Corri para a escola, detestava chegar atrasado. Passei pelo portão quando já estava fechando.

                Abaixei-me e entrei escondido na sala de aula, não queria ficar de castigo por ter chegado atrasado. Sentei no meu lugar que, graças á shisuis, era perto da porta.

                Apesar de tudo, eu não conseguia prestar atenção nas aulas, no que a professora dizia. Meus pensamentos estavam todos voltados para aquela pequena criança que eu havia deixado em casa com DongHae.

                - Kui Xiah! – ouvi um grito estridente perto do meu ouvido.

- Ah Zhoumi – falei me virando para ele – O que você quer?

Eu e ele não éramos exatamente amigos, ele só adorava me perseguir para todos os lados... Ás vezes eu acho que ele gosta de mim.

Já disse que detesto escola? Pois é!  A professora já entrou na sala faz 10 minutos e eu ainda não consegui ouvir ou mesmo entender uma palavra do que ela disse.

O intervalo bateu e lá vem o Zhoumi se agarrar em mim como se fosse uma sanguessuga. Essa cara precisa de uma namorada ou um namorado urgente. Passei o intervalo inteiro fugindo da girafa gigante, vulgo zhoumi, e procurando algo pra comer.

Bateu o sinal e eu corri para a sala de aula, dava graças por sentar de um lado da sala e ele do outro.

A aula começou como qualquer outra, até a secretária da diretora entrar na sala chamando o meu nome.

- Cho kyuhyun, o senhor Lee Donghae ligou e pediu que você retornasse para sua residência, pois Sungmin não se encontra muito bem e ele precisa do seu auxílio. Portanto você está dispensado do resto das suas aulas. – Disse e saiu.

Naquele momento meu coração doeu só de imaginar o que poderia ter acontecido com o meu bebê. Juntei rápido as minhas coisas enquanto as pessoas me perguntavam quem raios era Sungmin.

Aproveitei que eles se distraíram com o professor berrando pedindo silêncio e sorri para fora do prédio, na rua, chamei o primeiro taxi que passou, não dava tempo de esperar o ônibus. Gritei o endereço para o motorista e ele se assustou com o meu desespero.

Joguei algumas notas no banco do carro pagando a corrida e entrei correndo no prédio. Por algum milagre o elevador estava parado no térreo, porque subir até o décimo andar de escada estava fora de cogitação.

Quando cheguei no meu andar escutei um choro sofrido, mas baixo. Ouvir aquilo deixou o meu coração aflito.

Entrei em casa e encontrei um Donghae desesperado com pequenas lágrimas nos olhos tentando fazer o pequeno sungmin em seu colo parar de chorar. Peguei-o no meu colo e ele foi se acalmando aos poucos.

- O que aconteceu Hae? – perguntei e ele se jogou no sofá, cansado.

- Estávamos brincando e ele cansou e quis tirar um cochilo – começou á contar – daí eu aproveitei e subi no meu apartamento e pedi pro Hyuk comprar roupas para ele, quando eu cheguei eu fui até o quarto ver se estava tudo bem, e ele acabou acordando, mas por algum motivo ele começou á chorar e não parou mais. – Donghae contou aflito.

- Sungminie... – chamei – o que aconteceu?

- E.Eu tive um pesadelo... – ele disse e as gotinhas brilhantes voltaram aos seus pequenos olhinhos inchados – Eles estavam me levando pra longe de você.... E você não se mexeu pra ver me buscar. – disse fraquinho contra meu peito.

Prei um pouco e pensei, realmente, depois de ir até o conselho tutelar eles provavelmente tirariam o Sungmin de mim.

- Mas eu estou aqui não estou? – perguntei acariciando seus cabelinhos.

Passei o resto da manhã brincando com ele e Donghae passou o dia fazendo faxina no meu quarto alegando que não entendia como eu tinha coragem de deixar uma criança na bagunça que estava àquele quarto. Hyuk chegou com as roupas e com o almoço também.

- Você cozinhou isso? – eu perguntei apontando para a mesa posta com vários tipos de comida.

- Não, por quê? – Ele perguntou.

- Nada não, só estava me certificando de que é seguro comer isso – falei e sai sorrindo sarcasticamente.

Fomos chamar as duas crianças para comer. Hyuk soltou a franga quando viu o pequeno Min sentado na sala.

- Que coisa fofaaaaa!!!! – ele disse e correu para abraça-lo – podemos ficar com ele Hae? Deixaaaaa... – falava como se tivesse achado um bichinho na rua e estivesse pedindo pra mãe dele para poder ficar com ele.

- Depois nós pensamos nisso – Hae falou – Já conversou com Yunho e Jaejoong para saber o que fazer?

- Não, eu ia conversar com eles depois do expediente – falei olhando feio para Hyuk que até agora não tinha soltado o Min de seu super abraço esmagador.

- vai lá chamar eles, aproveita que eles estão de folga e convida eles para almoçar também. – Hae disse.

- ok... – disse indo até a porta.

- NÃÃOOO!! KYUUU!! – escutei uma voz doce berrando e se esperneando no colo do Hyuk.

- eu não vou embora – falei pegando ele no colo – O Kyu já volta... tá bom?

- tá bom... – ele disse me dando um selinho. Acho que acostumei mal ele á fazer isso.

Corri até o quinto andar onde morava o casal. Toquei a campainha e ChangMin atendeu.

- kyu hyung! – Ele disse – Veio ver Appa Jae e appa Yunho?

- Sim. Chama-os pra mim? – perguntei bagunçando os seus cabelinhos.

- Tá bom. – ele respondeu e se virou para o lado de dentro da porta – APAAAAAA!!! – esse moleque definitivamente é filho desses dois.

- OOOI! – Jae e yunho vieram até a porta berrando desde o corredor.

- hyung, vou precisar da ajuda de vocês. – falei.

- o que aconteceu Kyu? – Yunho perguntou.

Expliquei resumidamente como eu encontrei Sungmin na porta de casa chorando e principalmente como o pequeno fica quando estou longe por muito tempo.

- olha Kyu, acho que até dá pra dar um jeito de você ficar com ele – jae falou.

- A gente discute isso em casa, pode ser? Hyuk e Hae estão lá em casa e o hyuk trouxe a comida. – ofereci, estava com pressa pra voltar pra casa.

- Foi ele que cozinhou? – yunho perguntou preocupado.

- Não, ele comprou comida. Nem ofereceria se fosse ele que tivesse feito a comida – falei rindo.

- ok –Jae respondeu – CHANG! VAMOS! NÓS VAMOS ALMOÇAR NA CASA DO TIO KYU!! – aish meu ouvido sua bixa loira escandalosa.

Subimos de elevador, quando eu abri a porta Chang foi direto para o meu quarto atrás dos meus jogos.

- E ai casal! – hae e Hyuk cumprimentaram.

- Fala recém-casados! – Yun e Jae responderam.

- então esse é o pequeno Sungmin? – Jae perguntou se aproximando de Sungmin que estava desenhando sentado no chão.

- Annyoseong! – Sungmin disse fazendo uma reverência meio desajeitada e sorrindo todo orgulhoso e olhando para mim, esperando a minha aprovação do seu gesto, eu me limitei a sorrir para ele.

- Que fofo!  - Jae disse.

- SAI FORA HYUNG! – berrei, estava cansado dessa gente querendo roubar o MEU Minie – O Min é meu! Você tem o Changmin. – falei abraçando o meu pequeno e me sentando o chão com ele entre as pernas.

Almoçamos juntos e Chang foi para a sala brincar com o Min enquanto eu e os outros discutíamos sobre o que iriamos fazer com Sungmin.  Jae pegou a digital dele e disse que entraria com um pedido de busca para os registros dele para ir atrás da mãe desnaturada. Caso ela não quisesse ficar com o filho ele entraria com um pedido de adoção.

- Kyu, você sabe que não vai poder adotá-lo, neah? – yunho perguntou.

- Eu sei... Nem conversei com Leeteuk e kangin ainda – falei.

- pode deixar Kyu, a gente o põe no nosso nome, mas você pode ver ele sempre, já que o mesmo não consegue viver sem você – Hae disse – fora que vai dar tempo para você explicar melhor para a sua Omma histérica o que está acontecendo.

- Obrigado hyungs – agradeci fazendo uma pequena reverência.

Depois do almoço Hyuk foi trabalhar ( não que ele precisasse, ele e Donghae herdaram uma grana que dava para sustentar duas família tranquilo), ele havia me dispensado do trabalho naquele dia, jae e Yun foram até o fórum e levaram Chang junto, parece que a diretora do colégio onde ele estuda ligou querendo conversar com os dois, e eu e hae ficamos em casa cuidando de Sungmin.

De noite yunho e jaejoong disseram que levaria cerca de uma semana até o conselho tutelar tomar uma decisão. Nesse meio tempo, Leeteuk e Kangin voltariam da viajem e eu teria que explicar tudo.

- Como assim uma criança Kyu?? – leeteuk berrou quando descobriu!

- omma ele estava chorando lá fora, e se apegou muito a mim. Eu vou arranjar outro trabalho pra cuidar dele, na verdade ele vai ser registrado no nome do Hae e do Hyuk. – falei

- Tem certeza de que não está fazendo isso por pressão Kyu? – Kangin perguntou.

- Tenho appa! Vocês vão ver que ele é a criança mais fofa e educada que já viram – falei. Sungmin era sempre muito educado e nunca fez nada que me envergonhasse, sai com ele quase todos os dias antes do conselho tutelar vir busca-lo para poder discutir sobre a guarda dele.

- E onde ele está agora? – Leeteuk perguntou.

- Está com o conselho tutelar e vai permanecer lá por uma semana. – falei.

- Tudo bem então. Cuide bem dele Kyu, daremos todo apoio que você precisar – kangin falou.

Os dois sempre foram muito compreensíveis e sabem que eu não me dou bem fácil com crianças, por isso eles confiavam que o Minnie era uma boa criança.

A semana que se passou longe do meu bebê foi de longe a pior. O tempo todo, meus pensamentos voavam pensando como ele estaria se estaria tudo bem, se ele não chorou e coisas do tipo. A possibilidade de ele nunca mais voltar para mim fazia meu coração doer. Eu tive noites de insônia pensando no que estaria acontecendo, se ele estava dormindo bem, se alimentando.

Aos poucos eu percebi que eu dependia daquele menino para viver, e não o deixaria ir assim tão fácil...