Penny Jackson E O Vaso De Pandora escrita por Redbird


Capítulo 11
Nasce uma missão


Notas iniciais do capítulo

Olá mais um capitulo. Espero que gostem.



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Eu não imaginei que os preparativos para a missão fossem ser tão cansativos. Fui acordada às 6h da manhã por uma Mirna para lá de mal-humorada.

–Vamos, o principezinho romano tá chamando.

–Quem?

–Apenas acorde. Te esperamos na arena daqui a meia hora.

Ela saiu murmurando algo como “Romanos”, “ Não deveria ser permitido uma pessoa acordar antes das 11h da madrugada” e coisas do gênero. Eu demorei um pouco para acordar. Qual é? Eram 6h da manhã né?!

Passamos amanhã inteira treinando. Arco e flecha, luta com espadas, fizemos uma boa dose de exercícios na parede de escalada com lava. Eu estava furiosa com Alex por ter tomado a liderança. Embora eu reconheça que um pouco de treino não vai fazer mal para gente.

À tarde iríamos arrumar as coisas que iríamos precisar para a missão. Coisas como dracmas, néctar e ambrosia, comida. Acho que, como descendentes dos deuses, não tínhamos que nos preocupar com coisas pequenas como passaportes, vistos e passagens. Ninguém parecia muito se preocupar com isso.

Depois do treino matinal, apesar das trocas de farpas durante o nosso exercício, eu ainda precisava falar com Alex. Com tudo o que acontecera, eu acabara me esquecendo completamente do que ele havia falado sobre Nina, mas eu ainda precisava resolver esse mistério.

– Ei General- eu disse enquanto saiamos do treino- preciso falar com você.

Ele ergue a sobrancelha, mas mesmo assim me acompanha para longe dos outros. Tales nos lança um olhar que parece de preocupação. Dou um sorriso encorajador para ele, antes de me separar do grupo com Alex. Assim que estamos a uma distância segura em que ninguém consegue nos ouvir, nos paramos e ele me olha intrigado.

– Então, agora que estamos longe de todo mundo, prestes a iniciar a missão eu preciso que você me conte o que queria dizer quando disse que Nina estava correndo perigo.

–Quando eu disse isso?-

– No dia em que chegou. Você tinha acabado de acordar.

–Ah sei, quando estava quase inconsciente nos seus braços é isso?- Diz ele com um sorriso maroto.

Ai esse garoto consegue me tirar do sério.

– Não, quando você foi salvo por uma garotinha magra, pequena e grega- Digo sarcástica.

Isso parece funcionar um pouco.

–Ei, ei ok. Não precisava ser grossa- Diz ele meio assustado.

–Quem foi grosso da primeira vez foi você, lembra?

Ele parece meio envergonhado. Mas mesmo assim continua sorrindo.

–Ok Domadora. Tem razão. Minhas sinceras desculpas.

–Argh, eu odeio esse negócio de neto de Afrodite-digo.

–O que?- Ele pergunta com a maior cara de inocente. Bastardo desgraçado!

– Vai me contar ou não General, eu ainda estou esperando- digo lacônica.

O sorriso dele se apaga na hora, substituído por uma preocupação genuína.

–Eu não sei. Enquanto eu fugia nas ruas para chegar até o acampamento encontrei Nina. Só o que sei é que a menina é filha de uma relação proibida. E que, por isso, os deuses provavelmente a querem morta. Ela é poderosa também. Muito poderosa.

Eu sinto o peso dessa revelação se assentar aos poucos na minha mente. Os deuses odeiam Nina. A querem morta. Uma criança de sete anos.

–Eu não vou deixar matarem ela- digo com ferocidade- Não vou deixar Alex.

Ele sorri para mim.

–Eu também não. Vou proteger ela Penny. Foi isso o que me propus a fazer.

–Alex você acha que aqui é um lugar seguro para ela? Acha que os deuses conseguiriam fazer algum mal a ela aqui?

– Não, acredito que ela esteja a salvo aqui. Só que não podemos esperar que ela viva a vida inteira no acampamento. Mas, se conseguirmos sobreviver a esta missão com sucesso, podemos barganhar com os deuses. Podemos pedir para que deixem ela viva.

Nos dois nos encaramos. Estamos selando um acordo. Essa missão não é apenas pelos deuses agora. E por Nina. Para salvá-la.

–Nós vamos fazer isso.

Ele sorri e põe a mão no meu ombro me guiando de volta ao pavilhão de refeições, não sei por que, mas deixo. Quando chegamos lá, ele já está lotado. Vou dizer que ainda não me acostumei com o jeito como a comida é servida aqui, você simplesmente pede, e pronto, ela aparece. Muito estranho.

Posso ver Percy lançando um olhar de censura para a mão de Alex no meu ombro. Alex cora e se dirige para sua mesa.

–Ei, só pra constar- digo antes que ele parta, baixo, para que só ele me ouça- Nunca mais ouse se intrometer na minha missão. Eu decido como e quando vamos treinar ok General?

–Pode deixar Domadora- Ele sai rindo para sua mesa.

Depois disso a tarde segue lentamente. Com todos nós nos aprontando para a missão. Todos estavam ansiosos no jantar, no outro dia teria caça a bandeira. Caio não parava de reclamar que não estaríamos ali para jogar.

–Eu sei Caio. Também queria muito jogar- diz Mirna com uma cara de quem iria perder a sobremesa.

–Bom, acho melhor nos irmos dormir pessoal. Já são quase 11h da noite. Ainda temos que arrumar algumas coisas e acordaremos cedo amanhã.

Todos concordam se despedindo de Caio e Nina que agora vive grudada em nós. Antes de ir para meu chalé dou um aceno para Percy e Annabeth. Os dois me retribuem prontamente.

Termino de arrumar as coisas de última hora e quando vejo já estou atirada na cama. Sem trocar de roupa. Não havia percebido que estava tão cansada. Assim que adormeço tenho outro sonho. Desde que cheguei ao acampamento meus sonhos são mais nítidos, mas dessa vez, esse foi o pior.

Uma menina pequena está brincando com uns peixinhos próximo ao Rio. Ela deve ter uns cinco anos. E está se divertindo muito. A mulher a observa com um sorriso triste.

–Penny cuidado- Diz ela- não vá machucar esses peixinhos.

Um homem se aproxima dela. Ele é moreno e tem um sorriso brincalhão que nunca some. Até agora.

– Oi Thalia –diz ele, formal. Era visível a dor nos olhos dele. Mas assim que ele vê a menina ele sorri.

–Como eu queria que Percy e Annabeth pudessem ver ela.

–Eu também-diz Thalia- Isso é tão injusto. Eu não pude ver meu sobrinho até hoje. Nunca vi. E ele tem a idade da Penny. Tudo por causa dos deuses.

–Thalia! Nenhum dos sete heróis pode ficar com os filhos você sabe disso. E é melhor que o menino não tenha contato com você também.

–É por isso que você não teve filhos Leo?

Leo cora, mas mesmo assim consegue responder.

–Não. Não foi por isso.

–Leo eu... - começa Thalia.

–Eu sei Thalia. Você já deixou bem claro. Você ama ele. Mas tem certeza? Tem certeza que quer desistir da caçada? Quer dizer você sabe que eu não falo isso só por que bem, eu amo você, mas por que vai ser perigoso demais.

–Eu vou correr o risco.

Leo suspira cansado.

–Espero que seja feliz.

–Preciso que me prometa que vai cuidar da Penny

–É claro que vou. Você sabe que adoro essa menina.

–Eu sei, ela é muito importante para mim também.

E então os dois somem.

Agora estou num apartamentinho pequeno. Um homem chega em casa e sorri ao ver Thalia cuidando de um pequeno bebê.

–Oi Nico, achei que você ia voltar mais tarde hoje.

– Consegui sair mais cedo. Como ela está?

–Como você. Só dorme.

O homem começa a rir e abraça a mulher. A cena é tão bonita que tenho vontade de chorar, mesmo em sonho. Mas então uma fumaça negra começa a entrar no apartamento. Os dois ficam pálidos.

–Vá para o quarto. Agora.

A mulher não espera uma segunda ordem. Sai correndo e tranca a porta. Ela ouve a luta. Por um momento horrível consigo sentir a angústia de Thalia. De repente uma mulher aparece no quarto. Afrodite.

– Me dê a menina –diz ela.

–Não – começa a soluçar Thalia.

–Thalia é a única maneira de salvar ela.

–Não, por favor, não.

–Thalia eu sei que você me odeia. Mas eu vou levar sua filha para um lugar seguro. Você sabe que é necessário.

Afrodite pega o bebê

–Ela vai estar segura. Eu prometo.

Assim que a mulher sai, as fúrias invadem o quarto. Thalia tenta lutar com elas, mas os monstros a agarram, aproveitando-se da dor e do desespero dela.

–Nico- o grito de Thalia é carregado de dor.

–Ele não pode te ouvirrr- diz a fúria com crueldade.

–O que vocês fizeram com ele?

–Ah ele não está morrto, se é o que você quer saberr. É algo muito melhor que issso.

Os olhos azuis elétricos de Thalia perdem toda a cor.

–Não- ela sussura.

– Sim, minha cara e você, você vai acompanhá-lo.

E então com um estalar de dedos do monstro Thalia desaparece da minha visão.

Acordo chorando, percebendo que estou gritando e chamando por Tia Thalia. Tio Leo está do meu lado.

– O que houve Penny? O que aconteceu?

–Nada só um pesadelo- digo me recompondo.

–Penny, eu não sei se você sabe, mas sonhos de meios-sangues nunca são só sonhos.

Eu estremeço. Mas não vou contar nada a Tio Leo. Não tem como esse sonho ser real não é? E se for, é melhor eu descobrir um pouco mais sobre isso antes de lhe contar o que eu sonhei. Embora uma parte de mim queira isso. Se o que tio Leo diz é verdade, Tia Thalia pode estar viva. Viva. Obrigo-me a espantar esses pensamentos.

–Eu estou bem. Mas o que está fazendo aqui?

–Vim te acordar dorminhoca. Vamos lá, você tem uma missão para liderar.

Sim, eu tenho. Antes que ele possa sequer falar qualquer outra coisa eu já estou no banheiro me arrumando. Não demoro muito. Visto a roupa tradicional do acampamento. A camiseta laranja e um jeans surrado.

Quando chego lá, todos já estão esperando. Nos despedimos de Caio e Nina. Quiron e os outros adultos nos dão conselhos de última hora enquanto Argos prepara a van que vai nos levar para a cidade onde pegaremos um trem. Eu me despeço timidamente dos meus pais. Piper e Jason também me desejam boa sorte. Assim como meus pais, eles vão ficar no acampamento.

Um casal que eu não conheço está se despedindo de Tales. Eles parecem conhecer todo mundo então, deduzo que são Frank e Hezel. Dou um aceno e eles também me desejam sorte. Tio Leo sorri para mim.

–Vai lá Penny, arrasa com eles.

Eu sorrio. Antes de entrar na van dou uma ultima olhada neles e aceno de novo. Alex senta do meu lado.

– Você está bem? Parece que não dormiu bem.

– Bom dia para você também. Eu dormi bem sim, muito bem.

Ele me olha desconfiado. Mas não me importo. Quando todos estão acomodados, alguns segundos depois, eu me pego dizendo:

–Vamos lá Argos, temos uma missão. Para Nova York, por favor.



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Notas finais do capítulo

Aha, quem serão os pais de Nina? Aposto que vocês já sabem ehehe.
bjuus



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