Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 128
Amigos, Definitivamente


Notas iniciais do capítulo

Este é o último capítulo que trata da história propriamente dita em Roses and Demons: Warbloom. A partir daqui lançarei dois capítulos de uma história curta sobre Agas e Kenoh Pyrath, na época em que ambos eram jovens.

Inclusive, também tenho 12 frases que acredito que Vortex realmente nunca diria:
— Pegar o Banemare? Ah, fácil. É só achar ele e passar a faca nele. Moleza.
— Mole mole mole mole PÁ! *Acerta o próprio rosto* Aaaaiiii...
— Hm... O que será que essa alavanca faz? *Puxa a alavanca* AAAAAAAAIIEEEEE!
— Meu cabelo tá parecendo um pano de chão torcido... Acho que vou ter que pegar um pouquinho desse creme capilar do Sol... Mais um pouquinho... E mais um pouquinho... Só mais um pouquinho... Mais esse pouquinho...
— *Vendo uma tabuada* Aaaanh... Tenho mesmo que estudar isso? Isso é um saco...
— INTRUSOOOO!!! INTRUSOOOOO!!! PEGA!!! PEGA!!! MATAAAAAAAAA!!!
— *Com a mão enfiada num buraco negro* Ei, Vulcano. Veja como o mestre aqui rouba uma calcinha. E da Spectra, heim? Veja só... UGH! *Sente uma dor aguda na mão. Tira e vê uma adaga cravada nela* AAAAAAAAAAAAAAAAH!!!
— Naum, Viper, eu num peguei tua birita... Hic! Milhó tu perguntar a ôta peshoa... Hic! Hihihi! Hic!
— ZzzzzzzZZZZZzzzzzzZZZzz... Rrrroooooooonc! *Babando num livro chamado "Como Ferver Água em Cinco Passos"*
— *Com o cabelo lambrecado de creme* Eu peguei seu creme? Calúnia! Isso aqui? Ah... Meu cabelo tá oleoso hoje, só isso...
— Ei, Inferno! Olha o que eu sei fazer! *Faz um buraco negro no chão e outro acima do primeiro. Pula no buraco do chão e sai do de cima, caindo sem cessar* AAAAH... NÃO... CONSIGO... PARAR!!! SOCORRO!!!
— *Correndo com a katana na mão* BAAANZAAAAAAAAIIIIII!!!



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Noite em Empericia. Seria a última de William Storde naquele quartel, ou pelo menos, assim esperava. Na manhã do dia seguinte ele e Fernand Astrock seriam transportados para Chesord e iniciariam sua missão. Justamente por este motivo, ambos foram dormir cedo, mas o manipulador da terra, que ocupava a parte de baixo do beliche, não conseguia encontrar o sono.
–Ei William, como você acha que Chesord é? Será que é muito diferente daqui?
–E isso lá importa? Seja como for, amanhã vamos descobrir. Agora me deixe dormir.
–Sim, eu sei, mas é que eu nunca pensei que escolheriam justo alguém como eu para participar de uma missão tão importante. Não consigo controlar a ansiedade.
Seguiu-se o silêncio e, após quase meio minuto sem que nada fosse dito, Fernand desistiu da conversa e concluiu que o melhor a se fazer era fechar os olhos e esperar que caísse no sono eventualmente. Contudo, a respeito veio, afinal de contas.
–Não precisa ficar com medo, eu vou estar lá para defender você se a situação ficar crítica. Honestamente, não quero perder o único amigo que tenho por causa de uma missão estúpida como essa.

Muito se passou depois daquilo e agora os dois amigos estavam, pela primeira vez, buscando objetivos absolutamente contraditórios. Só um deles poderia fazer valer sua vontade e, para isso, se viam forçados a lutar uma batalha diferente de todas aquelas que já haviam travado.
–“Naquela noite eu cheguei a pensar que você estava começando a mudar, mas no fim das contas, você continua igual, William. Quanto você ainda precisa perder para abandonar essa obsessão por poder?”
O combate já havia se arrastado por algum tempo sem que qualquer deles pudesse pressionar uma vantagem. E se o confronto físico não era a resposta, só lhes restava partir para uma batalha puramente elemental, levando suas manipulações ao limite.
–“Se eu não fizer nada a respeito você ainda vai acabar destruindo a si mesmo, ou coisa pior. Agora já chega, William, eu vou enfiar bom senso na sua cabeça nem que tenha de bater em você até ele entrar!”
A plateia assistia ansiosa enquanto os dois guerreiros tomavam distância um do outro numa breve pausa. Mesmo que não pudessem ver o espírito de luta deles, tinham a clara noção de que os amigos que se enfrentavam estavam prestes a elevar o nível do combate.
–Eu estaria mentindo se dissesse que você não é forte, Fernand, mas já faz tempo que não estamos mais em pé de igualde. Enquanto você nunca conseguiu tirar os pés do chão... – Com ambos os braços dobrados e voltados para cima, Storde elevou o próprio corpo, mantendo-se no ar graças a seus poderes. – ... eu finalmente ganhei as alturas do céu!
–Que trocadilho horrível, William. Mas se quiser eu lhe dou a chance de tentar novamente.
O manipulador do vento cessou sua subida ao alcançar os cinco metros de altura e então envolveu a si mesmo em pulsos de energia negra.
–Não perdoaria ninguém que tente me impedir de seguir em frente, nem mesmo se for você, Fernand!
O rapaz de cabelos castanhos disparou dois relâmpagos ao alto, escurecendo os céus enquanto a energia se propagava para finalmente se manifestar num poderoso raio que desceu de encontro a seu adversário. O ataque veio rápido demais para permitir uma esquiva e o guerreiro da terra urrou de agonia, pois nem mesmo sua proteção era capaz de bloquear tamanho poder.
Mas ele não se deu por vencido e, ignorando o próprio sofrimento, ergueu do chão uma imensa mão de rocha cujos dedos se abriram ao redor de William, forçando-o a desfazer sua canalização e realizar uma manobra aérea para escapar do aperto. Os dedos então se fecharam ao redor do nada, mas rapidamente se desfizeram numa centena de braços menores, avançando contra o manipulador pela frente, pelos flancos, por cima e por baixo.
–Você acha que isso me surpreende?
Bastou liberar um pulso amplo de energia ao seu redor que os longos braços feitos de rocha foram todos pulverizados. Todos menos um, que diferente dos outros, tinha uma tonalidade negra, pois era feito de adamante. Storde não esperava por isso e foi atingido no rosto, perdendo o apoio, ainda que apenas um breve instante.
Fernand, que apostava que aquele ataque seria bem sucedido, vinha de encontro ao amigo em alta velocidade, impulsionado no ar após usar um pilar de rocha como apoio. Contudo, seu adversário não seria atingido tão facilmente uma segunda vez e transformou a brisa suave numa terrível lufada de vento que lançou o guerreiro de armadura em direção ao solo.
Após a queda desajeitada, Astrock rapidamente se colocou em pé e ergueu os olhos a tempo de ver William preparando um relâmpago com uma quantidade assustadora de energia concentrada. Um segundo antes do golpe ser lançado, o soldado da terra levantou uma grossa cúpula que o protegeu, transformando-se numa nuvem de poeira e detritos ao ser atingida.
–Você não vai se esconder de mim!
O manipulador do vento comandou uma nova lufada em direção ao solo, espalhando a névoa de sujeira e limpando uma área circular de seis metros de diâmetro, mas espantou-se ao constar que seu oponente não estava lá, e antes que pudesse pensar em qualquer outra coisa, se viu sob ataque novamente.
Outra mão rochosa se erguia do solo, surgida de um local ainda envolvido na poeira, mas Storde conseguiu se esquivar com facilidade outra vez, sentindo-se até ofendido.
–Quantas vezes vai repetir esses truques até perceber que é inútil?
William estava esperando um ataque parecido com o anterior ou então que a mão explodisse numa chuva de fragmentos, coisa que evitaria com facilidade. O que ele não esperava é que quando os dedos se quebrassem, Fernand saltasse de dentro da massa rochosa prestes a atingi-lo com um golpe de machado.
A surpresa, porém, não foi suficiente pelo fazê-lo baixar a guarda. O instinto de batalha do manipulador do vento era afiado e ele respondeu com presteza à ameaça, criando um furacão ao seu redor. Isto não apenas repeliu o golpe, mas também o próprio algoz. Para completar, ele disparou um relâmpago negro para garantir que seu amigo fosse devolvido ao chão.
–Você não aprende mesmo, não é, William?
Na posição em que estava, o soldado da terra não tinha condições de manipular nada que viesse do solo, mas ele ainda carregava uma parte disso consigo. Moldando sua armadura de adamante numa nova forma, ela a lançou na forma de um aríete que atravessou o surto elétrico e seguiu adiante na direção de seu alvo.
–“Não é possível! Será que eu o subestimei...?”
Em meio a tais pensamentos, o rapaz de cabelos castanhos tentou se proteger novamente dentro de um turbilhão, mas desta vez não foi suficiente. O vento uivante apenas reduziu a potência do impacto e o aríete atingiu William, tirando sua concentração e causando sua queda.
Devagar, diante dos muitos olhares apreensivos, os dois amigos se levantaram. O que queria partir com uma expressão solene, demonstrando respeito pelo adversário que se mostrava muito mais poderoso do que o esperado, e o que desejava impedir a partida sorrindo, como se se aquilo não passasse de mais um treino.
–Lembra o que eu vivo dizendo? Às vezes é preciso levar um golpe para derrotar o inimigo. – Comentou Fernand.
–Desculpe, mas eu não consigo seguir esse seu jeito suicida de lutar.
Um breve silêncio depois da resposta áspera e então ambos caíram na gargalhada. No fim das contas, William não conseguia sentir raiva ou rancor de seu amigo. Mas ao mesmo tempo, sabia que só seria verdadeiramente livre se o deixasse para trás e seguisse seu próprio caminho.
–Fernand, eu sinto muito, mas preciso fazer isso. Não tente me impedir.
–Não, eu é que sinto muito, mas você não saberia se virar sozinho. Ainda não se deu conta, mas você precisa de nós, William.
O manipulador do vento olhou na direção de suas amigas e ponderou. Duvidava de sua decisão e temia estar prestes a tomar o caminho errado, mas algo em seu coração o pressionava a seguir adiante. Sua determinação enfraqueceu apenas por um breve instante e, quando voltou a encarar Fernand, seu olhar afiado traduzia apenas a certeza de que não voltaria atrás.
–Nós dois exageramos no uso dos poderes e agora só temos um pouco de energia sobrando, não é? – O silêncio do soldado da terra foi resposta suficiente. – O próximo embate será o último. Venha, meu amigo, vamos colocar um final nessa luta!
–Se esse é o seu desejo, então eu vou com tudo!
Ambos seguraram com firmeza suas respectivas armas e então avançaram, causando um intenso retinir de metal ao se chocarem, seguido do estrondo resultante de suas manipulações. Novamente uma cortina de poeira se ergueu e, quando ela finalmente baixou, restava apenas um de pé.


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Notas finais do capítulo

Dois irmãos mercenários encontram um trabalho em Siral.

Capítulo 229: A Caçadora

Em breve.



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