Quando O Amor Fala Mais Alto escrita por Samyy


Capítulo 18
Capítulo 17 - Feliz Aniversário




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Seu aniversário estava chegando, ela tinha plena consciência disto. Estava acostumada a ter festas glamorosas cheias de convidados, pois sua mãe insistira em ter convidado quase toda a elite da realeza do mundo. Comidas sofisticadas, vestidos elegantes e praticamente tudo que se possa anunciar. Se não estivesse desaparecida aquela seria a festa do ano já que completaria dezoito anos e estava noiva.
Todos diziam que fazer dezoito anos era mais que especial, mas ela não via nada de inovador em adicionar mais um ano em sua vida. Nem comemoraria o aniversário aquele ano, não queria que as pessoas soubessem. Hermione pareceu esquecer que alguém sabia sua verdadeira identidade, e na cidade só se falava sobre o aniversário da princesa sem princesa.
...
Molly ainda se preocupava em lhe perguntar se levar o almoço de Rony seria um incomodo para a garota. Ela não sabia o quanto Hermione gostava. Além de passar mais tempo com ele, ela admirava a paisagem da floresta, sempre encantadora e cheia de novidades. Isso lhe permitia pensar na vida e em como estaria sua mãe. Mesmo depois de tudo sentia falta dela, era sua mãe, não importava a circunstância. Sabia que um dia teria de voltar para casa...
Hermione nunca entendeu direito o trabalho de Rony. Sempre tinha o visto cortando madeira, mas nunca entendera bem... Seria um bom motivo para puxar conversa aquele dia... Era fácil achá-lo. Além de alto era ruivo, o que facilitava as coisas. O dia estava quente, e Rony parecia sentir os efeitos já que estava sem camisa e exalava suor. A castanha ficou visivelmente desconcertada. Não era acostumada a ver as pessoas sem camisa, e principalmente se tem músculos definidos. Tratou de desviar os olhos dele e chamar sua atenção.
— Ah... Oi Ronald! - ele sorriu ao vê-la. - Belo dia, não? - ela encaminhou para o tronco que estavam habituados a se sentar. Após vestir a camisa ele fez o mesmo.
Hermione esperou pacientemente que ele terminasse de comer para iniciar a conversa. Tentou ser o mais casual possível. Rony lhe explicou que cortava madeira para fazer móveis ou lenha. E quando Hermione ficou horrorizada com a destruição da floresta ele tratou de acrescentar:
— Não é o trabalho mais legal do mundo. Você está certa, deveriam ter mais compaixão com as árvores, os animais vão morrer e tudo isso, mas é o único trabalho que tenho no momento. Ele, juntando com os dos meus irmãos ajuda a sustentar a família!
— Rony, por acaso você já foi a escola? Quero dizer, aprender geografia, matemática, inglês. Essas coisas!
— Pode parecer estranho, mas sim. Eu fui o que passei mais tempo da família. Quase terminei os estudos, mas meus pais precisavam de ajuda com a casa, então eu sai da escola e comecei a trabalhar!
— Por que você não tenta encontrar outro trabalho? Algo que dê mais lucro para sua família!
— Porque ninguém quer contratar alguém que já foi preso!
— Você já foi preso? - ela perguntou aparentemente chocada.
— Não, mas se eu já tivesse sido ninguém ia querer contratar!
— Devia ser comediante. - ela falou com ironia. - Estão precisando de um bobo da corte no castelo! Que piada horrível!
— Espere só até escutar as outras!
Rony contou quatro piadas muito ruins que só fizeram Hermione franzir as sobrancelhas tentando entender.
— Mas essa tem graça, eu prometo: quem é o rei dos queijos?
— Não tenho a mínima ideia!
— O rei queijão! - Rony começou a rir diante a expressão de incredulidade de Hermione. Foi cessando o riso até transformá-la em uma tosse. - Então... Ér... 18 anos, hein?
— Oi?
— 18 anos, seu aniversário, depois de amanha.
— Ah... Como você sabe?
— As pessoas não param de falar, na cidade, do aniversário da princesa. Queira você ou não, cortando o cabelo ou não você ainda é uma princesa.
Eles se despediram e Hermione seguiu o caminho de volta, perdida em pensamentos. Rony tinha toda razão. Mesmo que ela mudasse de país ou de identidade, não importasse o que ela fizesse, sempre seria Hermione Granger, princesa de Hogwarts.
...
Dois dias mais tarde, Hermione se sentia estranha. Deveria estar alegre, a felicidade em pessoa, tinha dezoito anos agora, maior de idade. Mas era o dia mais nublado de sua vida, não tão nublado quanto o dia em que seu pai havia falecido.
Perguntava-se o que sua mãe, tia, prima e noivo estariam fazendo. Esperava que não estivessem comemorando, não tinha nada que comemorar! Pela primeira vez desde que chegara ali desejou saber o que se passava por lá!
— Mione! - Molly acabara de bater na porta do quarto de Hermione e entrara. - Tem um minuto? Gostaria de conversar.
— Claro Molly.
— Poderia descer? Estou fazendo biscoitos. - Hermione assentiu e a acompanhou.
Deveriam ser por volta das quatro da tarde. O sol começava a declinar-se para oeste, na direção das montanhas poentes. Molly já tinha atravessado a sala em direção a cozinha quando Hermione chegava ao pé da escada. Mal entrou na cozinha e o cômodo se encheu em um coro animado cantando. Precisou de um pouco mais de um minuto para entender. Estavam cantando parabéns para ela, todos os Weasley e Luna. Percorreu todos com o olhar, parando em Rony, que lhe piscou cumplice. Ele tinha armado aquilo, com certeza!
— Feliz Aniversário Mione! - Molly lhe dera um abraço apertado. - Muitos anos de vida, paz e saúde!
— Obrigada, muito obrigada! Não acredito que fizeram isso!
— Foi ideia do Rony! - disse Luna.
— Valeu Luna! - ele usou um tom irônico.
— De nada!
— Então...
—... Para quem vai o primeiro pedaço? - Fred completou a fala do irmão.
— Ah... Acho melhor eu não fazer isto. Vocês cortem...
— Nada disso!
— Seu aniversário de dezoito anos, você corta o bolo.
— Ah, faça um pedido e apague as velas! - falou Luna.
Derrotada, Hermione fez tudo o que eles pediram, mas não sabia para quem dar o primeiro pedaço de bolo. Pensou em Rony, mas ela ficou com receio de pensarem algo a mais.
— Eu... Ér acho que... O primeiro pedaço vai para... Rony! - falou sem pensar, mas olhando por um lado ele merecia. - Por ter me ajudado naquele período difícil e ter me oferecido sua casa. E o segundo pode ir para Molly, por ter me aceito e acolhido como uma filha!
Molly lhe abraçara novamente, aceitando o bolo alegremente. Na vez de Rony, eles apenas trocaram apertos de mão e sorrisos tímidos.
Após todos ficarem satisfeitos com o bolo, Charlie (mais conhecido como Carlinhos) se manifestou.
— Hora dos presentes!
— Ah, não creio que gastaram dinheiro comigo!
— O que é isso, você faz parte da família! - Arthur lhe dera seu melhor sorriso, como um pai faria.
Ganhou presentes interessantes, como um casaco bordado de lã, da senhora Weasley, de cor azul violeta, com um M bordado em branco. E presentes inusitados, como o de Luna.
— É um amuleto, para afastar os narguilés! - ela não tinha ideia do que eram narguilés, mas achou melhor não perguntar. Era um colar amuleto.
Fred e George lhe presentearam com caixas de chocolate da loja em que trabalhavam. Charlie e Bill deram brincos. Percy um livro sobre a Inglaterra atual. E Arthur um belo vestido para combinar com o casaco.
Rony, que ficara um pouco afastado, aproximou-se.
— Eu gostaria de dar seu presente, mas não aqui dentro! Acompanha-me? - ele estendeu a mão para que ela segurasse. Após olhar profundamente em seus olhos respondeu:
— Claro! - ao segurar a mão do ruivo sentiu uma corrente elétrica perpassar seu corpo, e uma onde de calor percorrê-la.
Ele a guiou por um caminho que ela não conhecia. Para onde estavam indo? Ela adoraria saber. Faltavam poucos minutos para o sol se por, enfim. Seria uma bela coisa de se ver.
— Estamos quase lá. Feche seus olhos!
Hermione ficou receosa, mas o fez.
Sentiu o farfalhar das árvores, e curiosidade para saber onde estavam.
— Pode abrir, agora! - Rony lhe falara ao pé do ouvido, provocando um repentino arrepio.
Reparou estarem próximos a uma pequena foz, onde um rio desaguava. Como não tinha reparado o barulho. Era encantador, dentro da água havia pedras com musgo verde. Árvores circundavam o lugar. Era possível ver com clareza o sol se pondo.
— Aqui é lindo!
— Sim, muito!
Ele se adiantou. Tirou os sapatos e pôs os pés dentro da água. Hermione o seguiu.
— Quando era menor, vinha aqui para ficar sozinho. Creio que apenas nossa família saiba daqui. Feliz aniversário!
— Obrigada.
— Eu quero dar seu presente, mas estou incerto... Na verdade são dois!
— Rony, não devia...
— Shh, não diga isso! Espero que esteja fazendo a coisa certa.
Antes que ela pudesse contestar, ele segurou seu rosto com as duas mãos e a beijou no momento certo em que começava o por do sol. Rony perdera algumas noites imaginando como seria sentir os lábios de Hermione contra os seus. Não achava que aquela experiência seria tão boa, emocionante.
Ela parecia não entender o que estava acontecendo. Em um minuto estava falando com Rony e no outro estava o beijando. Entendendo ou não, achou melhor corresponder, e não poderia haver outra decisão melhor, e principalmente pessoa para dar seu primeiro beijo.
Ao se separarem sabia que estaria corada, e Rony não ficava muito longe, porém suas orelhas pareciam fazer parte de seu cabelo. Ela baixou o olhar sorrindo timidamente, não conseguindo sustentar o olhar de Rony.
— Desculpe... Nós vivemos em classes sociais diferentes, em mundos diferentes. Você tem um noivo, mas... Eu não pude não me apaixonar. E você não deve sentir o mesmo que eu...
— Eu sinto... - fora quase um sussurro.
— O que...?
— Eu disse que sinto o mesmo que você!
— Legal! - disse Rony, sorrindo abertamente.
— Legal! - ela concordou.
Rony colocou sua mão por cima da de Hermione, apoiada na grama, e contemplaram o céu que começava a ganhar estrelas...


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Notas finais do capítulo

E as coisas começam a se tornar mais perigosas...