Hannah Montana e Eu (Miley To Go) escrita por Noiva do Niall


Capítulo 11
O refeitorio




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Nunca comente com ninguém da escola sobre os testes em Los Angeles, mas parecia que minhas torturadoras possuíam um sexto sentido apurado e sabiam que eu estava indo a algum lugar. Quando voltei  de Los Angeles, na segunda vez, as meninas foram além do bullying normal*. Eram meninas grandes e duronas.Eu era magra e baixinha. Elas eram totalmente capazes de me machucar E, se já não fossem assustadoras o suficiente, ainda me enviaram um bilhete me ameaçando se aparecesse no refeitório na hora do almoço no dia seguinte. Não vou dar ideias as pessoas por ai que ficam ameaçando os outros nem contar o que disseram que fariam. Digamos apenas que não foi muito bacana. E sei que parece um tanto tolo ficar assustada por causa de um bilhetinho. Mas podem acreditar quando afirmo que aquelas meninas não estavam brincando.

Eu tentava lidar com aquelas ameaças sozinha o tempo rodo. Não queria demonstrar meu medo, não aquelas meninas, nem a meus  pais ou amigos. Não chorei*. Não contei a meus pais. Tentei tudo em que consegui pensar. As vezes tentava me defender. As vezes pedia desculpas. Outras vezes, apenas me afastava. Sempre que sentia sozinha. Mas, na noite em que recebi o bilhete,, parecia que a operação Miley Muito Miserável atingia outro nível. Poderíamos dizer que tinha mais a ver com a Operação Aniquilar Miley. Fiquei com tanto medo que acabei contando a uma amiga da equipe de lideres de torcida ao telefone. Talvez devesse fingir estar doente? Deveria não almoçar? Deveria me armar com um frasco de ketchup e me preparar para a batalha?

Assim que desliguei o telefone, meu pai entrou no quarto. Sentou-se pés de minha cama e me disse que havia escutado a conversa. Revirei os olhos. Ele quis saber o que estava acontecendo. Mostrei-lhe o bilhete e falei que estava morrendo de medo. Mas implorei que não fizesse nada. Sabia que, se ele contasse a minha mãe, ela conversaria com o diretor. Ela é assim. E, se conversasse com o diretor, seria o fim. Elas me destruíram. Meu pai escutou e falou que entendia. Mas completou:

-Você sabe que preciso contar a sua mãe.

Segui meu pai até minha mãe e declarei:

-Mãe, nunca mais vou falar com você se fizer alguma coisa.

No entanto, reparei que, assim que fosse dormir, eles teriam a Conversa.

Fui almoçar no dia seguinte sem saber como a Conversa havia terminado. O que mais poderia fazer? Se me escondesse das meninas naquele dia, elas me pegariam no dia seguinte. Parecia um filme de sessão da tarde sobre uma pobre menina que apanha. Mas, em vês de ela ter um final feliz, com uma mensagem motivadora sobre como superar adversidade, aquele enredo terminaria comigo passando o resto de meus dias como uma solitária de 12 anos, sem amigos e abandonada.

Assim que me sentei a uma mesa vazia em um canto do refeitório, três meninas se aproximaram. Meu estômago revirou. Segurei meu sanduiche de queijo como se fosse a mão de minha melhor amiga. Aquele sanduiche meio que era meu melhor amigo naqueles dias. Estava perdida.

Começaram a me xingar e me mandaram levantar. Fiquei sentada ali, paralisada. Não sabia o que fazer. Olhei para a frente e vi a ao de uma das meninas sentada ali perto. Uma mãe! E ela ria**. Então, não aguentei mais. Não era uma medrosa. O que poderiam fazer comigo: Estava cercada de pessoas. Fiquei de pé, ainda cerca de  30 centímetros mais baixa do que elas, e perguntei:

-Qual é o problema de vocês? O que eu fiz pra vocês?

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, o diretor entrou no refeitório e chamou:

-Meninas!

Uma só palavra do diretor, e todas as pessoas do refeitório disseram “Oooohhh” ***. Pense em uma situação de perigo... e o alivio depois!

Parece que, após a Conversa, minha mãe havia falado com o diretor. A principio, ela achou que não era nada de mais, que era coisa de meninas e tal, mas meu pai disse:

-Nunca se sabe. Coisas estranhas acontecem o tempo todo na escola.

É claro que minha mãe ficou maluca. E, no final, acho que fiquei bastante aliviada por minha mãe ter intervindo****.

Sinceramente, não sei o que aquelas meninas teriam feito comigo, mesmo com uma das mães vendo tudo o tempo todo. O diretor nos levou a sua sala e nos forçou a “fazer as pazes”. Como se estivéssemos brigando por causa de um lápis roubado, quando na verdade sabíamos muito bem que aquilo era um caso claro de tortura a uma inocente.

Apenas três meninas me perturbaram aquele dia no refeitório, mas tive a impressão de que as outras pessoas haviam gostado do espetáculo. Sempre tinha recebido um pouco de provocações pelo fato de meu pai ser famoso. Os colegas de classe diziam:

-Seu pai é cantor de um sucesso só. Você nunca vai ser nada... assim como ele.

Sempre ignorei aquilo. Eu o considerava bem sucedido e feliz com sua vida. Talvez pensassem que eu era esnobe por ter orgulho de meu pai (bem, ele é o homem mais maravilhoso do mundo), ou por querer ser eu mesma, ou por querer ser atriz e cantora. Talvez apenas sentissem certa insegurança. Talvez fosse por isso que me isolavam. Fosse qual fosse o motivo, até hoje ainda não o descobri. É provável que nunca descubra, e agora não faz diferença mesmo.

Não culpo minha ex-melhor amiga, Rachel*, por me trair. Ela nunca foi diretamente malvada comigo. Para ser honesta, acho que as meninas a ameaçaram para que me ignorasse e abandonasse. Gosto de pensar que não teria dispensado uma amiga como ela fez comigo, mas tenho a impressão de que Rachel estava com tanto medo das novas amigas quanto eu – a diferença era que ela tinha medo mas estava dentro do grupo, e eu tinha medo mas estava fora dele.

Sempre encontro conforto, orientação e respostas em minha fé. Voltei – me para a Bíblia na época, assim como faço agora, e encontrei este salmo:

Salmo 15: 1-2, 5-7

A Ti Senhor, entrego a minha vida.

Eu confio em Ti, Senhor.

Não me permitas ser envergonhado.

Tampouco que meus inimigos se vangloriem de minha derrota.

[...]

Guia-me na Tua verdade e ensina-me.

Pois tu é o Deus da minha salvação,

Em quem eu espero todos os dias.

Lembra-te Senhor, das tuas misericórdias e das tuas bondades.

Que são desde a eternidade.

Após a conversa com o diretor, a maioria ameaça acabou, mas eu continuava sozinha. E, depois de me preparar para tantos testes, já não havia mais o conforto da equipe de lideres de torcida. Eu me virei como pude. Comecei a ficar com um pessoal mais velho e tentei esquecer tudo, mas as meninas que me perseguiam continuaram dificultando minha vida todos os dias. Eu detestava a escola. Nunca me virava para abrir meu armário sem olhar para trás e ver quem estava no corredor. Jamais ficava passeando entre as aulas ou quando elas terminavam. Sempre que ia ao banheiro ou entrava em um corredor, fazia tudo com muito medo. Não me sentia segura.


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Notas finais do capítulo

Gente eu to criando uma fic e hoje postei o primeiro capitulo *-* http://fanfiction.com.br/historia/267676/But_I_Love_You.../ leiam por favor, e mandem reviews please :)