Penny Jackson E O Vaso De Pandora escrita por Redbird


Capítulo 4
Heróis...ou não


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo. Espero que gostem.



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– Então, eu sou uma semideusa? Os deuses gregos existem e eles moram aqui nos Estados Unidos é isso?

Eu estava no que eles chamavam de casa grande. Era uma pequena casa no meio de vários chalés bem diferentes. Eu não tinha visto muito enquanto vinha para cá, mas já dava para perceber que o tal acampamento era muito bonito.

–Exato. Que bom que você entendeu rápido. Viu Quiron eu não disse que ela era filha da Anne?

–Realmente ela bem parecida com a mãe e...Ei, onde você vai Penélope?

Eu já estava me dirigindo à porta da saída, sentia que estava ficando mais maluca que aqueles dois.

–Vou procurar o responsável por esse hospício. Sinceramente, alguém se esqueceu de dar o remédio de vocês hoje. Será que não tem ninguém normal aqui não?

–Ai, eu já estava quase me esquecendo que você também é filha do Percy- diz Grover numa espécie de triste resignação.

Mas antes que eu pudesse sair, um cara vestido com uma camisa havaiana, uma bermuda e chinelos de dedo entra na sala.

–Infelizmente para você Polly, eu sou o responsável por essa espelunca. E sim, os deuses gregos existem. E você apesar de não merecer, tem a honra de estar na presença de um.

–Ok, se você é o diretor desse hospício eu realmente devo estar encrencada. E é Penny, não Polly. E cá entre nós, você não se parece nada com um deus.

–-Quiron eu juro que se você não der um jeito no filhote de peixe com coruja, eu vou transformá-la em uma parreira rapidinho.

– Penny, por que você não vem comigo? Vou te apresentar o resto do acampamento.

–Ok, acho melhor mesmo.

Mas antes de sairmos eu me virei para o homem esquisito da camisa Havaiana.

–Olha só, um conselho de amiga. Beber no local de trabalho não é legal sabia?

Eu acho que pisei em certo tipo de calo dele, porque o “deus” me olhou como se tivesse vontade de me incinerar.

–Sabe quem eu sou Poney?

–É Penny, e não, não sei. Sinceramente não me interessa.

–Eu sou o Senhor D. Você ainda não entendeu?

– Penny, acho melhor você mostrar mais respeito. Ele é o deus do vinho, mas também é o deus da loucura. Você realmente não quer se meter com ele- Disse Grover meio assustado.

–Deus do que? Ah bom. Prazer eu sou Penny, deusa dos adolescentes problemáticos e dos problemas escolares.

–QUIRON TIRA ESSA PIRRALHA DA MINHA FRENTE AGORA!!!!!!!!!!!

Antes que fosse dada alguma segunda ordem Grover me pegou pelas pernas e saiu da casa comigo enquanto Quiron nos seguia. Quando chegamos a uma distância segura, Grover finalmente me pós no chão.

–Você está louca menina? Ficar inimiga de um Deus nunca é uma boa ideia.

–Ok, me desculpa. Cara, como essa gente é sensível, credo.

–Ah você não sabe o quanto- Diz Grover sério.

– Penny, por mais que seja difícil de acreditar, isto tudo é real. Acredito que você já sinta isso. Provavelmente você viveu coisas bem estranhas no passado e não teve uma vida muito fácil.

Eu queria dizer que não, mas seria mentira. Eu tinha sido perseguida por criaturas horripilantes, professores malucos e vivia situações difíceis de explicar desde que me entendia por gente. E não, minha vida não tinha sido nada fácil. Principalmente porque as criaturas que me deram seus genes me entregaram para os melhores amigos. Tipo assim, “Toma, me cansei dela. Pode ficar. Boa noite. Mando um cartão no natal.”

–Penny eu sei que você está confusa e no momento odeia seus pais, mas eu posso garantir que eles são as melhores pessoas que eu já conheci.

Não sei como ele percebeu o que eu estava sentindo. Mas depois do susto me limitei a dar um olhar assassino na direção dele.

–Não quero falar sobre isso.

– Vem eu preciso te mostrar uma coisa- Diz Quiron.

Os dois me apresentam todo o acampamento. Não queria admitir, mas o lugar era... Irado. Um bando de adolescentes com todos os tipos de armas, vestidos em armaduras e com expressões cansadas e felizes. Eu estava achando tudo muito legal. Tomei um susto quando mulheres verdes saíram das árvores. Esse lugar é mais maluco do que eu pensava. E é claro que dava para perceber que eles não tinham muito acesso a internet.

Mas eu sinceramente não me importava muito com isso. Sempre fui mais do tipo ao ar livre. Eu adorava cavalgar. Fui criada numa cidade pequena, perto da natureza, isso me fez feliz. Embora eu sempre tivesse que mudar de escola.

Ele me levou em uma caverna que ficava dentro da floresta. Assim que cheguei percebi que o local estava cheio de pinturas, cheirava a incenso e por mais que seja difícil de acreditar era bem confortável. Quiron me levou até uma parte onde alguém tinha pintado um homem e uma mulher no dia do seu casamento.

A mulher tinha lindos olhos cinzas e o cabelo loiro me lembrava aquelas pinturas de fadas. Já o homem tinha os olhos parecidos com os meus, verdes. Era impossível não reconhecê-los. Eram os meus pais. Depois disso percebi que haviam outras. A mulher bem mais jovem, lutando com uma hidra. O homem, agora um menino de uns 12 anos, segurando a cabeça da medusa. Os dois lutando juntos.

–Eles foram grandes heróis sabia.

Tomo um susto. Não havia percebido que os dois estavam ali ainda. Eu ia falar alguma coisa quando somos interrompidos por uma das mulheres verdes.

–Grover querido, que bom que te achei. Só para avisar que os sátiros que você mandou para a floresta no Quênia já estão voltando.

–Ah que ótimo.

A mulher pousou os olhos em mim que estava atônita. Quer dizer, eu já havia ouvido falar que pessoas faziam loucuras com bronzeadores artificiais. Mas ficar verde?

–Oh e quem é essa menina? Ela é uma graça.

- Sou Penny Grace- digo meio tímida, me sentindo uma criança de três anos.

- Na verdade Juniper, ela é filha do Percy e da Annabeth.

Faço uma careta. Caramba, só nesse hospício para meus pais terem fãs.

–O que? Deuses. Não acredito. É ela?

A mulher me agarrou com os braços verdes, me dando um abraço de urso.

–Ah querida, você não sabe como todos aqui amam seus pais. Eles são verdadeiros heróis.

Eu já estava ficando de saco cheia disso tudo. Como eles podiam ser heróis? Heróis não deixam uma criança sozinha.

–Vai ver é por isso que nunca gostei muito de heróis- Digo o mais fria que posso -Quiron onde está Tio Leo? E acho que preciso falar com ele?

–Ah bom, ele deve estar descansando na casa grande.

–Ok, obrigada.

Antes de sair no entanto eu me viro e faço um pedido.

–Quiron, pode não dizer a ninguém quem são meus pais? Não estou pronta para que todos saibam ainda.

Ele me olha com uma expressão que conheço muito bem e odeio. Pena.

–Claro criança.

Dou um leve sorriso e agradeço. Antes que qualquer um possa me dizer alguma coisa saio daquela caverna. Ouvir as pessoas dizendo que eles são heróis me dá raiva. Ao invés de seguir para casa penetro cada vez mais na floresta. Quero falar com Tio Leo. Mas não agora. Agora preciso ficar sozinha. Quando estou perto de um riacho escuto um barulho estranho e de repente fico sem ar. Tem uma faca posicionada para furar minha garganta.

–Quem é você e por que invadiu a minha floresta – Diz uma voz de garota. Ela parece ser bem forte.

–Ei, eu não sabia que essa era a sua floresta. E pelo que eu saiba florestas não tem dono. E se não tirar a faca da minha garganta vou ser obrigada a te chutar.

–Ei- diz ela me soltando- Gostei de você.

Eu respiro um pouco para ganhar fôlego e olho bem para ela. Ela tem os cabelos loiros, com duas mechas rochas. Os olhos são castanhos e ela está claramente me avaliando.

–Desculpe, achei que fosse uma das idiotas que sempre pegam no meu pé aqui no acampamento. Eu devia ter percebido que você é bem diferente delas.

–Obrigada, eu acho. E quem é você? Quem pega no seu pé?

–Ah sabe, o de sempre. Filhas de Afrodite, umas nojentas filhas de Apolo. Sempre assim. E eu me chamo Mirna, filha de Hefesto.

–Penny- Digo meio vacilante. Eu ainda não entendia muito bem essa história de deuses. Mas tinha que me conformar que era verdade -Você sempre recebe os novatos assim?
– Só quando eles andam por ai sozinhos- Diz ela rindo.

Eu também tenho que rir. Acho que gostei dessa garota. De repente um garoto surge do nada. Ele tem a pele morena e os olhos meio puxados. Ele era simplesmente lindo.

–Tudo ok Mirna? Você ainda não matou ninguém?

– Ei- diz Mirna parecendo ofendida- Seja mais educado. Escuta Tales, esta aqui é Penny. Uma novata.

–Olá, eu sou Tales. Filho de Frank e Hezel Zhang. Não que isso signifique alguma coisa.

Eu dou uma risada. Dá para ver que ele também tem problemas com os pais.

–Você não se dá muito bem com eles não é?

–Na verdade nunca os vi- ele dá de ombros- Fui criado por meu tio Nico. Mas ele morreu quando eu era muito criança.

–Você também?- Pergunto atônita.

–Todos aqui foram criados ou por pais solteiros ou por tios. É a lei dos deuses sabe. Procrie e não crie. Parece que eles ensinaram direitinho os filhos.

–De quem você é filha?

– De nenhum deus. Fui criado pelo meu Tio Leo depois que minha Tia Thalia morreu. E isso é tudo que vocês precisam saber.

Eles parecem meio chocados. Mas não me importo. Nem morta vou dizer quem são meus pais.

–Ok, se você quer assim. Em que chalé você vai ficar?

– Para falar a verdade não sei- digo sincera- Acabo de sair da enfermaria.

–Hum provavelmente no 11- diz Mirna- Você não é filha de um deus, e acho que pelo visto não vai querer ficar no chalé de nenhum dos seus avós. Mas não se preocupe, o chalé 11 está bem mais vazio. Há anos, desde que Percy Jackson fez os deuses prometerem reclamar todos os semideuses aos treze anos.

Meu coração dá um salto. O nome do meu pai de novo.

–Quem era esse Percy Jackson. Como ele conseguiu isso?

–Há bom- Diz Mirna séria- Ele foi um grande herói sabe. Dizem que os deuses ofereceram imortalidade para ele, mas ele recusou porque não queria abandonar a mulher que ele amava. E fez com os deuses reclamassem todos os filhos. Antigamente havia vários semideuses que ficavam a vida inteira sem saber quem eram. Era muito triste.

Meu pai recusou a imortalidade para ficar com minha mãe? E ele teve um gesto altruísta para ajudar todos os semideuses? Eu simplesmente não consigo acreditar nisso. Mas antes que eu sequer tenha tempo de retrucar qualquer coisa escuto gritos vindos mais a frente na floresta. Alguém parece estar em perigo.

Tales e Mirna já estão com as armas a postos percebo que eu não tenho nada. Mas mesmo assim sou eu quem corre em direção a voz. Os gritos estão ficando cada vez mais fortes.

Meu único instinto é chegar lá. Sei que quem está gritando está sendo terrivelmente machucado. E quando chego na clareira e vejo um garoto e uma pequena garotinha sendo atacados, descubro que estou absolutamente certa.



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Notas finais do capítulo

Então quem será que está sendo atacado? Bjuuus



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