Hannah Montana e Eu (Miley To Go) escrita por Noiva do Niall


Capítulo 9
Quando a disney ligou.




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Foi como se alguém quisesse compensar as coisas por tudo que estava ocorrendo na escola. Pouco tempo após o incidente do banheiro, recebi outro telefonema –surpresa- desta vez era a Disney dizendo para eu ir para Los Angeles para participar dos teste de Hannah Montana. Estava no meio do ano letivo! Beleza!Podia faltar as aulas, ou seja, a tortura. Mas depois me lembrei. Também tinha grandes compromissos como líder de torcida.

Faltar a um ensaio que fosse já era um problemão. Para aprendermos a coreografia, todas deveriam estar presentes. Afinal, não da para fazer uma pirâmide sem a menina do topo. Na verdade, pior ainda é tentar fazer a pirâmide sem uma das meninas de baixo.

Minha mãe conseguiu das um jeito para que eu pudesse faltar os ensaios. Voei para Los Angeles ansiosa para chegar lá com minha mãe, correndo para me apresentar a tempo, e mal conseguia conter minha ansiedade. Abri a porta da sala de espera e... ali estavam mais de cinquenta candidatas para o papel de Hannah Montana, esperando para serem chamadas. Minha mãe e eu nos entreolhamos. Chegamos a pensar que eu fosse uma das finalistas. Acho que deduzimos errado. Brincamos dizendo que havia Hannahs suficiente para dar nome a todos os estados, não apenas Montana (Hannah Indiana, Hannah Connecticut, Hannah Idaho...) Eu sei, eu sei... mas tínhamos muito tempo para matar na sala de espera.

Sete lugares que quero viajar:

1 – Fiji.

2 – Austrália.

3 - Itália.

4 – Alemanha.

6 – Espanha.

7 – Carolina do Norte.

A sala de espera para os reste de Hannah Montana parecia a de um consultório medico. Havia revistas velhas, cheiros esquisitos, e muita tensão. Estávamos prestes a ser examinadas. Algumas das mães que aguardavam com as filhas usavam perfume demais, e eu fiquei com dor de cabeça na mesma hora. A única coisa boa era que, pelo menos, não precisaríamos tomar vacina nenhuma, porque não tavamos em um consultório. Apesar de eu ter a certeza de que se não consegui o papel, doeria o mesmo tanto, e a dor duraria por mais tempo.

Enquanto esperávamos, esperávamos e esperávamos mais um pouco, vi que algumas das meninas e das mães encaravam a gente de cima a baixo. Minha mãe, ainda bem, nunca foi “esse” tipo de mãe. Ignorou os olhares, mas eu não consegui. O clima estava tenso ali. Não havia como não pensar quem era mais bonita, mais bem preparada, ou mais talentosa. Enquanto fiquei ali, observei as outras meninas. Não reconheci nenhuma delas – não que eu esperasse reconhecer alguém. Já tinha participado de alguns testes, mas não havia percorrido a cidade toda.

A maioria das meninas era mais velha do que eu e bem mais alta. Muitas eram bonitas. Algumas tinham cabelos pretos e brilhantes. Outras, cabelo loiro e comprido. Algumas tinham dentes branquinhos. Observei como se vestiam, como estavam maquiadas e como tinham arrumado os cabelos. Só de olhar, tinha certeza de que a maioria daquelas meninas conseguiria o papel sem o menor esforço. E só fiquei tentando imaginar que tipo de experiência possuíam, Senti-me meio deslocada. Os testes haviam sido, até então, as coisas mais assustadoras que eu já enfrentara. Eram verdadeiras provas. Eu gostava de atuar, ficava animada, mas queria o emprego, então a ansiedade era gigantesca. Mas, naquele dia em especial, a líder de torcida dentro de mim despertou.

Minha treinadora na equipe de lideres, Chastity, era durona. Em Nashville, algumas pessoas me tratavam de modo difrente porque eu era a filha do cantor Billy Ray Cyrus. Facilitavam as coisas para mim porque meu pai era alguém conhecido. Chastity não. Se eu errava, ela me colocava para correr, como fazia com todo mundo. Provavelmente era até mais exigente comigo. Eu tinha medo de voar – ser a pessoa na parte de cima da pirâmide que é lançada no ar - , mas ela me fez trabalhar de perto com o treinador. Não era muito boa nos mortais para trás, mas ela me fez praticar até conseguir. Dava mortais até ter a impressão de estar rodopiando há horas.

Chastity não se importava com o tempo que eu demorava. Ela ficava orgulhosa, contanto que eu não desistisse.. E sempre me dizia que não existia “Não consigo”. Ela me ensinou que, se quisesse alguma coisa, teria de me esforçar muito para conseguir. E eu queria muito aquele papel. Quem podia dizer que aquelas meninas bonitinhas de Los Angeles eram melhores que eu? Quando, enfim, me chamaram, eu estava pronta.

Na sala de testes, encarei um grupo de dez pessoas. Estava ali, vestindo uma minissaia e uma camiseta – roupas da loja Abercrombie de cabeça aos pés. Como a gente quer ser lembrada, fiz questão de ser extrovertida. Hum, não foi muito difícil. Pela primeira vez em minha vida, foi bom falar muito. Só precisava ser eu mesma e não deixar meu nervosismo me dominar. O pessoal da produção pediu que eu lesse o script, e que depois cantasse. Cantei um pouco de Mamma Mia! Como na maioria dos testes, fizeram comentários, como “Consegue cantar mais forte?” ou “Leia as falas de novo com se tivesse muito irritada com o seu irmão” (É engraçado, eu estava nervosa naquele momento e não fazia ideia de quem eram aquelas pessoas. Eram apenas desconhecidas e assustadoras. Agora, são as pessoas com quem trabalho todo dia.)

Quando sai da sala, não fazia ideia de como tinha me saído. E não consegui relaxar, apesar de tudo estar terminado. A parte mais estressante de todo o negocio dos testes é que você não pode ir para casa antes que lhe diga que acabou. Tem de ficar na sala de espera, observando outras meninas serem chamadas de novo, tentando imaginar se vai ser chamada também para ler outra coisa diferente ou para cantar mais uma vez. E nunca sabe por que esta sendo chamada de volta. Ou por que não esta sendo chamada, mas, mesmo assim, precisa ficar ali. Eles gostaram de você? Amaram você? Alguém detesta você? Estão preocupados com seu cabelo? Com sua altura? Eles não dão o menor sinal de esperança.

Dei tudo de mim, mas acabamos voltando para Nashville sem boas noticias. E então, algumas semanas depois, recebi mais um telefonema: “você é uma finalista”. Certo, aquilo era real. Talvez, enfim, saísse da sexta serie. E mais uma vez implorei por uma dispensa da equipe de lideres de torcida. Duas faltas. Mais uma e Chastity me colocaria para fora. Voei para Los Angeles com minha mãe; corendo para chegarmos a tempo, e eu mal conseguia conter minha ansiedade. Abri a porta da sala de espera e... ali estavam mais trinta candidatas ao papel Hannah Montana, esperando para serem chamadas. Algo lhe pareceu familiar?

Começava a me sentir uma daquelas bolas presas a uma raquete por uma faixa elástica. Sempre que eu era jogada para longe, eles m,e puxavam de volta para poderem me acertar de novo. Bem, as coisas na verdade foram mais suaves. Mas eu tinha 11 anos. Foi uma montanha-russa*. No rosto daquelas trinta meninas, constatei a dura realidade: os selecionadores não tinha feito quase nenhum processo. Definitivamente , voltaria para a sexta serie.



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