Palladia escrita por Cara Sem Nome


Capítulo 2
Capítulo Dois.


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura. :D



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Iorran ( P.O.V )

Quando eu soube que teria uma festa na casa da Helena, é óbvio que me preparei para ir, mesmo sem ser convidado. Nunca gostei de sua irmã, sua arrogância é extremamente irritante, mesmo sendo tão parecida com a irmã mais nova. Economizei faz semanas para comprar um colar para ela, e agora ele estava em um simples pacote de presente, pronto para a aniversariante. Ainda não me conformava com a ideia de que ela não faria uma festa de aniversário, e no próprio aniversário ainda teria que ficar trancada no quarto a noite toda. 
Os amigos de Sofia, a irmã de Helena, esperavam do lado de fora das portas dos fundos. O carro do último funcionário foi embora, e todos entraram, falando alto e gritando. No jardim, ouvi um garoto comentar :
" Hoje vou convidar a Helena pra sair, sabia?  " 
Outro rapaz, o qual eu nunca tinha visto no colégio, se aproximou do menino. Usava vestes pretas e simples, era alto, e seu cabelo era castanho escuro. Deu um soco no garoto, que caiu para trás, limitando-se a dizer :
- Eu que vou convidar. - Se afastou, e entrou na casa. O segui até dentro do casarão, mas não achei em lugar nenhum. Na sala, todos bebiam e faziam palhaçadas, estouraram os champanhes mais caros da mãe de Sofia e ligaram o som no volume máximo.
Subi as escadas discretamente, e bati na porta do quarto de Helena. Ela abriu, e não esperando me encontrar, levou um pequeno susto, sorrindo.
- Ei, Iorran! O que faz aqui? 
- Você acha que eu iria esquecer seu aniversário? - Disse, a abraçando. Seus longos cabelos loiros exalavam o costumeiro perfume de lavanda, e seus olhos reluziam, animados. Sim, esta era a Helena que eu conheço.
As horas seguintes passamos conversando, sobre praticamente tudo. Tocamos em um assunto mais delicado, sua síndrome. Bem, ela não parecia se preocupar em mostrar o que escrevia. A maioria das pessoas acha isso no mínimo estranho, mas eu acabo me interessando muito pelos textos, quem sabe podem ser... mensagens? 
Eu ia entregar o colar pra ela, mas na mesma hora, ela me interrompeu, indo em direção da cômoda e pegando seu caderno. Eu o conhecia bem, era onde ela anotava tudo, quase que um diário. De dentro dele, retirou um cordão, com um pingente estranho. 
- Estava no correio hoje, havia um papel com o meu nome escrito, então deve ser um presente. Será que o vovô mandou adiantado? É estranho, por que ele chega amanhã aqui em casa... - Comentava, animada, enquanto girava o pingente no ar. Um triângulo não muito grosso, de um material parecido com cobre, só que mais reluzente.
- Ei, Helena... Ele é do mesmo tamanho dos triângulos, que, bem... você desenha. - Comentei, observando melhor.
Ela o fitou por alguns instantes, em seguida se abaixando e sentando no chão de seu quarto. Eu ia perguntar o motivo, mas logo percebi. No chão havia o desenho do triângulo cravado na madeira, ainda não sei como um lápis consegue afundar tanto em um material tão duro.
Colocou o pingente em cima do desenho, que encaixou perfeitamente.
- Que estranho... - Comentou ela, voltando os olhos para mim.
- Muito. - Concordei. - Tem certeza de que foi seu avô?
- Não... na verdade não sei quem foi. Não vi o carteiro deixando o embrulho no correio, mas estava lá dentro. 
Enquanto a conversa fluía, sentia que o chão ficava cada vez mais quente sob meus pés. Olhei novamente para o pingente, e percebi que uma fumaça saía dele, e estava totalmente vermelho. 
- Helena. - Ela não estava prestando atenção, mexia no seu caderno de anotações. O pingente começou a tremer, soltando o dobro de fumaça. - Cuidado!
No mesmo instante um estouro ecoou pelo quarto, um som de cacos se estilhaçando contra as paredes. Abri os olhos, pensando que o pingente havia explodido. No chão, onde a fumaça se concentrava, havia algo reluzente. Helena soprou a fumaça, e no lugar da antiga peça de cobre, agora havia uma outra no mesmo formato, só que constituída inteiramente de cristal. O cristal tinha minúsculas palavras cravadas nele, além de diversos desenhos.
- Era só uma camada de metal... - Disse ela, pegando a peça. Logo a soltou no chão com rapidez. - Au, está quente!
O pingente voou, e caiu ao lado da luminária, que eu acabei derrubando com o susto. Perguntei se Helena estava bem, mas ela não respondeu, observava o pingente. Sua forma de cristal formava um intenso reflexo azul no chão, devido à luz da luminária. Espere, o reflexo se mexia?
Helena levantou a luminária, e pegou o pingente de cristal pelo cordão, o deixando de frente para a luz. Assim que a peça parou de balançar no ar, a luz da luminária atravessou-a, gerando um perfeito reflexo de uma pirâmide no teto. Sinais grandes estavam escritos nas bordas, e incrivelmente eles se moviam. Dialetos apareciam e desapareciam, fazendo o reflexo parecer um complicado computador. Uma frase em letras maiores era emitida no centro da pirâmide, nas mesmas letras que os textos de Helena.
- Em... peça... faltar... centro. – Murmurou Helena, calmamente, enquanto apontava para cada palavra da frase. – Falta uma peça, algo assim.
- Como você sabe disso? – Perguntei, surpreendido. Aquilo não passava de um monte de letras e rabiscos estranhos, como conseguira decifrar?
- Está escrito ali. Não está vendo? – Disse Helena, como se fosse algo óbvio.
- Não, está naquela língua estranha... 
Ela pareceu ter se assustado mais do que eu, olhando novamente para a frase.
- Queria que estivesse na nossa língua pra você entender, ele fala outras coisas, mas é pequeno demais. – Disse ela.
No mesmo instante a pirâmide tremeluziu, e todos os dialetos começaram a ser substituídos por letras do nosso alfabeto. A frase do centro se formou novamente : “ A peça central está em falta. “.
- Ele... – Disse, abismada.
- Respondeu sua voz. – Completei, assustado. 


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Notas finais do capítulo

Reeviews!



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