

Eu agora tinha uma coleção completa, com vinte peças, oito delas eram masculinas e as outras doze eram femininas.

Eu não estava me sentindo muito bem, não depois daquele beijo, eu não conseguia me concentrar.

Foi uma longa manhã e uma produtiva tarde. Eu tive que tirar as medidas, ajudar os alunos que a professora disponibilizou para mim e mostrá-los como fazer. Acabou que no final, eu fui embora mais cedo para esquecer os problemas.

Na praia tudo estava muito quieto, mas ainda sim eu não queria ficar naquela parte, aonde todos sempre vão. Eu fui em direção ao píer, tentando me esquecer e tudo e focalizar apenas em uma coisa, esquecer aquele beijo, esquecer o Louis, esquecer a banda, esquecer aquele projeto da escola, esquecer tudo o que aconteceu na última semana.

Talvez eu fazer um programa de intercâmbio não seja uma má ideia. Talvez eu devesse sumir por um tempo, sabe? Ficar alguns meses fora não mata ninguém... A quem eu quero enganar? Eu o amo, o problema é admitir!

Enquanto eu caminhava pela praia até chegar ao píer, eu pude avistar Zayn, Harry e Niall, que nadavam, e Liam, que lia um livro sentado na areia e, aparentemente, nenhum sinal de Louis.

Uma gélida e dura brisa soprou, demonstrando que em algumas horas começaria a chover.

Liam gritou para os garotos saírem da água e enquanto eles caminhavam até a areia eu aproveitava a distração para passar despercebida, mas me arrependi.

Sentados na beira do píer, sob a luz do meio-dia, estavam Louis e uma garota que eu não conhecia. Eles estavam abraçados e uma sensação horrível tomou posse de meu corpo. Era como se eu estivesse com ciúmes por ele estar com outra garota, com raiva por não ser comigo e furiosa, pois me sentia traída.

Eu segurava as lágrimas com toda a força que pude reunir e corria de volta para casa.

Maravilha, mesmo sendo fugir a minha única opção, nem mesmo isso eu conseguia fazer. Minha mente estava presa àquela cena, reproduzindo-a milhões e milhões de vezes, como se ela quisesse me torturar.

Eu enxugava as lágrimas quando trombei com Niall.

–Luiza? O que aconteceu? –ele disse levantando meu rosto e enxugando minhas lágrimas.

–Nada. –eu disse tentando me acalmar.

–Tem certeza? –ele perguntou, preocupado.

–Sim. –eu disse e tentei ignorar o fato de que não estava tudo bem, tentando ignorar o fato de que eu precisava conversar com alguém. –Eu preciso ir. Acabei de lembrar que tenho que terminar meu projeto.

Eu passei por ele e voltei a correr, enquanto o sol brasileiro do meio-dia secava minhas lágrimas.