Penny Jackson E O Vaso De Pandora escrita por Redbird


Capítulo 2
Eu incendeio a escola... Outra vez


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, agora a coisa começa. Espero que gostem. Bjuuus



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–Então, como eu estava dizendo, Maria Antonieta era esposa de Luis XVI e ficou conhecida por sua extrema alienação sobre as condições em que vivia o povo francês.

A voz da professora Heygan estava tão distante quanto Maria Antonieta no tempo. Se tem uma coisa que eu odeio são aulas chatas, ainda mais porque tenho Dislexia e TDAH. Vamos combinar, não é preciso ter déficit de atenção para se distrair nas aulas de história.

–Penélope, pela milésima vez, para de batucar na sua mesa.

Ah ótimo, mais um motivo para eles me acharem esquisita. Eu tenho essa mania de me distrair e ficar batendo nas coisas, como se tivesse tocando bateria.

–Desculpe professora. Eu me distrai.

–Vamos ver o quanto você vai se distrair na sala do diretor hoje. Pelo que sei você tem um encontro com ele logo após nossa aula não?

Ai, como esses professores me irritavam. Eles adoravam pegar no meu pé.

–Sim, professora, mas não é culpa minha. Eu juro que não foi minha intenção incendiar o banheiro.

A professora deu um suspiro cansado e voltou a falar sobre a Revolução Francesa. Tudo bem, tinha sido minha intenção incendiar o banheiro. Mas só por que as lideres de torcida tinham deixado suas coisas lá. Eu não machuquei ninguém, nem queria machucar. Mas ver as caras daquelas metidas ao verem suas coisas pegando fogo foi bom. Eu sei, eu sei. Tenho alguns problemas.

Depois que o sinal tocou fui o mais lentamente que pude para a sala do diretor. Não que eu estivesse com medo dele. A verdade que só de pensar no sermão dele eu já começava a dormir. Esta era a terceira vez que eu ia para a sala do diretor. Essa semana. Eles deveriam agradecer por não ser todo o dia. Mas é claro que eu não podia deixar de me lembrar das outras vezes.

Sim, porque desde que me entendo por gente sou mandada para a diretoria em toda a escola que vou (Só até agora foram 15). O problema é que, por mais que você não acredite coisas estranhas costumam acontecer quando vou à sala do diretor, ou quando fico sozinha com um professor.

Tipo quando eu tinha nove anos. Minha letra nunca foi das mais bonitas. Então um dia a professora me fez ficar depois da aula para treinar caligrafia. Enquanto eu escrevia pela centésima vez “Eu tenho que melhorar minha letra”, ela se transformava na coisa mais feia que eu já tinha visto. Uma mulher enorme de um olho só. Como se isso não bastasse ela ainda ficava repetindo “Um belo almoço de semideus. Ah sim uma semideusa poderosa”.

Caramba, vou te falar, se não fosse pelo tio Leo ter chego na hora acho que eu teria realmente virado lanche de professora asquerosa. Nunca mais vi a professora depois disso. Acho que ele internou ela em algum lugar para pessoas com problemas mentais. Pelo menos, eu espero.

Quando cheguei na sala do diretor senti um cheiro estranho, como se algum bicho tivesse morrido. O diretor estava sentando na mesa como se não se importasse com o fedor. Tentei por um tempo esquecer isso e dar o meu sorriso mais deslavado.

– Olá diretor o senhor queria me ver?

–Sim, Penélope, por favor, sente-se.

–Que isso. O senhor não precisa me chamar de Penélope. Eu odeio esse nome. Por favor me chame de Penny. Afinal, somos quase íntimos.

–Sente-se Jackson

Ok, agora eu estava assustada. Ninguém nunca me chamava por esse sobrenome. Desde que eu descobri que meus pais tinham me abandonado e não morrido como meus tios viviam me dizendo, eu uso o sobrenome da minha tia favorita. Grace. Não que ela tenha sido irmã de algum dos meus pais. Mas ela cuidou de mim, então...

Enquanto eu me sentava pude sentir o cheiro ficando cada vez mais forte, eu não estava prestando atenção, culpe meu TDAH por isso, mas quando olhei vi que tinham crescido garras no lugar das mãos. No lugar das pernas haviam duas, Santo Gutenberg, duas cobras e o rosto era a coisa mais feia que eu já vi na vida. Eu só consegui pensar: “Ai vamos nós de novo”

–Sua hora chegou semideusa. Seus pais vão ficar tão tristes. Maldito seja Perseu, nós achamos sua preciosa filhinha.

–Olha, eu sinceramente não sei do que está falando. Eu nem sei o nome dos meus pais. Dá um tempo. Caramba você é o que?

Foi ai que ele avançou com mais fúria para cima de mim. Fui salva por incrível que pareça por alguém, ou algo mais feio ainda que ele.

–Uma Dracaenae macho. Eles são tão perigosos quanto às fêmeas. Só que mais burros.

–Ah ok - foi a única coisa que eu consegui dizer.

– Lunero seu idiota. Eu não te disse que era para trazer a garota viva? Será que você não consegue nem carregar uma loirinha magrela dessas?

–Ei dona sei lá eu o que, se não percebeu eu sou ruiva.

Eu pintava meu cabelo desde o inicio do último verão. Uma longa história. Eu tinha encontrado uma foto antiga da minha mãe. Ela estava com uma camiseta laranja escrito acampamento meio-sangue. Percebi que eu era muito parecida com ela. Então num acesso de raiva eu pintei todo meu cabelo de vermelho. Gostei do resultado. Combinava mais comigo. Mas enfim, agora estou prestes a morrer então, acho que devo parar de divagar um pouco.

– Me ajude seu energúmeno- disse a mulher. Ela estava me segurando por trás. Eu estava presa em uma espécie de chave de braço, já que a mulher estava apertando meu pescoço. Lunero (que tipo de nome é esse?) estava parado na minha frente esperando a morte da bezerra ou sei lá o que.

Eu sentia que o ar estava escapando dos meus pulmões. Não demoraria muito para Lunero sair do transe e me atacar. Ouvi um buum na porta e me deparei com tio Leo segurando um bastão de beisebol. Ótimo, vou morrer porque meu tio só trouxe um bastão.

Incrivelmente ele pega o bastão e acerta Lunero que desmaia. A Dracanae que estava me segurando me solta para ir para cima do tio Leo enfurecida. Mesmo sem fôlego, eu consigo acertar ela com o grampeador do diretor que estava na mesa. Os dois monstros viram fumaça e eu fico parada ali sem entender nada.

–Uau, é assim que se faz garota - Me limito a sorrir para Tio Leo. Recupero os movimentos e nós dois saímos correndo da sala da direção.

Mas assim que chegamos no corredor da escola somos barrados por uma criatura gigantesca que acaba dando um golpe na nuca de tio Leo que cai desacordado. Eu olho para a criatura e percebo que ela só tem um olho. Ótimo vou pedir para o Tio Leo me internar assim que eu acordar desse pesadelo.

O Monstro me agarra e estou ficando desesperada. Percebo que tio Leo está sangrando. Quando vejo o sangue algo estranho acontece. Sinto uma força tomando conta de mim. Pulo para cima da cabeça do bicho e nos dois começamos a andar em zigue zague. Eu o arrasto até onde ficam os armários dos alunos e faço com que ele bata a cabeça até ficar bem tonto. Ele acerta um fusível de uma tomada que ficava em cima do armário de uma das lideres. O fogo começa a se espalhar.

Aproveito então que o ciclope está tonto e com um salto caio no chão. Pego o bastão do Tio Leo e o acerto bem na nuca. Sinto a poeira de monstro que cai em cima de mim. Eca que nojo.

O fogo está se espalhando, bem mais rápido agora. Droga. Tio Leo ainda continua desacordado.

– Tio Leo, acorda. Acorda por favor.

Mas eu também já sinto as forças me deixando. Não consigo mais respirar, não consigo me mexer. Vejo alguém vindo. Um homem, com uma barbicha esquisita, andando mal. Ele começa a tocar uma flauta. E aquele música suave me dá uma sensação boa, de estar em um bosque rodeada de flores e árvores. E essa é a última coisa que me lembro antes de desmaiar.



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Notas finais do capítulo

This is it. Espero que tenham gostado.



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