Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 127
Nada Mais Vai me Prender


Notas iniciais do capítulo

Continuando com a tradição, apresento 11 frases que Quartzo jamais diria.

— Eu te amo, maninha!
— Draconis? Não, aquila espada não é pra mim. A Yasmin é que merece ela; vai se sair muito melhor com ela do que eu.
— Pelo bem do reino, eu vou acabar com a raça de Banemare nem que seja a última coisa que eu faça!
— Eu sinto pelo antigo Quartzo. Prometo que vou fazer o melhor pra honrar a memória dele.
— Paaaaapaaaiiii! Sou eu, Roger, seu filho querido! Tô viiiivooooo!
— Eu, forte? Hehehehe... Ah, é impressão sua...
— Vocês ficam zombando do Sol mas isso aí é inveja que eu sei! Ele é o mais forte da Ordem e vocês sabem muito bem disso!
— Eu dou graças a Adriel pelo poder que eu tenho. Graças a ele, dinheiro nunca é problema. Aliás, vou até comprar aquele urso de pelúcia gigante pra dar de presente pra Yasmim no aniversário dela.
— *Fazendo careta pro Vulcano através de um cristal que distorce a imagem do seu rosto* Blééééééé! Hahahahahahaha! Legal, né? Quer pra você? Aí você pode dar um susto na Aurora ou na Spectra...
— Ei, Viper. Olha só, comprei essa garrafa de conhaque pra você, mas não conta pra ninguém, viu?
— E eu vou castigar você em nome... DE CHESORD!



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Fernand esmurrou a parede ao seu lado com o lado da mão em protesto ao que acabara de ouvir. Não aceitava algo assim e claramente não era o único, embora os outros integrantes do grupo de manipuladores não demonstrassem com tanta veemência sua frustração.
–William, você escolheu um péssimo momento para começar a fazer piadas. – Disse Yasmin com um meio-sorriso que traía o fato de que não acreditava realmente no que estava dizendo.
–É isso mesmo que você ouviu. Desde o começo essa luta nunca teve nada a ver comigo, e mesmo assim fui obrigado a participar dela. Mas agora é diferente.
–Diferente como, se é que podemos saber? – Apesar de manter sua expressão de sempre, até mesmo Samantha estava descontente com aquela situação. Seus amigos, principalmente os manipuladores da terra e do vento, notavam um tom de frieza na fala que ela só utilizava quando estava realmente descontente.
–Agora eu consigo controlar o meu verdadeiro poder e não preciso mais me sujeitar às ordens do exército de Empericia. Finalmente posso ser livre e escolher o meu próprio caminho na vida!
–Mas que tipo de vida acha que poderá levar se os demônios venceram a guerra que está por vir? Se é tão forte assim, não deveria emprestar essa sua força para salvar o mundo? – Propôs Luna, que no íntimo estava surpresa ao constatar que também não queria que Storde abandonasse o grupo.
–Não, eu já estou cansado de lutar pelos outros! Não me importa se eu acabar morto nas mãos dos demônios ou se tiver que viver num mundo dominado por eles. Quero ser livre, mesmo que seja por pouco tempo!
O clima se tornava mais pesado a cada resposta dada por William, que se mostrava irredutível quanto à sua escolha. Já estava cansado de lutas, cansado de colocar sua vida em risco para proteger um mundo e pessoas que sempre lhe trataram como algo descartável. Tinha de colocar um ponto final nisso agora ou seria engolido de vez pelo ciclo vicioso de batalhas.
–Então quer dizer que você chegou à conclusão de que agora é forte o bastante para ser dono do próprio nariz? – Fernand rangia os dentes enquanto falava. – É isso mesmo?
–É uma forma bem simplória de descrever a minha situação, mas sim, pode considerar que seja isso mesmo.
–Sendo esse o caso então fica fácil resolver o problema. – O guerreiro da terra esboçou um sorriso. – Eu vou cobri-lo de porrada e mostrar que está muito enganado quando pensa que é grande coisa!
–Você... me derrotar? – O manipulador do vento fez uma pausa para soltar um riso breve e abafado. – Não pode estar falando sério.
–Pode acreditar que estou. Eu sou integrante do exército de Empericia, então se eu vencer posso obrigá-lo a permanecer conosco.
–Sim, Fernand tem toda a razão! – Exclamou Karin, que tanto quanto os outros, não desejava a partida do colega. – Meu mestre Jack sempre dizia que as pessoas podem chegar num entendimento batendo umas nas outras!
–Hmpf! Muito bem, mas fique sabendo que não terei piedade de ninguém que se colocar em meu caminho! – Ameaçou Storde.
–Preocupe-se consigo mesmo, amigo. – Retorquiu Astrock.

Os dois manipuladores concordaram em se enfrentar do lado de fora do forte, a cerca de cem metros da construção. A informação parecia ter se espalhado rápido, com muitas pessoas se reunindo no topo das muralhas e algumas assistindo nas proximidades do portão de entrada, dentre elas membros da Ordem da Rosa Branca. Ainda assim, ninguém tentou impedir aquele confronto.
Assistir a batalha de perto era um privilégio que apenas as quatro amigas dos combatentes tinham. Luna e Samantha já estavam afastadas, mas Karin e Yasmin ainda tinham palavras para dizer a Fernand e William, respectivamente.
–Chute o traseiro dele pra valer, Fernand. Ele merece uma lição para aprender a não nos rejeitar! – Disse a menina que manipulava luz.
–Pode deixar comigo, Karin.
Já Yasmin sentia uma imensa vontade de criticar a atitude egoísta do manipulador de vento, pois acreditava que, apesar de sua atitude ainda ser bastante arredia, ele realmente valorizava os laços de companheirismo. Mesmo assim, tinha que admitir que entendia aquele desejo ardente por liberdade, por isso se limitou a fazer uma pergunta.
–É isso mesmo que você quer, William? Ser livre pagando o preço da solidão?
–Não é bem assim, Yasmin. Eu não quero desfazer minha amizade com vocês, mas já estou cansado de viver apenas seguindo as ordens e vontades dos outros. Nada mais vai me prender, nem mesmo Fernand. Nem mesmo você.
–Muito bem, então. Faça o que acredita que é certo.
Por fim, os dois se colocaram frente a frente, prontos para iniciar o combate. Não precisavam de muito tempo para analisar um ao outro, não depois de tantos anos lutando juntos. Storde fez o primeiro movimento, que se resumiu a estender o braço direito à frente para liberar um pulso de relâmpago negro.
Astrock ergueu o braço esquerdo na vertical e instantaneamente reuniu fragmentos do solo no formato de um escudo. Criada pela sua manipulação dupla, a barreira de adamante absorveu o impacto energético sem sofrer sequer a menor rachadura. Logo na sequência, ele desfez o objeto circular, transformando-o numa saraivada de pequenas lanças.
Os olhos do manipulador da terra mal puderam acompanhar os movimentos de seu amigo nos instantes que se sucederam enquanto ele desviava dos projéteis e avançava em alta velocidade.
–“Realmente você ficou muito mais forte, seu desgraçado.”
Enquanto este pensamento cruzava sua mente, o soldado recobriu seu corpo com uma segunda armadura de adamante para receber o impacto do corte duplo carregado de energia. Mesmo tendo atingido o alvo em cheio, William não foi capaz de infligir qualquer dano significativo e recuou tão rápido quanto havia se aproximado.
–“Então essa é a manipulação secundária da qual ele estava falando. Já vi que essa luta não vai terminar tão rápido, mas não faz mal...” – De uma coisa o manipulador do vento estava convencido. – O vencedor desta luta obviamente serei eu.
–Já me cansei de ouvir você falando asneiras, seu convencido. Se está tão certo disso, por que não prova me ferindo pelo menos uma vez, para variar?
Segurando firmemente seu machado, o rapaz de armadura avançou e se engalfinhou numa troca de golpes com seu adversário que se tornou uma demonstração surpreendente de manipulação, ainda que nenhum golpe se mostrasse eficiente.
–Essa não, Fernand não consegue acertar um ataque sequer! – Disse Karin, preocupada.
–É verdade, mas mesmo que William consiga atingi-lo, parece que não é forte o bastante para atravessar a proteção de adamante. – Ponderou Luna.
–Não apenas isso. Vocês devem ter notado que esse nível de velocidade não é comum. Assim como Fernand está usando seu poder elemental para se defender, William faz o mesmo para conseguir se movimentar mais rápido do que o normal. – Esclareceu Samantha.
–Eles estão num impasse, mas não conseguirão manter isso para sempre. Eventualmente suas energias vão acabar e é nessa hora que a luta será decidida.
Assistindo com igual interesse os relâmpagos que cruzavam o ar e as rochas que se elevavam impetuosamente do solo estavam Electron e Aurora. Mas a controladora do gelo não acreditava que aquela batalha fosse durar muito.
–Electron, você acha mesmo que aquele garoto de armadura tem alguma chance de vencer? Quero dizer, o outro manipulador quase matou você com aquele poder dos relâmpagos negros, não é verdade?
–É verdade sim que ele me deu bastante trabalho, o que é bem diferente de quase morrer, Aurora, mas eu não descartaria essa possibilidade.
–Por quê?
–Da vez em que lutamos ele não parecia estar consciente, agia como um animal feroz, e eu pude sentir na pele seu poder. Ainda assim, até agora ele não mostrou toda aquela força terrível. Tenho o palpite de que William ainda não consegue controlar completamente seus poderes.
–Então você acha que existem chances de que ele seja derrotado?
–Difícil dizer. Assistindo esses dois eu só tenho certeza de uma coisa: nenhum deles está disposto a deixar o outro vencer. Será uma luta bem interessante.


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Notas finais do capítulo

O último capítulo de Roses and Demons: Warbloom antes da história lateral de Agas e Kenoh.

Capítulo 228: Amigos, Definitivamente

Em breve.



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