Simplesmente Viver: Anos Um e Dois escrita por CR


Capítulo 9
Rumores


Notas iniciais do capítulo

Os rumores aqui apresentados são muito fortes para uma menina de 13 anos, pelo menos no meu país, Portugal, eles são considerados muito fortes. No entanto, eu estudo Cultura Inglesa na UC e sei mais ou menos que este tipo de insultos entre adolescentes é usual. Além disso, os feiticeiros amadurecem mais cedo, não é?

Boa leitura!!!



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Rumores

- Então tu estás a dizer que o Dumbledore te odeia? - Perguntou Harry a Siria. Harry estava deitado em cima da cama de Siria, enquanto esta secava o cabelo com a toalha em frente ao espelho.

- Sim, ele diz que eu sou uma ameaça por causa do meu poder mágico, diz que por ser muito poderosa, posso trair tudo e todos pela ânsia de mais poder. - Respondeu Siria.

- Mas é estúpido, não é? Quer dizer, o Dumbledore gosta de todos os alunos, ele vive para Hogwarts, pelo menos, é o que dizem. - Disse Harry, sentando-se na cama e olhando para o reflexo de Siria no espelho.

- Eu vejo que ele vive para esta escola. Se calhar, como ele não tem vida pessoal, logo que encontra uma anormalidade como eu, começa logo a desconfiar. - Disse ela, atirando a toalha para dentro do cesto de roupa suja.

- Tu não és anormal, Siria. - Falou Harry seriamente. - O Dumbledore é que é um bocadinho irregular.

- Irregular? - Perguntou Siria com confusão no olhar.

- Sim, quando eu te falei de ti a ele e quando ele recebeu a carta, o Dumbledore ficou bué surpreendido pela tua sabedoria e pareceu gostar de ti. - Disse Harry, recordando-se do episódio com o Director.

- Sabes de quem é que ele gosta mesmo? De ti. - Siria sorriu. - Ele está muito preocupado contigo por causa da tua fama e do que a tua chegada a Hogwarts te pode fazer.

- Ele não gosta de mim, Siria. Ele está preocupado com o mundo feiticeiro por causa do Voldemort. Agora que eu voltei, também ele pode voltar, percebes? E é com isso que ele está preocupado. O Hagrid disse-me que o Voldemort há-de regressar um dia.

- E, quando regressar, vai ter que enfrentar o melhor feiticeiro do mundo. - Ele sorriu com o elogio.

- Sabes que isso não é verdade, sou muito inexperiente e tu és muito mais poderosa que eu.

- Harry, tu és fantástico. És muito bom feiticeiro, apenas precisas de experiência.

- Pois, mas eu não tenho essa experiência e o Voldemort... nem é preciso falar.

- Mas hás-de ter, Harry, e aí ninguém te vai conseguir parar.

- Há algo mais, não há? - Siria sorriu calmamente, tentando disfarçar o que sentia.

- Não, Harry. São coisas tolas.

- Vamos jantar, já está quase na hora. - Disse Harry, levantando-se. Siria foi com ele.

O Salão Principal já estava apinhado de gente, incluindo os professores. Quando Harry e Siria entraram, a maior parte dos estudantes começou a falar entre si. A maior parte desses estudantes falava baixinho, mas uma pequena parte, alguns slytherin e poucos gryffindor, falava normalmente sem esconder o que pensava. Siria passou por uns desses alunos gryffindors, ouvindo-os falar:

- Ela tem um quarto só para ela, consegues imaginar o que ela fez para o conseguir?

- Conseguir, consigo, e o que eu imagino é tão baixo... Andam por aí a dizer que ela é uma falsa e que anda a chantagear os professores, mas o que eu acho é que ela lhes anda a fazer favores para acabar com a sua solidão.

- Vocês têm ao menos noção do que dizem? - Perguntou Harry furiosamente, indo ter com eles. Os gajos tinham cara de serem do terceiro ano.

- Vens armar-te para cima de nós numa de defensor dos oprimidos? Pensas que vamos abaixar a bolinha só por seres o Rapaz Que Sobreviveu? - Perguntou um deles, levantando-se ameaçadoramente, o outro fez o mesmo. Eles eram muito mais altos do que Harry e Siria.

- Harry, vamos comer. - Disse Siria, vendo que estavam a ser o centro das atenções.

- Comer, tu sabes bem o que é isso, não sabes? Deves fazer isso a todos que te aparecem à frente. - Disse o outro, desprezando-a. O olhar de Siria tornou-se frio como o gelo.

- Eu não quero problemas logo no primeiro dia de aulas e tenho a certeza que vocês podem fazer coisas mais úteis do que estar aqui com falsas suposições e insultos sobre mim. - Siria tentava arrastar Harry para o lugar perto de Hermione e dos Weasley.

- Vocês é que são os verdadeiros nojentos, não ela, porque a Siria nem sequer nisso pensa, vocês é que pensam.

- Ela engana-te bem, andam por aí a dizer que vocês são muito amiguinhos. Eu, se fosse a ti, tinha cuidado, ela tem cara de traidora. - Harry não se conteve e deu um murro no rapaz. Siria apressou-se a impedir Harry de o fazer de novo, dizendo:

- Harry, tem calma, está tudo bem, não vais ceder à raiva, está bem? Tu és fantástico por me defenderes, mas eu não quero que te magoes, pode ser? - Harry anuiu com a cabeça, Siria sorriu aliviada. Os dois gajos tentavam avançar para Harry, mas estavam a ser impedidos por uma Magia. Toda a gente olhava para cada canto tentando descobrir de onde vinha toda essa magia, sem sucesso. A magia vinha mesmo de Siria, mas era algo que não deixava rastro, a não ser que alguém, ao tentar quebrar a magia, detetasse a pessoa pela sua marca mágica.

- Quem estiver a praticar magia que pare imediatamente. - Disse Dumbledore imponentemente. Siria olhou para ele incrédula, ela sabia que todos tinham ouvido os cruéis insultos que os rapazes lhe tinham mandado, mas ela sabia também que magia era uma coisa que devia ser levada com muita responsabilidade. Foi por isso que ela obedeceu a Dumbledore. - Sentem-se todos no seu lugar, ou não jantam. - Os dois rapazes sentaram-se prontamente. Siria teve que puxar Harry para um lugar na mesa. Todos falavam normalmente sobre o que se passara, curiosos por saberem quem tinha praticado tal magia. - Siria, para a próxima vez, tenta controlar-te! - Todos olharam de repente para Siria.

- O que é que foi? - Perguntou ela inocentemente. Ela estava tão furiosa com Dumbledore, como é que ele tinha coragem de a humilhar em frente a todo o Salão Principal? - Eu não fiz nada. - Mentiu ela.

- Não mintas. - Ele disse, friamente.

- Ela não está a mentir, Dumbledore. Eu impedi os alunos de avançarem. - Afirmou Quirrel, gaguejando. Todos olharam para ele. - Eles estavam com cara de quem ia atacar a valer.

- Comam! - Mandou Dumbledore.

- O Diretor tem alguma coisa contra ti, Siria. - Disse Hermione, saindo do Salão juntamente com Siria e Harry. - Acusar-te de teres feito aquela magia. Foi tão estúpido... - Siria olhou para Harry, que compreendeu.

- Na verdade, Hermione, eu fiz aquela magia, fui eu. - Hermione olhou-a surpreendida.

- Tu... Mas como é que tu fizeste aquilo e tens noção disso? - Perguntou ela.

- Vamos falar para o meu quarto. - Disse Siria, abrindo caminho.

- Eu vou com vocês. - Ron disse, aparecendo e acompanhando-os.

- Nós também. - Disseram os gémeos Weasley seguindo-os.

- Vocês não sabem que não devem escutar a conversa dos outros? - Perguntou Siria nervosamente.

- Siria, eu sei que nós podemos parecer assim um bocadinho parvos, e até somos, mas não somos estúpidos. Quando ouvimos tu a dizer que era melhor ir falar para o teu quarto, supusemos que tinhas sido tu. - Disse Fred. - Não te preocupes, não contamos a ninguém, somos bons amigos, apesar de parvos. - Conclui ele a sorrir calmamente.

- Vamos então. - Disse ela, entrando no seu quarto com eles. Alguns da sala comum começaram a tecer comentários maldosos, mas foram praticamente ignorados.

- Conta-nos tudo, rápido. - Pediu Ron, ansiosamente.

- Ouçam, isto não pode sair daqui. Eu nunca soube que era uma feiticeira, mas toda a minha família é feiticeira, sempre foi, mas os meus pais decidiram não me dizer nada sobre o mundo ao qual pertencia. Desde os cinco anos que sou a melhor amiga do Harry, mas ele também não tinha conhecimento disto tudo. Hogwarts é uma novidade para nós. Bom, e eu descobri hoje através do Snape que o meu poder mágico é muito grande e é por isso, acho, que o Diretor trata-me tão mal. Acho que me quer humilhar para me fazer desistir de Hogwarts e ir-me embora. Ele pensa que o meu poder mágico pode fazer com que eu me entregue às Trevas. - Disse Siria, sentando-se no sofá.

- Ele é mesmo estúpido. Como pode ele pensar que uma rapariga tão delicada como tu, pode deixar-se levar pelo Mal? - Perguntou George passando a mão pelo braço de Siria, que o olhou ameaçadoramente. - Desculpa. - Pediu ele sem sentir realmente o que estava a dizer com um sorriso aberto.

- Então, mas por que razão é que o Prof. Quirrel disse que tinha sido ele a fazer o feitiço? - Perguntou Harry.

- Se calhar porque sabe o que o Director pensa sobre a Siria e não concorda que ele a humilhe perante todos. - Disse Hermione.

- Boa pessoa, não acham? - Perguntou Ron.

- Demasiado boa pessoa. - Os outros olharam para Siria sem a compreenderem. - Não gosto dele, ele mostrou-se muito interessado no meu poder. Não confio nele nem um bocadinho, nem mesmo tendo ele feito o que fez. Parece que ele me quer manipular, deixar-me em dívida para com ele, só não sei com que objectivo.

- Ele não parece ser mau. - Disse Fred, um pouco desconfiado.

- Não importa, eu quero é esquecer o que se passou hoje. Preciso de descansar. Boa noite a todos. - Disse Siria abrindo a porta. Eles sairam e a porta logo se fechou. Siria ficou um bom bocado a olhar para a parede, assimilando tudo o que se tinha passado. Tinha sido o dia mais longo da sua vida e, apesar de todas as dificuldades, tinha sido também o dia mais feliz. Preparou-se e adormeceu pouco tempo depois.


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Notas finais do capítulo

eu sei que o Dumbledore aqui é um pouco injusto com a Siria, mas com o tempo, acho que vocês vão perceber porquê...

Comentários são sempre bem vindos para uma autora desesperada por atenção ;D

Kiss kiss

CR, a autora (desesperada por atenção)