Quando O Amor Fala Mais Alto escrita por Samyy


Capítulo 20
Capítulo 19 - O Mal


Notas iniciais do capítulo

Hey, não me culpem, a internet tem sua parcela de culpa na demora do capítulo... E a escola... E minha falta de inspiração... Mais tá ai, e como eu sou bastante criativa, penso em cena incríveis, me baseei em uma cena de da primeira parte de Relíquias da morte, ai vocês podem imaginar mais ou menos como acontece! Capítulo dedicado em especial à Duda Weasley e Livia Dias pelas recomendações, muito obrigada meninas! *-* Enjoy



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— Ah, sim! - exclamou Arthur. - Nós erámos jovens. Na verdade tínhamos a idade de vocês.
Molly e Arthur ficaram felicíssimos com o jantar que Hermione tinha preparado. Por mais singelo que fosse acabou tendo um grande significado para ambos. Logo após o termino da refeição, Bill e Charlie se retirarão para seus respectivos quartos, teriam um dia cheio e precisavam acordar bem dispostos. Fred, George, Luna, Rony e Hermione ficaram. Hermione queria saber tudo o que pudesse sobre a época em que Arthur e Molly namoraram. Ela começou querendo saber como eles se conheceram. Eram perguntas simples...
— Bem, nossas famílias já se conheciam, eram quase duas. Como em famílias nobres, nas famílias menos favorecidas também havia casamentos arranjados. Mas o nosso foi diferente, nos conhecíamos, e até nutríamos sentimentos um pelo outro. Não é, Moliuóli?
— Arthur... - ela falou visivelmente constrangida. Aquele era um nome carinhoso, com o qual ele a tratava nos momentos em que ficavam sozinhos.
— E como foi o casamento de vocês? - Hermione questionou.
— Ah, sabe, não foi como esses da alta sociedade. Casamo-nos na igreja, uma pequena cerimônia. Nada exagerado, claro, não tínhamos dinheiro para tal coisa. Não foi muita coisa, mas para mim foi tudo, o dia mais feliz da minha vida.
Hermione e Luna a encararam encantadas. Se a castanha já sabia, aquele pequeno relato a fez ter mais certeza de que não queria um casamento como a mãe desejava. Gostaria de algo discreto, e ao mesmo tempo marcante.
— Não é a história mais bonita do mundo, mas me orgulho em dizer que continuamos juntos, mesmo com dificuldades, altos e baixos. Nossa união foi maior que os problemas. - Arthur disse sabiamente. - Você aprende com o tempo e com quem o compartilha. Aprende a se importar por duas pessoas. - ele passou o braço pelos ombros da esposa.
Uma vez, Manuel seu pai, lhe disse que ela, Hermione, e sua mãe, eram a luz que o guiavam, pois ele sabia que elas o apoiariam em qualquer decisão, fosse qual fosse. Ela sabia que os pais não casaram por amor, mas durante os anos em que ficaram juntos construíram uma união mais que satisfatória. Então Hermione soube sobre o que o senhor de cabelos ruivos quase ralos estava falando.
— Antes de ter um relacionamento amoroso, saiba que primeiramente vocês são amigos, com quem compartilharão momentos, ocorridos. Pensem nisto crianças. - Molly completou. Levantou-se da mesa e ia recolhendo os pratos restantes. - Lavarei estas louças antes de ir me deitar.
— Nada disto senhor Weasley. Eu fiz a bagunça, eu a limparei! - Hermione disse prontamente.
— Você já deve ter tido muita preocupação preparando...
— Nenhum tipo de preocupação. Vá se deitar, o senhor também, senhor Weasley! - ela pôs as mãos na cintura, como se fosse a mãe dos dois.
Luna despediu-se deles e foi para casa. Fred e George para suas camas, restando apenas Rony e Hermione. Eles lavaram e secaram os pratos entre leves brincadeiras, como jogar água um no outro, e ao terminarem cada um seguiu seu destino.
...
Acordar com os galos cantando tinha se tornado a pequena rotina de Hermione. Ao se arrumar notou que Molly já tinha se levantando muito antes disso.
— Bom dia Molly! - ela desejou a matriarca.
— Bom dia! - respondeu lhe exibindo um sorriso. - Vejo que todos caíram da cama hoje.
— É? Por quê? - ela sentou-se a mesa.
— Todos já se levantarão. Os homens estão trabalhando.
Aquele seria um daqueles dias cheios e turbulentos.
As duas mulheres alimentaram os animais da propriedade, porcos e galinhas, limparam cada cantinho da casa e, como fazia todas as segundas, quartas e sextas, Molly pediu que Hermione levasse o almoço de Rony. Tinham se tornado os dias preferidos da garota, assim podia passar um tempo a mais com o ruivo.
Por mais distraidamente que ela seguisse seu caminho, teve uma sensação diferente aquele dia. Uma sensação de observação, da presença de alguém, mas ao olhar ao seu redor não via ninguém. Não deu muita importância. Seu erro!
Ao chegar ao local em que Rony estava, sentou-se onde pode e aguardou que ele terminasse o que quer que estivesse fazendo.
— Dia complicado? - ela perguntou assim que ele se aproximou.
— Muito! - respondeu tirando o prato das mãos de Hermione.
Eles ficaram silêncio por um longo tempo, o que foi estranho porque Rony não fazia o tipo caladão.
— Algo está te afligindo? - ela perguntou.
— Não, por quê? - rebateu.
— É que você não está falando. Não é normal para mim te ver quieto!
— Ah, não é nada, pensamentos bobos.
— Se fossem pensamentos bobos você não estaria tão concentrado neles! Lembra o que sua mãe disse ontem? Nós estamos juntos, mas você é meu amigo, podemos conversar. Mas se você não quiser...
— Claro que eu quero, mas é basicamente sobre o que meus pais disseram que estou pensando. - ela aguardou que ele continuasse. - Eu gosto de você. E muito, mas você é rica, bonita, disciplinada, uma completa princesa. E eu? Mal sobra dinheiro em casa, não completei a escola, um completo Zé ninguém. Chegará uma hora em que o que eu sinto não será capaz de nos manter juntos...
— Não diga isto...
— É a pura verdade. Sua mãe quer te ver com alguém de linhagem, que possa te sustentar.
— Pode até ser verdade, mas não é o que eu quero! Você é rico em vida, saúde e principalmente amor, e é isso que eu quero. O dinheiro acaba um dia, mas o amor fica.
— Isso foi legal de se dizer. - ele concluiu sorrindo.
— Eu sei, aprendi com meu pai! - ela sorriu também. - Terminou? Eu tenho que voltar para ajudar sua mãe a lavar a roupa.
— Já?
— É, fazer o que. Se eu pudesse ficaria! De qualquer forma, até logo! - eles se beijaram rapidamente.
Hermione pegou o caminho de volta, ao mesmo tempo em que aquela sensação voltava com mais intensidade. Estaria ficando maluca? Estacou no lugar com uma pontada de medo. Olhou em todas as direção a procura de algum movimento estranho e como dizem: "Quem procura acha" ela deu de cara com um homem mal encarado.
Suas roupas tinham rasgos e remendos, os cabelos, que revelavam nenhum cuidado, estavam presos atrás, sua pele clara ressaltava os olhos negros como o breu.
— Olá princesinha. - sua voz era grave e dava arrepios. - Hermione Granger, herdeira do trono.
Ela se assustou e recuou dois passos. Aquilo não estava lhe cheirando bem, a situação toda além do odor que o homem exalava. Ele tinha uma feição obscura, lhe faltavam alguns dentes e ela estava em pânico. Seus pés não queria lhe obedecer. Só queria correr para longe.
Quanto mais ela recuava mais ele se aproximava, até o momento em que ele parou para dar uma espécie de uivo e a coragem pareceu voltar a Hermione, então ela se pôs a correr, mas não foi muito longe. Tropeçou em um galho que tinha nascido no chão, derrubando os pratos em sua mão. Por pouco não se cortou, mas ao levantar-se se deparou com outra figura estranha.
Os dois eram parecidos, a não ser pelo cabelo ser curto e trazer um monte de tralhas. Hermione levantou-se apressadamente, mas não podia correr. Eles era dois, e ela apenas uma, além de serem mais fortes. O primeiro homem a segurou pelos braços e amarrou a suas costas:
— Me solta! - ela gritou e se debateu. - Me solta, me solta, socorro, socorro! - tinha esperanças de que Rony pudesse a escutar, afinal, não estavam tão longe de lá.
— Caladinha! - ele sacou um canivete do bolso. - Caso o contrário iremos ver sangue real, azul, né?
— O que vocês querem comigo? Deixem-me em paz, por favor. - ela começou a chorar. Seu coração batia aceleradamente contra seu peito.
— Pode apostar que nós a deixaremos em paz, mas antes tem alguém que quer vê-la. Atrás de você! - gritou de repente para o comparsa, e no tempo certo ele acertou o homem bem nas costelas, fazendo o cair de costas no chão.
— NÃO! - era Rony, ele tinha a escutado e viera investigar. O ruivo acabara virando vítima também, com as mãos atadas. Como ele se movimentava demasiadamente, tentando se livrar das amarras, os homens lhe bateram algumas vezes. - Não, por favor, não façam isso!
— A gente vai fazer muito pior com seu namoradinho se ele não se comportar! - o primeiro homem ameaçou.
— Cortou o cabelo, hein! - o segundo homem dizia - Sabe que a gente quase não te reconheceu! Não é Scabior? - ele ironizou.
— É, mas sabe de uma coisa? - o tal Scabior aproximava seu rosto do dela. - Você é uma princesa muito bonita. Será que é tão quente quanto? - ele deslizou o dedo pela bochecha de Hermione e ela o encarou com repulsa.
— Não encoste nela! - Rony falou entre dentes, tentando conter a raiva que sentia. - Eu faço o que quiserem, mas não mexam com ela!
— Alguém tentando ser corajoso, hum... Nem imagina o que temos preparado para os dois.
— Não vamos estragar a surpresa, não é? Vamos indo. - ordenou Scabior.
...
Andaram pelo o que pareceram horas e horas, sob o sol escaldante de fritar miolos. Hermione não chorava mais, pensava em como escapar daquele situação. Rony andava tropeçando às vezes, pensando em como proteger Hermione de sabe-se lá o que eles estivesse planejando. Tinha medo, não por ele, por ela.
Quando finalmente pararam de andar chegaram as portas de uma mansão. Não tão grande e detalhada quanto o castelo, mas o suficiente para deduzir que as pessoas que lá moravam tinham dinheiro.
O homem que "cuidava" de Rony deu uma batida na porta, que devia ser a senha, pois não era uma batida convencional. Tempos depois um terceiro homem a abriu. Tinha uma aparência que lembrava um rato.
— Aah! - ele exclamou e os deixou entrar.
Hermione não teve tempo de reparar na decoração, fora praticamente correndo até um cômodo. Lá havia seis pessoas, além deles, sete com o que abrira a porta, todos sentados em cadeiras, mas um em especial estava sentando em algo parecido com um trono. Sua expressão lembrava uma cobra.
— Vejo que trouxeram o jantar, e ainda teremos a sobremesa.
A garota encarou todos os presentes. Tinha duas mulheres, uma morena e outra quase loira. A morena tinha os cabelos encaracolados mal penteados, e parecia usar trapos. A quase loira estava mais bem vestida, e Hermione presumiu que ela talvez fosse dona da casa. Dois homens loiros parecidos que ela concluiu serem pai e filho. E o último era grande e moreno.
— É assim que se faz o serviço Malfoy! Aprenda com os experientes. - disse Scabior triunfante.
— Não foi minha culpa! - Draco rebateu.
— Aham, sei!
— Muito bem. - pronunciou-se o com expressão de cobra, mas em sua voz não havia nenhum sinal de quem parabeniza. - Fizeram o trabalho direitinho, eu vejo. O "chefe" de vocês - falou com Draco e Crabbe. - ficará satisfeito! Espero que ele pague bem.
— Não se preocupe. - certificou o loiro.
— E não esqueça a nossa gratificação! - lembrou o comparsa de Scabior.
— Não esquecerei. Agora, levem os prisioneiros.
Por um momento Hermione esqueceu suas condições.
— Esperem! - pediu a mulher de cabelos mal cuidados. - Deixem a garota. Ela precisa ter uma conversa de mulher para mulher.
Se fosse possível o coração de Hermione bateu mais fortemente. Por que não simplesmente a deixavam em paz? O que queriam? Se sabiam que ela é a princesa por que não a levavam de volta para o castelo?
— O que você vai fazer? - ela perguntou engolindo em seco. Não sabia se realmente queria saber a resposta.
— Ah, não se preocupe. Apenas uma lembrança do dia de hoje.
— Bellatrix, o combinado foi não machucá-la! - alertou a mulher quase loira.
— Eu sei Cisa, eu sei! Levem o rapazinho.
Rony se debateu quando dois homens foram lhe carregar.
— Não, Hermione!
— Rony!
— Ele ficará bem! - Bellatrix garantiu.
Do porão Rony escutava os gritos agonizantes de Hermione. Ela chorava e parecia se debater. Pediam que quem quer que fosse parasse, porque doía, mas como esperado seu pedido era negado. O ruivo tentava bloquear aquilo de sua mente, mas ela gritava tão vivamente que parecia estar ao seu lado e ele não podia fazer nada. Tentava não pensar na pior das hipóteses, mas ela parecia a mais conveniente para o momento. Seu rosto estava banhado em lágrimas apenas pelos gritos de dor da garota, até o momento em que eles cessaram. Não se ouvia mais nada, a não ser o murmúrio das pessoas e risadas de vez em quando. Após um tempo escutou passos pesados vindos da escada que levava até ali e a porta se escancarar. Viu Hermione de relance, bem no instante em que a jogaram, como um saco de batatas dentro do local, e ele conseguiu ampará-la, já que tinha soltado suas mãos. Com a pouca luz que entrava notou seu vestido sujo de sangue.
— O que eles te fizeram? - perguntou agoniado a sentindo soluçar contra seu corpo.
— Meu braço. - ela falou com dificuldade.
Ele precisou olhar os dois para achar. Os cortes profundos formavam a palavra
— "Sangue-ruim"! Por quê?
— Porque meu sangue é vermelho e não azul. - ela soluçava mais intensamente.
— Eu vou tirar a gente daqui, tá bem? Eles não vão te fazer mais nenhum mal, ok? Só confie em mim. - ela assentiu.
— Isso dói e arde Rony, dói muito.
— Vai passar, eu prometo.
Ela acabou adormecendo de tanto chorar e soluçar. Rony precisava pensar em algo logo antes que fizessem algo pior. Mas não era apenas isto que o perturbava. Seus pais, principalmente sua mãe, ficariam preocupados, e ele não queria causar tal preocupação na família.


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Notas finais do capítulo

Talvez vocês possam achar as coisas de todos os próximos capítulos estranhas, não sei, mas certas coisas precisam acontecer! Até lá