Penny Jackson E O Vaso De Pandora escrita por Redbird


Capítulo 20
O sábio de Atenas nos hospeda


Notas iniciais do capítulo

Oláaa eae pessoal? Mais um capitulo para vocês. Espero que gostem. Antes de iniciar esse capitulo devo dizer...

aaaaauun *_* (Por favor, me ignorem, eu tenho problemas, eu sei)



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A primeira coisa que percebi assim que acordei foi que estava caindo diretamente em uma floresta de pinheiros. Depois eu percebi que as asas do pégaso estavam em chamas.

Provavelmente já tínhamos cruzado a fronteira e estávamos novamente em solo americano. Mas isso não tinha a menor importância porque eu seria fatiada assim que atingisse o solo. Alex estava agarrado em mim e me segurou com mais força gritando. Eu tinha que pensar rápido. Eu sabia que se continuássemos caindo daquele jeito estaríamos além de qualquer tipo de salvação.

Então, ainda em choque, eu apertei minhas pernas envolta da barriga do animal que estava em pânico e ordenei que ele virasse para a esquerda. Parece que eu também podia falar telepaticamente com pégasos e agradeci a Poseidon por isso.

Eu sabia que não ia adiantar muito, mas pelos menos, a queda não seria tão feia. Além disso, com esse movimento, ele perderia um pouco de aceleração e consequentemente de força de impacto.

Foi um bom plano, porque, ao invés de sermos cortados ao meio por pinheiros ou nos estabacarmos de cara no chão, caímos com um baque surdo em uma clareira no meio da floresta. Assim que caímos, senti uma dor aguda no meu tornozelo. A dor foi tanta que praguejei em voz alta.

Mas antes que pudesse pensar em qualquer coisa, olhei para o lado. Graças aos deuses o vaso estava inteiro. Alex estava inconsciente no chão. Meu primeiro impulso foi ir até ele, mesmo andando mal por causa do tornozelo. No entanto, um guincho desesperado chamou minha atenção. O Pégaso que nos trouxera aqui ainda estava com as asas pegando fogo.

Procurei um sinal de água por ali e senti um riacho correndo ali perto. Usei toda a força que me restava para ordenar que a água banhasse o Pégaso. Eu ainda não estava muito fraca então consegui fazer com as chamas apagassem. “Eu vou cuidar das suas asas depois amigo. Agora preciso dar uma olhada em Alex”.

Arrastei-me até Alex com o tornozelo reclamando em cada passo. Alex estava pálido, com um corte freio na testa. Suspirei aliviada, ele não tinha nem um osso quebrado. Assim que comecei a revirar minha mochila para buscar Néctar e ambrosia senti uma presença na floresta.

Imediatamente saquei a contracorrente. Estava pronta para lutar quando um velho apareceu do meio da floresta.

Ele, assim como Homero, estava com as roupas em frangalhos. Seus olhos cinzas eram inquisidores, espertos e eu logo senti que eles me penetravam. O velhinho parecia bondoso. Percebi, não sei como, que ele, assim como eu, tinha os lábios sempre prontos para um sorrisinho irônico, embora ele não estivesse sorrindo.

–Quem é você? – perguntei com a contracorrente apontada para ele.

– Quem deveria perguntar isso sou eu, mas enfim, quem você acha que eu sou?

Eu não deveria, mas assim que ele perguntou isso senti uma enorme vontade de responder, como se estivesse em uma aula. Tenho que confessar que, embora eu fosse uma verdadeira criadora de confusão, também podia ser bem nerd ás vezes.

– Hum, deixa eu ver,você não parece ser dessa época, não parece ser um monstro. Você não parece ser um deus também. Ok quem é você?

–-Bom, muito bom. Você está certa. Sou alguém que viveu há milhares de anos atrás mas que, na última guerra contra Gaia, teve uma chance de voltar a vida graças aos deuses. Você sabe alguma coisa sobre filosofia minha cara?

–Filo..espera ai... você viveu na Grécia antiga?

–Bom, é isso ai minha menina. Fazendo perguntas é que se chega as respostas.

–Isso é meio obvio não é? Perguntas... Respostas...

–Ah sim, claro que sim. Mas ás vezes o mais difícil de enxergar é o obvio. Conhece um livro chamado a República, de Platão?

–Você faz perguntas demais, eu quero uma resposta. Quem é você?

Mas então antes que ele consiga responder começo a juntas peças. Filosofia, Grécia antiga, A República, velhinho, sorriso irônico...

–Você conseguiu chegar a resposta não é mesmo descendente de Atena? Apenas fazendo as perguntas certas.

–Você é Sócrates.

–Sim. Exatamente. Agora, você quem é?

–Eu sou Penny Gra...Jackson -Não sei por que, usar o sobrenome de Tia Thalia depois que conheci Alex ficou um pouco....embaraçoso.

–Huum, e esse garoto é seu namorado suponho.

Eu coro um pouco.

–Não, não é meu namorado. E você não está trabalhando para os Menelaus está?

–Aqueles que querem separar os dois acampamentos? Não, não estou trabalhando para eles. Não se preocupe, aqui vocês estarão seguros.

Eu não sabia se podia confiar nele. Não queria nos colocar em mais uma enrascada de novo. Mas eu olhei para Alex, para o Pégaso, e para meu tornozelo. Precisávamos de ajuda.

–Huum, obrigada senhor Sócrates. Nós vamos aceitar sua hospitalidade. Mas é por pouco tempo prometo.

–Ótimo. As ninfas que trabalham para mim cuidaram do seu pégaso, não se preocupe. Ele ficará bem. Acho que em no máximo dois dias ele voltará a voar perfeitamente bem. Quanto a seu amigo, acredito que precise de um bom descanso. Ele não quebrou nada pelo que vejo, mas está com um ferimento feio na cabeça.

Assenti com um leve aceno de cabeça.

–Quanto a você- ele diz apontando para meu tornozelo-Antes de descansar acho que posso te dar uma ajuda com o tornozelo.

Eu o olho desconfiada. Eu já estava começando a perceber que uma das maiores mancadas que um semideus podia cometer era aceitar gentileza e hospitalidade tão facilmente. Sócrates parece ler minha mente.

– Não se preocupe Penélope Jackson. Eu juro que não vou fazer nenhum mal a vocês. Venha.

Sócrates me ajuda a levar Alex para dentro de casa. Ele coloca Alex em um dos quartos no andar de baixo e deixa uma das ninfas cuidando dele. Outras ninfas já estavam cuidando de nosso Pégaso.

Enquanto Sócrates faz ataduras no meu tornozelo quebrado, aproveito para observar a casa. Ela está cheia de livros. Não há retratos antigos, mas a casa parece com aquelas de tias velhas que somos obrigados a visitar em natais ou ação de graças. É uma casinha modesta de madeira de dois andares. Cheirava a lenha queimada, livro antigo e bolo de chocolate. De alguma forma, me senti confortável ali.

–Pronto- diz Sócrates- Tomando um pouco de néctar e ambrosia acredito que seu tornozelo esteja bem melhor amanhã.

Sorri agradecida. Ele me oferece um chá com um bolo que ele mesmo fez. Devoro como se não houvesse amanhã. Nós conversamos um pouco sobre história, filosofia e outras coisas. Eu conto a ele minha experiência com Homero.

–Pobre coitado! Homero está cego pelo ressentimento e pelo ódio. Acho que ele nunca vai perdoar os romanos por terem conquistado a Grécia.

–Mas não entendo- digo expressando minha raiva pela primeira vez- Homero é um homem inteligente. Como ele pode se deixar dominar assim?

–Um bom ponto. Inteligência não significa sabedoria Penny. Muitos homens são inteligentes. Poucos são sábios. Saber a diferença é muito importante.

Dou um suspiro resignada. Sócrates tinha razão, é claro. O filosofo dá mais uma bebidinha no seu chá de maçã.

– Eu sei- diz ele colocando a xícara sobre a mesa- Que você se culpa pelo que aconteceu em Quebec.

Eu o olho interessada. Como ele pode saber o que estou sentindo?

– Eu não deveria estar liderando essa missão. Eu não sou uma heroína como meus pais. Eu fracassei com meus amigos. Alex tem razão, se não fosse por mim, não teríamos sido pegos pelos Menelaus e meus amigos não estariam lá.

Sócrates continua bebericando seu chá, apenas ouvindo o que eu tenho a dizer.

–Desculpe- digo meio envergonhada- Eu não deveria estar reclamando tanto.

Dou um sorriso forçado. Sócrates olha para o outro ponto da cozinha e abre um sorriso.

– Ah que bom que você acordou. Venha, coma alguma coisa.

Me viro e dou de cara com Alex. Ele está me olhando de uma maneira estranha. Ele então se volta para Sócrates.

–Quem é você? – Pergunta ele olhando nosso anfitrião desconfiado.

–Ah bom, por que as pessoas fazem sempre a mesma pergunta quando se conhecem? Será que as pessoas sabem realmente quem elas são? Por que se você for pensar, se elas não sabem nem quem elas são como poderão querer saber quem os outros são?

Alex e eu olhamos para Sócrates espantados. Olho para Alex e tenho vontade de rir da cara dele. Ele fica tão... fofo (será essa a palavra?) quando está confuso.

–Penny, você pode explicar tudo a ele? Temo que tenha que dormir um pouco. Boa noite para vocês.

Ele se levanta e se dirige para um quarto que fica no segundo andar.

–Ah, a propósito Penny... Lembre-se que, só sei que nada sei. Você é uma boa líder. Duvidar de si mesmo é normal. É uma das essências da sabedoria. Ah, vocês vão ter que dormir no mesmo quarto. Só tenho um quarto de hospedes, lamento. Boa noite.

E ele sobe as escadas me deixando sozinha com Alex. Nós dois coramos com a possibilidade de ter que dormirmos no mesmo quarto. O que eu não entendo, afinal, somos companheiros de missão há o que? Cinco, seis dias? Pego uma xícara e coloco um pouco de chá para ele. E coloco o prato de biscoitos na sua frente.

– Como você está se sentindo? - pergunto o observando. Ele parece um pouco melhor, mais descansado.

–Bem na verdade. Com um pouco de dor de cabeça, mas tudo bem.

–Que bom. Sócrates disse que talvez possamos partir daqui a dois dias. Algumas Ninfas estão cuidando do pégaso.

–Hum Penny... eu... sinto muito. Não deveria ter dito aquelas coisas todas enquanto estávamos presos.

Ele pega minha mão. Sinto uma onda de calor se espalhar pelo meu corpo. Mas ignoro.

–Alex você tinha razão. Eu não deveria ter sido tão condescendente com Homero. Deveria ter percebido que era uma armadilha. E eu não tenho sido exatamente o exemplo de liderança.

–Penny, você tem sido incrível eu juro – Diz ele segurando mais forte minha mão- Você nos salvou de uma queda realmente feia. E você é tão boa quanto seus pais.

Eu o olho desconfiada. Cara juro que não consigo entender esse garoto!

–Vem, vamos ver como está a noite. Enquanto caímos percebi que aqui tem uma vista linda.

–Estou com o tornozelo quebrado. Não posso andar- digo o olhando intrigada- E você deve descansar. Além disso, como você conseguiu ver a vista enquanto caímos de mais de 300 metros de altura?

–Ai Penny, não seja chata –Então ele me pega no colo e me leva para fora. Começo a gritar até que ele me coloca no chão.

Percebo que estamos no alto de um dos morros mais altos dessa região. E meus deuses, a vista é realmente linda. Consigo ver a floresta toda daqui. Uma cidade cheia de prédios mais ao leste e o mar.

–Caramba- falo tentando manter o fôlego- isso é demais.

–É não é? – Pergunta Alex sorrindo feliz para mim- e você não queria vir.

Eu rio para ele. Nós ficamos ali durante um tempo. Não sei como, mas ele poderia ser bem divertido quando queria.

–Alex precisamos ir, temos que descansar ainda não terminamos a missão.

–Ok, acho bom irmos mesmo- diz ele me pegando pela cintura.

Seu rosto fica a centímetros do meu. Seus olhos estão colados nos meus e eu quase me esqueço de respirar. Tenho que me obrigar a me manter sã

–Hum Penny- diz ele com o rosto levemente vermelho- Eu sei que esse não é o melhor momento, com a preocupação com nossos amigos e tal, e eu sei que talvez você vá me matar, mas esse lugar é demais então, acho que não posso perder a oportunidade.

Ele simplesmente segura meu rosto e me beija. Nunca imaginei que pudesse sentir meu coração batendo tão rápido. Nunca imaginei que algum dia fosse esquecer quem eu era por causa de um beijo, mas bom... eu simplesmente esqueci de tudo.

–Eu acho que não vou matar você- digo assim que nos soltamos

Ele me segura e voltamos para a casa de Sócrates. Ele me põe na cama e se deita em um colchão no chão.

–Boa noite domadora. Você é a melhor heroína que já conheci. Não esqueça disso.

E eu durmo sorrindo. Pela primeira vez desde que fui para o acampamento, eu durmo feliz.



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Notas finais do capítulo

Palex... fofos *_*



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