_Vênus? –Justin falou descendo as escadas, eu e a mãe dele olhamos no mesmo instante. Ele estava só de short, caramba que peitoral é aquele hein?

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_Ah, oi Justin. –Falei envergonhada. Me ajeitei melhor no sofá.

_O que você ta fazendo aqui? –Ele perguntou. Olhei pra mãe que parecia está esperando a mesma resposta.

_Hm... bom. –Pigarreei e olhei pra dona Pattie falando em seguida. _Eu sou a garota que o Justin engravidou, e... –Eu mesma me interrompi quando vi a cara da mãe dele pra mim, parecia até que ela ia me enforcar com os olhos.

_Como é? –Ela olhou pro Justin. _É ela Justin? –Ele assentiu.

_Olha. –Falei tentando manter a atenção dela em mim. _Eu só vim...

_Ótimo, duas crianças cuidando de outra criança. –Ela se levantou e começou a andar de um lado pro outro.

Justin ficou imóvel olhando pra mim com raiva, tentei não olhar pra ele, então abaixei a cabeça.

_E o que você quer que eu faça? Que sustente vocês três? –Ela quase gritou olhando pra mim com os olhos esbugalhados.

_Não, eu só...

_EU NÃO QUERO NEM SABER COMO VOCÊS VÃO CRIAR ESSA CRIANÇA, EU NÃO VOU AJUDAR EM NADA, FIZERAM, AGORA VÃO TER QUE DAR CONTA, EU NÃO ME RESPONSABILIZO. –Ela gritou, dava pra ver de longe que ela estava mais nervosa que o normal, suas mãos tremiam e acho que ela nem conseguia sentar.

_Mãe, tenta se acalmar, eu...

_VOCÊ O QUE JUSTIN? COM A CARA MAIS LIMPA DO MUNDO, ESSA GAROTA VEM AQUI E DIZ QUE É A GAROTA COM QUEM VOCÊ TRANSOU E ENGRAVIDOU, AGORA VOCÊ VEM E ME PEDE PRA FICAR CALMA JUSTIN? –Dona Pattie começou a chorar. Justin foi pra abraçá-la, mas ela o empurrou. Olhei pro lado e avistei a cozinha, fui até lá e peguei um copo d’água voltando pra sala em seguida.

Eu tenho que admitir que eu já esperava isso da Senhora Mallette, e confesso que eu estava me esforçando pra não da um treco ali também de tanto nervosismo que eu estava sentindo.

_Aqui, tente se acalmar senhora, eu quero explicar. –Lhe entreguei o copo de água e ela tomou é um único fôlego. Voltei a me sentar no sofá olhando ela chorar.

_Por que você veio aqui Vênus? –Justin me olhou com raiva novamente.

Antes que eu respondesse Pattie pronunciou:

_Isso não interessa Justin. –Ela se acalmou mais e continuou. _A questão é... vocês vão ter que se casar depois que terminarem os estudos, Justin vai procurar um emprego e vocês dois vão criar esse bebê juntos. –Ela disse num só fôlego.

_O QUE? –Justin e eu gritamos no mesmo momento.

_Eu não vou me casar com ela. –Ele falou alterado novamente.

_Vai sim, você não a engravidou? Vai assumir as responsabilidades sim.

_Mãe, não é só porque eu engravidei a Vênus que eu tenho que me casar com ela, eu não quero me casar agora sou muito novo.

_Ah... agora você diz que é “muito novo” né? Mas na hora que tava lá, no bem bom, na cama com essa aí, não pensou que poderia ter evitado isso. –Ela gritou.

_MÃE EU TAVA BÊBADO, E ELA TAMBÉM, NÓS DOIS FOMOS PELO INSTINTO. –Eu observava tudo com atenção, meus olhos estavam marejados, eu não devia ter vindo aqui.

_É... ESTAVA BÊBADO, PORRA JUSTIN CUSTAVA TU COLOCAR UMA CAMISINHA NESSE TEU PAU?

_PARA! –Gritei, eu já estava aos prantos. _Eu não quero nada de ninguém, e essa criança não vai ter o sobrenome do Justin, porque eu vou entregar ele pra adoção, isso já está decidido, como ele mesmo disse, ele é muito novo pra isso, e eu mais ainda, eu me arrependo amargamente de ter transado com ele naquela noite, e juro que se eu pudesse voltar atrás eu nunca teria ido aquela festa. –Soltei tudo de uma vez, coloquei a mão na boca por causa de um soluço que eu soltei, meu rosto já estava todo molhado por causa das lágrimas.

 Ficamos em silêncio por alguns segundos, d. Pattie me olhava intacta com os olhos esbugalhados, Justin estava de cabeça baixa, e eu? Eu queria enfiar minha cara num buraco e não tirar nunca mais.

_Eu só vim dizer isso, eu já vou indo. Me desculpa pelo constrangimento. –Enxuguei os olhos, e caminhei em direção a porta.

_Espera. –Dona Pattie falou, eu parei ainda de costas e me virei depois, vendo-a ainda sem acreditar no que eu disse. _Você... vai mesmo colocar essa criança na adoção? –Assenti devagar. Olhei pra Justin e ele estava na mesma posição de antes, cabisbaixo.

_Eu não queria causar tudo isso, eu juro, mas eu queria tirar essa história a limpo, não se preocupem com nada. –Me virei novamente caminhando até a porta. Sai caminhando por aquelas ruas escuras e largas.

Eu não podia mentir que eu estava aliviada de soltar ter explicado tudo pra mãe do Justin.

Assim que cheguei em casa, minha mãe veio logo me perguntando pra onde eu estava. Eu não respondi e só entrei no meu quarto e fiquei lá, deitada, chorando e pensando em tudo que aconteceu hoje. Eu estava confusa sobre o bebê, eu não queria dá-lo pra adoção, mas é a única maneira de eu seguir minha vida sem interrupções e aliás tenho certeza que os pais adotivos vão ser bem melhores que eu. Meu filho merece coisa melhor que eu.

Ouvi minha barriga roncar e sai do quarto indo a cozinha.

_Oi mãe. –Falei procurando alguma coisa pra comer na geladeira.

_Oi filha, o que aconteceu? Onde você tava até agora? Eu já estava preocupada.

_Calma mãe, eu tava na casa do Bieber, conversando com ele e com a mãe dele. –Retirei um bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro da geladeira e comecei a comer.

_E o que aconteceu?

_A mãe dele ficou uma fera quando descobriu que ele havia me engravidado, acredita que ela queria que eu me casasse com o Justin?

_E eu acho que ela está certa, você tinha que se casar com ele filha, e ter sua própria família.

_Não mãe, eu não to preparada pra isso, isso que me aconteceu foi um acidente, e aliás eu deixei bem claro que vou colocar o bebê na adoção. –Minha mãe não falou nada, só foi pra pia lavar a louça que tinha suja.

_Você tem certeza que quer fazer isso Vê? Não vai se arrepender depois?

_E o pior é que eu sei que vou me arrepender, mas pra criar de um filho, tem que ter muita responsabilidade, eu não posso ser mãe ainda. –Beijei sua bochecha.

_Você ta certa. –Lhe dei outro beijo e fui pra sala, procurar se tinha alguma ligação na secretária pra mim.

Apertei o botão e vi que tinha duas mensagens, cliquei no botão pra escutar a primeira:

“Ah... oi, eu sou a Cristinne, fui em um orfanato e lá me falaram que você está doando seu bebê, e bem... eu queria muito ser mãe, mas eu e meu marido não podemos ter filhos, eu queria saber se poderíamos nos encontrar pra conversar sobre o assunto. Beijos.”

Cliquei no botão novamente e veio a outra mensagem:

“Oi Vênus, eu sou a Betty. Eu e meu marido... hm... nós fomos no orfanato, eu quero muito ter um outro filho, só que a poucos meses tive um problema que não me permitiu ter mais filhos, então a madre Joanna nos informou que você estava colocando seu filho na adoção então... eu queria saber se poderíamos nos encontrar pra poder nos conhecer mais e falar sobre o assunto. Beijos”

Suspirei assim que terminei de ouvir a última mensagem. Eu não queria fazer isso mesmo, mas era preciso, seria doído, mas era preciso. Tentei expulsar esses pensamentos da minha cabeça.

Eu jantei, e fui pro meu quarto, tomei um banho e pus pijama simples. Demorei alguns minutos esperando o sono chegar e nada. Tentei cantarolar uma música do Usher, e funcionou, logo eu peguei no sono.

P.O.V Justin

Depois daquela cena na sala, minha mãe não falou mais nada, ela só saiu de perto e se trancou no quarto. Eu chutei o pé do sofá e fui pro meu quarto bufando.

Tomei um banho e me deitei na cama.

_Droga, ai Rafa, eu preciso tanto de você. –Uma lágrima escapou quando me lembrei da Rafa. Cara, como ela me faz falta.

Dormi em seguida perdido em meus devaneios.

No dia seguinte eu fui pra escola, e não vi a Vênus, então tentei passar uma aparência legal pra geral, mas que tava sendo difícil tava, ta uma confusão na minha vida, e tudo isso é culpa minha.

As aulas quase que não passaram, mas graças a Deus eu já estava no ponto de ônibus. O mesmo não demorou e eu voltei pra casa.

P.O.V Vênus

Não fui pra escola hoje, tinha uma conversa com as duas famílias, eu tinha que escolher apenas uma pra poder cuidar do bebê. As duas pareciam muito boas, mas eu estava pensando em escolher a Cristinne, ela não podia ter filhos, e já a Betty tinha um filho.

_Oi. –Cristinne me cumprimentou com um abraço.

_Oi. –Retribui o abraço.

_Como vai? –Um homem alto e moreno me cumprimentou.

_Muito bem, obrigada.

_Bom... vou deixá-los a sós. Com licença. –Madre Joanna disse e fechou a porta da sala, estávamos no orfanato.

_Então... Como eu disse na mensagem eu sou a Cristinne e esse é meu marido Christian.

_Vocês parecem que vão ser uns ótimos pais pro bebê. –Disse pondo a mão na barriga, eles sorriram e se entreolharam.

Ficamos alguns minutos conversando até que entrou a outra família, conversamos também por alguns minutos e por fim escolhi a Cristinne mesmo. Dei graças por ter ido embora. Cristinne, dali pra frente iria acompanhar a minha gravidez.

...

Os meses se passaram e finalmente o final do ano chegou, e daqui a três dias iria ser a formatura. Eu não tava muito animada, a gravidez me deixou toda quebrada, eu agora to com cinco meses, minha barriga ta um pouco grande e descobri que vou ter uma menina.