Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 34
Liberdade?


Notas iniciais do capítulo

Quando o Diablo 3 tem lag demais, eu escrevo um capítulo a mais.



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Ao redor de Erika Secrett existia apenas um abismo frio e escuro de trevas profundas. Ela não conseguia perceber nada ao seu redor, por mais que buscasse uma resposta de seus cinco sentidos. A única sensação que dominava seu espírito era a queda, a bruxa sabia que estava afundando na escuridão da morte. Contudo, algo pareceu reluzir naquele vazio absoluto, uma presença completamente diferente do que ela conhecia, mas ao mesmo tempo um tanto familiar.
A princesa de Empericia abriu os olhos lentamente enquanto se recuperava do pesadelo que há pouco assolava sua alma. Sua visão embaçada a impedia de discernir o que acontecia ao redor com clareza, mas ela sabia que havia algo inusitado, uma fonte de energia espiritual poderosa.
–“Um... garoto?”
Não se tratava de uma bruxa, como Erika pensou a princípio. A mordaça em sua boca a impedia de emitir qualquer som inteligível e as correntes presas com força restringiam seus movimentos. Ela nem sequer conseguia sair do lugar, pois os elos envolvidos em seu corpo estavam presos às paredes da cela. Somente seu olhar alcançava Elbio, que estava determinado a libertá-la.
–Espere só um momento, eu prometo que vou te tirar daí.
O rapaz estendeu a mão através da grade e criou uma pressão constante sobre parte da corrente. Ele se esforçava ao máximo para não exagerar na força, pois a última coisa que deseja era causar um ruído alto que alertasse os soldados do forte. Manteve-se concentrado por quase dois minutos completos quando o elo finalmente trincou e, após mais um tempo, se desfez em pedaços. Elbio repetiu o feito mais quatro vezes, permitindo que Erika finalmente conseguisse se soltar.
A bruxa teve dificuldade em se desvencilhar das correntes, pois elas eram pesadas, mas logo se viu livre. Por fim, retirou o pano que a impedia de falar e respirou fundo, tentando permanecer em pé e ignorando as dores que a afligiam.
–Meu nome é Elbio. Eu senti sua presença ao longe e me infiltrei aqui para resgatá-la. Acha que está em condições de fugir?
–Como assim? Por acaso você é algum soldado de Empericia?
–Não, mas eu estou do seu lado. Eu sou um aliado das bruxas, sejam elas deste reino ou de outro.
Obviamente, Erika sabia que não deveria confiar em alguém que nunca havia visto antes. Contudo, também era óbvio que sua situação não lhe permitia o privilégio de escolher. Ela preferiu arriscar na incerteza de conseguir a liberdade ao invés de continuar apodrecendo na cela.
–Se veio me tirar daqui tenho más notícias, os guardas não deixam a chave neste lugar. Eu ouvi parte das conversas deles enquanto estava consciente, mas infelizmente eles nunca mencionaram o lugar onde ela é guardada.
–Então não há outro jeito. Dê uns passos para trás, eu vou destruir a fechadura com meu poder.
Elbio colocou as duas mãos sobre a tranca da porta, causando uma pressão igual à que usou para destruir as correntes. Erika, sendo uma bruxa treinada, logo percebeu que não se tratava de manipulação elemental, mas sim de um tipo de magia que ela nunca havia visto antes.
–Como você consegue fazer isso? É a primeira vez que vejo alguém usando a energia espiritual tão livremente.
–Já ouviu falar no ritual das almas unificadas?
–Não, nunca.
–Então essa história fica para depois.
Finalmente a fechadura cedeu e quebrou. A porta da cela se abriu com um leve rangido e Erika cambaleou para fora. Contudo, ela estava longe de comemorar, pois não fazia ideia de como escapariam. Exausta, ela não seria capaz de combater, e não acreditava que Elbio fosse capaz de derrotar todos os soldados. Afinal de contas, se fosse esse o caso ele não estaria disfarçado.
–Pegue isto, acho até que pertencia a você. – Disse o garoto após colocar a mão sobre o cinto e estendê-la como se segurasse algo.
–Eu reconheço...
Erika sabia do que se tratava antes mesmo de tocar o pequeno saco invisível que Elbio segurava. Dentro estava uma de suas adagas e no instante que a bruxa a recolheu percebeu que seu corpo havia desaparecido.
–Uma magia de invisibilidade! Mas onde está a outra?
–Deixei com uma amiga bruxa que está nos esperando do lado de fora. Siga para leste assim que deixar o forte e logo você deve sentir a presença dela.
–E quanto a você?
–A magia não é forte o bastante para manter nós dois invisíveis, então eu vou ter que dar um jeito de fugir sozinho.
Naquele ponto a desconfiança que Erika sentiu já era praticamente inexistente. Ela sentia sinceridade nas palavras daquele estranho e justamente por isso relutava em deixá-lo para trás. Porém, ela sabia que em seu atual estado em nada ajudaria criando uma discussão. Aceitaria a chance de fugir, mas não sem jurar a si mesma que voltaria para arrancar Elbio de lá se ele ficasse preso em seu lugar.
–Pode ir, eu prometo que ficarei bem. – Disse ele, tentando confortar a nova amiga.
–Certo, mas antes ouça o que eu tenho a lhe dizer. Tenho uma ideia que pode te ajudar a sair daqui sem levantar suspeitas.

Passos apressados ecoavam com o som de metal batendo contra rocha nos corredores da Forte Brokefront. Os dois vigias que guardavam a entrada do local se viraram preocupados e viram que um soldado vinha rapidamente em sua direção.
–O que houve? Por que essa pressa toda? – Questionou um deles enquanto Elbio parou para prestar continência.
–O capitão acaba de me repassar uma mensagem que preciso entregar ao comandante geral no campo de batalha. Parece que a bruxa está agindo de forma estranha, temos todos que tomar muito cuidado! – Disse o invasor, fingindo um tom assustado.
–Santo Adriel, por que será que o comandante Pyrath ordenou que trouxessem aquele monstro para cá? Corra e o avise logo do perigo que estamos correndo!
–Sim, pode contar comigo! Eu prometo que voltarei trazendo ajuda!
Após dizer estas palavras de encorajamento, Elbio disparou novamente, seguindo em direção ao sul. Ele continuou a correr por bastante tempo, até finalmente ter a certeza de que ninguém poderia vê-lo. Então retirou a armadura desconfortável e mudou de rumo, tomando um caminho de volta ao local em que Kate lhe aguardava.
–“Realmente foi uma ideia genial! Eu nem acredito que consegui entrar e sair sem ter que matar ninguém!”

Dois soldados e um sargento de Chesord caminhavam cautelosamente pela região montanhosa do Corredor Uivante. O militar mais graduado guiava os outros, prestando muita atenção para não ser detectado pelos inimigos.
–O comandante é mesmo incrível! Ele previu exatamente onde nossos inimigos se esconderiam! Precisamos voltar logo e contar o que descobrimos! – Disse um dos soldados.
–Calma, rapaz, por hoje vamos procurar um lugar seguro para passar a noite. Partiremos ao amanhecer. – Explicou o homem que liderava o pequeno grupo.
–Senhor, o que é aquilo? – O terceiro integrante apontou na direção da encosta pela qual um homem caminhava com dificuldade.
O estranho subia devagar pelo terreno íngreme, mantendo sempre a cabeça baixa. Como se tratava de apenas uma pessoa, o trio rapidamente foi de encontro a ele e o sargento logo exigiu explicações.
–Quem é você? O que está fazendo aqui?
–Rosa... Branca... – Resmungou com voz rouca o homem, que vestia apenas uma calça negra, nem sequer tinha calçados.
–O que você quer com a ordem? – O sargento sentia-se inquieto por não conseguir ver o rosto do interlocutor. Ele mantinha a cabeça tão baixa que tudo que o militar enxergava eram cabelos escuros e desarrumados.
–Encontrar... a ordem...
–Por acaso você é de Chesord? Nós somos aliados da Rosa Branca, podemos ajudá-lo!
A ideia que se formava na cabeça do líder do trio parecia fazer sentido. Aparentemente estava falando com algum conterrâneo capturado e torturado pelos Empericianos. Se fosse realmente o caso talvez pudessem ajudá-lo e, com sorte, conseguir algumas informações úteis.
–Aliados... da Rosa... Branca...? – Perguntou o estranho, balançando levemente a cabeça.
–Isso mesmo! Venha conosco que nós o ajudaremos!
O homem maltrapilho ergueu o rosto de súbito e os três chesordianos viram olhos amarelados reluzindo na escuridão. Faíscas escuras percorreram o ar por um instante e então o manipulador avançou. Momentos depois, William Storde prosseguiu seu caminho sem se importar com os corpos que deixou para trás.


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Notas finais do capítulo

William Storde está perto de alcançar seus alvos.

Capítulo 135: O Retorno dos Relâmpagos Negros

Em breve.



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