Uma Viagem...uma Nova Vida.... escrita por my world


Capítulo 16
Capítulo 16 - o Funeral




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/260009/chapter/16

Quando acordei Nathan já não estava ao meu lado. Não dei muita importância e procurei um relógio de parede. Encontrei um por cima da porta, eram 12:29 h. Porque me teriam deixado dormir tanto? Saí e entrei logo no meu quarto, fiz o habitual e vesti uma roupa que me parecia não provocante nem nada de mais e vesti-a (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=58007315 ) depois desci.

- Bom dia..- comprimentei Tom que era o único presente

- Bom dia pequenina, como te sentes?

- Ainda tenho esperança que isto seja um pesadelo...- respondi

- Eu entendo...anda, não comeste nada ontem e hoje eu fiquei encarregado de cuidar de ti, não vais voltar a fazer o mesmo.- disse-me.

- Está bem...mas não vou comer muito...

- Mas se comeres sempre é melhor!

Não respondi, apenas me sentei no sofá a olhar para ele. Naquele momento queria ter a cabeça livre de qualquer outro problema que não fosse o acontecimento dessa tarde.

- O Max?- perguntei instantes depois.

- Vem a caminho...e se vais perguntar, a directora da escola já sabe porque estás a faltar hoje. Eu liguei-lhe e ela entendeu..

- Obrigado Tom. Não queria ter faltado logo no 1ºdia de aulas...

- Pois, mas aconteceu mocinha... agora anda comer.

Ele tinha cozinhado a mesma sopa de quando eu estava doente, isso fez-me ganhar forças, depois ele deu-me os medicamentos que eu agora tinha de tomar e saiu. Ouvi-o a subir as escadas e depois a fechar uma porta. 

« Devo ser um fardo pesado demais para eles» pensei, mas imediatamente decidi subir para o meu quarto. Abri a porta e vi que a porta da casa de banho estava aberta e vi ao reflexo de Tom no meio do que eu tinha escrito no espelho. Ele estava a chorar...eu não percebi o porquê mas fui falar com ele...

- Então Tom?- perguntei

- Já sei...os homens não choram..- disse ele tentando parar de chorar.

- Mentira, os homens choram...e choram porque têm sentimentos, porque é que haverias de ser diferente meu bem?- perguntei

- Porque eu tenho de te dar força! Não me devias ver neste estado!- disse ele virando-se de costas para mim

Abracei-o pela cintura e vi pelo canto do espelho que ele olhava para a parede do chuveiro, onde eu também tinha escrito. Mas aí estava escrito:  uma vida se foi...eu  tenho de aguentar porque sou forte...sou forte. Vi que ele lia a frase e depois virei-lhe o rosto para mim, para que ele me olhasse nos olhos.

- Não precisas de ser um durão para ser o meu porto de abrigo. Basta seres tu... les-te a frase?- ele fez que sim com a cabeça- Então, é aquilo mesmo que eu vou fazer... Vou ser forte porque o meu futuro ainda me espera, e eu tenho a certeza que terei todos os apoios necessários.

- Eu tenho medo que cometas uma loucura...- disse ele ainda chorando mas já olhando-me olhos nos olhos..

- Não tenhas, jamais vos causaria esse sofrimento...

- Mas ontem na banheira...podias ter feito uma parvoice...

- Tom? Podia, e confesso que o pensei, mas tive algo muito mais poderoso que me disse para não o fazer, sabes o que foi?

- O quê?

- Vocês... eu pensei em tudo o que tinha conquistado até agora e se valia mesmo a pena acabar com as coisas assim... Depois vi que a minha vida era demasiado importante para mim mesma... e para todos os que me rodeiam...

- Não percebi...- ele estava mesmo mal.

- Esquece, o que importa é que eu estou aqui e não vou a lado nenhum!

- Juras?

- Juro....

Ele abraçou-me  e um leve sorriso apareceu-lhe nos lábios. Depois ouvimos a porta de entrada a bater e descemos.

- Olá pequena, como te sentes?- disse Max ao me ver

- Oi, melhor do que ontem pelo menos...já aceitei a realidade.

- Os meus sentimentos...- disse

- Mais? Mas onde é que vais buscar tantos?- brinquei, incrivel como mesmo triste sei brincar...

-Consegues brincar, isso é bom sinal...- eclamou Jay

-Cala-te meu...- disse Siva pensando que ele me poderia ter ofendido.

- Deixa Siva, está tudo bem...eu acho que tenho de seguir em frente e por isso vou continuar  a ser a mes, embora com dias mais tristes e mais saudosos.

- Acho bem...- disse-me Jay enquanto me dava um grande, grande, grande abraço.

- Quem logo vem comigo ao funeral?- perguntei

- Todos ora!- disse Tom.

Depois cada um foi para o seu lado. 

...

Na hora de sair Max e Nathan disseram que seriam eles que me levariam e Tom ofereceu.se para ir a conduzir, ou seja connosco também. Aceitei e pelo caminho ora deitava a cabeça no ombro de Nathan ora no ombro de Max e ambos me acariciavam o rosto quando eu o fazia.

Por fim chegamos á igreja, a directora da escola também lá estava.

- Os meus sentimentos menina- disse quando eu saí do carro de braço dado com Max.

- Obrigado e obrigado por ter vindo directora.

- Agora é uma aluna por isso demonstro o meu respeito, e além do mais conhecia o seu pai, era mais do que uma obrigação.

Depois disto entrei, pude observar que Ana e a minha mãe já se encontravam sentadas num dos bancos e a minha mãe chorava, já a minha irmã tentava não o fazer. Abracei então a minha familia mas fui para um banco com os rapazes.

- Sabes que nós não costumamos vir á missa certo?- perguntou-me Jay.

- Sim, não te preocupes...- respondi

A missa correu com naturalidade e no final pediram para alguém da familia fazer um discurso, eu tinha esperança de que a minha mãe ou Ana o fizessem mas pediram-me a mim por ter sido quem mais tempo passou com ele. Então subi ao microfone e falei do coração.

- O meu pai foi uma das pessoas mais bondosas que eu já conheci. Não o julgo pelo que fez, foi um erro...um erro que já não tem emenda...mas eu adoro-o do mesmo jeito que adorava antes de toda esta mentira, este pesadelo se ter tornado na realidade. - as lágrimas começaram a rolar pela cara abaixo e eu foquei em Jay não sei porquê- Ele era um homem trabalhador, e só deus sabe como ele estava por dentro! Eu devia tê-lo apoiado mais...por favor não digam que fiz o suficiente porque não fiz! Poderia ter feito muito mais. - depois olhei diretamente para o caixão do meu pai que ainda estava aberto- Pai, sei que me magoaste sem intenção de me prejudicar, sei que sempre te esforçaste para que eu alcançasse a felecidade eternamente, que te dedicas-te dia e noite quando eu ficava doente, que faltas-te ao trabalho muitas e muitas vezes por birras minhas.... sei também que agora que entrei na adolescência era te dificil ver a tua menina a tornar-se uma mulher, mas eu nunca deixarei de ser a tua menina, a menina do papá. Adoraria ter sempre o seu colo e podê-lo abraçar enquanto te chamava paizão....decidiu fazer uma idiotice só porque se considerava cobarde, não é essa a imagem que fica comigo...comigo fica a imagem de um homem alegre, corajoso e bastante divertido, que sempre fez tudo para que a minha familia e eu fossemos feliz. Obrigado por me ter dito que nasci por alguma razão e que essa razão com certeza era ser o teu anjo da guarda...- depois voltei a olhar para Jay- É assim que eu vejo o meu coração...tens um vazio que não poderá ser preenchido...nunca mais!- depois olhei para as pessoas todas e vi que as tinha emocionado.- Agora, a muito custo mas eu gostava de fazer uma homenagem.- Então peguei na viola e toquei Despedida de Roberto Carlos.

Em seguida fomos para o cemitério e depois de eu ficar a olhar para a campa cerca de 30 minutos os rapazes levaram-me para casa.

Comi, mudei-me para o pijama e adormeci, no dia seguinte tinha aulas


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Viagem...uma Nova Vida...." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.