Depois de tanto rodar o mercado, eu finalmente havia decidido o que fazer... Minha mãe me ensinara a fazer uma lasanha maravilhosa quando eu era pequena. (NÃO QUE EU TENHA CRESCIDO MUITO, MAS...) 

Era uma receita fácil, nada complicada e que daria para fazer sem muita bagunça e com pouco tempo.

Eu voltei para casa, fiz o molho, botei o forno para esquentar, montei a lasanha e agora ela estava assando. Eu fui para a sala e pensei em por onde começar.

Minha decisão for difícil, mas começei recolhando os vestígios de rosas de nosso primeiro encontro, substituíndo a água do vaso e pondo o buquê da noite anterior. Depois eu comecei a juntar as almofadas, coloquei o copo com vestígios da bebida e me livrei da garrafa quase vazia (LETICIA ME MATA SE VER ISSO!).

É, parece que eu terminei! Agora só preciso pôr a mesa e me arrumar...

E assim eu fiz. Pus quatro pratos em volta da mesa, quatro taças, os talheres e a mesa estava pronta.

Eu espalhei velas por toda a sala e usei as pétalas brancas para dar um ar mais romântico ao lugar. E funcionou! 

–No final, minha fúria funcionou para alguma coisa! -eu disse a mim mesma e ri.

Estava na hora de eu ir me arrumar. Eu fui para o banheiro, enchi a banheira de água e despejei quase um vidro inteiro de sais de banho. Eu me despi da roupa suada e comum que usei por horas durante a aula e durante a confecção das roupas e mergulhei meu corpo na banheiro. Pude sentir um alívio imediato e a tensão se esvaíndo de mim.

Meu banho foi demorado e quando eu saí pude sentir o frio pinicar minha pele. Eu fui até o quarto e troquei de roupa. Pus uma saia cintura alta preta, uma blusa branca e larga que descia até o ombro e um salto preto. Coloquei também, como acessórios, um colar longo e como pingente ele tinha uma nota músical e um pequeno L.

Um sorriso automático me domou e a campainha soou.