Eu nunca tinha ido a muitas festas, mas com certeza as festas no Acampamento eram sem sombra de dúvidas as festas mais animadas e esquisitas em que alguém poderia estar. Junte gregos e romanos dando uma festa e você vai ver como a coisa realmente pode virar épica.

Assim que chegamos de volta do Olimpo fomos recebidos por um Fauno que estava vestindo uma camiseta preta com uma caveira de lobo escrita “The Hades is coming”(sério, eu juro que esse povo tinha muita criatividade). Ele me pediu um Dracma, como eu disse que não tinha, eu fui obrigada a ouvir o Fauno reclamando que não se faziam mais heróis como antigamente.

Cerca de 300 campistas entre gregos e romanos estavam dançando e eu tinha certeza que a música tinha sido escolhida pelo Senhor D (Thriller Senhor D, sério?). Havia comida. E quando eu digo que havia comida, havia muita comida. Havia cinco mesas. Uma para sobremesas, uma para carne, uma para frutas, outra para saladas e outra para bebida. E obviamente mais adolescentes que os adultos presentes poderiam controlar. No centro do Acampamento Meio Sangue havia uma faixa “The Argo rules”

– A gente é realmente uma inspiração para esse povo não?-Disse Leo apreciando a faixa- Vocês não acham que ficaria melhor uma faixa dizendo “Leo, capitão supremo, obrigada por salvar nossa civilização” ou “Leo Valdez, queremos seu corpo nu”

–Quem quer seu corpo nu Valdez? – Perguntou uma mulher morena. Ela tinha uma expressão severa. Dava para perceber que ela era alguém importante. Não só pela sua postura dura, mas pelo modo como todos a olhavam.

Tio Leo corou até a raiz do cabelo. Senti que ele tinha uma queda por essa mulher. Pobre Leo. Meu tio merecia uma mulher que realmente o entendesse e o amasse.

– Reyna! – Disse Alex feliz abraçando a mulher.

–Alex, querido. Como você está? Quando soube que você estava em missão fiquei preocupada. Mas simplesmente não me deixaram ir ao Olimpo.

–Eu estou bem. Sobrevivi a missão e a Penny.

–Ei!- Digo batendo no braço dele.

–Penny, nossa é muito bom conhecer você- diz ela me abraçando- Muito bem, pessoal essa festa é em Homenagem a vocês. Afinal hoje fazem 20 anos que vocês voltaram da missão contra Gaia.

–O que? Tudo isso? Eu não posso estar tão velho - Diz Tio Leo arregalando os olhos.

–Você está Leo, conforme-se- Disse Reyna dando um sorrisinho para ele (certo ela também tem uma queda por ele. Devo anotar isso)

–Poxa Reyna, essa festa está maravilhosa. Mas infelizmente precisamos ir à casa grande. Você pode vir conosco?- Diz meu pai me olhando sério. Oow!

–Gente essa festa está realmente uma maravilha não? Ei aquele sátiro está me chamando. Vejo vocês depois. Ou no dia do juízo final- digo saindo de fininho.

–Vamos para a casa grande agora mocinha!- diz meu pai me puxando.

Assim que chegamos lá Grover, Senhor D e Quiron já estão nos esperando. Rachel também. E ela não parece estar nada feliz.

Todos eles sentam na mesa de pingue-pongue e assim que estão acomodados olham direto para mim. Ok, tipo assim, ter os semideuses mais poderosos do século, um centauro, um sátiro, uma mulher simpática que pode soltar fumaça verde e te mandar para longe, e seus melhores amigos te olhando como se esperassem você começar a se transformar no Hulk não é nada divertido.

–Certo mocinha, agora a senhorita vai me explicar como você volta de uma missão e acaba de aceitar o convite dos deuses para a morte certa? – diz meu pai. Eu percebi que ele estava fazendo um esforço enorme para se controlar.

– Ah é, Deuses podem ser bem dramáticos às vezes- Isso foi acompanhado por um bufar do deus do vinho presente- Acontece que eu sei como posso chegar no mundo inferior. Sócrates me ajudou, ele me disse com quem tenho que falar e acho- digo pensando pela primeira vez no livro que trouxe comigo- Que tenho algo que pode me ajudar a chegar lá.

–Como? E o que foi que Sócrates te deu? Perai, você falou com Sócrates? O Sócrates?– Pergunta minha mãe me olhando intensamente. Tenho certeza que se eu pisasse fora da linha seria incinerada por ela.

–Ah é, tive uma viagem extremamente interessante sabe. Homero, Sócrates. Poderia ter me formado em literatura e filosofia em dois dias. Tirando a parte em que Homero me entregou para o psicopata dos ursinhos. Aquilo não foi nada legal, é claro.

–Ah você acha? – Pergunta Alex sarcástico.

Eu dou meu pior olhar mortal, ele se encolhe. Cara, adoro como isso funciona.

–Interessante. Mas pelos Deuses Penélope, você não pode ir nessa missão. Mal foi treinada. Além do mais é o tártaro, o mundo inferior. O próprio Zeus te disse que essa é uma missão suicida. E, aliás mocinha, temos que conversar. Desafiar os deuses não é legal.

–Ah sério? Andei sabendo que no seu primeiro mês como campista a cabeça da medusa foi parar no Olimpo. E aquela vez em que você lutou com Ares, ou daquela vez em que quase matou Hades? Você tem alguma coisa a me dizer sobre isso mocinho?

– Tudo bem, entendi. Mas isso não vem ao caso- diz meu pai ficando vermelho- O fato é que...

– O fato é que eu vou fazer o que você faria. Essa é a verdade.

– Penny vai ser perigoso- meu pai diz se sentando derrotado. Eu podia ver o quanto ele se sentia impotente.

– Seu pai tem razão, Penny. O mundo inferior não é um lugar muito bom para se estar. Até mesmo para os filhos de Plutão. Você é neta de Netuno. Plutão não tem uma boa relação com os irmãos- diz Hazel me olhando apreensiva.

–Oh oh... perai. A primeira profecia. Falava sobre uma escolha- diz Rachel assustando todo mundo- Acho que é essa.

–Ah eu sabia que a missão não estava completa- Falo. Acho que as coisas estão começando a fazer sentido na minha cabeça.

– Mas Penny, você não pode ir. Quer dizer, tem que haver outra maneira. Qualquer um pode ir. Eu e Percy vamos, não é mesmo Quiron- diz minha mãe.

–Eu também vou. Nico é meu irmão eu quero ir também- Fala Hazel.

–Eu também vou. Não vou deixar Thalia lá- diz Jason.

Quiron me olha e nós dois sabemos. Nenhum deles pode ir, tem que ser eu.

–Não. Penny tem que ir. É o destino dela.

–Não!- dizem meus pais.

–Eu tenho que ir. Vocês sabem. Obrigado por se oferecerem gente, mas tem que ser eu.

–Por quê? Quiron, como você sabe isso?- Pergunta Piper.

–Porque Sócrates lhe de um presente bem útil e só ela pode usar.

–Presente? –Perguntam todos.

–Eu não vi nada. Quer dizer, nós dividimos o quarto. Se ele tivesse te dado alguma coisa eu teria visto- diz Alex.

–VOCÊS O QUE???!!!- Pergunta meu pai olhando para Alex como se fosse Hannibal Lecter;.

–Nada. Eu quis dizer que dividimos a missão foi isso – Fala Alex prontamente.

Ainda bem que ele sabe quando usar o charme por que meu pai relaxa imediatamente e os outros desfazem suas expressões risonhas. Exceto Piper que me lança um sorrisinho malicioso. Alex apenas murmura um desculpe e volta a agir como se nada tivesse acontecido. Cara de Pau!

–Penny- diz Quiron chamando minha atenção- Acho que você pode contar a eles. Todos aqui são de confiança.

–Ok. Bom, não surtem. Mas eu tenho aqui o livro Sibilino.

–Santo Poseidon!- Meu pai estava pálido.

–Deuses- diz Reyna- Se isso for parar na mão de Octavian!

–Puxa, Ella vai ficar tão feliz- Diz Frank

–Meus deuses, o livro Sibilino. Isso é demais- diz Rachel fascinada.

–My precious- diz Leo.

Eu olho para o tio Leo

– Ah qual é, um homem tem que saber gostar de sagas boas- diz ele.

–Bom vocês fizeram um ótimo trabalho não surtando- digo fazendo eles rirem.

–Então Paola- Diz senhor D se pronunciando pela primeira vez- Você aceita ir na missão para salvar Thamires e Nick?

–Sim senhor J, aceito a missão.

–É senhor D. Então boa sorte, volte viva e Blá Blá.

–Eu vou com você- diz Tales- Não adianta dizer não Penny, você não pode ir sozinha. Eu sou neto de Plutão. Isso talvez ajude na missão.

– Eu também- Alex se pronuncia

–Ok, tudo bem. Eu sei que vocês também querem ir meninas. Mas dessa vez eu vou levar o menor número de pessoas possível.

Lara e Mirna parecem um pouco tristes, mas entendem.

– Eu poderia ir também – diz Caio.

–Não Caio, obrigada. Eu sei que você quer ir. Mas como disse, o menor número de pessoas possível.

–Além disso, quatro nunca é um número auspicioso – diz Quiron- Uma missão está bem formada com três. Rachel alguma profecia?

–Não Penny tem o livro Sibilino. Ela não precisa de mais profecias- Diz Rachel parecendo aliviada. Obviamente para mim isso não era um grande consolo.

–Ótimo. Meninos, daqui a dois dias nós partimos para mais uma missão suicida.