O Bosque da Primavera escrita por Paturi


Capítulo 2
Raba.


Notas iniciais do capítulo

On n'écoute que ça que nos plaît.



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- Surdo de coração. – repetiu asperamente Kitsune, a raposa com olhos de fogo.

 

Sasuke olhava para raposa atônito. “De onde diabos tinha saído aquela maldita raposa? E como ela se achava no direito de falar com ele. Uchiha Sasuke, daquele jeito?!” Impassível.“Essa raposa está querendo que eu arranque a cabeça dela fora!” Contudo mesmo ele tendo pensado tudo isso, Sasuke continuou impassível como se aquilo não fosse com ele. (E o Oscar vai para o meu adorado Sasuke. (^. ^)

 

Kitsune também nem se abalou. Depois que o serviço dela estivesse completo, ela podia ir para longe daquele moleque prepotente. “O que a Primavera-dono viu nesse moleque idiota?” Mas por enquanto a sua obrigação a mantinha ao lado daquele que moleque que ela odiou no primeiro olhar. Kitsune abaixou a cabeça e suspirou. “Isso vai dar um trabalho! Esse moleque é mais teimoso que uma mula empacada. Em que situação eu me meti?”.  Kitsune deu uma olhada para o garoto que caminhava na sua frente. “Por que as criaturas mágicas têm de ficar com o pior trabalho?”

 

Bem, a Kitsune reclama tanto que eu tomei partido dela, estou com pena, coitada dela ter de por um pouco de juízo na cabeça dura do Sasuke.  Espero que ela consiga.n.n´

 

Bem voltando à história, Kitsune como eu disse é uma criatura mágica, com muito poder mágico e muito mau humor, por isso antes de voltar o foco da história para o nosso amado e adorado herói, vou dar um pequeno resumo biográfico da Kitsune.

 

Kitsune é uma criatura mágica que assim como outras havia sido inventada pela cabeça do homem. Naquele tempo, o que era imagem na cabeça do homem tornava-se forma no real, a força do ver da mente era a força do ver dos olhos. Não basta só a imagem, há o som: Dizia-se que perto de um vilarejo, existia uma bela mulher de cabelos loiros e olhos vermelhos, isso era raro, tendo em vista que as mulheres que no vilarejo habitavam tinham todas cabelos negros e olhos castanhos. Por sua singular beleza todos os homens do vilarejo apaixonaram-se pela mulher e todos queriam desposar-lhe. Para evitar uma matança entre os homens decidiram entre si um torneio no qual o vencedor seria aquele a desposar a mulher de cabelos loiros e olhos vermelhos. Um dos homens do vilarejo ganhou o torneio, desposou a mulher e a conheceu. Uma noite, o homem sonhou que um espírito lhe dizia que a mulher viraria uma raposa de olhos de fogo. O sonho era tão vivo e real que o homem acreditou no sonho, desde então o homem não teve descanso, esperou e acreditou firmemente que sua mulher viraria raposa. A revelação do sonho atormentava o homem todos os dias, no entanto mesmo temendo perder a mulher, quem ele amava profundamente, o homem resignou-se ao destino. Ele e a mulher continuaram as suas vidas, ele nunca mencionou o sonho a mulher. Então no dia em eu a mulher sentiu-se grávida e foi falar ao homem, no instante,em que ela abriu a boca, transformou-se numa raposa de olhos de fogo.

 

Já conhecemos as origens de Kitsune, o que aconteceu depois, resume-se a um amontoado de peripécias da dita cuja, assim arrastando-se por caminhos tortuosos, ela decidiu-se abandonar o convívio dos homens e viver com aqueles que agora eram os seus semelhantes. Todos aqueles que pertenciam ao mundo fantástico. E assim aconteceu, ela veio habitar no bosque.

 

- ÓI, criança. – Kitsune apareceu em frente de Sasuke. – Você vai demorar muito para abrir os seus ouvidos? – ela bufou na cara dele.

 

-...

 

Sasuke estava possesso “como aquela raposa ousava falar com ele daquela maneira ?”( Só pra ressaltar, Sasuke é um grande ator e não demonstrou os seus sentimentos. E continuou o seu caminho.)

 

A noite já estava caindo tal como o corpo de Sasuke estava cansado, já era meio dia de caminhada com a estranha raposa que o seguia por todo o caminho aparecendo e desaparecendo na frente dele. “Cansativo.” Ele pensou, mas continuou seu caminho até alcançar um lago. O alívio e o maravilhamento dele eram igualmente grandes. O alívio por encontrar água, já que seu cajado estava secando, e maravilhamento por ver um céu que já não via a dias. Um céu lindo, limpo, onde podia-se ver perfeitamente as estrelas e a lua. Essa iluminava o lago, o reflexo da lua no lago, tornava aquele ambiente ainda mais onírico.

O lago e a lua trouxeram-lhe a mente a lembrança de sua obrigação.

 

Sasuke seu irmão mais velho já se casou, foi o que disse o pai para ele, agora é a sua vez assim como seu irmão, você deve continuar o nosso clã. Ele apenas havia balançado cabeça afirmativamente. No outro dia da conversa, seu pai e sua mãe levaram-no a um jantar para conhecer uma possível noiva. Seria do bom grado de seus pais que ele desposasse uma das filhas daquela casa tradicional. Sasuke ainda lembrava-se da sua noiva, ela era linda como uma nobre: pele branca, longos cabelos negros, olhos madrepérola e seu jeito calmo e tímido caiam bem para uma futura esposa. Verdade que a noiva enchia seus olhos, embora ainda assim a sua intuição o alertava que havia algo errado, alguma coisa não estava onde era para estar. Ele logo descobriu, a sua prometida, Hinata, estava perdidamente apaixonada por seu irmão mais velho, o seu irmão, não era indiferente aos sentimentos dela, ele podia ler no olhar sombrio do seu irmão que ele também nutria o mesmo sentimento por ela. Aquilo só feria o seu orgulho ter de se casar com uma mulher que queria estar com seu irmão era humilhante.

 

- Pare. – Kitsune apareceu diante dos olhos de Sasuke. – Não ouse dar mais um passo. Um passo a mais, a morte encontrarás.

 

Repetindo: Sasuke é uma mula. Assim além de seu caráter de mula e de não dar ouvidos a ninguém, Sasuke deu um passo em direção ao lago, onde abaixou-se para encher o seu cajado de água. No momento em que encostou o seu cajado na água um enorme grito veio do lago. E um choro cantado foi ouvido por Sasuke:

 

Noites e Dias

Morte na noite

Vida no dia

Para sozinha não estar

Almas roubo, para a solidão minha acalmar.

 

 

Tal foi a admiração de Sasuke ao ver uma mulher de cabelos e olhos vermelhos cantando no meio do lago iluminada pelo luar. Uma visão arrebatadora.

 

- Maldição! – Kitsune disse entre dentes. – A alma desse garoto!

 

A mulher terminou o canto e dirigiu-se até a beira do lago onde estava Sasuke. (Hum, sei não, alguém vai quebrar a cara.) A mulher estava encantada pela beleza do jovem rapaz. “ Eu o quero.” Ela olhou o belo rapaz que permanecia impassível, mas seu olhar desviou-se para Kitsune.

 

- Então, a capacho está aqui, onde está a sua mestra? – a mesma mulher que no canto tinha uma voz doce, agora ao falar tinha uma voz forte e um pouco vulgar.

 

Kitsune deu um meio sorriso.

 

- Como se eu devesse alguma satisfação a um ser insignificante como vós.

 

- Sempre espirituosa. – a mulher deu um sorriso falso.

 

(Eita! Essas duas não vão muito uma com as fuças da outra.)

 

O desejo de Sasuke era escapar dali, mas uma voz interior dizia para ele permanecer ali e ver como aquela guerra de olhares iria terminar. Ele percebeu que as duas tinham questões antigas e mal resolvidas, no entanto, ele não exprimiu nenhuma reação e manteve o sua postura fria e indiferente enquanto a mulher de cabelos vermelho o analisava.

 

- Belo tipo. – ela segurava uma mecha de cabelo. – Eu quero a alma dele. – como é de praxe soltou uma gargalhada que nem aquelas de bruxa de filme infantil. u.ú

 

- Solte a criança, Primavera-dono tem planos para ele. – disse Kitsune friamente.

 

- Sempre a mocréia da Primavera. – resmungou.

 

Sasuke já havia escutado esse mocréia da Primavera. “A cobra.” um insight. “Estranhamente, essa mulher consegue ser mais vulgar que aquela cobra tarada.” Sasuke voltou a sua atenção a conversar das duas mulheres, quero dizer a conversa da raposa com o espírito da mulher.

 

- Aquela... - ela sorriu de canto. – Kitsune, a sua mestra tem extremo bom gosto. – ela lançou um olhar faminto carregado de luxúria para Sasuke. – Ele dever ter bom gosto. – a entonação vulgar dada a últimas palavras  o enojou. A mulher suspirou. – Mas você sabe... – começou a dar voltas em Kitsune. – Ele tocou o lago, agora ele é meu. Diga a sua mestra que ela perdeu o garoto.

 

Kitsune soltou um resmungo. “Sinto-me tentada em livrar-me do encargo de guiar a criança, porém partir o coração da Primavera-dono partirá o meu coração também. Por que essa criança não dá ouvidos a ninguém?”

 

- Podemos negociar. – Kitsune encarou a mulher. – Ele ainda não bebeu da água do lago.

 

- Podemos, mas... eu quero esse garoto. – ela segurava a mandíbula de Sasuke. – Esse olhar frio é encantador.

 

Sasuke controlou o seu temperamento para não estapear a mulher. “Como ela ousa?”

 

- ÓI, é de mim que você está falando. – disse Sasuke num tom casual. - E eu não vou me tornar uma propriedade sua. – atirou a mão dela para longe.

 

- Eu gosto de desafios.

 

“Ela vai... não quero nem pensar.” Kitsune fechou os olhos.

 

- Criança, vamos embora daqui, você parece estar tão aborrecido quanto eu. – Kitsune moveu a cabeça.

 

 

Sasuke e Kitsune deram as costas para a mulher. Nesse momento, o chão começou a tremer.

 

- Quem vocês pensam que são para tratar a grande Karin-sama assim. – nem se incomodem, é mania do pessoal do bosque se achar a última coca-cola do deserto. – Desafiando-me! Esse garoto é meu.

 

Uma tromba d’água formava-se atrás dela e o chão tremia.

 

- Você é surda? Ou burra? Eu já disse que não vou me tornar sua propriedade. – o tom dele era o mais indiferente possível o que deixou Karin cega de ódio.

 

- Criança humana estúpida! Eu vou tomar a sua alma!

 

“Afinal ela é um espírito ou um demônio?!” Sasuke pensou não se deixando intimidar.

 

Kitsune como se estivesse adivinhando o pensamento do rapaz.

 

- Nem uma coisa, nem outra, nem ela sabe o que é.

 

-!? – Sasuke franziu o cenho.

 

Enquanto isso a tromba d’água aumentava , a ventania ficava mais forte quase levando Sasuke, e ele podia escutar gritos. O que ele viu foi uma visão aterrorizante de congelar o sangue. Várias almas gritavam em desespero.

 

- Que diabos essa mulher é? A guardiã da porta do inferno?

 

- IE! – Kitsune levantou a face para encarar o garoto. – Essa são as alma que ela roubou.

 

- Mas...

- Almas não têm descanso nesse mundo, elas precisam ir para o mundo delas, o reino de Hades. – Kitsune tinham uma expressão séria e preocupada. “A situação não é das melhores, esse garoto deixou-a furiosa. Kami-sama, o que não se faz pelos amigos.”

 

De repente Kitsune começou a cantar um mantra numa língua que Sasuke não conhecia. “Que porra é que essa raposa está fazendo?” E os olhos de Kitsune ficaram vermelhos e seu pelo brilhava como ouro. “O que isso significa?” A ventania ficava pior. Uma luz, enorme luz inundou o ambiente e o cegou, depois do clarão veio a escuridão.

 

Sasuke abriu os olhos com dificuldade por causa da luz do sol. “Já é dia? O que aconteceu?” Ele sentou-se. (Coitado está mais perdido que cego em tiroteio.)

 

Do seu lado Kitsune respirava pesadamente.

 

“Criaturas mágicas dormem?”

 

- OI, garoto, onde você pensa que está indo?– a raposa apareceu na frente de Sasuke

 

- Não é da sua conta.

 

- Hmpf! Criança ingrata! Eu salvei a sua vida.

 

Sasuke deu de ombros.

 

- Eu não pedi.

 

Dá vontade mesmo de dar uns sopapos nele u.u, mas Kitsune é um pouco mais violenta  e ela estava era com uma enorme vontade de matar aquele garoto. Paciência tem limite e o limite da dela já tinha sido ultrapassado. Encontrar a mulher do lago e ainda ter de susporta aquele garoto puseram ela fora de si. Assim, ela tomou a forma de mulher e segurou Sasuke pelo colarinho.

 

- Escuta, moleque maldito! Eu não dou a mínima para você. – ela queria ter usado as palavras, mas sabe , né, pessoal, ela tinha de manter o mínimo de compostura. – Seu verme estúpido!

 

Olhe, pense num negócio estranho, a forma de mulher de Kitsune tinha uma forma delicada quase angelical, mas nos olhos delas lia-se um enorme desejo de morte.

 

- Em mil pedaços, eu poderia partir você, garoto. – a voz dela era cheia de fúria e ela o atirou no chão. – Mas eu não vou fazer isso.

 

Kitsune retomou a sua forma de raposa, seus olhos de fogo estavam menos vermelhos e desapareceu.

 

Sasuke colocou uma mão nas costas sentindo a dor da força do impacto de como ele fora lançado no chão. (Escapou por pouco, hein?! Sasuke). “Uau! Que intenção de matar enorme.”

 

Sasuke foi seguindo o caminho dele e de repente aquilo não fazia mais sentido. Sabia que estava preso naquele bosque e por mais que ele seguisse em linha reta, ele não avançava o caminho. “Escute o seu coração.” As palavras começaram a explodir na sua mente e a fazer sentido. “O que eu preciso saber? O que eu preciso fazer?” Ele percebeu que era ele próprio que estava se prendendo no bosque.

 

- Por que eu faria isso?

 

- Por que eu faria isso? – um eco.

 

- Quem está aí?

 

 - Quem está aí?

 

- Quem sou eu?

 

- Quem sou eu?

 

- Por que eu não posso sair?

 

- Por que eu não posso sair?

 

- Pergunta errada. – disse baixo.

 

- Por que eu não quero sair?

 

Dessa vez mesmo gritando com a mais alta voz não houve eco. E aquele silêncio o fez sentir medo pela primeira vez na vida. “Do que eu estou com medo?” Levantou a sua cabeça e olhou para o seu. “Do que eu tenho medo?” “ Por que o medo agora.” Ele estava tremendo de medo como nunca havia antes. Sentindo uma aura maligna se aproximar Sasuke virou-se para trás.

 

- Do que você está com medo?

 

- Não pode ser. – e os olhos de Sasuke se arregalaram. – Você é...

 

 


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Notas finais do capítulo

Como eu disse no capítulo anterior, primavera é uma rerência ao significados dos kanjis que formam o sobrenome da Sakura.



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