Some Secrets Never Die escrita por APrettyLittleLiar


Capítulo 29
If at First You Don't Succeed, Lie, Lie Again


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :)



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Alison entrou em casa e foi direto para seu quarto. A casa estava vazia, até mesmo Jason não estava em lugar algum. Ali sentiu o pen drive no bolso de seu shorts e o retirou com cuidado. Obviamente, Jason sentiria falta daquilo, e ela precisava devolve-lo. Ali andou até a cômoda e ligou seu notebook, copiando os vídeos do pen drive para ele. Não havia apenas um ou dois, e sim centenas de vídeos. A maioria pareciam ter sido filmados através do quarto de Jason, no quintal de casa, e até na floresta. Um arrepio percorreu o corpo de Ali, mas se parecia mais como uma sensação de alívio. Assim que os arquivos foram copiados, ela foi até o quarto de Jason e colocou o pen drive de volta no lugar onde encontrara.

Enquanto caminhava de volta para seu quarto, um barulho veio do andar de baixo. A porta da frente se abriu e passadas rápidas preencheram o caminho até as escadas. Ali correu para o seu quarto e trancou a porta, aflita. O fato de um assassino estar solto em Rosewood deixara todos preocupados e assustados.

Os passos continuaram firmes e apressados, até pararem diante da porta do quarto de Ali. Ela podia sentir a respiração ofegante do outro lado da porta.

– Alison? Você está ai? – Jason parecia impaciente.

Ali se levantou da cama e andou até a porta, um pouco assustada.

– O que você quer?– perguntou ela, enquanto girava a maçaneta.

Jason vestia uma blusa preta que o deixava realmente sexy. Seus cabelos castanhos estavam um pouco desarrumados, e sua voz tinha um tom de urgência.

– Nós precisamos ir até a clínica de Courntey.

– O que?– o queixo de Ali caiu, parecia que tudo em sua volta tivesse congelado.

– Mamãe ligou e me passou o endereço, eles vão nos encontrar lá em duas horas.– Jason tocou o braço de sua irmã, presumindo a sua reação.

– Eu não vou!– Ali protestou, dando um passo para trás, quase tropeçando em sua casinha de bonecas antiga.

– Precisamos ir. – Jason olhou por cima dos ombros, rapidamente, como se alguém estivesse ouvindo a conversa. – Foi o recomendado pelos médicos, para continuarem mantendo ela na clínica.

Alison engoliu em seco, suas mãos quase congelando.

– O que você quer dizer com isso?

– Ela precisa de uma terapia em família, acham que é o primeiro passo.

Alison não conseguiu evitar uma risada fria e sarcástica.

– Então eles acham que o problema somos nós? Que ela é uma garota normal?

– Não, Ali. Se não formos até lá hoje, eles poderão mandar ela para casa por alguns dias.

– O-O que?– os joelhos de Alison pareciam ter virado gelatina. - Isso é impossível. O lugar dela não é aqui! – As palavras saíam engasgadas de sua boca.

– Você precisa manter a calma. – Jason deu um passo à frente, ficando tão próximo que Ali podia sentir o cheiro de seu hálito de menta.

– Eu não...– Ali fez uma pausa, seu olhos se enchendo de lágrimas.

– Confie em mim, eu não vou deixar que nada de mal aconteça com você.– Jason se aproximou ainda mais, até que seus rostos estivessem bem próximos, e de um beijo no canto da boca de sua irmã.

Alison se afastou com o susto. É claro, Jason já havia a beijado antes, mas desta vez ele estava sóbrio.

Por fim, ele a abraçou, e os dois ficaram em silêncio por alguns longos minutos.

– Eu te amo.– disse Jason, se afastando um pouco.

– Eu também te amo.– disse Ali, sorrindo, dando um passo para trás.

Sem dizer mais nada, Jason se virou e foi caminhando devagar até seu quarto.

Alison bateu a porta e se jogou na cama, tentando organizar seus pensamentos. Um turbilhão de emoções corriam pelo seu corpo, como se tentassem disputar sua atenção. Mas, mesmo que ela tivesse de enfrentar Courtney em algumas horas, ela sabia que Jason estaria ao seu lado para protegê-la, o tempo todo. Pelo menos, era assim que ela pensava. Era no que ela acreditava.


Uma hora depois, Ali já estava pronta, na varanda da frente de sua casa. Ela mandara uma mensagem para Hanna, Aria, Emily e Spencer, dizendo que ficaria fora da cidade o dia todo. As meninas responderam, tristes, um ''tudo bem''. Para elas, ficar um dia sem Ali era o mesmo que passar um dia inteiro sem ter o que fazer, sem ter com quem conversar.

Viaturas de polícia patrulhavam a área, ainda procurando por pistas. A família de Mona estava inconsolável, querendo respostas para o caso. O enterro seria a noite, em um cemitério de Rosewood, e Ali prometera para suas amigas que já estaria de volta em casa. Bem provavelmente, todos iriam à cerimônia. Até aqueles que não conheciam Mona estavam dando depoimentos na televisão, chocados com o caso. Uma coisa como essa não acontecia há anos em Rosewood.

– Alison?– Jason estava na soleira da porta, com a chave do carro em uma das mãos.

– O que foi? – ela se virou, tentando permanecer de pé.

Jason a encarou por um momento, como se soubesse as coisas que estavam passando pela sua cabeça.

– Vamos.– disse ele, levando-a pelo braço até o carro.

Uma hora se passou, e Jason estava estacionando na enorme entrada de uma clínica chamada Preserve. Parecia mais um Shopping Center, com quatro andares e paredes espelhadas. Assim que chegaram à recepção, o Sr. e Sra. DiLaurentis estavam esperando por eles, assinando vários papéis onde Ali podia ler ''ficha do paciente''. O que mais deixava Ali preocupada agora, era a falta de segurança no lugar. Pacientes circulavam com roupas casuais pelo prédio inteiro, com apenas alguns enfermeiros para olhá-los. Era mais fácil escapar dali, do que durante a aula de geografia em Rosewood Day, enquanto a professora costumava dar uma pausa para um cochilo.

Jéssica DiLaurentis correu para abraçar Ali e Jason, enquanto o marido continuava assinando e entregando alguns documentos.

– Vocês estão bem?– perguntou sua mãe, e Ali e Jason fizeram um 'sim' levemente com a cabeça.

Uma mulher vestida de branco apareceu diante deles, com uma pasta em seus braços.

– Sra. DiLaurentis?– perguntou ela.

– Sim. - respondeu Jéssica.

– Meu nome é Mirian, estou monitorando Courtney há alguns dias. - ela olhou para seu relógio de pulso e fez um gesto com a cabeça. - Bom, podemos começar agora. Vou levá-los para outra sala.

O Sr. DiLaurentis se juntou a eles, e seguiram Mirian através de um corredor branco, que cheirava a lavanda. O local era agradável demais para uma clínica de loucos. Fotos de pacientes antigos e alguns quadros feitos a mão estampavam algumas das paredes, fazendo com que o local se parecesse mais com uma escola.

– Podem entrar. – disse Mirian, girando a maçaneta de uma pequena porta no final do corredor.

A sala cheirava a tinta fresca e chiclete de menta. Quatro poltronas acolchoadas estavam acomodadas em frente a uma mesa comprida, com dois macbooks e vários papéis e envelopes. Ali, Jason e seus pais se sentaram e Mirian ficou do lado oposto da mesa, se acomodando em uma cadeira de rodinhas que rangia no carpete de madeira.

Alison estava se sentindo mais desconfortável a cada badalada do relógio de ponteiros, no canto esquerdo da sala. Tudo que ela queria era sair correndo dali e voltar para a sua casa, mesmo que lá não fosse um lugar tão seguro, também. Ela ainda tinha que pensar no que fazer em relação à Jenna, e o que vestir para o enterro de Mona essa noite. Eram tantos problemas lhe perturbando, e, é claro, Courtney mais uma vez piorando tudo.

Mirian pegou alguns papéis em uma gaveta e mostrou para o Sr. e Sra. DiLaurentis, que concordavam com a cabeça a todo minuto. Ali não fazia ideia do que se tratava tudo aquilo.

– Bom, acho que vocês já sabem qual será o procedimento de hoje.– Mirian ligou um dos macbooks que estava sobre a mesa. – Um de vocês deverá conversar um pouco com Courtney. Não se preocupem, pois hoje não gravaremos nada. Falem sobre coisas pessoais, algo que possa mexer com a memória dela. Isso pode ajudar muito na terapia.

Alison encarou Jason, com medo, como se estivesse pressentindo o que viria a seguir.

– Eu li os relatórios desde a primeira internação de Courtney. - Continuou Mirian, focada em uma planilha cheia de números. – Vi o porquê de ela ter sido internada, também. E acho que é por aí que devemos começar.

– O que você quer dizer com isso? - perguntou o Sr. DiLaurentis, um pouco confuso.

– Acho que Alison deve ser a primeira a iniciar a sessão, pois pelo que parece o problema começou com as duas.

Uma onda de choque tomou o corpo de Alison.

– O-O que? - ela deixou escapar, aflita.

A Sra. DiLaurentis apertou a mão da filha, com um meio sorriso no rosto.

– É para o bem dela, Alison. Nada de ruim vai lhe acontecer. Estaremos aqui.

– Ela está tomando a medicação certa. – interrompeu Mirian. – Ela não fará nenhum mal a você. Só precisamos que entre lá e converse um pouco com ela, você pode fazer isso?– ela sorriu, se levantando.

Uma lágrima surgiu no canto dos olhos de Alison, mas no fundo ela também queria aquilo. Ela estava esperando por aquele momento, e ela precisava ser forte agora, como fora a vida toda. Courtney nunca ganhou, e hoje não seria o dia em que isso iria mudar.

Jason lançou um olhar de consolo para Alison, enquanto Mirian a guiava até a porta. As duas percorreram sozinhas outro corredor branco, até pararem de frente a uma porta grande de ferro. Mirian pegou uma chave no bolso de seu avental branco e abriu a porta, que dava para um corredor escuro com paredes cinza. Mesmo sombrio, o lugar cheirava a creme de baunilha, o favorito de Ali.

Mirian a guiou até uma porta vermelha, do lado esquerdo.

– Não precisa ter medo. – disse ela. – Há um botão de emergência do lado da porta, mas você não precisara usá-lo. Vou buscar seus pais e seu irmão para que possamos marcar a próxima visita. Espero que esteja tudo bem para você.

Ali ficou imóvel, sem ter o que dizer. Enfermeiras vestidas com a mesma roupa que Mirian cruzavam o corredor, conversando e rindo como se estivessem fazendo compras na Zara ou na Saks.

Mirian deu um passo à frente e girou a maçaneta da porta, que rangeu baixinho. Um barulho vinha de dentro do quarto. A televisão estava ligada em algum canal de desenhos.

– Courtney?– Mirian entrou na sala, olhando para alguém no canto direito do quarto. A porta estava meio aberta, tampando a visão de Ali. – Você tem visita, querida.

– Quem é? – Uma voz aguda - muito parecida com a de Ali - veio de dentro do quarto, parecendo entusiasmada.

Mirian caminhou de volta até a porta, sorridente, e a abriu totalmente.

Uma garota de cabelos louros ondulados e rosto em formato de coração, estava sentada em uma cadeira de veludo cor de rosa. Ela vestia um conjunto vermelho novo e botas pretas de cano alto. Ela parecia ter saído de um catálogo da Vogue. Alison não via aquela mesma garota há um tempo, mas definitivamente ela não sentia falta disso.

Os olhos de Courtney pareciam brilhar ao ver a irmã na soleira da porta, e um enorme sorriso tomou conta de seu rosto.

– Alison. – disse ela, com a voz mais doce que pudera encontrar.

– O-Oi.– Alison gaguejou um pouco. Aquilo parecia com um pesadelo, ou talvez até pior.

– Pode entrar. – Mirian puxou Alison pelo braço e saiu do quarto. - Daqui a pouco eu volto para ver como vocês estão. – Antes que Ali pudesse impedir, ela fechou a porta e deixou-a sozinha com Courtney.

Não vai me dar um abraço, irmãzinha? – A voz de Courntey mudou para um tom sarcástico, e ela já estava em pé diante de Ali.

Alison deu um passo para trás, batendo as costas na parede.

– Eu senti tanto a sua falta!– Courtney deu um passo à frente e tocou o braço de sua irmã, que parecia ter levado um choque.

– Eu não senti a sua. - Alison cuspiu as palavras, empurrando Courtney para trás.

– Não é assim que se trata um membro da família. – Courtney riu.

– Você é doente!– Alison caminhou até a porta, prestes a abri-la.

– Você já vai embora? – ela fez uma careta engraçada.– Mas você acabou de chegar. Pensei que fosse ficar para a janta. Eles servem um macarrão ótimo, quer provar?

Alison se virou, se sentindo impotente, mas ela não podia demonstrar fraqueza. Não hoje, não agora.

– O que você quer, afinal? - ela ficou a centímetros do rosto de Courtney. Ali podia sentir o cheiro do perfume enjoado de amora que sua irmã costumava usar.

– Eu quero o que você tirou de mim. – A voz de Courtney ficou tão sombria que arrepios percorreram o corpo de Ali.

– Você já não cansou de estragar a minha vida?– Ali empurrou sua irmã, que parecia se manter firme. Mais firme do que nunca.

Courtney deu as costas, rindo, caminhando até uma mesinha de canto e tomando um gole de suco de laranja. Ela parecia não se importar com a presença de Alison ali, como se não fosse uma ameaça, porque era ela quem tinha o controle dessa vez.

Alison foi atrás dela, com a raiva acumulada tomando conta de seu corpo.

– Só estou te dando o troco, sua vadia.– Courtney cuspiu as palavras bem na cara de Alison, que deu um passo para trás por impulso.

– Você e Jenna. Vocês estão juntas nisso, não estão? – Alison cruzou os braços diante de seu corpo, impaciente, tentando controlar a si mesma.

– Jenna Marshall?– Courtney revirou os olhos, rindo.– Tente de novo.– Ela se sentou no enorme sofá de couro na parte de trás do quarto, e pegou uma edição da people escondida atrás de uma almofada.

– Não se faça de idiota. – Alison ainda estava parada diante dela. – Vocês me mandaram aquela foto!

Courtney ria como se tudo aquilo fosse engraçado.

– Você está saindo da clinica, não está?– Alison podia sentir o suor escorrendo por sua testa. – Eu vou descobrir o que você está fazendo, sua vadia. Eu não vou deixar que você destrua a minha vida.

Courtney se levantou e ficou diante de Alison.

– Ah, é mesmo? E o que você vai fazer, chamar a polícia? - Courtney ria.

Memórias cortadas começaram a surgir na cabeça de Alison, como um flashback. Os carros de polícia circulando pela sua casa; os cartazes de 'garota desaparecida' pendurados em uma árvore próxima a sua escola; Mona Vanderwaal tentando lhe contar alguma coisa na festa de Noel Kahn, e o relato do que Aria vira na floresta naquela mesma noite, a risada que ela ouvira se parecer muito com a de Ali. Só uma pessoa sabia rir do mesmo jeito que ela. Uma pessoa que tentou lhe afogar na piscina há algum tempo atrás, e que agora estava bem na sua frente, rindo de tudo que ela dizia, como se ela fosse a piada.

Alison se afastou, sentindo seu corpo fraco. Sua cabeça girava, como naquela montanha russa que ela andou com CeCe há alguns anos atrás. Era como se ela fosse desmaiar a qualquer segundo.

– Você...– As palavras pareciam embaralhadas na sua mente, como se nunca tivessem que ser ditas. – Você matou a Mona?– O impacto do que ela acabara de dizer tomou conta de seu corpo.

O sorriso que há alguns segundos atrás estava estampado no rosto de Courtney, deu lugar a uma cara de espanto. Ela caminhou de volta para o sofá e sentou, seus olhos azuis safira fixos no de sua irmã. Um olhar de quem planeja vingança, de quem sabe de muita coisa, de quem esconde um grande segredo. Ou talvez mais do que isso.


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Notas finais do capítulo

E agora, vocês acham que Courtney matou a Mona? Ou outra pessoa cometeu esse crime? E, afinal, quais poderiam ser os motivos de Courtney? Quais segredos ela esconde? Mandem reviews que em breve posto um novo capítulo :) xo