Moments 1 temporada escrita por Malu


Capítulo 22
Capítulo 22




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–Minha filha? É você? -ele pergunta.

–Pai? -eu pergunto, alegre. –Faz tempo que não falo com você... Você está sempre na empresa e... -seu soluço me cala. –O que aconteceu, pai? -pergunto, assustada.

Meu pai é um homem sério, de negócios, que lidera uma empresa e minha mãe é uma mulher tão ocupada quanto. Ela tem um SPA, ou custumava ter, até resolver vendê-lo. Papai sempre foi muito ocupado e quase nunca nos falavamos depois que vim para o Rio, então, se não ligou para me parabenizar pelo meu aniversário, algo aconteceu.

–Minha filha, lembra-se de quando você era pequena, que sua mãe foi internada algumas vezes, por conta de uma doença? -começou e eu murmurei um "Hm". Então, lembra-se que ela sempre dizia que não era nada grave? -eu concordei novamente, não entendendo nada. –Sua mãe tinha câncer... Um câncer que não pode ser curado e que daria a ela mais, apenas, mais 10 ou 15 anos... Mas os cálculos estavam errados, sua mãe foi enternada ontem, em estado grave e... -eu não conseguia mais me segurar e lágrimas começaram a correr. –Eu sinto muito minha filha, eu não queria ter que te dizer isso hoje, mas... Sua mãe se foi! -ele completou e eu deixei que meu corpo fosse abaixo e caísse sob os joelhos. –Mas lembresse, ela morreu feliz por ter sido a sua voz a última que ela ouviu... -ele dizia, mas nada daquilo para mim fazia sentido.

Leticia POV

Luiza estava começando a demorar no telefone e resolvi ir até lá, ver se ela tinha se machucado, ou sei lá... Do jeito que ela é desastrada, qualquer coisa podia ter acontecido.

–Isso não é verdade, pai... -ela dizia, desesperada, com a mão sob a boca e as lágrimas escorrendo dos olhos, como a água tomba de uma cachoeira. –Eu... Eu tenho que desligar! -ela disse, afastou o telefone da orelha e o tacou na parede.

–Hey, não é culpa do telefone! O que aconteceu? -eu disse e me abaixei diante dela, a abraçando com cautela.

–Minha mãe... Ela... -ela não completou, apenas começou a chorar ainda mais.

–Hey, esquece isso! Só por hoje, okay? Amanhã você chorar, grita, esperneia, mas só por hoje vamos sorrir um pouco, okay? -eu disse, tentando animá-la. Tentativa frustada!

NOSSA, DIZER PRA ELA CHORAR AMANHÃ... ÓTIMA, HEIN, LETICIA! NÃO QUER APROVEITAR E MANDAR ELA PULAR DE CABEÇA DO CRISTO REDENTOR, NÃO? ACHO QUE IA SER MENOS EGOÍSTA DO QUE ISSO!

–Vem cá, o quarto tá abdusindo todo mundo ago... -NIall começou, mas parou ao ver Luh chorando.

–O que ta acontecendo? -Louis perguntou, preocupado.

Luiza POV

Agora todo mundo estava ali, perguntando o que aconteceu.

–Minha mãe... Ela teve câncer há alguns anos e eles não me contaram que não tinha cura, apenas disseram que tiraram o tumor e que ela não corria risco mais... -eu enterrei meu rosto no ombro de Louis. –Ela se foi! Eu não consigo acreditar que ela se foi... Para sempre! -eu disse.

–Hey, vai ficar tudo bem, ela está melhor agora...

–Não está...

–Eu entendo a dor que está passando... -Zayn começou.

–Não, não entende... Nos últimos 9 anos tudo o que eu dizia a ela, acabava em um "Eu te odeio", eu me trancava no quarto e assim se passavam os próximos dias... Nos últimos meses, ela vinha me ligando frequentemente, me pedindo para que voltasse e eu dizia que não iria, que eu a odiava e que só voltaria quando concluisse minha faculdade e cumprisse com minha promessa. -eu o interrompi, deixando minha raiva e revolta comigo mesma estravasar. –Eu a amei, em cada segundo da minha vida miserável, e passei cada um desses segundos desejando ela aqui comigo, desejando que ela tivesse me dado o mínimo de atenção necessária... -eu continuei, retomando a calma. –Eu só queria mudar as coisas que eu disse e...

–Se você ou ela não tivessem dito o que disseram, ou feito o que fizeram, whatever, você não estaria aqui agora, no Rio de Janeiro, realizando o seu sonho! -Leticia disse e enxugou minhas lágrimas, mas elas continuavam a escorrer. –Olha pra mim! -ela levantou meu rosto. –Lembra quando nos conhecemos e você disse que veio pra cá para realizar seu sonho? -eu assenti. –Qual era? -eu não disse nada. –Qual era? -ela repetiu.

–Cursar a faculdade de moda, me formar, fazer um programa de irtercâmbio, criar minha própria grife e conseguir manter uma familia feliz com o dinheiro que eu conseguisse nisso. -depois de um tempo em silêncio, respondi, pausadamente.

–E o que você está fazendo agora? -eu continuei em silêncio. –Realizando esse sonho... Você está na metade da faculdade com apenas 19 anos, é a mais nova da turma e tem as melhores notas e melhores designs... E chegou até aqui sozinha! Você conseguiu algo que ninguém jamais conseguiu naquela faculdade... Uma bolsa de estudos em Sidney! Eu queria estar no seu lugar! -ela respondeu por mim. Quando se tratava de animar as pessoas, a Leticia era a melhor nisso! Eu não sabia o que dizer, então simplesmente a abracei.

Depois de alguns minutos assim, me levantei, fui até o banheiro, lavei meu rosto e continuamos a "comemorar" o meu aniversário.

Quando anoiteceu, Louis insistiu em me levar para sair.

Eu me arrumei e saímos de casa. Ele não me disse onde era, mas me levou à um restaurante antes e, de algum modo, as pessoas já sabiam, porque a porta do restaurante estava lotada de fãs e de paparazzis. Eu pus os óculos escuros e me abracei a ele. Ele deu alguns autógrafos, tirou fotos com algumas fãs e me fez posar para algumas fotos com ele. Apesar da minha perda, meu aniversário não estava saindo tão mal assim..

Depois de jantarmos, esperamos até que tudo lá fora se acalmasse e saímos, mas agora eu tinha uma venda preta no olhos no lugar dos óculos. O caminho foi um tanto longo, mas divertido enquanto cantavamos diversas músicas que tocavam na rádio.

Nós finalmente haviamos chegado e ele me ajudou a descer do carro. Eu senti que estavamos em um parque ou algo do tipo, por que podia sentir o cheiro do campo e de flores. Ele me ajudou a sentar no que parecia ser um pano e, quando uma melodia começou a tocar, ele tirou a venda. Ele começou a cantar e quando dei por mim ele estava ajoelhado a minha frente.

–Luh, me deixa ser o único na sua vida? -ele perguntou e eu não consegui dizer mais nada. Meu corpo paralizou e ele ia se aproximando, até que eu estava deitava sob a toalha e ele estava de quatro sob mim, esperando por uma resposta.

–Você sempre vai ser o único na minha vida! -eu respondi e o beijei.

Um tempo se passou e lá estavamos nós, deitados, olhando as estrelas que eu sempre admirei do pier, mas dali elas pareciam brilhar mais... De repente um pensamento surgiu a minha cabeça, "De repente, minha mãe agora está lá... Talvez  sempre esteve!"

–Do que tá rindo? -Lou perguntou e só então percebi, eu estava mesmo sorrindo.

–Eu tava pensando... De certa forma, a minha mãe sempre esteve comigo, mesmo longe... Eu nunca estive sozinha, e nunca vou estar! -eu me virei e deitei minha cabeça em seu colo.


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