Some Secrets Never Die escrita por APrettyLittleLiar


Capítulo 3
Close your door, Little Liar


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o segundo capítulo (: Boa leitura!



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Os raios de sol da manhã já estavam entrando pelas janelas do quarto de CeCe. No dia anterior, quando Alison foi direto para a casa da amiga, as duas assistiram filmes e fingiram serem estilistas famosas, pegando todas as roupas do closet de CeCe e combinando com pares de sapatos e acessórios. Um barulho vindo do andar de baixo despertou Alison, que havia adormecido em um dos colchões macios, que antes pertenciam a casa de praia da família de CeCe.

– Devem ser meus pais.– cochichou CeCe, que também havia despertado com o barulho.

Alison pegou a sua bolsa, a procura de seu celular.

– É novo? – perguntou CeCe, apontando para o maravilhoso iPhone branco na mão da amiga.

– É sim. - disse Ali– Ganhei do meu pai.

–Seu pai é bom em escolher presentes!– exclamou CeCe. – O meu só sabe me dar roupas. Pelo menos são de marca.

Alison riu. Mas logo seu rosto foi tomado por uma expressão de medo. Haviam seis chamadas perdidas em seu celular.

– O que aconteceu?– Perguntou CeCe, vendo a expressão no rosto da amiga.

– Nada... - disse Ali. – Posso ficar sozinha um pouco, só pra fazer uma ligação?

– Hm, ok. Vou ver se o café da manhã já está pronto. Me chame se precisar de alguma coisa.

– Ta bom.– disse Alison, com a voz tremula.

Assim que CeCe saiu do quarto e desceu as escadas, Alison pegou de novo seu celular e resolveu ver de quem eram as chamadas perdidas. Quatro eram de Jason, duas de Marc, seu amigo-quase-namorado. Ali achou estranho, porque Jason iria ligar tantas vezes para ela? Mas, por causa de toda a raiva do dia anterior, ela resolveu ligar para Marc primeiro.

– Oi Ali.– disse ele, ao atender sua ligação.

– Oi. - Alison podia senti-lo sorrindo do outro lado da linha.

– Nós ainda vamos sair hoje a noite?– perguntou Marc.

– Talvez, se eu não estiver muito ocupada.

Marc era da sua classe no colégio La Filadélfia. Alison sempre teve uma queda por ele. Marc estava na lista dos meninos mais bonitos do colégio, com seus olhos verdes e cabelos castanhos. Ele era considerado o ''mais gostoso'' e também o ''mais atraente.'' Qualquer menina que dissesse não acha-lo bonito ou era lésbica, ou cega, ou... louca.

– Está bem, senhorita ocupada. – Brincou Marc. – Eu te ligo mais tarde.

– Ta bom.– Alison falou com um tom de malícia. – Nos falamos mais tarde. – E desligou.

Ainda olhando para as chamadas de Jason, Ali resolveu deixar a raiva um pouco de lado e ligar de volta para ele. Ela estava com medo de que fosse Courtney ligando para ela com o celular de seu irmão. A última coisa que ela queria agora era falar com a psicopata da sua irmã, ou ''psicourtney'', uma palavra que ela e CeCe haviam inventado na noite anterior enquanto assistiam ao X Factor, um de seus programas favoritos. Quando Ali estava prestes a apertar o botão para retornar a ligação, CeCe entrou no quarto com uma bandeja cheia de panquecas e suco de laranja.

– Ops.– disse CeCe. – Atrapalhei alguma coisa?

– Na-Não. – disse Alison, um pouco tremula.

– Bom.. Então tá legal.– CeCe sorriu. – Você ainda vai se encontrar com o Marc hoje a noite?

– Eu... Eu não sei.

– Você ficou louca? Ali, eu te conheço. Você sempre teve uma queda por ele desde o jardim de infância, e não vai dizer que isso é mentira.

Alison tentou forçar um sorriso, mas depois desistiu.

– É que... As coisas estão meio confusas pra mim.

– Não vai me dizer que tudo isso ainda é por causa da Courtney?!– CeCe fez uma cara de decepção. – Você nunca deixou que ela te atingisse, e você vem com essa agora?

– Você não entende. – Alison olhou para o chão, depois de volta para CeCe. – Mas, quer saber... Você está certa. Vou esperar Marc me ligar mais tarde, e vamos ter um encontro hoje a noite.

– É claro que estou certa, eu sempre estou certa.– CeCe riu. – Muito bem! Essa é a Alison que eu conheço.

As duas comeram as panquecas e tomaram o delicioso suco de laranja recém colhida, do quintal dos fundos da casa de CeCe. Alguns anos atrás, Ali passava as tardes mais tediosas no quintal de CeCe colhendo morangos. Lá havia uma plantação das mais variadas frutas. Além de ser um lugar de distração para as duas, lá foi o local onde foram compartilhados os mais diversos segredos. Mas, é claro, nem todos Alison podia contar. Há coisas que você tem que guardar para si mesma.

– Você não acha que deve voltar para a casa, para ver como estão as coisas? – perguntou CeCe.

– Eu não volto lá enquanto aquela vadia ainda estiver morando lá, eu já disse.

– Então porque você não liga para o Jason?

Alison encarou CeCe por um momento.

– Ta bom! - Alison pegou seu celular e começou a discar o número de Jason, com suas mãos suando de ansiedade.

– Vou sair daqui para vocês poderem conversar. – disse CeCe com um sorriso, carregando os copos e as bandejas vazias para a cozinha no andar de baixo.

Alison e CeCe eram completamente iguais. Elas podiam até ser irmãs. Alison trocaria Courtney facilmente por CeCe, se não tivesse a pequena diferença de idade que impossibilitaria as duas de serem gêmeas. CeCe foi quem ajudou Alison a ser popular, incluindo ela no time de torcida e ensinando a ela como andar corretamente, jogar a cabeça para trás, sorrir para estranhos, zombar das pessoas esquisitas e rir irônicamente de quem ela considerava ser tola.

Assim que Ali acabou de discar o número de Jason, o telefone chamou três vezes, até ele resolver atender.

– Eaí, seu idiota.– disse Ali, tentando parecer animada.

– É incrível o que uma noite ao lado da CeCe pode fazer com você.– disse Jason. – Ontem eu era o seu irmão incrível, e agora...

– Incrível? – Alison deu uma gargalhada. – Ok, vamos ao que interessa. Porque você me ligou tantas vezes? Sentiu saudades?– Alison imitou uma voz de criança, fazendo biquinho.

– Olha... Vou falar rápido antes que o pai e a mãe acordem.– disse Jason, nervoso. – Eles resolveram levar Courtney para um centro de reabilitação ou algo parecido.

– O que?– disse Alison, frustrada. – Isso quer dizer que ela vai ser tratada bem?

– Eu nunca fui para uma clínica, mas sei que lá eles não batem nas pessoas.

– Que droga!– exclamou Ali.

Nesse mesmo instante, alguém bateu na porta do quarto de CeCe.

– Tenho que desligar, conversamos depois.– sussurrou Ali para Jason, desligando o telefone na sua cara.

Ali andou até a porta, com os dedos dos pés pinicando. Quem iria subir até o segundo andar e ainda bater na porta? Quando Ali abriu, se deparou com um homem lindo e alto, com um porte físico atleta.

– Ah!– Ali deu um gritinho de susto.

– Desculpe, eu não queria assustá-la. A porta da frente estava aberta então... Eu entrei. A CeCe está?

– Quem é você?– perguntou Ali, olhando emburrada para ele.

– Sou Logan, o novo namorado dela.

Alison lembrou. Noite passada, enquanto tomavam pequenos goles de uma garrafa de champagne de 350 dólares, CeCe mencionou que estava saindo com um cara.

Alison fez sua cara de ''não sou simpática'' e lhe lançou um olhar de desdém.

– Ela estava na cozinha. Porque você não vai procura-la lá?

– Você é a Alison, certo?– perguntou Logan.

– Não te interessa.– Ali bateu a porta na cara de Logan e se virou para arrumar as suas coisas.

Os pais de CeCe já deviam ter saído para trabalhar, e a única coisa que ela queria agora era presenciar uma cena de sexo entre CeCe e Logan. Que nojo, pensou.

Seu iPhone tocou mais uma vez. Era Jason, novamente.

– O que você quer agora?– falou Ali, baixinho. – Eu disse que te ligaria depois.

Alison! Não desligue! – exclamou Jason. – Você precisa vir para casa agora.

– O que houve?– perguntou Alison, assustada.

– Courtney se recusou a ir para a reabilitação. – Jason respirou fundo, continuando. – O pai carregou ela a força. Ela quebrou todos os vasos antigos da vovó. Mamãe ficou furiosa.

Alison riu. Aquilo tudo era tão engraçado, pelo menos para ela.

– Estou indo.– disse Ali, ainda rindo.

– Não saía daí. Pode ser perigoso. Eu vou buscá-la em um minuto.

– Não demore. O novo namorado de CeCe está aqui, não quero assistir enquanto eles estejam no meio de uma relação sexual.

– Novo namorado? - perguntou Jason, com uma voz desanimada.

– Você me ouviu.– disse Alison, com um sorriso maldoso. - Vem logo!

Alison pegou todas as suas coisas e desceu. Andou até a cozinha com um intuito de se despedir de CeCe, mas ela estava aos beijos com Logan. Alison revirou os olhos e saiu pela porta da frente, deixando um recado na cômoda da sala.

''CeCe, estou indo para casa. Boa sorte com seu novo namorado Logan. Se precisar de alguma coisa, me ligue. Beijos! - Alison.''

Cerca de sete ou dez minutos depois, Jason apareceu com seu carro recém comprado. Brilhava de tão novo. Alison não sabia ao certo porque as meninas da escola babavam por Jason. Se era pela sua própria beleza, ou pela beleza de seu carro.Quando Ali foi andando em direção ao carro, pensou ter visto alguém a observando atrás de alguns arbustos no jardim de CeCe. Não foi nada, pensou.

Assim que abriu a porta do carro, notou a expressão no rosto de Jason. Ali nunca havia visto o irmão tão preocupado assim, nem mesmo quando ele quase repetira de ano por faltas na escola.

– Temos que ir.– disse ele.

Alison fechou a porta e Jason arrancou com o carro.

– Vai mais devagar!– gritou Alison, assustada. – Que diabos aconteceu com você?

– Alison, ve se você entende. Courtney vai ser mandada para o hospicio, e não para uma simples clinica de reabilitação. O pai ligou faz uns cinco minutos. Ele disse para irmos para casa e fazermos as malas.

– Malas? O que você quer dizer com isso?

– Que vamos nos mudar amanhã de manhã.

– Rosewood?– perguntou Ali, com um sorriso maligno no rosto.

– Sim. E o que é tão engraçado nisso?

– Nada.– Ali deu de ombros.

Assim que chegaram em casa, Alison foi correndo para o seu quarto. Tirou uma pequena caixa de madeira que guardava no tubo de ventilação, onde continham algumas das coisas que ela escondia. Embrulhou tudo em volta de um pedaço grande de jornal antigo e enfiou dentro de um saco plástico. No assoalho ela retirou mais uma caixa, tomando cuidado para que ninguém a visse. Seus pais não estavam em casa, nem sua irmã, e Jason estava em seu quarto. Não tinha nenhum perigo.

Assim que ''desenterrou'' todos os seus objetos, ela tomou cuidado para guarda-los dentro de uma bolsa grande, e colocou algumas peças de roupa por cima.

Ali sabia que seus pais ainda tinham uma casa em Rosewood, pois quando ela e Courtney ainda eram pequenas, seus pais deixavam-nas em algum acampamento de verão e passavam as férias com Jason em sua antiga casa. Ela nunca havia visitado Rosewood, exceto por uma vez quando sua Mãe esquecera um de seus colares valiosos lá. Mas ela nem ao menos saiu do carro e entrou na casa.

Era difícil saber quais roupas ela levaria. ''Leve o essencial para um ou dois dias'', disse Jason, quando entraram em casa. Certamente um caminhão de mudanças estaria lá no dia seguinte para carregar o resto das coisas. Mas Ali tinha tantas coisas com as quais não viveria sem nem por um dia, que não sabia por onde começar. É claro que seus objetos escondidos seriam os primeiros a serem embalados, mas suas roupas de marca eram tão fabulosa que ela tinha de levar todas.

Depois de mais ou menos duas horas, Ali já tinha cinco malas lotadas. Jason tinha apenas uma. Ali riu quando ele apareceu na porta do quarto dela com sua única mala, enquanto ela estava deitada na cama, exausta por ter que separar metade de seu closet para a mudança.

– Eu disse para pegar só o essencial.– disse Jason, parado na porta do quarto de sua irmã.

– Caí fora.– disse Alison, rindo.

Um de seus maiores segredos, que ninguém sabe, foi o que 'quase' aconteceu entre ela e Jason. Era o último dia de férias e Ali, Courtney, Jason e seus pais haviam acabado de voltar de viagem do Caribe. Seus pais saíram pela manhã para resolver umas coisas na Filadélfia, e provavelmente iriam demorar muito para voltar. Courtney certamente estava trancada dentro de seu quarto, brincando com sua coleção de bonecas de porcelana. Jason estava em seu quarto com alguns amigos, bebendo, como de costume. Alison havia deixado a porta de seu quarto meio aberta,e estava de costas, sentada em sua cama e escrevendo em seu diário cor-de-rosa. Ela escutou a porta rangendo e quando virou, era Jason, completamente bebado. Ele se aproximou antes que Ali tivesse chance de se mexer, tentando beijá-la a força e tirar sua roupa. Ela gritou pedindo por ajuda, mas seus amigos estavam tão bebados quanto ele que nem ouviram nada. A única pessoa que apareceu diante da porta foi Courtney, que lançou para os dois um olhar de pânico. Quando Jason se virou e viu Courtney, ele se levantou e voltou para seu quarto, enquanto ela ficou encarando Alison perto da porta.

– Nunca conte isso a ninguém, você está me ouvindo?– gritava Ali, chorando.

– A popular Alison DiLaurentis pedindo um favor para sua adorada irmã Courtney? Hm, isso é curioso.

– Courtney, estou te pedindo!– implorava Ali.

Courtney deu uma gargalhada e saiu andando de volta para seu quarto, cantarolando alguma música de criança, dizendo apenas ''não deixe sua porta aberta, se não quiser que alguém entre para acabar com você.''

Essa foi uma das únicas vezes em que Ali realmente sentiu medo de Courtney. Ninguém nunca soube das ameaças que sua irmã fazia à ela. Alison nunca contava para ninguém, pois tinha medo de parecer fraca. No dia seguinte, depois de tudo isso, Jason não se lembrava de mais nada. E Courtney agia como se nada tivesse acontecido também. Mas Ali sabia, olhando nos olhos de sua irmã, que ela usaria aquele segredo contra ela um dia. Conforme o tempo foi passando, Ali se esqueceu de tudo aquilo. Mas sempre que estava sozinha com Jason, ela sentia um pouco de medo. Ela nunca resolveu contar para seu irmão o que aconteceu naquela noite, e ela tinha medo de que ele um dia se lembrasse de tudo, de uma hora para outra.

A porta do andar de baixo se abriu, e o Sr e Sra Dilaurentis subiram as escadas, procurando por Jason. A porta do quarto de Ali estava fechada, mas ela conseguia escutar cochichos vindo do lado de fora. Na ponta dos pés, ela saiu de sua cama e se aproximou da porta, tentando escutar o que seus pais estavam falando.

– Não podemos ficar mais aqui.– dizia Kenneth, seu pai.

Precisamos ir para Rosewood o quanto antes.– Falava sua mãe.

Jason estava em silêncio. Ali sentia que havia perdido parte da conversa, mas não resolveu perguntar. O que ela sabia era que sua irmã estava em um hospicio, e que agora ela estaria segura. Pelo menos era o que ela pensava.

Alguns minutos depois, sua mãe bateu levemente na porta de seu quarto, a sua procura.

– Alison?

– Estou aqui.

– Desça com suas coisas, seu pai está esperando no carro.

Ali colocou as malas para fora e Jason apareceu para ajudá-la. Assim que ela saiu pela porta da frente, o impacto da mudança caiu sobre sua cabeça. E seu encontro com Marc hoje a noite? Ele iria ligar para ela daqui a algumas horas, e o que ela iria dizer? Que estava em outra cidade, que havia se mudado, de uma hora para outra? E CeCe, que nem ao menos a viu sair de casa? Bom, pelo menos ela deixou um bilhete. Mas e seus amigos da escola? Ela era a mais popular, era líder da classe e participava do time de futebol feminino do colégio, uma honra dada somente aos melhores alunos. Ela havia deixado tudo para trás, e tão rápido, sem ao menos pensar. Como seria sua vida de agora em diante?


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews que em breve postarei mais (: xo