Some Secrets Never Die escrita por APrettyLittleLiar


Capítulo 18
I missed my dolls


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Boa leitura! :)



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Naquela mesma noite, por volta das onze, Emily pegara seu Nokia dentro da bolsa e fizera uma ligação. Cinco minutos depois, a Mercedes de sua mãe parou rente a calçada de Ali. Ela se despediu das suas novas melhores amigas, com um grande sorriso no rosto.

Tchau, Em. - disse Alison, lançando um sorriso encantador para ela.

Emily acenou com a cabeça e entrou no carro, um pouco envergonhada. Ali se voltou para Aria, Hanna e Spencer que estavam paradas na soleira da porta da frente de sua casa. Aria sorriu, se despediu e saiu cambaleando pelo jardim, com passos leves, como se tivesse medo de esmagar a grama. Ela parecia estar sonhando. Aquele sonho que você não sente quando está tocando o chão. Spencer deu um forte abraço em Ali e atravessou o jardim em direção a sua casa. Um segundo depois, o carro do pai de Hanna já estava buzinando. Ele parecia estar com pressa. Hanna sorriu sem jeito, puxando sua blusa para baixo. Ela engordara tanto nos últimos meses que suas roupas pareciam ter encolhido.

– Tchau, Han.– Ali a abraçou.– Nos vemos amanhã.

Hanna assentiu com a cabeça e saiu, tropeçando em seus próprios passos. Alison olhou de um lado para o outro, e fechou a porta. Estava tão frio lá fora, que seu corpo parecia ter congelado. Ali se voltou para dentro, caminhando até a cômoda onde deixara o livro que Spencer havia lhe dado. Ali parou por um segundo, seu corpo estremeceu. O livro havia sumido.

Antes que ela pudesse dizer alguma coisa para ela mesma, Jason e Ian desceram as escadas e a encararam.

– Porque você não está no seu quarto? – perguntou Jason, como se nada tivesse acontecido nas últimas horas.

– O que ele ainda está fazendo aqui?– Ali encarou Ian, que agora estava sorrindo para ela da maneira de sempre, como se só agora percebesse que ela ainda morava naquela casa.

– Já estou de saída.– disse ele, passando a mão pelos seus cabelos escuros.– Mas se você quiser que eu fique... – Ian parou e encarou o chão da sala de estar. Jason olhou para ele, um pouco confuso.

– O que você quer dizer com isso?– Jason lançou-lhe um olhar desconfiado.

– Nada.– disse ele, dando um último sorriso na direção de Ali, enquanto caminhava até a porta.

Assim que a porta se fechou atrás dele com força, Jason virou-se para Ali. E antes que seu irmão pudesse dizer alguma coisa, ela alterou sua expressão e aumentou a voz.

– Você pegou aquele livro?– perguntou, enfurecida.

– Do que você está falando?– Jason franziu os olhos. Ele estava segurando uma caixa de plástico transparente, não muito grande, e Ali pode ver diversos filmes usados em câmeras de vigilância dentro da caixa.

– O que você pretende fazer agora?– Ali o encarou. – Vai entregar isso pra polícia?

– Não é bem assim.– disse Jason, se virando para subir as escadas de volta para seu quarto.

– É mesmo? Então você vai passar suas horas se divertindo com os vídeos do Toby e da Jenna transando?

– Não é da sua conta o que eu faço ou deixo de fazer.– Jason deu de ombros.

– Espera! – Ali correu atrás dele, segurando um de seus braços com suas mãos finas e delicadas. Lágrimas ameaçavam escorrer em seu rosto. – Porque você está me tratando desse jeito?

– Que jeito?– Jason olhou para ela. Alison notou que os olhos dele estavam vermelhos. Provavelmente ele tinha bebido.

– Deixa pra lá.– disse ela, soltando seu braço.

Jason piscou e a encarou por um segundo, e depois voltou a subir as escadas. Alison escutou enquanto Jason fechava a porta de seu quarto com força.

Era inútil perguntar se Jason havia visto seu livro. Ele nem sequer estava sóbrio. Ali vasculhou a sala, a cozinha, a dispensa, e até o banheiro. Mas o livro não estava em lugar nenhum.

Ali correu para a porta dos fundos, e notou que ela não estava totalmente fechada. Seu coração gelou. Um papel estava preso entre a soleira e a porta, fazendo com que ela ficasse meio aberta. Ali o puxou, com cautela. Era um papel branco comum, dobrado duas ou três vezes. Ali foi desdobrando-o com cuidado. Seu coração parecia saltar. Uma caligrafia familiar, redonda e uniforme, bordava a seguinte frase: "Presente interessante, Ali. Quer tê-lo de volta? Então venha pega-lo." Alison deu um passo para trás, derrubando uma pilha de CDs antigos que estavam em cima de uma pequena mesa de centro, perto da porta dos fundos. Seu corpo todo tremia. Ali fechou os olhos com força, abriu a porta e saiu, dando passadas leves pelo jardim. A brisa fria atingia seu rosto, fazendo sua pele delicada congelar.

Enquanto caminhava, com seus braços encolhidos na frente do corpo, ela notou uma sombra atrás de um arbusto com o canto dos olhos, mas quando olhou não viu ninguém. Ali andou ao longo da cerca que dividia sua casa da casa de Spencer. Aos fundos ficava o celeiro dos Hastings, onde uma luz estava acesa em um dos seus cômodos. Bem ao lado de Ali, ainda no espaço pertencente a sua casa, estava o local onde em breve seria aberto um buraco. Seus pais pretendiam construir um gazebo com uma banheira de hidromassagem e uma churrasqueira. Eles estavam planejando isso desde que se mudaram definitivamente para Rosewood há algumas semanas.

A cada passada, o coração de Ali batia ainda mais forte. A lua estava linda no céu, iluminando as flores do imenso jardim dos Hastings. Ali estava prestes a atravessar a cerca, quando o carro de seus pais apareceu no fim da rua, silenciosamente. A respiração de Ali ficou ofegante. Ela girou nos calcanhares e voltou para a sua varanda em cerca de dez segundos. Ela deu uma última olhada para seu jardim enquanto abria a porta, e com o canto dos olhos ela notou que alguém a estava observando por detrás de uma árvore. Ali parou, perplexa, sem saber o que fazer. Ali ouviu uma gargalhada baixa e bem familiar. Ela virou devagar, com seu corpo tremulo. O belo par de olhos azuis a observava. Seu rosto angular em forma de coração, exatamente como os de Ali, estava parcialmente iluminado pela luz do luar. Ali pensou que estivesse delirando, mas não estava. A figura que a observava riu novamente. Ela saiu por detrás da árvore, carregando uma caixa de papelão nas mãos.

– Courtney. – Ali engasgou. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, o carro de seus pais já estava entrando na garagem. Seus faróis ofuscaram sua vista, criando pontinhos brilhantes em seu campo de visão. Ali entrou rapidamente , fechou a porta e olhou pela janela. Courtney havia desaparecido. O corpo de Ali estava tão frio, que ela se perguntou se estava realmente viva.

Ali correra para seu quarto e trancara a porta. Ela não fazia ideia de como conseguira chegar até lá sem cair pelo caminho. Ali agarrou seus joelhos com força, encolhida em cima de sua cama. Pacotes de salgadinho da marca Cheetos estavam espalhados pelo chão de seu quarto. Alguns vestidos de baile e peças vintage estavam sob a sua cama, formando uma pequena pilha de peças. Ali teria visto mesmo Courtney em seu jardim a alguns minutos, ou estava com raiva suficiente de seu irmão para que pudesse imaginar tudo isso? Não, ela tinha certeza do que vira, e isso só piorava ainda mais as coisas. Lágrimas escorriam descontroladamente de seus olhos. Cerca de cinco minutos se passaram e Ali continuara na mesma posição, com seus olhos fixos em um ponto distante. Passos surgiram na escada e a luz do corredor fora acesa. Uma batida leve na porta de seu quarto a trouxera de volta à realidade. Ali levantou de sua cama, ainda tonta pelo choque, calçou suas sapatilhas floridas que havia comprado em uma loja nova no shopping King James, e seguiu em direção a porta. Seus pais estavam parados, parecendo um pouco assustados.

– Ali. – disse sua mãe, com a voz um pouco tremula. – Você foi ao porão?

– O que?– A luz do corredor estava ofuscando os olhos de Ali. Seus pensamentos estavam tão enrolados que ela não sabia o que dizer, o que pensar, o que fazer.

– A porta do porão estava aberta.– disse o sr. DiLaurentis, com uma voz baixa e amarga. – Uma das caixas sumiu.

– Uma caixa de plástico?– Ali piscou os olhos, viajando por suas memórias. Ela se lembrara de ter visto Jason com uma pequena caixa na mão a poucos minutos atrás.

Sua mãe balançou a cabeça em negativa. Seu pensamento parecia distante. Ali não conseguia descrever a expressão no rosto de seus pais.

Só então, Ali se lembrara. A figura de rosto angular em forma de coração, com um sorriso maléfico em seus lábios. Seus cabelos dourados e seus olhos azuis parcialmente iluminados pela luz do luar. Ali notara a caixa em suas mãos pequenas e delicadas, exatamente como as dela. Courtney, Ali pensou, engolindo em seco. Uma última lágrima escorreu pelo seu rosto, mas seus pais pareciam não notar. Eles estavam distantes, preocupados.

– Como era essa caixa?– Ali perguntou, fazendo uma pausa. – O que tinha dentro dela?

– Era a caixa com as coisas dela. – Seu pai olhou por cima dos ombros, como se estivesse com medo que alguém os tivesse espionando. – A caixa com as bonecas de Courtney.

A sra. DiLaurentis tremeu, mas não saiu do lugar. Alison lançou um olhar para seu pai, como se não estivesse entendendo nada. Ela engoliu em seco, seu coração batia tão forte que ela pensara que estivesse tendo um infarte. Será que ela deveria contar? Será que seus pais iriam acreditar nela, ou isso só iria piorar as coisas? Ali se encostou na soleira da porta, apoiando um de seus braços sob o corpo. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, sua mãe se aproximou e lhe deu um beijo na testa, dando as costas e descendo as escadas com seus saltos altos da gucci. Seu pai seguiu logo atrás dela, como se estivesse cansado demais para ficar parado ali, ou não tivesse mais nada para falar, na verdade.

Ali trancou a porta, andou tropeçando até a sua cama e se jogou por cima da pilha de vestidos, sem se preocupar se estava amaçando-os. Seu iPhone branco fez um zumbido estranho em cima da cômoda. Ali continuou deitada, sem se mover. O celular repetiu o barulho, só que desta vez mais forte, o que chamou a atenção de Ali. Ela se levantou, com a pouca força que restara, e praticamente foi se arrastando até a cômoda perto da janela. Alison pegou seu celular. Uma nova mensagem, dizia na tela. Ali apertou seus olhos, já esperando pelo pior. Mas nem o pior conseguiria ganhar daquilo. Como era de se esperar, vinha de um número bloqueado desconhecido. Ali clicou em Ler. A mensagem pairou na tela. Era como se tudo em torno de Ali tivesse se transformado em gelo.

"Eu senti falta das minhas bonecas. Que bom que você as guardou para mim! Te devo uma, querida."



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Notas finais do capítulo

Uau, por essa a Ali não esperava. Mas, talvez ela já tivesse suas suspeitas. A questão é: Será que Courtney é a única envolvida nessa história? Estaria ela agindo sozinha, ou em grupo? Hm, mais um mistério no ar. Rosewood está sempre cheia de segredos. Continuem mandando reviews que em breve postarei um novo capítulo :) xo