– Finalmente você chegou...

A Mitsuki paralisou ao ver quem era na porta, em uníssono ambos disseram:

– Você?!

– M-m-mas... – Gaguejou a morena – isso é impossível!

O garoto fez um olhar desafiador e disse:

– Se você revelar meu disfarce, eu lhe mato mais rápido que você pode imaginar!

A garota não intimidada o abraçou prensado na parede e disse:

– Tenho uma imaginação muito fértil...

O jovem revidou com a voz rouca:

– Então pense na melhor maneira... – Olhou nos olhos dela e completou – Que eu multiplico por dez!

– Já que você é tão incapaz assim... – A garota pressionou a coxa no membro do garoto e disse – Vou pensar numa forma bem prazerosa!

Mitsuki, vendo que o garoto estava ficando vermelho, desencostou dele e disse:

– Tenho um bolo pra vigiar!

A garota saiu de perto rebolando suas belas e bem localizadas curvas em direção à cozinha, despertando assim, a personalidade safada do garoto:

– Hey! Mitsuki!

– Fala “Miguel”...

– Tá podendo heim?

– Idiota – parou pensou um pouco e disse - Se você quiser, vem pegar!

O garoto não excitou e seguiu Mitsuki até a cozinha, quando ele passou pelo banheiro, viu Elena enrolada em uma toalha secando a blusa molhada de Léo com outra toalha:

– Que palhaçada é essa?

Léo olhou sério com um olhar fuzilador o jovem de cabelos brancos e disse:

– De novo?

– Como assim?

Perguntou Miguel com uma voz e cara safada:

– Vaza peste!

Respondeu o azulado irado:

– Vou trocar de roupa, sai.

Falou Elena expulsando Léo do banheiro e batendo a porta. Léo voltou para a sala esperando encontrar Miguel ou Mitsuki por lá, porém a sala estava vazia:

– Vou procurar eles na cozinha...

Chagando na mesma, ele quase teve um ataque do coração ao ver o casal em uma posição um tanto... “Sutil” em cima da pia da cozinha. Mal sabia ele que ambos estavam se provocando para tentar arrancar informações um do outro:

– Só vim pegar um copo d’água! Não vou nem perguntar o que está rolando aqui!

Foi a melhor saída que Léo encontrou para quebrar o silêncio e caras vermelhas do local:

– Não é nada do que você está pensando Léo! Eu e o Miguel, agente só estava...

–... E quem disse que eu estou pensando em alguma coisa? Como eu disse... Só vim beber um copo d’água!

Disse Léo interrompendo a garota e saindo do local com o copo na boca:

– Depois agente conversa!

Disse Miguel sorrindo maliciosamente para Mitsuki que o olhava com certo... Desprezo:

– Se houver um depois pra você...

Disse ela revidando e indo terminar de enfeitar o bolo.

A festa estava legal, Léo não sabia que Elena havia chamado toda a sala de aula para a festa, mais foi legal, curtiram muito, comeram, beberam (refrigerante claro), quando todos foram embora, sobraram apenas os quatro de novo:

– Ainda não estou cansada... – disse Elena animada e agarrada ao braço de Léo – Vocês podiam ficar mais um pouquinho...

– Por mim tudo bem! – Respondeu Léo – E para você?

– Pra mim também! – Concordou Miguel – Mas...

– “Mas” o quê ô branquelo? – interrompeu Mitsuki:

– Mas o que agente vai ficar fazendo? – olhou-a Miguel com o olhar desafiador – Afinal... A festa já acabou!

– Bom... – disse Elena animada – Vocês escolhem, eu tenho uns filmes de terror aqui... Nisso não terão escolha! Mas vocês decidem, pizza ou pipoca?

– Pipoca, pipoca, pipoca, pipoca, pipoca, pipoca!

– Léo... – disse Elena – Acho que você gosta de pipoca...

– “Acha”? Sou viciado em pipoca!

– Seu idiota! – disse Miguel dando uma tapa na cabeça de Léo – Nunca ouviu falar em ironia não?

– Ai! – gritou Léo passando a mão na cabeça – Doeu!

As garotas começaram a rir. Então todos sentaram no sofá enquanto Elena preparava a pipoca. Durante o filme, havia uma cena de muita tensão, algo sobre uma mulher andando assustada pela casa, até que surge uma sombra pela porta em que a mulher não vê:

– Atrás de você! – gritou Elena assustada – Cuidado!

No momento em que a tal porta se abriu, viu-se apenas um clarão em toda a sala de estar do apartamento, claro que todos gritaram, quero dizer, Elena e Léo gritaram, Miguel e Mitsuki ficaram em posição de defesa:

– Peço desculpas aos escolhidos! Minha intenção não era assustá-los! Vim avisá-los de que o fim se aproxima! E vocês...

– TÁ MALUCO MERMÃO? VAI DAR SUSTO NA MÃE!

Gritou Léo com o ser que usava capa e capuz pretos:

– Cala a boca seu dobe!

Miguel disse com olhar fixado no ser que flutuava em frente à TV:

– O que você quer? – disse Mitsuki – e quem são esses “escolhidos”? E melhor quem é você?

– Lamento, pelo susto de novo! Eu sou o oráculo dos seis mundos, e vim avisar-lhes que o tempo está se acabando.

– Ainda não entendi o porquê de você estar aqui...

– Você é exatamente como eu pensei que fosse jovem Léo, precipitado, mais você é bem forte e será uma peça importante neste fim. Afinal... Foi seu pai que começou tudo isso! Mas você não tem culpa!

– Epa! Como assim meu pai? Ele morreu há 12 anos! Num acidente de avião! Eu fui o único que...

– Não deveria contar isso, mas não meu jovem, aqueles não eram seus pais! Seus pais verdadeiros são o feiticeiro Arcom, e sua mãe, chefe de uma organização chamada NOVA.

– Minha chefa? – pensou mitsuki.

  – é a mãe dele, por favor, conte outra – Mitsuki interrompeu e ria.

– Como assim? Minha mãe esta viva e meu pai também.

– Sim – respondeu o oráculo –e você também tem um irmão.

Léo surpreso com as revelações, e disse:

– um irmão?

Miguel vendo que Léo estava muito abalado entrou na conversa.

–como sabe disso tudo?

–sou o oráculo! Sei das coisas – respondeu com um sorriso no rosto - certo “Miguel”?

– hm – foi o máximo que consegui pronunciar.

– Acho que eu vou pirar! – disse Léo – Minha família está toda viva?

– parabéns! – Mitsuki parabenizou o amigo- Agora o que você veio fazer aqui? Não veio só para dizer isso, não é? – falou chegando perto de Miguel.

– A hora de vocês chegou, e preciso que estejam prontos para tudo e todos, e ainda mais você: Miguel.

Miguel olhou para o ser que flutuava a sua frente e disse:

– Como assim?

Elena que tinha ficado quieta na conversa, começava a ficar tensa pois o oráculo começava a se aproximar dela.

– Não quer contar nada para eles – disse colocando a mão no ombro da menina – eles não iram te julgar, tenho certeza.

– Gente; tenho algo importante para falar – Pronunciou Elena – eu tenho poderes tecnomagos!

– Como? Poderes... Tecno... Eu sou o único normal?

– Não – Interrompeu o oráculo – você é o mais anormal do grupo.

– OLHA AQUI, VOCÊ ME ASSUSTA E AGORA ESTÁ ME CHAMANDO DE MALUCO?

– Olá “calma”! – sorriu o oráculo – Quanto tempo heim?

– Do que você está falando maluco?

Léo estava confuso, Elena séria, Mitsuki estava tensa, Miguel estava tentando acreditar no que estava acontecendo e o oráculo para resolver logo o que tinha a resolver discursou:

– A missão de vocês é simples, salvar as dimensões e os seis mundos. Recomendo que comecem a procurar por pistas neste mundo mesmo, assim, descobrirão como viajar para os outros.

– Mas... – Indagou Miguel – se agente aceitar, o que não é garantido... Por onde começamos e, o que ganhamos com isso?

– O futuro já está escrito – disse o oráculo - vocês são os escolhidos, vocês vão salvar os mundos!

– Nós temos escolha?

Finalmente pronunciou Mitsuki para acompanhar o raciocínio de Miguel e do oráculo:

– Se vocês tivessem, escolheriam salvar pelo menos o mundo atrasado de vocês, mas pra isso... Terão que salvar os outros também.

– Cadê a Elena e o Léo? – interrompeu Miguel – eles estavam aqui agora!

– UOU! Que maneiro! Olha só Teme!

– Para de chamar assim, dobe!

Léo foi à direção de Miguel com um celular na mão:

– Olha. Estamos em um momento sério da para você ficar pelo menos quieto? E o que tem demais com esse celular?

– A Elena fez sozinha com as próprias mãos! Meio que ela criou uma bola de luz assim, e fez um celular sair dela! Assim ó!

Neste momento, Léo fez o mesmo que descrevera e criou um celular também:

– Como você fez isso dobe?

– Sei lá! Mais foi maneiro!

– Como assim maneiro? – interrompeu Elena – Eu treinei desde a minha infância para fazer um chip de celular, e de repente, um gatinho aparece dizendo que nem sabe o que é tecnomagia e faz um celular?

– Calma Elena! – Disse Mitsuki – vai ver ele é fácil de aprender...

– “Gatinho”?

Perguntou Miguel com cara safada olhando para Léo e Elena que já estavam com a cara vermelha pelo o que ele disse:

– Gente, cadê o oráculo?

Mitsuki reparou que o estranho ser havia sumido:

– Tanto faz – interrompeu Miguel – temos que passar no meu apartamento e pegar minhas malas, dinheiro...

– Por quê? – indagou Léo – Vai fazer o que com aquilo?

– O dobe, não ouviu o oráculo? Não temos escolha, e além do mais... – cara desafiadora – eu nunca recuso um desafio!

– Então agente vai lá, no meu apartamento e pega minha carteira! – Léo disse com uma cara indiferente - Não precisam gastar o dinheiro de vocês! Eu tenho 5 cartões de crédito ilimitados, afinal, sou multimilionário.

– Léo...

– Sim?

– Se exibe depois senão eu te mato!

– Er... Desculpa... Então... Vamos?

– Bora! Ah é! Amigão... – disse Miguel com segundas intenções – Posso dirigir seu carro?

– NUNCA! Talvez, só talvez, ano que vem! Quando fizer dezoito! Meninas se arrumem, daqui a pouco eu e o teme estamos de volta para começarmos a jornada!

– Ok – disseram em uníssono – Até daqui à uma hora!

E assim partiram os meninos para suas respectivas casas, mas antes deles chegarem ao carro.

– Espera um pouco – falou Miguel – o que vamos fazer para onde vamos?

– Boa pergunta – Léo parou e encostou-se ao seu carro – o que nós vamos fazer?

– Melhor falarmos com as meninas! – Miguel foi à direção da casa junto com Léo.

Miguel e Léo perguntaram às meninas a pergunta que não tinha resposta no momento, então decidiram esperar um pouco e pensar melhor.

– Léo você mora sozinho, certo? – perguntou Miguel.

– moro, por quê?

– me da o endereço- falou pegando o papel e o lápis

– por quê?

–faz o que eu estou pedindo! – Miguel começava a se estressar.

– mas por quê?

– você é um... – parou para buscar a melhor palavra – um DOBE!

– O QUE? Se eu sou dobe você é um TEME!

– COMO É?

– pronto, começaram a discutir – disse Mitsuki a Elena.

– e o bolo sobrou? – perguntou Elena – sim, vamos comer – Mitsuki foi para a cozinha com Elena e deixando o Miguel e o Léo discutindo.

– toma essa porcaria – jogou o papel e o lápis na cara de Miguel.

– muito obrigado dobe – falou o Miguel guardando o papel em seu bolso.

–querem bolo? – perguntou Mitsuki da cozinha.

– bolo? OBA! – Léo em menos de 1 segundo já estava na cozinha.

– ninguém merece – resmungou Miguel se arrastando até a cozinha.

E depois da quase guerra de comida, ou melhor, bolo, Miguel e Léo foram para suas casas, mas.

– qual foi uma pessoa não pode ficar um segundo em paz – reclamou Léo indo até a porta, pois sua campainha havia tocado – você!

– não, sou um ser espacial que veio para arrancar isso que você chama de cérebro – entrou Miguel com suas malas.

– o que é isso?

– minhas malas!

– e por que estão aqui?

– por que eu sou seu novo colega de apartamento, viu como sou legal.

–é?

– DOBE! – deu tapa na nuca de seu “amigo”.

– aí! Doeu!!!