O Bosque da Primavera escrita por Paturi


Capítulo 3
Orewa.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo meio emo e curto.



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Conhece-te a ti mesmo, Heráclito de Éfeso.

 

O

R

E

W

A

 

Nunca houvera sentido tanto medo, pois jamais havia estado em presença de uma aura tão maligna. E perante aquela presença Sasuke não podia acreditar no que os olhos dele viam.

 

“Não pode ser! Isso é uma ilusão!”

 

- Você é... – balbuciou confuso – Não pode ser!

 

A presença esboçou um sorriso de canto carregado de cinismo.

 

- Não pode ser. É.

 

A presença parecia se deliciar com a expressão atordoada de Sasuke.

 

- Eu sou você.

 

- Isso deve ser uma ilusão, eu só posso estar tendo uma alucinação.

 

- O que há de errado comigo?  Eu pareço tão assustado – disse com um tom zombeteiro – O Sasuke-kun não consegue ver a si mesmo. – balançou a cabeça em sinal de decepção – Eu sequer posso aceitar a realidade – o tom zombeteiro tornou-se um tom sério – Patético!

 

Sasuke estava perplexo, aquilo não podia ser real. Deve ser um sonho, pensou. A figura à sua frente exceto por umas estranhas marcas pretas na metade do corpo e os olhos vermelhos era idêntico a ele, o mesmo cabelo, a mesma voz, até a roupa que estava usando eram iguais à dele.

 

- Então por que você me chamou?

 

- Hã?! – Sasuke franziu o cenho.

 

- Eu era tão patético assim?

 

- Como assim era?

 

- Você ainda não entendeu?! – deu um sorriso de canto – Eu sou você.

 

Dessa vez, a expressão de Sasuke permaneceu séria.

 

- O – re – wa. – repetiu – Então Eu, alguma lição de moral?! – o tom dele era irônico.

 

- Isso está começando a ficar interessante. – e deu um meio sorriso e balançou a cabeça – Eu tenho que admitir: eu sou um grande ator. – gargalhou malignamente – Mas eu me conheço e sei que eu ainda estou com medo e com dúvidas.

 

O outro Sasuke deu uma volta de Sasuke ainda confuso, então nesse momento Sasuke deu-se conta de que não podia se mover, seu corpo não respondia aos seus comandos. Quando percebeu isso Sasuke sorriu cinicamente.

 

“Que forma mais patética de se morrer!”

 

- Não se preocupe, eu não vou me matar.......kukukukukuku...eu não vou morrer aqui...talvez eu morra aqui...talvez eu me mate...talvez eu seja morto...talvez...eu sei... eu ainda não sei...ou talvez eu saiba...o meu futuro.

 

(Rapá! O que esse outro Sasuke andou tomando?)

 

- Patético! – Sasuke estava irritado – Que diabos é você?

 

- Eu já disse! – o outro bufou – Eu não me lembrava de ser tão burro. Eu sou você.

 

O meu futuro!

 

- Eu no futuro?! – Sasuke franziu o cenho, a pergunta era reflexiva - Você é o que eu vou me tornar?

 

- Talvez eu seja presente e você passado, talvez eu seja o verdadeiro e você apenas uma sombra do meu inconsciente. – ele fez uma expressão de aborrecimento. – Você é patético.

 

Os dois homens ficaram em silêncio encarando-se, embora o medo percorresse o seu espírito, Sasuke não fez um movimento tentando impedir o seu corpo de tremer de medo.

 

- Eu ainda estou com medo? Vamos começar.

- Solidão, medo e cólera. – sussurrou. – Quem sou eu?

 

-...

 

O passado passou diante dos olhos de Sasuke. Sua infância, seus pais, seus amigos, seu irmão e um vazio no seu passado como se houvesse algo que ele houvera esquecido. Um branco. Ele se viu sorrindo aos seis anos, ele se viu lutando com Naruto aos 12 anos, ele se viu com seus pais na casa de sua noiva, ele se viu entrando no bosque, ele viu Kitsune e olhos tristes. Tudo apagou-se e ele viu se novamente.

 

- Eu já me mostrei os meus vários eu do meu outro eu.

 

- Não entendo.

 

- Eu sou você, aqueles são você, mas eles não são você, você sou eu agora, eu sou você.

 

-...

 

- O que me trouxe aqui, eu quero saber, só que posso responder.

 

- O que você está querendo dizer. – o medo agora era aborrecimento diante de tanto eu.

 

- Eu sei.

 

- Hã?!

 

- Minhas dúvidas, os meus medos, eu devo descobrir quem sou. Quem sou eu?

 

Quem é eu e pela primeira vez na sua vida, ele se fez essa pergunta e não obtinha resposta, um silêncio e o desespero.

 

 

- Quem sou eu? – perguntou ao seu outro eu.

 

A figura lançou-lhe um meio sorriso irônico.

 

- Você tem que encontrar a resposta por si mesmo.

 

- Mas você... eu. Você é eu.

 

-Eu sei.

 

O seu outro eu desapareceu diante os seus olhos, mas a aura maligna ainda continuava lá.

 

Um cheiro forte de sangue pairava no ar e aura maligna ainda tornava-se mais pesada sufocando Sasuke, ainda paralisado, fazendo-o acreditar que aquele lugar seria seu túmulo. Naquele momento ele sentia como se estivesse caindo, embora o que mantivesse seu corpo de pé não era o seu próprio corpo.

 

“Eu estou perdido” foi tudo o que conseguiu pensar antes que visse o enorme clarão.

 

 

Tudo se tornou vazio e silencioso, mas não havia paz.

 

A presença da morte era intensa e vívida, a morte estava naquele lugar.

 

Sasuke percebeu que não estava mais no bosque, o clarão havia tornado-se noite, o silêncio era destruído pelo canto dos grilos. Foi quando ele viu a si mesmo segurando uma katakana, coberto de sangue, cheirando a morte, os seus olhos estavam vermelhos, não mais negros como de costume, ao redor dele vários corpos caídos sem vida. Ele sequer conseguia pensar, quando seus olhos avistaram o corpo inerte do seu irmão mais velho caído à sua frente.

 

Um grito de horror ecoou.

 

Tudo se tornou vazio e silencioso novamente.

 

Escuro.

 

 

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Notas finais do capítulo

Desculpe, a demora para a atualização.
O capítulo é curto e um pouco confuso e no próximo capítulo, a primavera finalmente dará as caras e também será o último capitulo. # Os milhões de eu que eles mencionam no capítulo, é também uma referência a língua japonesa, o pronome sujeito pode ser dito de várias maneiras, por exemplo: *Atashi, é uma forma de dizer eu, utilizada pelas mulheres. *Ore, é um forma de dizer eu, utilizada por homens. *boku, é um forma de dizer eu, é uma forma servil de referir-se a si mesmo. @.@ Eu não sei japonÊs, arranquei isto de uma amiga que estuda japonês.



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