Unidos pelo Destino 1 escrita por Camila Dornelles


Capítulo 21
Capítulo 20




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      Draco sentiu um vento gelado bater em seu rosto, e abriu os olhos, a primeira coisa que viu foi Hermione, deitada ao seu lado, segurando sua varinha e a dele. Aos poucos foi se lembrando de tudo. Então, pegou sua varinha das mãos de Hermione a apontou para ela.

- Enervate!

      Ela abriu os olhos calmamente. E mirou Draco por um segundo, até a compreensão bater em sua cabeça. Seria possível?

- Você esta bem? – perguntou ele preocupado.

- Sim. E você?

- Estou. Fomos estuporados. – ele se levantou e estendeu a mão para ajudá-la.

- Então foi verdade? – ela pegou a mão dele e se levantou do chão.

- Foi.

- Não!

      Ela correu para a grade – por onde Dumbledore caiu – e olhou para baixo. Uma multidão de alunos se aglomerava em volta do corpo. Hermione sentiu seus olhos arderem fortemente. E sem conter, chorou. Sentiu os braços de Draco se fecharem em sua cintura e se apoiou nele. E agora? O que fariam? Dumbledore estava morto, eles não teriam chance com o Lord das Trevas.

- Temos que ir. – disse Draco por fim.

- Por quê? A onde?

- Veja. – ele apontou para o céu.

      Um lince gigante apontava no céu, e Hermione demorou a entender que era um Patrono. E a voz da professora McGonagall ecoou por toda Hogwarts


“Atenção, alunos voltem para seus dormitórios, os Escolhidos, por favor, me encontrem na Ala Hospitalar”


- Será que tem alguém ferido? – perguntou à morena.

- Tomara que não. Vamos?

- Sim. – ela respirou fundo.

      Eles desceram as longas escadas da Torre de Astronomia e caminharam pelos corredores do castelo. Algumas manchas de sangue no chão e nas paredes fizeram Hermione tremer de medo.

      Ao chegarem à ala hospitalar, quando empurraram as portas, Hermione viu Neville deitado, aparentemente adormecido, em uma cama próxima, Ron, Luna, Gina, Tonks, Lupin  e Harry estavam agrupados em torno de outra cama, no extremo oposto da enfermaria. Ao ouvirem as portas se abrindo, todos se viraram. Luna e Gina correram para eles, Luna abraçou Draco e Gina se pendurou em Hermione. Lupin se adiantou também, ansioso.

- Vocês estão bem?

- Estamos – respondeu Hermione.

- Onde estavam? – perguntou Gina.

- Na Torre de Astronomia. – respondeu à morena se sentando sobre a cama vizinha com Gina, enquanto Luna levava Draco para perto de Neville.

- Vocês estavam com o Harry? – perguntou Tonks.

      O moreno mostrou a Capa da Invisibilidade para Hermione, que entendeu que ele estivera lá escondido, o tempo todo.

- Não. – disse a morena e olhou para Gui que estava irreconhecível – O que houve com ele?

      Ninguém respondeu, Madame Pomfrey aplicava em seus ferimentos um ungüento verde de cheiro acre.

- Porque não tenta um feitiço? – perguntou Draco se aproximando com Luna.

- Não tem feitiço que de resultado. Não há cura para mordida de lobisomem.

- Ele foi mordido por Greyback? – perguntou Draco baixinho para Luna, que assentiu.

- Mas ele não foi mordido na lua cheia – lembrou Ron – Greyback não estava transformado, então, com certeza, Gui não vai virar um...?

- Espera! – exclamou Draco – Ele estava na forma humana? – Luna assentiu de novo – Então não se preocupem, ele não vai virar um lobisomem.

- Como pode ter tanta certeza, Malfoy? – berrou Harry se levantando, mas Gina foi mais rápida e segurou a mão do namorado.

- Porque ele me mordeu; - disse o loiro como se estivesse contando que tinha ido passear um dia desses.

- O que? – perguntou Hermione horrorizada.

- Nas férias. Ele me mordeu, eu... Bem, estou aqui. E não virei lobisomem.

      Ele puxou a gola da blusa e mostrou o ombro direito, uma enorme mordida que ainda estava arroxeada, figurava o local. Madame Pomfrey, fascinada, foi checar a mordida em Draco. O silencio imperiou naquele lugar.

- E agora? – perguntou Lupin – O que vamos fazer? Com Dumbledore morto.

- Psiu! Escute! – disse Luna atenta,

      Lupin fechou a boca de olhos arregalados. Em algum lugar lá fora, na escuridão, uma Fênix cantava de um jeito que ninguém jamais ouvira: um lamento comovido de terrível beleza.

      Quanto tempo ficaram ali, escutando, ninguém sabia, só saíram do transe quando as portas se abriram e a professora McGonagall entrou na ala hospitalar.

- Molly e Arthur estão a caminho – disse ela com um suspiro cansado – Hermione! – berrou ao ver a garota – Que aconteceu? Você, Draco e Harry estavam com Dumbledore quando ele... Quando aconteceu. Hagrid mencionou Snape, mas eu não entendi bem.

- Snape matou Dumbledore – disse a garota.

      McGonagall se sentou ao lado de Hermione na cama.

- Snape – repetiu ela – Ele sempre confiou em Snape. Queria saber como Snape fez para convencer Dumbledore.

- Eu sei – disse Harry, e todos o encaram – Snape passou a Voldemort a informação que o fez caçar meus pais. Então, Snape disse a Dumbledore que não tinha consciência do que estava fazendo.

- E Dumbledore acreditou? – perguntou Lupin incrédulo – Acreditou que Snape lamentava a morte de Tiago? Snape odiava Tiago.

- O que Dumbledore te disse antes de tudo Minerva? – perguntou Tonks.

- É tudo tão confuso... Dumbledore tinha nos dito que ia se ausentar da escola por algumas horas, coisa que ele fazia com bastante freqüência , já estava acostumada com as saídas dele. Mas desta vez foi diferente, ele disse que devíamos patrulhar os corredores só por precaução... Remo, Gui e Tonks vieram se reunir a nós... Então patrulhamos. Tudo parecia tranqüilo. Todas as passagens secretas para fora da escola estavam vigiadas. Continuo sem entender  como os Comensais da Morte entraram na escola...

- Culpado. – disse Draco apontando para si mesmo – Entraram pela Sala Precisa. Havia um par de Armários Sumidouros.

- Meti os pés pelas mãos, Harry – disse Ron ignorando Draco – Fomos até a Sala Precisa vigiar, eu e Neville, mas tudo ficou escuro.

- Pó Escurecedor Instantâneo do Peru – esclareceu Draco sem jeito – Seguimos pelos corredores, mas não esperávamos a Ordem aqui. Então Gibbon escapou e subiu a escada da Torre, para lançar a Marca Negra. Mas o medroso não quis ficar lá em cima sozinho, então desceu. Subi rapidamente, e encontrei Dumbledore sozinho... A vassoura era sua, certo Potter? – Harry assentiu – Hermione apareceu dois minutos depois de mim. Bella, Aleto, Amico e Greyback apareceram em seguida. E depois Snape, e depois Dumbledore caiu, e fomos estuporados – ele apontou para si mesmo e para Hermione.

- Desmaiamos – seguiu a garota – Quando acordamos, eles já tinham ido embora. 

– Ao passar por nós. Snape gritou alguma coisa. Mas eu não entendi... – disse Tonks.

- Ele gritou “Acabou”. – disse Harry. – Tinha feito o que pretendia.

      Todos se calaram. O lamento de Fawkes ainda ecoava pela escola. As portas da ala hospitalar se abriram de repente, sobressaltando a todos: o Sr e a Sra Weasley vinham entrando pela enfermaria, Fleur logo atrás, seu belo rosto aterrorizado.

- Molly... Arthur... – disse a professora McGonagall, levantando-se da cama, depressa, para cumprimentá-los. – Lamento muito...

- Gui – sussurrou a Sra. Weasley, deixando a professora no vácuo ao avistar o rosto desfigurado do filho – Ah, Gui!

      Lupin e Tonks se afastaram para o casal se aproximar da cama.

- Você disse que Greyback o atacou – perguntou o Sr. Weasley para McGonagall - Mas não estava transformado. O que significa isso? Que acontecera com Gui?

- Segundo o Sr. Malfoy – disse Madame Pomfrey – Ele vai ficar bem. Não se transformara em lobisomem.

      A Sra. Weasley tirou o ungüento das mãos de Madame Pomfrey e começou a aplicá-lo nos ferimentos do filho.

- E Dumbledore? – continuou o Sr. Weasley – Ele realmente...?

- Sim, Arthur. Ele se foi.

- É claro que a aparência não conta... Mas ele era tão bonito... E ia se casar. – choramingou a Sra. Weasley.

- E qu é qu a senhorr qerr dizerr com isse? – perguntou Fleur praticamente gritando – Qu querr dizzer com “el ia se casarr”?

      A sra. Weasley pareceu espantada.

- Bem... Só que...

- A senhorra ache qu Gui vai desistirr de casarr comigue? – quis saber Fleur – A senhorra ache qu porr cose desses morrdides, el non vai me amarr?

- Não, não foi o que eu...

- Porrqu ele vai! – afirmou Fleur – Serrá prrecise mais qu um lobesome para fazerr Gui deixarr de me amarr!

- Bem, claro, tenho certeza – respondeu Molly, - mas pensei que talvez... Visto que ele...

- A senhorr penso qu eu non ia querrerr casarr com el’? U err’ esse a su esperrance? – desafiou Fleur – Qu me imporrte a aparênce del? Ache qu sou bastante bonite porr nós dois!

      Fleur empurrou a sra. Weasley para o lado e tomou o ungüento das mãos dela. A sra. Weasley recuou para perto do marido e ficou observando Fleur tratar dos ferimentos de Gui. Ninguém disse nada. Draco se sentou na beira da cama onde estava Hermione, e se pois a observar.

- Nossa tia-avó Muriel – disse Molly – tem uma linda tiara, feita por duendes... E estou segura que posso convencê-la a emprestar para o casamento. Ficara bonita em seus cabelos.

- Muite obrrigade – respondeu Fleur formalmente – Tan certez dequ ficarrá bonite!

       Fleur abraçou a Sra. Weasley que retribuiu ternamente. E se afastou para a garota cuidar de Gui.

- Esta vendo! – exclamou Tonks olhando aborrecida para Lupin – Ela ainda quer casar com Gui, mesmo que ele tenha sido mordido! Ela não se incomoda!

- É diferente! Gui não será um lobisomem típico.

- Mas não também não me incomodo, nem um pouco! – retrucou Tonks, agarrando Lupin pela frente das vestes e sacudindo-o – Já lhe disse um milhão de vezes...

      Hermione trocou um olhar cúmplice com Harry. Então o Patrono dela não parecia o Lupin, era Lupin!

- E eu já disse a você um milhão de vezes – respondeu Lupin evitando os olhos dela – que sou velho demais para você. Pobre demais... Perigoso demais...

      Revirando os olhos, a Sra. Weasley olhou pela primeira vez ao redor da ala hospitalar. Seus olhos passaram direto por Draco e voltaram nele, o loiro estava com as mãos no bolso da jaqueta de moletom, sentado na beira da cama, olhando distraidamente para os pés.

- DRACO!

      Ela berrou fazendo o garoto se assustar e quase se espatifar no chão. Em um pulo ele estava de pé. A matriarca Weasley correu e o abraçou, quase o tirando do chão.

- Ho! Querido!  - disse o soltando de seu abraço de urso.

- O-olá. – disse o garoto sem jeito. - Sra. Weasley.

- Só Molly querido. Por favor. Quero que saiba que eu falei com a sua mãe. E que ela me pediu para cuidarmos de você. Então, como Harry, Hermione, Luna e todos os amigos dos nossos filhos: Seja Bem-Vindo a familia.

- Obri-Obrigada. Mas a senhora falou com minha mãe?

- É uma longa historia. – disse a Sra. Weasley sorrindo ternamente.

- Draco – o Sr. Weasley se aproximou e estendeu a mão – Seja bem vindo.

- Obrigada. – Draco sorriu e apertou a mão do Sr. Weasley.

- Por Favor. – chamou McGonagall – Os seis Escolhidos. Venham comigo. Já voltaremos.

      Draco, Luna, Gina, Harry e Ron se levantaram e seguiram para a porta. Hermione continuou sentada, olhando para o céu, ela parecia em transe.


- Hermione? – chamou Lupin estralando os dedos sobre os olhos dela.

- Hermione! -  berrou Draco já na entrada da ala hospitalar.

- O que? – ela perguntou confusa.

- McGonagall quer falar com vocês a sós – disse Lupin.

- Ah sim. Claro.

      Ela se levantou, mas seus pés pareciam pesar toneladas. Com dificuldade conseguiu chegar a Draco, que passou um braço pela cintura dela e passou o braço dela em torno das costas dele, em forma de apoio. E as portas da ala hospitalar se fecharam.

      Molly sorriu para Arthur.

- Ele esta realmente mudado – disse o ruivo patriarca.

- Com certeza. – respondeu a ruiva olhando para a porta.


•••


      Em silencio, eles subiram a escada móvel em espiral e entraram no escritório redondo. A professora McGoangall fez um gesto estranho, como se estivesse tomando coragem, e, em seguida, contornou a escrivaninha para olhar de frente para Os Escolhidos.

- Harry – disse ela -, em primeiro lugar, eu gostaria de saber o que você e o professor Dumbledore estiveram fazendo hoje à noite quando saíram.

- Não posso responder professora.

- Talvez seja importante.

- E é muito. – disse o garoto – Mas ele não queria que contássemos a ninguém.

- Então vocês também sabem? – ela lhes lançou um olhar penetrante.

- Sim – respondeu Gina – Mas não podemos contar.

- E porque todo esse mistério? – brandiu severamente.

- O professor Dumbledore nunca nos disse para parar de seguir suas ordens se ele morresse – esclareceu Draco.

      Antes da professora perguntar de novo, ouviram uma batida na porta e os professores Sprout, Flitwick e Slughorn entraram na sala, seguidos por Hagrid.

- Quero falar sobre o que acontecera em Hogwarts antes do ministro chegar – disse depressa – Pessoalmente, não estou convencida de que a escola deva reabrir no próximo ano. A morte do diretor pela mão de um dos nossos colegas é terrível na historia de Hogwarts.

- Tenho certeza que Dumbledore teria querido manter a escola aberta – disse Sprout, os olhos arregalados, encarando McGonagall – Mesmo que tivermos um único aluno.

- Mas será que teremos algum aluno depois disso? – perguntou Slughorn – Com tudo isso, os pais vão querer manter os filhos em casa.

- Hogwarts não esta mais segura – disse a professora McGonagall.

- Porque não deixam o professor Dumbledore falar? – perguntou Luna com sua voz sonhadora encarando o quadro onde Dumbledore repousava em uma cadeira vermelha.

- Hagrid, você ainda não disse nada – observou a professora McGonagall. - O professor sempre prezou suas opiniões, e eu também. Vamos, diga, você acha que Hogwarts deve seguir aberta?

- Bem, eu vou continuar aqui – grandes lagrimas ainda vazavam pelos cantos de seus olhos – É minha casa desde os treze anos. E se tiver garotos querendo aprender comigo, eu vou ensinar.

- Muito bem – disse McGonagall – mas podemos adiantar a partida. Poderíamos programar o Expresso de Hogwarts para amanhã se for necessário...

- Mas professora – disse Draco – E o funeral de Dumbledore?

- Bem... Dumbledore sempre quis ser enterrado em Hogwarts.

- Se ele quis assim – disse o professor Flitwick – Hogwarts deve ser a morada final de Dumbledore.

- O Ministro chegou! – exclamou a professora Sprout olhando pela janela.

- Vocês seis –ela apontou para os garotos – Precisam ficar sozinhos. Devo presumir que não querem ser bombardeados de perguntas pelos alunos. Então Filio, leve-os até aquele lugar.

      Ela abriu a gaveta da escrivaninha de Dumbledore e tirou de lá uma chave com aparência bem velha e enferrujada.  O professor Flitwick levou os Escolhidos para uma parte do castelo que eles não conheciam. Depois das cozinhas, atrás de um quadro com cinco homenzinhos cantando, havia uma porta secreta. Ele colocou a chave na porta, que com um rangido estrondoso, se abriu. O professor tirou a chave e entregou na mão de Gina.

- Esse lugar foi projetado pelos fundadores de Hogwarts.- disse ele – Assim que eles descobriram sobre a profecia, Salazar, Rowena e Godric, resolveram criar um lugar para seus escolhidos. Eles acreditavam que os Escolhidos não deveriam se misturar com os outros alunos da escola. Os medalhões abrem a porta ali em frente. Vocês podem passar a noite aqui hoje, e quando quiserem. Eu não posso passar daqui. Boa Noite. – e trotando sumiu pelo corredor.

- Estou começando a achar que os fundadores eram pirados! – exclamou Ron.

- Vamos – disse Hermione revirando os olhos – Lumus.

- Lumus – murmuraram os outros juntos.

      Eles adentraram por um corredor escuro e estreito. Hermione à frente, Draco logo atrás, seguido por Luna, Ron, Gina, e Harry por ultimo. Luna tropeçou e tombou para cima de Draco, que a segurou antes dela tocar o chão.

- Cuidado onde pisa. – disse ele.

- Obrigada.

- Disponha.

      Ron revirou os olhos.

      Eles desceram uma escada e chegaram a outra porta. Sem fechaduras e preta de poeira.

- Maravilha! – exclamou Ron mal humorado ao ver a porta.

- O professor Flitwick disse que os medalhões abrem a porta. – disse Hermione tirando de dentro das vestes seu medalhão. – Por favor, me digam que vocês trouxeram os medalhões.

      Todos tiraram os medalhões de dentro das vestes e mostraram a Hermione.

- Pelo menos isso. – murmurou para si mesma e se voltou para a porta.

      Ela passou a mão pela poeira e na parte limpa, um pedaço de uma letra se formou. Então, com sua varinha, limpou a porta e eles puderam ler a inscrição.



By the power of revival of the Phoenix

Pelo poder de renascença da Fenix


By the predatory instinct of the shark

Pelo instinto predatorio do tubarão


The instinct to escape from the fox

Pelo instinto de fuga da raposa


For the brave courage of the deer

Pela brava coragem do veado


For the hunting instinct of the owl

Pela instinto caçador da coruja


For the dog's instinct observer

Pelo instinto observador do cachorro


-O que quer dizer isso? – perguntou Rony lendo.

- Fala dos nossos Patronos. Mas não sei como fazer para entrar. – disse Hermione lendo em voz alta – Pelo poder de renascença da Fênix.

      Uma luz cor de rosa iluminou a inscrição que Hermione lera. Ela arregalou os olhos e sorriu.

- Pelo instinto predatório do tubarão... – disse Draco e sua inscrição se iluminou de verde.

- Pelo instinto de fuga da raposa – seguiu Gina e sua inscrição se iluminou de vermelho.

- Pela brava coragem do veado. – disse Harry e sua inscrição se iluminou de azul escuro.

- Pelo instinto caçador da coruja! – exclamou Luna sonhadora e sua inscrição se iluminou de amarelo.

- Pelo instinto observador do cachorro.

      Completou Ron e sua inscrição se iluminou de azul claro. Ao estarem completas as luzes brilharam mais forte e a porta se abriu. Ao entrarem suas bocas se abriram.

      Estavam diante a um grande aposento.

      O chão era coberto por um carpete marrom, e as altas paredes num tom bege cintilante. Os moveis tinham aparência antiga, mas estavam muito bem conservados. Do lado direito, havia uma mesa de jantar com seis cadeiras e atrás um guarda-roupa. Do lado esquerdo, dois sofás de dois lugares e um de três rodeavam uma mesinha de centro, e atrás dos sofás, duas grandes estantes cheias de livros. Sobre a mesa de jantar e sobre a mesinha de centro, havia dois vasos de cristal com rosas num tom de azul turquesa. Atrás da mesa e dos sofás, do outro lado do aposento havia seis camas de dossel e de solteiro. Os acolchoados e travesseiros eram dourados. Sobre cada cama pendia um véu branco, como uma tenda, e no centro um pingente de prata brilhava. Do lado esquerdo das camas uma porta branca com fechadura dourada anunciava um banheiro. Hermione se aproximou de uma das camas e observando o pingente viu a forma de um veado.

- Gente! – exclamou ela – Olhem isso! Essa é sua Harry! – ela apontou para uma das camas.

- Como sabe? – perguntou o moreno se aproximando;

- Tem um pingente de um veado.

      Cada cama tinha um pingente de prata. Cada pingente era um animal, cada animal um Patrono. Fênix, Tubarão, Raposa, Veado, Coruja e Cachorro.

- Pessoal! – exclamou Luna olhando dentro do guarda-roupa – Tem caixas aqui. Pra gente.

      Ron, Gina. Harry, Draco e Hermione se juntaram a ela. Luna tirou seis caixas e as colocou sobre a mesa. Duas eram azuis, uma verde e três vermelhas. Cada uma com um animal desenhado na capa. Ao abrirem viram que eram pijamas. Par as garotas, camisolas brancas, e para os garotos, calça e camiseta de mangas compridas, também brancas.

      As garotas se vestiram primeiro, e os garotos em seguida. Sentaram-se nos sofás e se encararam.

- Estão falando em fechar a escola – disse Harry.

- Lupin falou que fariam isso – refletiu Gina.

- Então? – perguntou Ron – Vocês encontraram uma? Uma... Horcrux?

      Harry sacudiu negativamente a cabeça.

- Como? – exclamou Hermione – Não estava lá?

- Não – respondeu Harry fazendo carinho nos cabelos de Gina – Alguém já tinha levado e deixado uma imitação no lugar.

- Já tinha levado? – sibilou Draco.

      Em silencio, Harry tirou o medalhão falso do bolso, abriu-o e entregou-o a Gina – que estava do seu lado-, ela olhou e passou para Ron no outro sofá, que passou para Luna ao seu lado, que jogou para Draco, que em seguida passou para Hermione, a morena começou a ler em voz alta.


"Ao Lorde das Trevas

Sei que há muito estarei morto quando ler isto,

Mas quero que saiba que fui eu quem descobriu o seu segredo.

Roubei a Horcrux verdadeira e pretendo destruí-la assim que puder.

Enfrento a morte na esperança de que, quando você encontrar um adversário á altura, terá se tornado outra vez mortal.

R.A.B."


- R.A.B. – disse a morena -, mas quem é?

- Não sei. – respondeu Harry.

      Hermione se levantou e caminhou rumo as estantes de livros.

- Merlin! – exclamou – Tem livros de milhões de anos atrás. Espera! O que é isso? – ela pegou uma caixa de pau-rosa que estava sobre alguns livros e voltou para o sofá.

      Ao abrir, encontrou um pergaminho velho.

- Gente! Foi Rowena Ravenclaw que escreveu. Para nós! Escutem.


      "Aos Escolhidos, eu Rowena Ravenclaw lamento muito por isto. Seis jovens bruxos menores de idade com um destino traçado! Destruir um bruxo das trevas bastante poderoso.

      Saibam que sinto muito por isso.

      Se eu pudesse mudaria tudo. Acreditem.

      Mas não posso, só o que posso dizer é que tenham calma, e que ajam com inteligência. Não se precipitem, nem tudo o que lhes disserem será verdade, nem tudo o que ouvirem é sincero. Há um caminho longo a seguir, e este caminho é perigoso. Há muitas armadilhas. E tem muita coisa em jogo: a salvação do mundo inteiro.

      Boa Sorte a todos. E as minhas herdeiras: paciência. O mundo não anda tão rápido como vocês.

                        Rowena Ravenclaw."


      Hermione encarou Luna e as duas sorriram uma para a outra.

      Os escolhidos, então, foram se deitar, e com muito custo, dormiram.


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