Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 38
Diferença


Notas iniciais do capítulo

Finalmente convenci a Polux a terminar o desenho da Scythe. Semana que vem devo ter o link em mãos. Agora preciso encontrar a inspiração necessária para continuar escrevendo os Extras. Alguém me ajude.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/260301/chapter/38

Quando Spectra o colocou no chão, Vulcano estava completamente incapaz de se movimentar. Após ser eletrocutado continuamente pelo adversário, o controlador do magma sentia seu corpo todo formigar e, por mais esforço que fizesse, o restante de seu sistema nervoso não respondia aos comandos do cérebro. Meramente podia observar, com sua visão embaçada, o confronto mortal que se desenrolava logo adiante.
Não foi surpresa quando a batalha ocultou-se na névoa, apenas para se revelar novamente após William expulsá-la completamente com sua ventania. A verdadeira surpresa veio quando algo diferente encobriu os dois manipuladores, difícil de discernir sem os óculos, mas com um som inconfundível. Estava chovendo, e se Vulcano não sentia as gotas geladas em seu próprio corpo, só podia significar que era um fenômeno concentrado, fruto da manipulação de sua aliada.
O controlador do magma não sabia que Camilla era capaz disto, afinal ela sempre usava neblina para lhe dar vantagem. Ainda assim, era compreensível que alguém capaz de combinar os elementos do vento e da água pudesse criar uma tempestade onde bem entendesse. Contudo, aquilo pouco diminuía seus receios, uma vez que já não era sequer capaz de discernir os sons do combate.
Por fim, seus movimentos começaram a retornar e, com grande dificuldade, Vulcano tentou se erguer. Foi então que a chuva que antes caía torrencialmente cessou num instante, revelando uma verdade desagradável. Com sua amiga prestes a morrer, o garoto se colocou em pé num salto e correu para salvá-la, mas a distância e a dificuldade e o formigante ainda presente o impediriam de chegar a tempo.

William grunhiu, interrompendo seu ataque devido à dor que sentia no antebraço, onde um par de adagas estava cravado. Ignorando dor e cansaço, Camilla mantinha os dentes cerrados, recusando o abraço da morte. Embora seu orgulho ameaçasse convencê-la a ficar e lutar, nada ganharia tomando tal decisão. Não era ainda o momento.
Aproveitando-se da distração do oponente, Spectra transformou parte de seu corpo em névoa para escapar da mão que a segurava e contra-atacou com um chute. Vento e água atingiram o corpo de William, lançando-o de encontro a uma árvore.
-Spectra, está tudo bem com você? – Perguntou Vulcano, quase chorando de alívio ao ver que ela estava viva.
-Não muito, mas agora não temos tempo para conversar! Rápido, temos que fugir daqui!
O controlador do magma acreditava que sua aliada insistiria em ficar e continuar lutando até que um dos lados estivesse completamente derrotado. Tamanha foi a surpresa ao constatar que estava errado que permaneceu imóvel enquanto Spectra começava a correr.
-Anda logo, idiota! Quer morrer?
Voltando à realidade, ele a seguiu. William, por sua vez, arrancou as lâminas cravadas em sua carne e iniciou uma perseguição, atrapalhado pela névoa que se espalhava rapidamente. Seu poder elemental do vento permitia dissipá-la, mas apenas  parcialmente. Mesmo que o caminho adiante permanecesse coberto de branco, o rapaz dominado pela fúria continuava a avançar, até o momento em que restou apenas a floresta diante de seus olhos. Seus alvos haviam escapado.
Não muito longe dali, Spectra e Vulcano caminhavam devagar, prestando atenção aos arredores para ter certeza de que não seriam emboscados. Feridos e sujos, compartilhavam uma vontade mútua de descansar, mas isso teria de esperar. Contudo, naquele momento havia apenas uma coisa que realmente perturbava o controlador do magma.
-Não pensei que de todas as possibilidades você escolheria justamente fugir.
-E que impressão você tem de mim, afinal de contas? – Inquiriu Camilla.
-Todas as vezes em que conversamos você me passou a imagem de uma pessoa perfeccionista. Alguém que não admite o fracasso sob nenhuma circunstância.
-É verdade que não gosto de voltar para casa com a cabeça baixa, mas há uma diferença entre a nossa situação atual e a anterior.
Spectra parou de caminhar por um momento, detendo seu colega com o braço. Então olhou ao redor, interpretando cada som antes de retomar seus passos, agora quase totalmente convencida de que não teriam de combater William novamente.
-É óbvio que a situação é diferente! Não há como saber o que exatamente mudou sua atitude quando nosso mundo virou de cabeça para baixo. – Reclamou Vulcano.
-Antigamente vivíamos presos em nosso mundinho. As únicas pessoas mais fortes que nós mesmos eram nossos aliados, mas agora temos que nos acostumar com uma realidade que não conhecemos. E como tivemos o desprazer de sentir agora, existem inimigos que são mais fortes que nós.
-É verdade que individualmente aquele manipulador é mais forte, mas quando ele nos atacou na capital conseguimos derrotá-lo. Juntando nossas forças talvez tivéssemos uma chance de vitória.
-Eu sei, Vulcano, mas “talvez” não é bom o bastante. É tolice arriscar nossas vidas nessa situação.
-Mas eu duvido que ele vá desistir apenas porque não conseguiu nos matar hoje. Com certeza vai continuar procurando os membros da ordem.
-E é exatamente por isso que vamos avisar o restante da Rosa Branca. Juntos teremos uma chance muito maior de detê-lo sem sacrificar a vida de ninguém, afinal de contas ainda temos que ajudar o exército de Chesord a vencer esta guerra.
Cada vez mais Vulcano se convencia de que Spectra estava diferente, mas talvez fosse melhor assim. Estava bastante claro que ela colocaria o bom senso acima de seu próprio orgulho. No fim das contas, a mudança brusca pela qual passaram também mudara o próprio controlador do magma. Antes exageradamente pacifista, ele ainda não havia se dado conta de que estava cada vez menos relutante a entrar num confronto.

Ao meio-dia do dia seguinte, um trio caminhava por um bosque procurando pela trilha que os levaria até o esconderijo de Madame Papillon. Elbio prosseguia com a mão sobre a barriga e uma expressão desagradável no rosto, enquanto suas colegas de viagem vinham logo atrás.
-Eu espero que ainda tenha alguma coisa para comer quando chegarmos. Estou morrendo de fome. – Disse o rapaz.
-Desculpe, eu acho que a culpa é minha. Ultimamente tenho comido demais... – Comentou Erika, realmente sentindo-se culpada.
-Não se preocupe, você passou por uma situação muito difícil. Estou até surpresa que tenha se recuperado tão rápido. O Elbio sim que exagera, tem que passar fome pra aprender a economizar suprimentos. – Falou Kate, mudando seu tom de amigável para severo no meio da frase.
Elbio iniciaria uma discussão naquele momento, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu algo se enrolar em seus membros e prendê-lo com força. O mesmo havia acontecido com as duas bruxas: estavam enroladas em amarras de pura escuridão.
-Isso é alguma defesa mágica, Kate? – Perguntou Elbio, tentando se debater sem sucesso.
-Eu não sei, mas não deveria ter nos atacado se fosse! – Gritou Kate, genuinamente preocupada.
-Vocês invadiram um lugar que não deveriam, agora não sairão com vida.
Diante do trio surgiu uma mulher de longos cabelos escuros e trajes da mesma cor. Em cada mão ela vestia luvas com longas garras afiadas e no rosto exibia uma expressão assassina.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

William Storde era o caçador, mas agora...

Capítulo 139: A Ordem vai à Caça

Em breve.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Roses And Demons: Warbloom" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.