Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 37
Sob a Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Para quem não acompanha Roses and Demons: Extra (o que não é surpreendente, já que atualizo aquilo uma vez a cada eclipse lunar) tenho uma novidade. Semana passada postei um texto chamado "Um Paraíso Chamado Utopia", descrevendo alguns detalhes sobre o reino dos anjos.



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Manhã, nos arredores de Caeth. Dois integrantes da Rosa Branca iniciavam uma penosa jornada de volta. Haviam falhado em sua missão, portando seguiriam as ordens do líder e retornariam para a capital. O clima pesado era resultado, principalmente, do mau humor de Spectra, que não havia dito uma palavra sequer desde a partida.
-Acredite na palavra de um velho que já fracassou algumas vezes, vamos superar isso. Basta manter a cabeça erguida – Disse Ent, o controlador das plantas que acompanhava Camilla e estava muito preocupado com a mulher.
-Eu não admito que perdemos para um grupo de novatos. Mesmo que tivessem a vantagem numérica, ainda assim o nível de domínio elemental nem sequer se comparava ao nosso! – Resmungou a controladora da névoa, finalmente dando vazão à sua raiva.
-É verdade que em termos de poder nós somos muito superiores, mas eles demonstraram algo que nos faltou. – Ponderou o velho.
-Do que está falando, Ent?
-Mesmo diante de inimigos que provavelmente não venceriam, eles mantiveram-se determinados e corajosos. Essa bravura em confrontar a adversidade que fez toda a diferença.

Naquele dia, Spectra não entendeu as palavras de Ent e as ignorou como meras divagações de um velho cansado. Contudo, agora elas martelavam sua mente enquanto a guerreira se via diante de um oponente que ela acreditava não poder derrotar. Pela primeira vez desde que se tornou integrante da Rosa Branca, Camilla Ellure tinha de enfrentar um obstáculo que exigiria todo seu esforço para superar, uma chance para provar a si mesma seu valor.
William tinha dificuldade em se mover, pois seus pés não paravam de afundar na terra úmida. Quando o ataque finalmente veio, ele não tinha condições de evitá-lo senão usando sua manipulação elemental como defesa. Spectra agora controlava suas adagas com a força do vento e elas atravessaram o ar em alta velocidade, uma em direção ao peito e a outra visando a nuca do inimigo.
Os dois golpes chegaram perto de acertar, mas foram repelidos pela forte corrente elétrica que se concentrou nos pontos ameaçados. Apesar disto, Spectra não perdeu o ânimo e afastou suas armas num arco para então redirecioná-las num novo golpe.
-Mais força. Se eu acertá-lo com mais força eu vou conseguir!
Furioso, o manipulador do vento não permitiria que fosse atacado sem cessar e começou a avançar contra Camilla, mas numa velocidade muito menor. A mulher também não estava disposta a permitir ser ferida e rapidamente juntou numa bolha a água que caía diante de William, somente para então explodi-la e derrubar o rapaz com o impacto.
-É agora!
As duas adagas se ergueram três metros sobre o alvo e então desceram rápidas como balas. William também reagiu rapidamente e as segurou pelas lâminas antes que atingissem sua cabeça. Sangue escorreu pelos dedos e pingou em sua testa, pois suas defesas elementais não forem suficientes para evitar que a lâmina o cortasse. Encharcado de lama, ele se levantou, segurando as adagas agora pelos cabos.
-Nem pensar que você vai usá-las contra mim!
Um vento forte soprou e tirou o equilíbrio do rapaz, obrigando-o a soltar as armas que carregava. Elas então começaram a girar ao seu redor numa rapidez crescente, presas num turbilhão. William tentava se defender, mas os cortes cada vez mais fundos faziam o sangue se juntar ao vento.
Um sentimento de confiança preenchia o coração de Spectra, levando-a a crer na vitória. Porém, suas esperanças sofreram um baque quando ela própria foi derrubada por uma poderosa corrente de vento que espalhou lama, chuva e pedaços de grama para longe. O responsável era William, finalmente liberto do turbilhão, e agora flutuando a poucos centímetros do solo.
-“Será que ele pretende atacar voando? Isso é loucura, mesmo combinando os elementos da água e do vento para transformar meu corpo em névoa eu não conseguiria lutar no ar com a destreza suficiente para acertar golpes e me defender!” – Pensou Camilla, imaginando se teria subestimado as reais capacidades de seu oponente.
Para o alívio da guerreira da Rosa Branca, o manipulador do vento manteve seu corpo elevado no ar apenas para carregar a si mesmo até uma rocha, sobre a qual finalmente encontrou estabilidade. Porém, a sensação de segurança não duraria muito, pois agora que não tinha mais que combater a lama para se movimentar, William começou a se mover muito mais veloz, usando as pedras e árvores ao redor como apoio.
Spectra tentou derrubá-lo usando a mesma estratégia de antes: concentrando a água que caía num ponto para causar um impacto forte o bastante, mas a velocidade do inimigo a impedia de acertá-lo. Os punhos do manipulador começaram a atravessar o corpo fantasmagórico, sem causar ferimentos, mas a cada soco ele descarregava uma rajada de eletricidade que atingia Camilla quando ela tentava retomar sua forma física.
Percebendo a gravidade da situação, Spectra optou por manter todo o seu corpo em forma de névoa enquanto controlava suas adagas para tentar atingir o adversário. Contudo, William continuou atacando incessantemente, mesmo sem atingi-la, guiado apenas por uma fúria cega. As adagas o perseguiam, causando ferimentos, mas ele nem sequer diminuía o ritmo.
-“N-Não dá, não aguento mais...”
O corpo da controladora da névoa começou a retomar sua forma original, pois sua energia estava esgotada. Manter a chuva, o corpo intangível e as adagas em movimento, tudo ao mesmo tempo, fez com que suas forças se esgotassem em segundos. Por fim, o punho de William atingiu o abdômen da mulher, atirando-a para trás. Cuspindo sangue, Spectra caiu no chão enlameado.
-“Perdoe-me, Vulcano, eu não consegui enfrentá-lo.”
A tempestade cessou de imediato. William equilibrou-se sobre uma rocha antes de voltar ao chão, caminhando lentamente na direção da inimiga derrubada. Quando a alcançou, chutou o mesmo local atingido anteriormente, fazendo com que Camilla se contorcesse de dor.
Sem qualquer traço de piedade, o manipulador do vento a ergueu pelos cabelos com a mão esquerda, dobrando o outro braço para atravessar o rosto dela. Desta vez para destroçar carne e ossos, não apenas afastar um nevoeiro.
Vulcano correu cambaleante na direção dos dois combatentes. Sem seus óculos, perdidos durante seu rápido confronto com William, ele temia usar seu poder elemental e ferir a amiga por acidente. Porém, antes que pudesse alcançá-los, o controlador do magma sentiu um jato de sangue quente respingando em suas roupas.


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Notas finais do capítulo

Somente um guerreiro da Rosa Branca não é capaz de deter o demônio em que se tornou William Storde.

Capítulo 138: Diferença

Em breve.



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