O Bosque da Primavera escrita por Paturi


Capítulo 4
Anata




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Nesse mundo corrompido, só o amor faz valer a pena.

 

A

N

A

T

A

 

Sasuke abriu os olhos lentamente. Seus olhos enxergaram um ambiente familiar  e para a sua surpresa estava em seu quarto. Levantou-se cuidadosamente e aproximou-se da janela, viu que estava entardecendo.

 

- Você acordou. – disse Itachi num tom frio – Eu vou avisar a mamãe, ela estava preocupada, já faz dois dias você dorme.

 

- Hn – assentiu com a cabeça.

 

Itachi desapareceu da mesma maneira que apareceu no seu quarto, silenciosamente. Sua mãe apareceu logo em seguida e o abraçou com força.

 

- Ainda bem – disse entre lágrimas – A sua alma voltou para o seu corpo, - soluçava - você voltou para o mundo dos vivos!

 

Sasuke a princípio não entendeu o que a mãe queria dizer, sua cabeça ainda estava bagunçada, ele ainda não conseguia entender como tinha acordado em casa, mas à medida que a suas lembranças foram clarificando, ele percebeu.

 

“Então não foi um sonho.”pensou Sasuke

 

- Você precisa se alimentar. –  disse a mãe enquanto secava as lágrimas no avental.

 

“Mas como?”

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Sasuke ainda deliciava-se com os bolinhos de arroz da mãe. Quando Naruto o atingiu com uma forte pancada nas costas fazendo com que ele cuspisse um dos bolinhos.

 

- Teme, você está vivo! – gritou.

 

- Eu nunca estive morto.          

 

- Como não? Você não se lembra? – Naruto bateu a mão na mesa com isso metade dos bolinhos restantes caíram no chão.

 

- Lembrar o quê? – perguntou Sasuke já irritado.

 

- No bosque eu e você...

 

(Rapaz esse negócio de eu e você no bosque, suspeito  ¬¬)

 

Sasuke virou-se para o amigo, levou a mão ao rosto.

 

- Baka!

 

Sasuke viu Naruto chorando.

 

- A cerejeira... – balbuciou – Você... sua alma.... você caiu... – ele chorou ainda mais  e abraçou Sasuke.

 

- Hã?! . – o afastou com um chute.

 

- No bosque , a cerejeira no bosque rouba sua força vital, foi o que Shizune-sama, a sacerdotisa disse.

 

- Entendo.- Sasuke enfiou um bolinho de arroz na boca – “Então tudo aquilo foi real!Ela era real?!”

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Ao anoitecer o pai de Sasuke regressou a sua casa, viu o filho sentado no alpendre da casa.

 

- Você está vivo – disse o pai sem nenhuma emoção.

 

(Aff, maior palha, o filho quase morre e tudo que a criatura diz é isso.)

 

- É. – Sasuke respondeu casualmente.

 

- Amanhã, marco a data do seu casamento com a herdeira Hyuuga.

 

- Eu não vou casar com ninguém. – disse calmamente – Case a herdeira Hyuuga com o Itachi, afinal o mais importante é unir o nome Hyuuga ao Uchiha. – Sasuke levantou-se – Eu vou descansar, Otou-sama.

 

Os dias passaram, a vida seguiu seu curso, então um dia ele estava no quarto, quando um texugo entrou e lhe entregou uma bebida.

 

- Lembrança da Primavera-sama para o menino Sasuke. – disse o texugo.

 

-Hn. – pegou a bebida com as mãos.

 

O texugo já estava na janela, quando Sasuke disse:

 

- Diga a ela, que eu quero vê-la  sem poções nem encantamentos.

 

- Hai, menino Sasuke.

 

Pouco depois da partida do texugo, Sasuke adormeceu.

 

Ela apareceu nos seus sonhos, vívida, cheia de paz e mais bela do que ele podia lembrar.

Deu-se conta que a sua mente não fora capaz de guardar o fascínio da primeira vez que a vira. Embora não houvesse de todo olvidado a primeira vez que havia a visto. Era uma experiência única, outra vez, a estranheza com que encarava a mulher que lhe sorria. Aquela estranha mulher de cabelos róseos, olhos verdes de brilho prateado e aquele sorriso estranho capaz de aquecer o seu coração, diante daquele sorriso ele ficava desarmado. Só porque...

 

- Sasuke-kun! – disse alegremente.

 

- Por que você nunca se encontra comigo quando estou acordado, vivo ou sóbrio?

 

- Também senti sua falta!– precipitou-se para abraçá-lo.

 

Ele apreciou o perfume que ela emanava, mesmo que fosse o sonho a sensação, o cheiro o toque, a voz era tudo tão real. Era um daqueles momentos onde as palavras não conseguem comporta ou exprimir o que ele sentia ao vê-la. Seus braços enlaçaram-na. Ela desvencilhou-se dos braços dele, mas ele a segurou novamente e beijou-lhe os lábios ternamente, Ela pode sentir as lágrimas dele caindo no seu rosto, ela chorava também.

 

Ele a abraçou com mais força, ele tinha medo que ela desaparecesse, embora fosse tudo inútil, ela iria embora assim mesmo.

 

“Por que você tem de ir?” segurou as lágrimas, afinal homens não choram.

 

- Sasuke-kun, eu não consigo respirar – disse gentilmente.

 

O abraço dele afrouxou-se, os dois afastaram-se.

 

“Tudo para sentir. Tudo para conhecer. A sensação. A sensação. Sentir-se preenchido.”

 

“Gostar tanto de alguém tanto que você não agüenta é um pecado assim tão grande?”

 

- Você sabe que nós não podemos ficar juntos. – disse ela aninhando-se contra o peito dele.

 

- Besteira. – resmungou.

 

Ele levantou o rosto dela e a encarou.

 

- Você sempre pode vir me visitar em meus sonhos. – disse maliciosamente.

 

Ela corou e sorriu, lembrando-se da primeira que o havia visto. Ele era ainda um menino, um belo garotinho de sorriso terno, um garotinho que queria ser reconhecido por seu pai. Ela lembrava-se de sempre se esconder atrás do carvalho que havia próximo da casa dele, pois as crianças podem ver coisas que os olhos de adulto já estão cegos, para poder observá-lo. Naquela época, ela ainda conservava a aparência de criança, pois a sua mãe, a grande cerejeira no meio do bosque assim o desejara. 

 

A princípio era apenas curiosidade, mas à medida que o tempo passava não havia sequer um dia em que ela não saísse do bosque para visitar o garotinho de cabelo espetado e olhos negros. Sem nunca se aproximar, nem mesmo na primeira vez em que ele conhecera a dor de perder algo importante.

 

O fatídico dia em que o seu companheiro fiel morreu, o dia da morte de Hachiko¹. Ela lembrava-se como Sasuke era apegado a cadelinha que o seguia por toda parte. Naquele dia ele estava tão triste e tão só, ela não podia se aproximar, mesmo agora podia sentir o aperto no coração que sentiu por não poder consolá-lo.

 

- Naquele dia foi você!

 

- Hn?!

 

- O dia em que a cerejeira do jardim floresceu no outono. – ele desviou o olhar – Foi você. Desde quando?

 

Ela o olhou com uma expressão de interrogação.

 

 - Deixa para lá – ele deu um meio sorriso.

 

E nos sonhos dele pétalas de cerejeira começaram a cair, então ele acordou com a luz entrando pela janela do quarto.

 

- Sakura.

 

Ele começou a pensar consigo mesmo se talvez tudo o que ele se lembrava que tinha acontecido não passava de coisa da sua imaginação. Mas a pétala de cerejeira na sua mão provava que aquilo fora real, que ela era real. Era ela aquela que havia preenchido a sua existência vazia.

 

Um ano se passou sem que ele a visse novamente nem mesmo em seus sonhos. No fundo de seu coração, ele sabia que ela era real. O tempo passava e Sasuke tornava-se mais frio e calado.

 

Mikoto, a sua mãe começara ficar preocupada com sisudez do filho. Ele tornou-se mais ainda alheio ao que acontecia ao seu redor, principalmente depois que o irmão fora morar com a mulher, nem mesmo Naruto conseguia mais interromper a barreira de apatia e silêncio que Sasuke criara em torno de si.

 

Às vezes Mikoto observava Sasuke sentado na soleira da porta ao entardecer com um olhar perdido em direção ao bosque. A mãe percebera que o filho que acordou não era o mesmo que havia dormido. Desde que ele acordara do coma, apesar de seu silêncio e sua apatia de uma certa maneira, ele tornara-se mais humano, a maneira como ele tratava as pessoas havia mudado parecia que ele reconhecia os outros como iguais. A mudança mais perceptível fora que Sasuke começara a enfrentar o pai.

 

“Meu menino se tornou um homem tão rápido!”

 

Saudade.

 

Saudade e o coração dele apertava-se.

 

“Você é real?”

 

-

-

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O inverno já estava quase findando, numa noite chuvosa de inverno, uma estranha mulher de cabelos louro e olhos vermelhos adentrou no quarto de Sasuke segurando um bebê nos braços, ela chorava.

 

- Kitsune?! – disse Sasuke surpreso.

 

- Ela... você... ela está morrendo. – disse entre soluços.

 

Sasuke congelou.

 

- Sakura?! – seus olhos se arregalaram.

 

- A criança dela – estendeu a menina para Sasuke. – A sua criança.

 

Sasuke pegou o bebê nos braços e o contemplou. Era pequeno bebê com uma rala cabeleira rosada.

 

- O que está acontecendo? – perguntou Mikoto ficando assombrada com a bela mulher no quarto de Sasuke e a criança em seus braços.

 

- Kaa-san, eu preciso que a senhora cuide do bebê.

 

- O quê? – perguntou Mikoto confusa tomando o bebê nos braços.

 

Sasuke voltou-se para Kitsune,

 

- Leve-me até ela.

 

- Eu não posso . – Kitsune abaixou a cabeça - ela pediu que não o levasse.

 

Kitsune preparou-se para uma reação violenta do homem.

 

- Deixe-me salvá-la. – pediu Sasuke.

 

Kitsune o olhou impressionada, ela não conseguia ver os olhos dele cobertos pela franja.

 

“Ele está pedindo?”

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continua

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Bem ,desculpem-me a demora na atualização da fic, além de uma série de problemas idiotas que ficaram me enchendo a cabeça, também faltou a inspiração, juntando o fato de que a minha vontade de acompanhar Naruto já está quase no fim, claro o fato de nos últimos meses eu também não ter tido muito tempo, nem computador, porque a minha imoto de vez em quando se prega nele que nem carrapato.

Sobre a fic, bem essa fic era para ter tido no máximo dois capítulos, mas vai terminar com cinco mesmo, não, esse não é o último capítulo. Bem acho que tudo que eu tenho para falar.

 

Muita paz e amor no coração!

Tchau!

     

 

 

 

 

 

1. Hachiko é um cachorro que é símbolo de fidelidade no Japão. Conta uma história que seu dono uma vez partiu, eu não lembro bem se para uma guerra, o importante é que todo santo dia, o cachorro ia para estação de trem esperar o seu dono.

 


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