Love Is Always Good escrita por thisistherealryanross


Capítulo 13
My heart is heavy and it keeps me to the ground.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas. A música é essa: http://www.youtube.com/watch?v=qIZTpB7lisM ♥



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Well is it all slipping away from me

Bem, tudo está escapando de mim

I can't be anything you want me to be

Eu não posso ser o que você quer que eu seja

All ripped away from me

Tudo arrancado de mim

I can't be anything you want me to be

Eu não posso ser o que você quer que eu seja

My heart is heavy and it keeps me to the ground

Meu coração está pesado e isso me mantém no chão

My eyes are swollen cause I can't have you around

Meus olhos estão inchados pois eu não posso ter você por perto

All ripped away from me, I can't be anything you want me to be

Tudo arrancado de mim, eu não posso ser o que você quer que eu seja


This Wild Life - Ripped Away


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Fechei os olhos até decidir que estava pronto. Deixei uma última lágrima escorrer por meu rosto. Posicionei o objeto em frente a meu peito. Senti um empurrão e um corte no pulso.

– Ah!

Era Dan. Estava sentado em mim, pressionando meus braços contra a grama.

– Largue a faca.

– Não.

– Largue. A. Faca - repetiu pausadamente.

Larguei-a no chão e Dan a pegou.

– Isso vai ficar comigo - ele disse.

Me ajudou a levantar.

– Ficou maluco?

Preferi não responder. Dan passou seu braço por meu ombro e nós dois caminhamos para fora do campo.

– Por que você veio aqui?

– Não importa.

Olhei para ele.

– Você quer mesmo saber?

Fiz que sim com a cabeça.

– Achei que não era certo deixar você aqui, triste e sozinho. E eu estava certo. O que você acha que os pais do Spencer vão falar?

– Eles não precisam saber.

– Ah, não precisam? Você ia se matar.

Você acha que é fácil? Não foram seus pais que morreram na mesma semana. Não foi um dos seus melhores amigos que foi atropelado poucos meses depois.

– Não é por isso que você vai cometer suicídio. Você tem que aprender a lidar, nem tudo dá certo como esperamos.

– No meu caso, nada dá certo. Por favor, não fale nada pra eles.

– Ryan, eu só quero de proteger.

– Então por favor não conte a ninguém.

– Nós pensamos nisso depois, agora temos que cuidar desse pulso machucado.


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– O que é isso no seu pulso?

– O quê?

– São pontos.

– Oh, sim. Eu... me cortei numa árvore.

– Pelo jeito foi feio. Você vai ficar, Dan?

– Se não for incômodo.

– Claro que não.

Subimos as escadas e batemos na porta de Spencer. Abri e encontrei-o no chão, chorando. O abracei.

– Ele foi atropelado na minha frente.

– Ele morreu na minha frente.

– Eu sinto muito.

– Não diga isso. Se você quiser conversar ou alguma outra coisa, vamos estar no meu quarto.

Ditas as últimas palavras, deixamos o quarto de Spencer.

– Ele está mal.

– O que você esperava?

– Só que ele reagisse melhor.

– Já é a terceira vez que isso acontece comigo. Eu não reagi bem.

Dan acariciou meus cabelos.

– Eu sei o quanto você o amava.

– A mãe dele. Ela me disse que todos os dias ele chegava em casa falando como ele tinha orgulho de ser meu amigo.

– E quem não iria ter?

– Ele nunca me disse isso.

– Vai ver ele estava esperando o momento certo.

– E morreu.

– Você não tem culpa, Ryan. Sabe disso.

– Mas eu podia ter puxado ele para a calçada. Eu podia ter sido um filho melhor assim meu pai não teria que me odiar e beber por isso.

– Ei, shhhhhh! Não fale uma coisa dessa. Você não teve culpa e fim de papo.

– Mais uma morte na minha vida. Quem vai ser o próximo, o Spencer?

– Não vai ter um próximo. Fique calmo, Ry.

– Não tem como.

– Tem sim. Quer que eu cante uma canção de ninar? - sorriu.

– Eu passo.

Isto pode parecer um pouco meloso ou idiota, mas eu adorava o sorriso de Dan. Era um sorriso gentil e confortador.


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Durante a janta, todos ficaram em silêncio. Eu me segurava para as lágrimas não caírem dos meus olhos. Já era profissional nisso graças à morte dos meus pais na mesma droga de semana.

Spencer fitava o prato, mexendo impacientemente o garfo, mas sem levar nada à boca. Por vezes, fungava e coçava o nariz, até que largou os talheres no prato, provocando um barulho semelhante ao de vidro quebrando, e saiu da cozinha, subindo as escadas com pressa para se dirigir a seu quarto. Ele estava bastante mal, de um jeito que eu nunca o havia visto antes.


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Dan e eu estávamos sentados no chão. Minha cabeça estava encostada em seu ombro; estávamos vendo um álbum de fotos.

– Olha só essa foto de quando você era pequeno - apontou.

– Legal.

– E essa, que amor.

– É, tanto faz.

– Esse era o seu pai?

Fiz que sim com a cabeça.

– Ele era bonito.

Me levantei rapidamente e fiquei de costas para Dan.

– Ei, ei, ei! Desculpa. Você me perdoa? - perguntou enquanto distribuía beijinhos pelo meu pescoço.

– Melhor irmos dormir, vou pegar seu colchão.

Fui e voltei com o colchão. Coloquei-o sobre o chão e em seguida coloquei o lençol, cobertor e travesseiro.


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Eu sentia dor, e mesmo assim ele não parava. Rosto, perna, braço, tórax, quadril. Todos doloridos e sangrando. Foi sorte eu não morrer. Mas senti que aconteceria logo. Meus olhos foram cedendo e se fechando lentamente. Ele não parou. Parecia fazer questão de me fazer sofrer. Seu motivo? Eu nção sabia, e acho que muito menos ele.

Eu iria para um lugar melhor. Por um lado eu queria aquilo.


Levantei rapidamente e caminhei até a mesa, onde achei o álbum. Dan acordou e levantou. Abri na página certa; arranquei a foto do lugar e a rasguei.

– Ryan, o que você está fazendo?

– Acho que ficou bem claro.

– Por que você rasgou a foto? Era a única que você tinha dele.

– Eu não estou nem aí!

– Ryan, o que está acontecendo?

– Nada!

– Não pense que me engana. Confie em mim.

– Eu confio, muito, mas eu não quero falar sobre isso. Pelo menos não agora.

– Tudo bem, vamos dormir.


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Segunda-feira. Spencer continuava mal, e eu estava ficando mais ainda.

Dan dormiria na "minha" casa novamente.


Estávamos deitados. Ele estava dormindo, ao contrário de mim. Passei boa parte da noite relembrando as terríveis coisas que passei quando pequeno. Quando finalmente consegui adormecer, tive um pesadelo. Levantei rápido. Eu estava suado e ofegante.

– Ryan?

Dan falou baixo, ainda parecendo desorientado.

– Eu estou bem, Dan, pode voltar a dormir.

– Tem certeza?

– Tenho.

Novamente demorei para dormir, e novamente voltei a ter um pesadelo. Meus olhos estavam molhados quando os abri.

Dan colocou os cobertores de lado e levantou do colchão. Ligou a luz e sentou na minha cama.

– O que está havendo?

– Nada.

– "Nada" não pode ser. É a segunda vez que você acorda nessa madrugada.

– É ele incomodando.

– Ele quem?

– Meu... pai.

Comecei a chorar.

– Ei, o que foi?

– É ele, Dan. Por favor, faça-o parar.

– Eu vou buscar um copo d'água.

Voltou segurando um copo de vidro com água dentro. Me entregou e eu bebi rapidamente.

– Eu não posso lidar com isso.

– Hey, calma. Eu estou aqui.

– Você deita comigo?

– É claro.

Fiquei deitado enquanto ele ficou sentado, me envolvendo em seus braços. Acariciou meus cabelos e beijou minha testa.

– Está tudo bem, fique tranquilo. Tente voltar a dormir, e qualquer coisa, eu vo estar aqui do seu lado.

Consegui dormir, mas acabei acordando. Certamente minha mente estava bastante perturbada.

– Desculpe, Dan, eu não quis acordar você.

– Está tudo ok, não tem problema algum. Tudo bem?

– Sim, só acordei num susto.

– Você acha que consegue dormir de novo?

– Consigo, mas talvez eu acorde de novo. Pode voltar para o colchão, eu vou ficar bem.

– Não, eu vou ficar.

Sorri.


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Notas finais do capítulo

Obrigada.



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