Some Secrets Never Die escrita por APrettyLittleLiar


Capítulo 26
Breaking The Code


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :)



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Uma sirene soou alto na pequena rua sem saída, bem em frente à casa dos DiLaurentis. Ali acordou com um pulo, olhando para o relógio na cabeceira de sua cama. Eram seis e meia da manhã.

- Que droga! – exclamou, calçando suas sapatilhas cor de rosa e indo até a janela. Havia quatro viaturas de polícia paradas em frente à última casa vitoriana da rua, que possuía um jardim impecável, com uma garagem imensa que podia acomodar seis veículos. Era a casa de Mona Vanderwaal.

Um arrepio percorreu o corpo de Ali, levando-a de volta para a noite anterior. A festa de Noel parecia ter durado uma eternidade. Depois que a festa acabara, Ali, Hanna, Emily, Aria e Spencer seguiram para suas casas, meio assustadas, meio distantes. O clima ficou um pouco tenso depois do que Aria dissera ter ouvido na floresta, e depois do relato de Noel sobre a vida de alguém estar correndo 'perigo'.  Mona Vanderwaal possuía essa informação, mas ela desaparecera misteriosamente durante a festa. Porém, nem Ali e nem as meninas comentaram sobre o assunto na volta para casa.

Ali abriu a porta de seu quarto bem devagar, temendo encontrar um policial parado em seu corredor. Óbvio, ela não havia feito nada, mas com todas as constantes ameaças que havia recebendo, não era impossível que algo como isso acabasse acontecendo. Na mesma hora em que Ali girou a maçaneta, Jason abriu a porta de seu quarto com força, fazendo as dobradiças da porta grunhirem baixinho. O coração de Ali deu um salto com o susto, mas Jason parecia não se importar. Ele estava com uma cara assustada, meio abalada, mas pareceu mais relaxado ao virar e ver sua irmã parada diante dele.

Jason suspirou.

- Você está bem? Eu estava preocupado. – ele abraçou Ali por uns segundos, até ela se afastar.

- Preocupado? – Ali franziu a testa. – Por quê?

- Você não está sabendo? – Ele encarou o chão por um momento, depois olhou para Ali novamente.

Alison balançou a cabeça em negativa. Suas mãos e pés pareciam ter ficado dormentes.

- Aquela garota. – Jason parou por um instante, como se estivesse lembrando-se de algo. – Mona Vanderwaal. – ele fez outra pausa. – Desapareceu ontem, e ninguém a viu depois da festa de Noel Kahn.

- O-O que? – O corpo de Ali congelou, mas ela não sabia ao certo o porquê de estar se preocupando com aquilo.

- Você me ouviu. – Jason tocou seu braço, como se estivesse tentando confortá-la, ou protegê-la.

- Como você soube? – Ali engoliu em seco.

- Ian me telefonou há alguns minutos.

- E como Ian sabe disso? – Ali franziu a testa, um pouco irritada ao ouvir aquele nome.

- O tio dele trabalha na delegacia de Rosewood. – Jason encarou Ali, tentando entender a expressão em seu rosto. – Ele disse que os pais de Mona estão desesperados.

- Hum. – Ali encarou suas sapatilhas importadas de Paris.

- Você quer me contar alguma coisa? – Jason tocou a mão de Ali, mas ela a puxou.

- Como assim? – Ali encarou Jason, com os braços cruzados sob o corpo. – Você acha que eu sei de alguma coisa? Eu nem sequer falava com aquela vadia! – ela elevou sua voz, furiosa.

- Calma. – Jason deu um passo para trás. – Só pensei que você tivesse ouvido alguma coisa. Afinal, vocês estavam na mesma festa.

Ali observou enquanto seu irmão caminhava até as escadas.

- Ah. – disse Jason, se virando uma última vez. – Noel contou para Ian, que viu a Mona tentando falar com você na festa.

O queixo de Ali caiu. Um flashback da noite passada correu por sua mente, deixando-a tonta demais. Uma lágrima começou a brotar de seus olhos, logo depois outra... E mais outra. Ela entrou em seu quarto e bateu a porta com força, assustada demais para pensar em alguma coisa.

Spencer Hastings acordou um pouco indisposta pela manhã. A noite passada fora demais para ela. Spencer não estava acostumada a frequentar esse tipo de festa, exceto os comitês da escola. Sua irmã, Melissa Hastings, já estava tomando café da manhã no balcão da cozinha. Um prato de cereais com leite estava na sua frente.

- Bom dia. – disse Spencer, abrindo a geladeira cautelosamente para pegar um iogurte.

- Oi, Spence. – Melissa tentou sorrir, mas logo mudou a expressão em seu rosto. – Você ficou sabendo?

- Sabendo de que? – Spencer se sentou ao lado da irmã.

- Aquela garota da sua classe desapareceu.

Spencer deixou escapar um gritinho baixo de sua garganta.

- O que? – ela parecia perplexa, paralisada.

- Mona Vanderwaal. – Melissa disse, por fim.

Spencer deu um suspiro de alívio baixinho.

- Quando? – disse, abrindo a tampinha do iogurte desnatado.

- Ontem, depois da festa do Noel Kahn. – ela voltou à atenção para seu prato de cereal. – Você estava lá, não estava?

Spencer balançou a cabeça e disse um ‘’sim’’ baixinho, com medo de que sua irmã resolvesse fazer perguntas demais.

- Já sabem de alguma coisa? Onde ela poderia ter ido? – Spencer perguntou, curiosa.

- Não. – Melissa bateu a colher com força no prato, distraída. – Mona não costumava ir a muitos lugares.

- Como assim?

- Ela tem um histórico de problemas mentais em sua família. – Melissa fez uma pausa, encarando a televisão no canto da cozinha. – Sua irmã mais velha sofre de problemas mentais, e ela costumava visitá-la na clínica quase todos os dias. Fora isso, não há mais nada que possa levar a polícia a uma suspeita de onde ela possa estar.

- Eu não sabia que ela tinha uma irmã. – Spencer encarou seu potinho de iogurte com um nó na garganta. – Como você sabe dessas coisas?

Melissa deu de ombros, como se não tivesse ouvido a pergunta.

- Ah, Spence. – Melissa tocou em seu braço. – Não posso te levar para a escola hoje. Você pode ir com a Alison?

Spencer balançou a cabeça em afirmativa, distraída.

- Ótimo. – Melissa sorriu, se levantando. – Nos vemos mais tarde.

- Onde você vai? – perguntou Spencer, franzindo a testa.

- Preciso encontrar uma pessoa. – disse ela, pegando sua bolsa em cima do balcão e fechando a porta.

Spencer observou pela janela enquanto Melissa manobrava o carro pela garagem.

Alison vestiu seu blazer de Rosewood Day e sua saia xadrez, e saiu pela porta dos fundos de sua casa. Ela não queria que Jason a visse. Por sorte, ele parecia ter saído de casa. Ali caminhou pelo seu jardim até a casa dos Hastings, e tocou a campainha, hesitante. Ainda havia resquícios de lágrimas em seu rosto, mas ela precisava falar com alguém.

Spencer abriu a porta e pareceu surpresa.

- Oi, Ali. – disse ela, com um meio sorriso, se afastando um pouco da porta.

Ali entrou, com passos curtos, e sentou no balcão da cozinha.

- Está tudo bem? – Spencer ficou preocupada.

- Você não sabe? – Ali parecia distante, com seus olhos fixos nas palmas de suas mãos.

- Mona? – perguntou Spencer, sentando ao lado de Ali. – Eu soube. – ela encarou o chão por um momento. – O que você acha que vai acontecer? – perguntou ela.

- Pouco importa. – Ali revirou os olhos. – Só precisamos nos assegurar de que Aria não vai contar nada para ninguém. Nada do que ela ouviu.

- Ah meu Deus! – exclamou Spencer. – Você acha que aquele grito era... De Mona?

Ali continuou olhando para suas mãos, distraída.

- Eu não sei, Spence. – ela suspirou baixinho. – Mas, é perigoso que alguém saiba.

- Você acha que... – Spencer gaguejou. – Ela esteja na floresta?

- Só se for o corpo dela, não é. – Ali deu uma risadinha, mas Spencer parecia ter ficado completamente pálida e assustada. – É brincadeira! – ela tocou o braço de Spencer. – Os policias vão resolver isso, só não podemos nos meter.

- O que temos que fazer? – Spencer engoliu em seco.

- Nos assegurarmos de não contar nada para ninguém da noite passada. Ou... – ela fez uma pausa. – Podemos ser suspeitas.

Spencer concordou com a cabeça.

Um panfleto em cima da mesa da cozinha chamou a atenção de Ali. Ela o pegou e leu com uma voz alta e clara:

- ‘’Vote Spencer Hastings para oradora de turma’’. – ela olhou para Spencer e sorriu. – É hoje?

- É sim. – Spencer pareceu um pouco envergonhada, porém orgulhosa.

- Hum. – Ali colocou o panfleto de volta em cima da mesa e pegou uma maçã na fruteira.

- Você não tomou café da manhã? – perguntou Spencer.

- Não... – Ali mordeu a maçã e fez uma careta engraçada. – Por favor, não deixa a Melissa fazer compras nunca mais. Me prometa.

As duas riram. Spencer ficava feliz de ter uma amiga como Ali por perto.

Aria Montgomery e Emily Fields esperavam Ali e Spencer, encostadas em uma árvore na entrada de Rosewood Day. A mochila de Aria estava mais pesada que o habitual, e ela reclamava baixinho de dois em dois segundos, deixando Emily desconfortável. Cartazes improvisados de ‘’garota desaparecida’’ pendiam nas árvores e nos portões da escola, com uma foto de Mona Vanderwaal na quinta série logo abaixo. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo desalinhado, e ela usava aparelhos nos dentes e óculos redondos de um grau muito forte. Byron, o pai de Aria, ficara sabendo da notícia pela manhã e avisara a filha. Aria se recordava muito bem da noite passada, mas há alguns minutos recebera uma mensagem de Ali pedindo para que ela não mencionasse nada pra ninguém, ou haveriam graves consequências para elas. Aria respondeu a mensagem com um ‘’tudo bem’’. Tudo o que ela menos precisava agora era de novos problemas em sua vida.

Emily viu Ali do outro lado da rua e acenou, feliz por ver a amiga. Spencer seguia logo atrás dela, com uma caixa de panfletos em seus braços. O Mercedes da mãe de Hanna parou no meio fio, no mesmo momento, e ela saiu do carro subindo suas calças Jeans apertadas na cintura. As cinco amigas se reuniram. Elas não sorriram uma para outra, entusiasmadas, como faziam todos os dias. Elas apenas olharam para o cartaz de Mona pendurado em uma das grades que cercava a escola, e encararam umas as outras em silêncio. Uma a uma, as meninas seguiram atrás de Ali pela porta da frente da escola. Nos corredores era a mesma coisa. Cartazes feito a mão e as pressas, talvez pela direção da escola, estampavam as paredes e armários. No armário de Mona Vanderwaal alguém escrevera ‘’desaparecida’’ com um giz vermelho cor de sangue. A direção da escola comunicou no alto falante que haveria uma pequena reunião entre o primeiro e segundo período, no grande auditório da escola, e que era obrigatória a presença de todos os alunos.  Eles certamente fariam perguntas sobre a noite passada, visando encontrar respostas para o desaparecimento de Mona. Talvez, só talvez, ela poderia estar escondida na casa de alguém, e esse alguém poderia confessar tudo. Rosewood era uma cidade pequena demais para um grande segredo. Nada escapava de lá por muito tempo... Ou será que sim?

Alison ficou inquieta com o aviso, e direcionou as meninas até o banheiro. Elas não podiam falar sobre aquilo lá fora, com diversos alunos circulando no corredor.

- Lembrem-se.  – disse ela, olhando para cada uma. – Vocês prometeram não mencionar nada.

Aria concordou com a cabeça, seguida de Spencer, Emily e Hanna.

- Mas e se... – Hanna fez uma pausa, com medo do olhar de Ali sobre ela. – E se Ian Thomas resolver abrir a boca?

- Ele não vai contar nada! – exclamou Ali, aflita. – Eu resolvo isso.

No momento em que Ali se direcionou a porta de saída, Jenna Marshall saiu de um dos banheiros, com um sorriso malicioso em seus lábios rosados. Ela parecia não notar a presença das meninas, mas certamente ouvira a conversa. Ali parou por um momento e a encarou. Os olhos verde esmeralda de Jenna se encontraram com os dela através do espelho, e elas continuaram assim por longos segundos.

- Vamos, meninas. – Ali finalmente deu de ombros. – Não temos mais nada para fazer aqui. – Ela saiu pela porta, seguida pelo seu grupo.

O sinal depois da segunda aula tocou, e Ali sabia que a hora de agir era essa. Só haveria mais uma aula antes da reunião no auditório. Ela convenceu Hanna, Emily, Aria e Spencer de que tinha algo importante para resolver e saiu desfilando pelos corredores da escola. Ali atravessou o pátio até as salas do ensino médio. Lá estava Ian Thomas, abrindo seu armário com um livro de História Antiga em baixo do braço. Ele quase não notou a presença de Ali.

- O-Oi. – disse ele, com um sorriso encantador. – O que você faz aqui?

Havia ainda mais cartazes espalhados pelos corredores do primeiro e segundos anos. A campanha de oradores de classe possivelmente seria adiada para o dia seguinte. Spencer teve que dividir os panfletos dentro de seu armário e no de Hanna, que estava mais vazio do que o das outras.

Ali apontou para um cartaz com a foto de Mona do outro lado do corredor, e encarou Ian com raiva.

- Você não sabe de nada, não é? – perguntou, como se já soubesse a resposta, com um tom maldoso em sua voz. Seus olhos azuis safira eram penetrantes, como se tentassem te hipnotizar.

- O que você quer dizer com isso? – Ian deu uma risadinha. – Você não quer que eu conte nada, é isso?

Ali se aproximou de seu rosto, apontando um dedo bem em frente de seus olhos.

- Eu sei dos filminhos que você faz com o meu irmão. – Ali abaixou um pouco o tom da sua voz, parecendo ainda mais agressiva. – Sabia que espionar os outros é crime? Eu posso contar tudo que vocês fazem para a polícia.

Ian mordeu o lábio inferior, parecendo aflito.

- Você não faria... – começou ele.

- Não ouse brincar comigo. – Ali o interrompeu. – Espero que você tenha compreendido. – Ela virou, jogando seus cabelos louros ondulados para trás dos ombros.

Ian parecia perplexo, e ficou lá parado por um tempo. Mas Ali não olhou mais para trás.

O auditório foi enchendo de gente. Os alunos do oitavo ano até o terceiro ano do ensino médio ocupavam as cadeiras do lugar, conversando e rindo em um tom alto demais. O sétimo ano para baixo foram dispensados, mas haviam um grupo de garotas de doze anos no canto da sala, cochichando uma no ouvido da outra. Ali, Spencer, Hanna, Emily e Aria entraram desfilando pela sala, sentando no melhor lugar, que ainda estava desocupado. Ninguém ousava sentar no lugar das populares. Mesmo que aquela reunião seja um pouco apavorante, elas não podiam deixar de sentar na primeira fileira. Aquele era o lugar de honra, só delas. Claro, aquilo não seria possível se não fosse por Ali.

Jenna, Riley e Naomi estavam do lado direito da sala, folheando revistas Teen Vogue e escolhendo peças dos catálogos. Toby Cavanaugh estava três fileiras atrás, conversando com alguns garotos do time de basquete. Mike Montgomery, o irmão de Aria, estava com a equipe de Lacrosse, no lado esquerdo da sala. Junto dele estava, é claro, Noel Kahn, com seu ar de ‘’sou o dono da festa onde uma garota desapareceu’’ acrescentando um ‘’mas, eu não sei de nada, ok?’’. Seu irmão, Eric, estava ao seu lado, com um sorriso bobo e encantador no rosto. Certamente, ele não era tão idiota quanto seu irmão. Era mais velho, bonito, e tinha algo a mais que era difícil de descrever.  Pouco a pouco, os alunos foram tomando seus lugares, até o local ficar totalmente lotado. O diretor Templeton subiu ao palco e testou o microfone, pedindo silêncio. Três secretárias e uma mulher de meia idade estavam atrás, acomodadas em algumas poltronas. A mulher parecia distante, triste.

- Peço a atenção de todos vocês para um comunicado muito importante. – disse o sr. Templeton, olhando para cada canto do lugar.

Ali olhou em volta, e seus olhos pararam em Ian Thomas, sentado duas fileiras atrás, do lado esquerdo. Melissa Hastings e Jason estavam do lado dele, parecendo amigos de infância. Ali revirou os olhos e voltou sua atenção para o palco.

- Uma de nossas alunas, a senhorita Mona Vanderwaal, desapareceu misteriosamente na noite de ontem, depois de comparecer a uma festa. – Ele fez uma pausa para limpar a garganta, olhando para todos.

Um bipe veio de dentro da bolsa de Aria, e ela apanhou seu celular com cautela. Uma nova mensagem brilhava na tela, vinda de um número desconhecido. Ela colocou a bolsa em sua frente, tentando disfarçar, e abriu a mensagem com o celular dentro da bolsa. Ela franziu a testa enquanto lia, aflita.

“Você acha que estão mesmo lhe contando a verdade sobre tudo? Você sabe mais do que as outras, ou você se esqueceu das coisas que viu? Surpresa, querida, a vadia está escondendo um grande segredo de você. Tome cuidado em quem confia. Beijinhos.”

Aria engoliu em seco, e a palma das suas mãos começaram a suar. Ela enfiou seu celular no fundo da bolsa, como se fosse um bicho perigoso. Seus lábios perderam a cor de uma hora para outra. Quem havia mandado aquela mensagem? E o que aquela pessoa estava querendo dizer?

O sr. Templeton já estava apresentando a mulher de meia idade, chamada Lívia. Ela era a tia de Mona, e estava ali para conseguir respostas, também. Mas ninguém abriu a boca. Nem mesmo Noel, nem os garotos que tomavam cerveja loucamente no bar da festa, nem as garotas enxeridas do sétimo ano, nem mesmo Ian Thomas, cujo tio trabalhava na delegacia de Rosewood. Ninguém parecia realmente se importar, só estavam ali por que... Eram obrigados. Exceto uma garota, de cabelos escuros e olhos verde esmeralda, que exibia uma beleza quase inalcançável. É claro, ela só perdia de Ali. Jenna Marshall levantou o braço e esperou receber a permissão para falar. O sr. Templeton ficou um pouco entusiasmado, por finalmente alguém ter o que comentar sobre o caso. A tia de Mona, a sra. Lívia, parecia cheia de esperanças, como se Jenna fosse falar que Mona estava os assistindo pela janela, e quando olhasse... Ela estivesse realmente lá. Mas o que ninguém esperava, o que ALI não esperava, era que Jenna podia ser exatamente como ela. Ela adorava jogar, também.

- Mona foi realmente a festa ontem. – disse ela, com uma voz autoritária. – Eu a vi conversando com algumas pessoas. – O canto de seus olhos parecia ter encontrado os de Ali, e um arrepio percorreu seu corpo. – Algumas a ignoraram, é claro, muitas pessoas fazem isso por aqui. – Ela parou por um momento, ajeitou os cabelos com uma das mãos e continuou. – Eu fui embora cedo da festa, mas acho que ela foi antes. Eu a vi saindo pela porta dos fundos e caminhando com pressa. Não sei para onde ela estava indo, mas ela encarava a tela de seu celular, parecia estar com medo.

O sr.  Templeton franziu a testa.

- Ela estava recebendo ameaças? – Agora ele parecia não perguntar só para Jenna.

Lucas, o antigo melhor amigo de Hanna, se levantou da última cadeira e caminhou um pouco até a metade da sala.

- Eu era o único amigo dela. – disse ele. – Bom, nós passávamos o intervalo juntos. – ele respirou fundo, parecendo abalado, depois continuou. – Várias pessoas a perturbavam.

- Já chega. – disse Ali baixinho, entre os dentes.

Emily se virou para ela, nervosa. As cinco ficaram aflitas. A cabeça de Aria ainda girava com a mensagem que recebera. Com tanta gente no auditório e ela sentada na primeira fileira, poderia ser só alguma menina invejosa. Alguém querendo estar no lugar dela. Ela tentou esquecer a mensagem idiota.

Lucas abriu a boca, como se fosse dizer mais alguma coisa, mas voltou para o seu lugar.

- Mais alguém tem algo a dizer? – perguntou o Sr. Templeton. – Escutem. – continuou. – Nada dito aqui será usado contra vocês. Só queremos tentar encontrá-la. Isso não é um interrogatório, não tenham medo.

Ian Thomas tossiu baixinho, emitindo um eco no lugar. Todos estavam em silêncio.

- Sr. Thomas, você tem algo a dizer? – perguntou o sr. Templeton.

Ian ficou parado por um momento, averiguando a questão. Ali lhe lançou um olhar furioso, o que fez ele se encolher ainda mais em sua cadeira.

- Não. – disse ele, encarando o chão.

- Então acabamos por aqui. – disse o sr. Templeton, finalmente.

Os alunos se retiraram do lugar e foram para o segundo período de aula. A coisa toda tinha sido tão bizarra que as meninas perderam a fome na hora do intervalo. Na saída, cada uma se despediu com um leve aceno de cabeça. Hanna seguiu para sua casa no carro de sua mãe, Aria foi andando com Mike e Emily ficou para seu treino de natação. Ali combinou de ligar para elas mais tarde, para combinar suas programações para o final de semana. Ela foi caminhando para casa com Spencer, em silêncio, pensando na única coisa que deveria fazer agora. Ela precisava conversar seriamente com a vadia da Jenna Marshall. Logo que chegou em casa, depois de se despedir de Spencer, Ali correu para o seu quarto e se jogou na cama. Ela estava se sentindo mais aliviada, é claro, mas muitas coisas ainda precisavam ser resolvidas.

Seu iPhone fez um bipe dentro da bolsa, e Ali suspirou profundamente. Talvez fosse Jason, querendo pedir desculpas por tê-la confrontado pela manhã. Mas, para sua infelicidade, era uma mensagem de um número bloqueado. Só que, desta vez, anexada à mensagem, havia uma foto. Ali a abriu, com os dedos congelados com a brisa que entrava pela janela de seu quarto.

Era uma foto sua antiga, de quando tinha por volta de seis anos de idade. Ela estava em frente a sua barraca no acampamento em Cape May, onde costumava passar os verões. CeCe estava ao lado dela, sorrindo. As duas pareciam felizes, relaxadas. Ali estava com as mãos no ar, como se pudesse voar. Ela se sentia livre. CeCe segurava um balão rosa em uma das mãos, e as duas estavam usando a pulseira da amizade que fizeram uma semana depois de se conhecerem, com algumas miçangas de um kit de costura da mãe de Ali. Alison ainda tinha aquela pulseira guardada, em algum lugar. Ela não se lembrava direito de quando essa foto havia sido tirada, era como se essa memória tivesse sido arrancada de sua cabeça. Enquanto encarava a foto, ela observou duas outras garotas, ao fundo, no canto esquerdo. Ali deu um zoom nelas. A primeira tinha cabelos louros ondulados e compridos, um rosto em formato de coração, e um meio sorriso tímido no rosto. A garota ao lado dela possuía penetrantes e únicos olhos verde esmeralda, e cabelos castanhos perfeitamente ondulados. Olhando assim, a beleza das duas era indiscutível. Ali reconhecera aquela garota. Ela não podia deixar de reconhecê-la. Era Jenna Marshall.

- Ai meu Deus! – Ali deixou seu celular cair no chão e levou uma mão à boca. Ela se abaixou para pega-lo, tremula demais. Ela havia perdido a capacidade de respirar. Quando desceu a imagem, uma mensagem estava logo abaixo:

“Consegue ver agora? Oh, coitadinha de você, não se lembrava disso, não é mesmo? Talvez porque tenha sido aquele mesmo verão em que você ganhou sua primeira viagem para Disney... E foi realmente inesquecível, não é? Tantas lembranças ao lado da sua ex melhor amiga CeCe, que até se esqueceu da sua irmãzinha... e da melhor amiga que ela tinha. Lembre-se: quem se esquece do passado, está fadado a cometer o mesmo erro. Fique esperta, vadia, ainda há muito para você descobrir. Beijinho –A


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando :) Deixem reviews que em breve posto um novo capítulo. ♥ xo



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