Uma Viagem...uma Nova Vida.... escrita por my world


Capítulo 15
Capítulo 15- Pior é impossível...




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Quando acordei tinha todos rapazes, á excepção de Max é claro, a olhar para mim.

- Que se passa?- perguntei...

- Temos algo demasiado horrivel para te contar...- disse Siva

- E algo optimo também para te contar- acrescentou Nathan

- Qual queres ouvir primeiro?- perguntou Jay

- A boa noticia - respondi

- O Max tem alta amanhã- disse Tom

- E a horrivel qual é?- perguntei confusa

- È melhor te preparares....- disse-me Siva

- Eu vou lá para fora, como deves saber eu estou apaixonado por ti, não aguentarei ver-te mal...- disse-me Nathan saindo...

- Nem eu- disse Jay fazendo o mesmo

- Bem Sarinha...o teu pai...para além de pôr a casa á venda...ele...- disse Tom

- ELE MORREU?- gritei já com as lágrimas nos olhos...

- Sim...matou-se ontem á noite...- disse Siva, com cuidado para não me ferir mais do que o que estava.

 Comecei a chorar, apesar de tudo ele era meu pai e eu tinha tido momentos fantásticos com ele...

- O teu pai deixou-te isto.- disse Tom entregando-me um envelope com o meu nome.

Abri o envelope e comecei a ler

" Querida Sarah,

Tenho a completa noção de que fui sempre um bom pai até a tua mãe me pedir o divórcio. Sei que te tenho magoado demasiado nestes ultimos dias e a maneira como me tratas-te no hospital fez-me ver que errei redondamente contigo. 

Se estás a ler esta carta, quero que saibas que a escrevi milhares e milhares de vezes para que pudesse exprimir todo o amor e carinho que, em vida, senti por ti. Suspeito que já me tenham encontrado sem vida.

Estou com a arma na mão enquanto escrevo, confesso que tenho receio de me matar, mas como tu uma vez disseste: matar-se é uma forma cobarde de fugir aos problemas, e é isso que eu sou! Um cobarde! Espero que ainda tenhas alguma espécie de sentimento por mim, se não tens ok, eu sei que o mereço.

Gostava de ter um funeral, mas como até tu me deixas-te, não tenho bem a certeza se terei alguém que reze por mim.

Perdi tudo filha, espero que compreendas isso...

Coloquei a casa á venda, mas se entrares na porta da casa-de-banho tens o numero da imobiliária, se quiseres cancela tudo e fica tu com ela.

Por favor perdoa-me...só assim poderei saber que posso ir para o outro mundo em paz.

Até uma próxima vez...

O teu pai que se arrependeu e pede perdão. "

Ao ler, lágrimas lavaram-me a face. Siva e Tom não sairam do meu lado, dando-me palavras de conforto e dizendo que cuidariam de mim. Perguntei se já tinham avisado a minha mãe e eles disseram que ela já vinha a caminho. Pedi-lhes para ir á funerária, pois queria fazer uma lápide especial.

- Tens a certeza que aguentas?- perguntou-me Tom.

- Se não te importares...eu gostava que Nathan viesse comigo...- confessei-lhe.

- Eu falo com ele...precisas de mais alguma coisa?- disse Siva

- Não obrigado.

Depois Siva saiu e eu fiquei com Tom no quarto. Comecei a remexer no guarda roupa.

- Está frio?- perguntei ao Tom

- Um bocadinho...- respondeu

Vi então a roupa que um dia o meu pai me disse, na brincadeira, que queria que eu fosse ao funeral dele, tratava-se de um vestido rosa choque... chorei ao lembrar-me dessa brincadeira e depois, pedi a Tom que o levasse, que não o deitasse fora mas que o escondesse de mim, ele fe-lo sem perguntar fosse o que fosse. Aproveitei a saída dele e vesti o meu luto. (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=57935442)

Depois Nathan apareceu...

- Ouvi dizer que queres que eu te acompanhe- disse-me...

- Sim, achas que consegues?

- Terei a força necessária...

- Obrigado Nathan- respondi olhando o chão

- De nada

Fomos a pé e pelo caminho vi muitos vizinhos que me deram os seus sentimentos e disseram que gostariam de ir ao funeral. Fiquei agradecida por o meu pai ser tão bondoso em tempos. De repente eu percebia tudo... O meu pai tinha-se mudificado porque tinha perdido a minha mãe e eu em vez de o apoiar fui-me afastando... não podia ter piores noticias nesta vida.. Dei a mão a Nathan e deitei a cabeça no seu ombro esquerdo, andei assim o resto do caminho.

- Sentes-te bem ou precisas de alguma...- ía a perguntar Nathan

- Estou bem, obrigado.- interrompi

Levei o choro controlado até á funerária e mesmo lá fui forte, claro que Nathan nunca me deixou a mão, lá fui informada de que o funeral seria na tarde do dia seguinte. Vi que uma lápide já estava feita.

- A sua mãe ligou para cá- explicou o homem.

- Eu gostaria de fazer uma segunda lápide se não se importa...

- O que quer escrever?- perguntou-me.

Aí o Nathan disse que esperava por mim lá fora e eu compreendi o porquê simplesmente olhando para os seus olhos.

-Durante uns dias me fizeste sofrer e  durante anos me deste alegrias, qual achas que preferia? Amo-te e serás para sempre lembrado. Te dou o meu perdão, a tua carta ficará gravada em mim como uma tatuagem. Com muita saudade. Sarah- disse ao senhor.

- Muito bem...- disse

Depois paguei e sai.

- Desculpa- disse Nathan vendo-me a sair

- Pelo quê?

- Por não ter ficado a teu lado quando mais precisavas.

- Eu entendo Nathan... agora anda cá que eu preciso de um abraço a sério....

Deixei-me chorar no abraço dele durante minutos, talvez uma hora não sei... Por fim eu pedi desculpa por lhe ter molhado a roupa com as lágrimas e fomos encomendar um ramo... Depois voltamos para casa. Estava lá a Nareesha, com isto tudo esqueci-me de a avisar do que se passara.

- Anda cá...- disse-me abrindo os braços para me abraçar- O Siva contou-me e eu vim logo para cá...

- Obrigado.- disse abraçando-a.

Entramos e eu estive tanto como uma hora na sala, quando Tom chegou da visita a Max chamou-me a um canto:

- Max dá-te os seus sentimentos e diz para lhe ligares se precisares de falar sobre qualquer coisa..

- Obrigado.

Depois afastei-me anunciando que ía ligar a Max.

*   *    *   *

- Olá...os meus sentimentos- atendeu Max

- Olá...obrigado....

- Como te sentes?

- Mal, apesar de tudo o que ele me fez nesta ultima semana ele era meu pai. E isso tudo é insignificante á dor que estou a sentir agora. Não entendo como fui capaz de me zangar com ele...ele estava a ver a razão da sua vida a desaparecer e eu em vez de o apoiar afastava-me cada vez mais....

- Percebo...

- Eu sei Max...desculpa não estar aqui quando chegares amanhã... é o funeral do meu pai...

- Vais estar pequena. Eu vou chegar a tempo de ir contigo ao funeral, já falei com os médicos não há nada a fazer....

- Obrigado, do fundo do coração...

- De nada pequena. Olha...alimenta-te, Tom disse-me que ainda não comeste nada hoje e já estamos no meio da tarde.

- Não tenho fome...

- Eu sei que não...mas tens de fazer um esforço- disse-me ele escondendo dor na voz.

- Eu logo vejo...- foi a única coisa que respondi.

- Ok, vê lá...cuida-te.

- Cuidarei...

- Precisas de alguma coisa?

- Sei que só mesmo eu para me lembrar disto neste momento, mas cantas-me por favor?- pedi

- Ok, o que queres que eu cante?

- A minha música preferida...com o Tom acalmou-me...

Então ele começou a cantar e no fim eu tinha parado de chorar. Desliguei a chamada depois de uma longa despedida e fui rumo á casa-de-banho. Olhei para o espelho e vi a fotografia lá colada. Peguei num marcador permanente de cor preta e escrevi no espelho: «Para quê nascer se não temos intenção de viver muito tempo? Amo-te pai». No final tirei a fotografia de lá e  fui rumo á principal, enchi a banheira com água. Sabia onde Jay tinha as garrafas de alcool, como era raro usarem estavam guardadas no seu quarto. Peguei numa de vodka e meti-me na banheira, vestida e tudo.... Não me queria suicidar mas queria sofrer...sofrer para esquecer outro sofrimento,  e com isso me embriagaria.

Mas antes de acabar com o liquido da garrafa Nathan entrou na casa-de-banho preocupado com a minha demora e vendo-me naquele estado ficou transtornado.

- MALTA!!!ÓH MALTA!!!- gritou ele, mas vendo que ninguém respondia, gritou com toda a sua força até o seu rosto ficar vermelho:- TTOOOOOOOMMMMMMM!!!

Aí Tom apareceu e vendo-me naquele estado ficou meio chocado, eu diria.

POV TOM

Quando Nathan me chamou eu percebi de que se passava algo sério. Fui ao encontro dele e vi a Sarah bêbeda e enfiada na banheira vestida.

- O que foste fazer?- perguntei-lhe

- Fui esquecer...mas não esqueci... esta merda de vodka não presta! Nada presta nesta vida!- respondeu-me ela...

- Nathan, ajuda-me a levá-la para o quarto.- pedi.

Depois de a levarmos pedi a Siva para chamar a Nareesha, ela tinha de ser trocada mas no seu estado não mudaria de roupa sozinha e eu e os restantes não queriamos ve-la despida, tinhamos total respeito por ela..

Nareesha trocou-a e depois desceu.

- Demorou, ela chorou muito  e falou de muita coisa. Mas está a dormir- anunciou...

- Obrigado, obrigado mesmo...- agradeci

Depois fui á procura do Nathan, vi-o no jardim.

- Como é que ela está?- perguntou-me.

- A dormir.- respondi- Tu gostas mesmo dela...porque não te dedicas?

- Porque Jay gosta dela também e porque com tudo o que tem acontecido...

- Eu sei...ela não merecia tanta coisa...

- E não sabes do pior- disse-me ele ainda mais triste

- O que é?- perguntei preocupado

- A mãe dela...esteve comigo, também tem poucos meses de vida.. Tem cancro do pulmão...ainda não tinha dito a ninguém para além de Ana.

- A Sara vai ficar de rastos quando souber...PORRA! Também lhe vem tudo junto!- fiquei enfurecido

- E nós não podemos fazer nada...

- Pois não...- fiquei ainda mais desiludido, sentia-me impotente ao não a poder ajudar de nenhuma maneira...

- Vou tentar descansar. Tentar...- disse-me Nathan

- Vai lá, as melhoras para ti também meu...ela vai precisar de ti amanhã.

- Sim, e de Max...- suspirou

- E de Siva e de todos!- animei-o eu...

Vi-o desaparecer e eu sentei-me numa espreguiçadeira. Acho que acabei por adormecer lá, porque quando acordei passava da 1h da manhã. Subi para o meu quarto e voltei a adormecer.

POV Sarah

Acordei a meio da noite com frio, a janela estava aberta. Tentei me levantar, a minha cabeça ardia...estava a sentir o efeito da ressaca. A porta estava aberta por isso vi Tom  a ir para o quarto, fui ter com ele a ver se ele tinha algum remédio mas quando entrei no quarto ele dormia que nem um anjo e eu não quis acordar.

Fui ver o dos outros, todos dormiam á excepção de Nathan.

- Precisas de alguma coisa?- perguntou-me quando entrei

- Sim... remédio para ressaca.- respondi

- Toma- disse ele levantando-se e entregando-me uma caixa que estava em cima da secretária.

- Obrigado e desculpa aquilo de ao bocado...- disse envergonhada

- Não o devias ter feito!  Jamais o repitas...o teu pai não ficaria nada orgulhoso com esse tipo de coisas...

- Tens razão, mas eu só queria mesmo esquecer...

- Sabes uma coisa? Eu tenho o peso do mundo em cima dos meus ombros pois  tenho de cuidar de mim, de ti e ainda da minha irmã....Não quero que nada te aconteça...nada mesmo...

- Porque não divides o teu peso comigo e eu divido o meu contigo?- perguntei

- Há coisas que simplesmente não te posso contar...- disse ele.

-Só a mim?

- Não... nem a mim mesmo tenho coragem de contar de novo..

- Obrigado...posso dormir aqui contigo?- perguntei

- Sim, anda.- disse colocando um lençol ao meio para que eu não me sentisse desconfortável com o facto de ele estar de boxers.

Adormeci assim...mais uma vez com um elemento da banda The Wanted a acalmar-me.


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