Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 83
Ao Covil do Leão


Notas iniciais do capítulo

No fim das contas não atualizei. Bem, ao menos o tempo que passei fora me ajudou a colocar as ideias em dia.



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Carbon empalideceu diante da visão da própria mão manchada de sangue, mas pôde sentir que o corte havia sido apenas superficial. O dano ao seu corpo não lhe traria nenhuma privação na luta, mas a perda de sangue, por outro lado, seria um grande problema. Com um suspiro de irritação ele rasgou parte do uniforme e calcinou a ferida, engolindo os gritos de dor.
–Esse não será o último corte que abrirei em você!
A voz de Samantha, ameaçadora, era quase tão cortante quanto suas próprias lâminas. Mas ela foi privada de acertar um novo golpe quando Vincent rolou para frente, revidando ao disparar três setas que, diferente das costumeiras, permaneceram ligadas à besta por cordões de fogo. Eles foram enrolados ao redor da bruxa, restringindo seus movimentos e causando uma dor descomunal, mas se dissiparam rapidamente quando seu controlador teve de esquivar um golpe da espada de Yasmin.
As duas garotas então se preparam para continuar o ataque, enquanto Carbon, furioso e ansioso para colocá-las novamente na defensiva, disparava sem cessar até que elas sumiram de sua visão, como se tivessem sido empurradas para o lado por uma força invisível.
Ao virar o rosto o que ele viu apenas aumentou a sua fúria, que se misturou a uma incerteza corrosiva. Como podia William estar lá, em pé? Que teria acontecido a Vortex? Era simplesmente inconcebível o pensamento de que o segundo mais poderoso manipulador da ordem tivesse sido derrotado. Mas as respostas vieram rapidamente, pela boca do próprio criminoso.
–Temos que sair daqui, rápido! Vortex está no meu encalço!
–Mas e o plano...? – Grunhiu Samantha.
–Teremos de formular outro. Vamos logo!
Puxando os braços delas, o manipulador do vento sumiu descendo a escada. Vincent deu um passo à frente para persegui-los, mas congelou. As incertezas que giravam na sua mente faziam com que seu outro pé parecesse pesar uma tonelada. E lá ele ficou, remoendo a frustração.

William não conduziu as garotas pelo mesmo caminho que tinham usado para entrar. Ao invés disso, levou-as até um recinto que poderia ser tanto uma sala de reuniões como de jantar. Isso não importava, mas sim o fato de que haviam várias janelas de um lado da parede, grandes o suficiente para permitir que uma única pessoa adulta passasse com facilidade.
–O que está fazendo, William? Não tem saída por aqui. – Criticou Yasmin.
–Ah, tem sim. Perdoem-me por isso, mas é o único jeito.
Ele estendeu os braços e tanto Yasmin como Samantha se debateram quando uma poderosa lufada de vento as arremessou no ar. Ao atravessarem janelas distintas ficou evidente qual era o plano de fuga, e ambas gritaram, usando todos os palavrões que conheciam para xingar o garoto que pulou atrás.
Em poucos instantes eles caíram com alguma delicadeza diante das muralhas do palácio, graças ao poder elemental de Storde. Ele caiu em impecavelmente em pé, Samantha usou as mãos para se apoiar no chão e Yasmin bateu com as costas no chão, rolando de forma desajeitada para o lado. Mas se ergueu rapidamente, atirando a primeira coisa em que conseguiu colocar as mãos, uma garrafa vazia, no manipulador do vento.
–O que está fazendo?
–O que VOCÊ está fazendo, idiota?
A discussão foi interrompida por guardas que agora surgiam pelo oeste. Eles não tinham a menor intenção de combatê-los e correram. William usou seus poderes para criar distrações, derrubando indiscriminadamente pessoas e objetos pelo caminho e, depois de dez minutos de perseguição, todos respiraram aliviados num beco vazio.
–Precisamos voltar para o esconderijo. – O rapaz disse sem parecer sequer decepcionado com o fracasso, para a surpresa das garotas.

O trio encontrou apenas seus amigos, Fernand, Karin e Luna, quando retornaram ao local que uma vez foi o esconderijo de Madame Ancara. Logo souberam de tudo o que aconteceu e Fernand concordou que a atitude de William estava muito estranha. Ele se recusava a dar detalhes e disse apenas que tudo ficaria claro na noite seguinte. Assim, eles acamparam nas proximidades e aguardaram.
Às dez horas eles acompanharam William até um pequeno altar caindo aos pedaços a três quilômetros da cidade. Todos acharam aquilo ainda mais suspeito e o manipulador da terra conversava, aos sussurros, com Samantha, dizendo que deveriam se preparar para atacar o amigo caso ele desse sinais de traição. “Talvez esteja sob controle mental. O William que eu conheço estaria xingando a Rosa Branca até agora por estragarem seu plano”, era o que ele dizia, perplexo.
À meia-noite, contudo, a espera finalmente terminou quando eles perceberam a aproximação de um vulto. A expressão no rosto do manipulador do vento deixava claro que era quem ele estava esperando, mas ainda assim todos ficaram tensos ao identificar o visitante como Vortex.
–O que significa isso? – Clamou Luna, transtornada.
–Ele está do nosso lado, e vai nos ajudar a deter Banemare. – Respondeu William com muita calma.
–Eu peço desculpas pelas circunstâncias anteriores, principalmente a você, minha cara. – O controlador dos portais fez uma reverência à sacerdotisa – Mas peço que me escutem com muita atenção. Eu sou um dos poucos que sabe a verdade sobre Vladmir Banemare e acredito que esta seja a hora certa de agir.
–Então por que simplesmente não ajudou a matar o rei? – Questionou a bruxa, num tom de desprezo.
–Porque isso não ajudaria a resolver o problema! Como expliquei para seu amigo William, no máximo isso faria com que Vladmir Banemare fugisse, muito antes que o exército de Empericia pudesse chegar a Capital.
–Qual é o seu plano então, Vortex? – Yasmin agia com precaução, mas estava aliviada por saber que não seria necessário eliminar Follet.
–Eu já visitei o esconderijo dele, numa masmorra abaixo do castelo. Está ocultado por uma magia que não conheço, atrás de uma parede. Se levarmos Inferno até lá tenho certeza de que ele acreditará na nossa história, mas para isso a presença de William é essencial.
–Por quê? – Fernand não tinha muita confiança naquilo.
–O poder que ele usa para abrir a passagem é igual ao de seu amigo. A presença constante de Banemare e as duas vezes em que enfrentei William me deram a certeza de que os poderes são muito parecidos.
–Mas espere um momento! Banemare não é um invocador de demônios? – Luna se exaltou. – Você está querendo dizer que William...?
Vortex ergueu a mão para interrompê-la e manteve a mesma expressão paciente.
–Eu não sei, mas isso não vem ao caso agora. Precisamos agir logo, enquanto ele está longe do castelo!
O silêncio que se seguiu foi quebrado por Karin, que falou num tom tão descontraído que não combinava com a seriedade do momento ou do assunto.
–Pensei que William ficava doidão quando usasse aquele poder estranho. Não tem risco de alguém acabar morto?
–Não precisa se preocupar com isso, Karin. Agora, se for em pequenas quantidades, eu consigo controlar.
–Tudo bem, mas nós vamos com você. – Impôs o guerreiro da terra.
–Sinto muito, mas esta não é uma boa ideia. – Apontou o controlador dos portais. – Porque mesmo que vocês consigam entrar no castelo sem ser vistos, Inferno pode suspeitar que seja um golpe.
Alguns fizeram menção de protestar, mas novamente Adrian os interrompeu, sério.
–Além disso, existe uma outra missão muito importante que vocês precisam cumprir e que dependerá de Yasmin Pyrath.
Os olhos da ex-capitã se arregalaram quando todos os outros pousaram nela. Um tanto confusa, ela balbuciou.
–De mim?


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Notas finais do capítulo

Se o plano de Vortex funcionar a guerra entre Empericia e Chesord pode ser impedida. Mas talvez já seja tarde demais.

Capítulo 184: Mensagem

Em breve.



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